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A otimização do uso de biomateriais em cirurgias de levantamento de seio maxilar associado com o aspirado concentrado de medula óssea

The optimization of biomaterials in maxillary sinus augmentation associated with bone marrow aspirate concentrate

RESUMO

As pesquisas por novas tecnologias e biomateriais é constante na Implantodontia. O aspirado concentrado de medula óssea (do inglês, Bone Marrow Aspirate Concentrate, BMAC) é considerado uma fonte abundante de células mesenquimais indiferenciadas. A aplicação clínica do BMAC em associação com enxertos de origens distintas (autógeno, animal ou sintéticos) demonstra aprimorar a regeneração óssea, tais como, em cirurgias de levantamento de seio maxilar (LSM). Esta revisão de literatura teve como objetivo realizar uma busca estratégica de artigos científicos sobre o uso do BMAC associado aos enxertos em cirurgias de LSM. Para isso, foi realizada uma busca manual e uma estratégia de busca em três bases de dados (Scielo, PubMed e Bireme), através do cruzamento de diferentes descritores assim como com a estratégia de busca "PICO" (população/procedimento, intervenção, comparação e resultado).

De acordo com o resultado final, um total de 16 artigos foi selecionado para uma análise crítica e analítica. Os resultados demonstraram uma falta de estudos clínicos randomizados sobre o tema, demonstrando que ainda não está claro sobre os protocolos clínicos padronizados disponíveis para o uso da associação do BMAC em cirurgias de LSM. Pode-se concluir que, apesar das limitadas evidências científicas, existe um potencial benéfico na abordagem do uso do BMAC associado aos diferentes enxertos para LSM, sugerindo ser uma opção terapêutica coadjuvante aos materiais de enxertia. Portanto, há um discreto potencial perfil na aceleração do processo de neoformação óssea nestes procedimentos, favorecendo para uma posterior reintervenção cirúrgica na instalação de implantes dentários em áreas previamente enxertadas.

Palavras-chave
Biomateriais; Células-tronco; Medula óssea; Seio maxilar

ABSTRACT

The researches for new technologies and biomaterials are constant in Implant Dentistry field. Bone Marrow Aspirate Concentrate (BMAC) is considered an abundant source of undifferentiated mesenchymal cells. The clinical application of BMAC in association with grafts from different origins (autogenous, animal or synthetic) demonstrate to improve bone regeneration, such as, in maxillary sinus lift surgeries (MSLS). This literature review aimed to perform a strategic search for scientific articles about the use of BMAC associated with grafts in MSLS. For this, a manual search and a strategy search was carried out in three databases (Scielo, PubMed e Bireme), through crossing different descriptors as well as with search strategy "PICO" (population/procedure, intervention, comparison and outcome). According to final result, a total of 16 articles were selected for a critical and analytical analysis. The results showed a lack of randomized clinical trials about the theme, demonstrating that is still unclear about the standard clinical protocols available for association of BMAC and MSLS. It can concluded, although the scientific limitations, exists a benefic potential in BMAC approach with MSLS with different grafts, suggesting to be a therapeutic option as adjuvant for grafting materials. Therefore, there is a discreet potential profile in the acceleration of the bone neoformation process in these procedures, favoring for a posterior surgical re-intervention to dental implants placement in previously grafted areas.

Keywords
Biomaterials; Stem cells; Bone marrow; Maxillary sinus

1. INTRODUÇÃO

A disponibilidade de suporte ósseo em áreas de maxila posterior que irão receber implantes dentários deve ser adequada para favorecer a reabilitação dessas áreas edêntulas [11 ASKARY, A.S., MEFFERT, R.M., GRIFFIN, T. “Why do dental implants fail? Part I”, Implant Dentistry, v8, pp. 173-185, 1999., 22 IASELLA, J.M., GREENWELL, H., MILLER, R.L., et al. “Ridge preservation with freeze-dried bone allograft and a collagen membrane compared to extraction alone for implant site development: a clinical and histologic study in humans”, Journal of Periodontology, v.74, n.7, pp. 990-999.]. O procedimento de regeneração óssea pode ser realizado segundo diversos protocolos de enxertias, sendo o enxerto autógeno (EAu) descrito como "padrão-ouro" devido suas propriedades (osteogênese, osteocondução, osteoindução) que favorecem na nova formação óssea [33 YAMADA, M., EGUSA, H. “Current bone substitutes for implant dentistry”, International Journal of Prosthodontics and Restorative Denstistry, v.62, n.2, pp. 152-161, 2018.

4 MARX, R.E. “Clinical application of bone biology to mandibular and maxillary reconstrution”, Clinics in Plastic Surgery, v.21, pp. 377-392, 1994.
-55 CORNELL, C.N., LANE, J.M. “Current understanding of osteoconduction in bone regeneration”, Clinical Orthopaedics and Related Reserch, v. 355S, pp. 267-273, 1998.]. Porém, como desvantagem é a necessidade de uma área doadora no indivíduo (para obtenção do enxerto autógeno), resultando em maior morbidade, possível limitação da quantidade de material a ser utilizado, dentre outras complicações [66 GARG, A.K. “Bone Biology, harvesting and grafting for dental implants”, Chicago, Editora Quintessence, 2004.

7 NEO, M., MATSUHITA, M., MORITA, T. “Pseudoaneurysm of the deep circumflex iliac artery: a rate complication of an anterior iliac bone graft donor site”, Spine, v.25, pp. 1848-1851, 2000.

8 MARX, R.E., GARG, A.K. “Dental and craniofacial applications of platelet-rich plasma”, Chicago, Editora Quintessence, 2004.
-99 NKENKE, E., NEUKAM, F.W. “Autogenous bone harvesting and grafting in advanced jaw resorption: morbidity, resorption and implant survival”, European Journal of Oral Implantology, v. 7, n.2, pp. 203-S217, 2014.]. Para isso, o uso de biomateriais é descrito como uma abordagem alternativa de substituição do osso autógeno [1010 HAUGEN, H.J., LYNGSTADAAS, S.P., ROSSI, F., et al., “Bone grafts: which is the ideal biomaterial?”, Journal of Clinical Periodontology, v. 46, n. 21, pp. 92-102, 2019.

11 SCHMITT, C.M., DOERING, H., SCHMIDT, T., et al., “Histological results after maxillary sinus augmentation with Straumann® BoneCeramic, Bio-Oss®, Puros®, and autologous bone”. A randomized controlled clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 24, n.5, pp. 576-585, 2013.
-1212 PELEGRINE, A.A., COSTA, C.E.S., SENDYK, W.R., et al., “The comparative analysis of homologous fresh frozen bone and autogenous bone graft, associated or not with autogenous bone marrow, in rabbit calvaria: a clinical and histomorphometric study”, Cell and Tissue Banking, v.12, pp.171-184, 2011.]. É possível notar um interesse crescente por biomateriais xenógenos (de outras espécies, tais como: origem porcina, bovina e equina) com propriedades osteocondutoras e associados a fatores osteoindutores a fim de garantir o suporte e o crescimento de nova estrutura óssea [1313 IMAM, M.A., HOLTON, J., ERNSTBRUNNER, L., et al., “A systematic review of the clinical applications and complications of bone marrow aspirate concentrate in management of bone defects and nonunions”, International Orthopaedics, v.41, pp. 2213, 2017.]. Assim, uma abordagem de regeneração óssea com enxertos xenógenos (EX) ou aloplásticos (EA). Os EA são aqueles considerados de origem inorgânica ou sintética, tais como a hidroxiapatita, beta-tricálcio fosfato e o vidrobioativo. Esses biomateriais, tanto de origem EX ou EA associados com fatores de crescimento, por exemplo, com a fibrina rica em plaquetas e leucócitos [1414 MENG, Y., HUANG, X., WU, M., et al., “The Effect of Autologous Platelet Concentrates on Maxillary Sinus Augmentation: A Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials and Systematic Review”, Biomed Research International, v.15, pp. 7589072, Jun. 2020.] ou células-tronco mesenquimais (do inglês, Mesenchymal Stem Cells, MSCs) [1515 NIÑO-SANDOVAL, T.C., VASCONCELOS, B.C., MORAES, S.L., et al., “Efficacy of stem cells in maxillary sinus floor augmentation: systematic review and meta-analysis”, International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v.48, n.10, pp. 1355-1366, 2019., 1616 AL-MORAISSI, E.A., OGINNI, F.O., MAHYOUB, H.M.A., et al., “Tissue-engineered bone using mesenchymal stem cells versus conventional bone grafts in the regeneration of maxillary alveolar bone: A systematic review and meta-analysis”, International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v.35, n.1, pp. 79-90, 2020.], demonstram ser uma ferramenta interessante, posicionando-se assim com um agente adjuvante promissor visando a promoção das propriedades semelhantes aos de um enxerto, tais como, o fator de crescimento recombinante humano derivado de plaquetas [1717 FROUM, S.J., WALLACCE, S., CHO, S.C., et al., “A histomorphometric comparison of Bio-Oss alone versus Bio-Oss and platelet-derived growth factor for sinus augmentation: a postsurgical assessment”, The International Journal of Periodontics and Restorative Dentistry, 2013; 33(3): 269-279.] e o aspirado concentrado de medula óssea [1818 PASQUALI, P.J., TEIXEIRA, P.J., OLIVEIRA, T.A., et al., “Maxillary Sinus Augmentation Combining Bio-Oss with the Bone Marrow Aspirate Concentrate: A Histomorphometric Study in Humans”, International Journal of Biomaterials, pp. 121286, 2015., 1919 PELEGRINE, A.A., TEIXEIRA, M.L., SPERANDIO, M., et al., “Can bone marrow aspirate concentrate change the mineralization pattern of the anterior maxilla treated with xenografts? A preliminary study”, Contemporary Clinical Dentistry, v.7, n.1, pp. 21, 2016.].

O aspirado de medula óssea (do inglês, Bone Marrow Aspirate Concentrate - BMAC) é uma fonte rica de células regenerativas derivada do tecido ósseo [2020 HERNIGOU, P., DESTOCHES, A., QUEINNEC, S., et al., “Morbidity of graft harvesting versus bone marrow aspiration in cell regenerative therapy”, International Orthopaedics, v.38, pp.1855, 2014.]. As MSC presentes no BMAC possuem característica multipotente o que podem favorecer em propriedades próximas ao do osso autógeno [2121 KAIGLER, D., MOONEY, D. “Tissue Engineering’s Impact on Dentistry”, Journal of Dental Education, v.65, n.5, pp. 456-562, 2001., 2222 SMILER, D., SOLTAN, M. “Bone Marrow Aspiration: Technique, Grafts, and Reports”, Implant Dentistry, v. 15, pp. 229-335, 2006.]. Estas características fazem com que seu uso possa ser uma ferramenta interessante para os procedimentos de enxertia, como em cirurgias de levantamento de seio maxilar. O uso de MSC associados aos enxertos para LSM tem sido foco de revisões sistemáticas [1515 NIÑO-SANDOVAL, T.C., VASCONCELOS, B.C., MORAES, S.L., et al., “Efficacy of stem cells in maxillary sinus floor augmentation: systematic review and meta-analysis”, International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v.48, n.10, pp. 1355-1366, 2019., 1616 AL-MORAISSI, E.A., OGINNI, F.O., MAHYOUB, H.M.A., et al., “Tissue-engineered bone using mesenchymal stem cells versus conventional bone grafts in the regeneration of maxillary alveolar bone: A systematic review and meta-analysis”, International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v.35, n.1, pp. 79-90, 2020.] e a limitada evidência não suportam benefícios clínicos adicionais. Porém, não há até o momento, nenhuma revisão focando, especificamente, no BMAC. Diante disso, o objetivo desta revisão de literatura foi investigar as atuais evidências cientificas e aplicações clínicas do uso do BMAC em abordagens de regeneração óssea para LSM.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

A pergunta focal utilizada nesta revisão narrativa foi: "Qual a evidência científica clínica sobre o uso do BMAC associado à enxertia autógena, xenógena e aloplástica no levantamento de seio maxilar?". Para a busca de artigos foram utilizadas as bases de dados Scielo e Bireme, sendo as estratégias de busca adotadas as seguintes:

  • Scielo: cruzamento das palavras-chaves "aspirado concentrado de medula óssea" AND "levantamento de seio maxilar”.

  • Bireme: cruzamento com os descritores "aspirado concentrado de medula óssea" AND "levantamento de seio maxilar".

  • PubMed: cruzamento dos mesh terms de acordo com a estratégia de busca PICO que está detalhada no quadro.

Quadro 1
Uso da Base de dados PubMed com as palavras chaves e "mesh terms" utilizados para a busca dos artigos pela escala PICO.

Foram incluídos, para as três bases de dados selecionadas, artigos que envolvem: estudos clínicos randomizados, série ou relatos de casos clínicos. Enquanto que artigos com revisões de literatura, revisões sistemáticas, estudos em animais, estudo in vitro, estudos que não abordassem a temática selecionada ou em outro idioma que não fosse inglês, português ou espanhol, foram tomados como critérios de exclusão.

Por se tratar de uma revisão analítica da literatura, não foram adotadas escala para análise das qualidades dos artigos, bem como avaliação dos riscos de viés. A inserção de artigos envolvendo séries ou relatos de casos faz-se necessário para englobar o maior número de estudos correspondentes ao tema. Como metodologia para análise estatística dos artigos, foi realizada uma abordagem qualitativa dos estudos.

3. RESULTADOS

Após análise da base da busca realizada (Figura 1), chegou-se ao total de 16 artigos. Desse total de 16 artigos, 10 são estudos clínicos randomizados [1818 PASQUALI, P.J., TEIXEIRA, P.J., OLIVEIRA, T.A., et al., “Maxillary Sinus Augmentation Combining Bio-Oss with the Bone Marrow Aspirate Concentrate: A Histomorphometric Study in Humans”, International Journal of Biomaterials, pp. 121286, 2015., 2323 DE OLIVEIRA, T.A., ALOISE, A.C., OROSZ, J.E., et al., “Double Centrifugation Versus Single Centrifugation of Bone Marrow Aspirate Concentrate in Sinus Floor Elevation: A Pilot Study”, International Journal of Oral Maxillofacial Implants, v.31, n.1, pp. 216-222, 2016.

24 RICKERT, D., VISSINK, A., SLOT, W.J., et al., “Maxillary sinus floor elevation surgery with BioOss® mixed with a bone marrow concentrate or autogenous bone: test of principle on implant survival and clinical performance”, International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v.43, n.2, pp. 243-247, 2014.

25 KUHL, S., PAYER, M., KIRMEIER, R., et al., “The influence of bone marrow aspirates and concentrates on the early volume stability of maxillary sinus grafts with deproteinized bovine bone mineral - first results of a RCT”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.2, pp. 221-225, Feb. 2014.

26 SUNUNLIGANON, L. “Stem cell approach for maxillary sinus grafting in atrophic maxilla”, Tese de D., University of Hong Kong, Pokfulam, Hong Kong, 2013.

27 RICKERT, D., SAUERBIER, D., NAGURSKY, H., et al., “Maxillary sinus floor elevation with bovine bone mineral combined with either autogenous bone or autogenous stem cells: a prospective randomized clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 22, n.3, pp. 251-258, 2011..

28 SAUERBIER, S., RICKERT, D., GUTWALD, R., et al., “Bone marrow concentrate and bovine bone mineral for sinus floor augmentation: a controlled, randomized, single-blinded clinical and histological trial--per-protocol analysis”, Tissue Engineering, Part A, v. 17, n.17-18, pp. 2187-2197, 2011

29 SAUERBIER, S., STRICKER, A., KUSCHIERZ, J., et al., “In vivo comparison of hard tissue regeneration with human mesenchymal stem cells processed with either the FICOLL method or the BMAC method”, Tissue Engineering, Part C, Methods, v. 16, n.2, pp. 215-223, 2010.

30 KAIGLER, D., AVILA-ORTIZ, G., TRAVAN, S., et al., “Bone Engineering of Maxillary Sinus Bone Deficiencies Using Enriched CD90+ Stem Cell Therapy: A Randomized Clinical Trial”, Journal of Bone and Mineral Metabolism, v. 30, n.7, pp. 1206-1216, 2015.

31 YAMADA, Y., NAKAMURA, S., UEDA, M., et al., “Osteotome technique with injectable tissue-engineered bone and simultaneous implant placement by cell therapy”, Clinical Oral Implants Research, v. 24, n.4, pp. 468-474, 2013.

32 PAYER, M., LOHBERGER, B., STRUNK, D., et al., “Effects of directly autotransplanted tibial bone marrow aspirates on bone regeneration and osseointegration”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.4, pp. 468-474, 2014.

33 WILDBURGUER, A., PAYER, M., JAKSE, N., et al., “Impact of autogenous concentrated bone marrow aspirate on bone regeneration after sinus floor augmentation with a bovine bone substitute--a split-mouth pilot study”, Clinical Oral Implants Research, v. 25, n.10, pp. 1175-1181, 2014.

34 KATAGIRI, W., WATANABE, J., TOYAMA, N., et al., “Clinical Study of Bone Regeneration by Conditioned Medium From Mesenchymal Stem Cells After Maxillary Sinus Floor Elevation”, Implant Dentistry, v.26, n.4, pp. 607-612, 2017.

35 SMILER, D., SOLTAN, M., LEE, J.W. “A histomorphogenic analysis of bone grafts augmented with adult stem cells”, Implant Dentistry, v.16, n.1, pp. 42-53, Mar. 2007.

36 PELEGRINE, A.A., OLIVEIRA, R.M., OLIVEIRA, T.A., et al., “Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar”, Dental Press Implantology, v. 8, n.1, pp. 40-51, Jan-Mar. 2014.
-3737 SCHMELZEISEN, R., GUTWALD, R., OSHIMA, T., et al., “Making bone II: maxillary sinus augmentation with mononuclear cells- case report with a new clinical method”, British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 49, pp. 480-482, 2011.].

Figura 1
Fluxograma do processo de seleção dos artigos

Na tabela 1, estão presentes, de forma resumida, os 16 artigos clínicos que abordam o uso do BMAC em cirurgias de levantamento de seio maxilar. Já na tabela 2, estão apresentadas as formas de utilização dos produtos utilizados nas cirurgias de seio maxilar.

Tabela 1
Dados resumidos dos 16 artigos selecionados
Tabela 2
Apresentação dos protocolos e materiais utilizados nos artigos selecionados.

Para o processamento e a caracterização das células presentes no aspirado (BMA), são utilizados dois métodos que podem ser classificados como sistema aberto ou fechado. O método sintético polissacarídeo (FICOLL®), muito utilizado em hospitais, é considerado um sistema aberto [3838 FERNANDEZ-AVILES, F., SAN-ROMAN, J.A., GARCIA-FRADE, J., et al., “Experimental and clinical regenerative capability of human bone marrow cells after myocardial infarction”, Circulation Research, pp. 742, 2004.], em que se coleta o aspirado e em laboratório é feito a separação e reprodução celular desse material [3636 PELEGRINE, A.A., OLIVEIRA, R.M., OLIVEIRA, T.A., et al., “Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar”, Dental Press Implantology, v. 8, n.1, pp. 40-51, Jan-Mar. 2014.]. Já o sistema fechado (BMAC®, Harvest Technologies, Plymouth MA, USA), possui indicação para o uso clínico em operações cirúrgicas, em que o material é aspirado e em seguida centrifugado [2929 SAUERBIER, S., STRICKER, A., KUSCHIERZ, J., et al., “In vivo comparison of hard tissue regeneration with human mesenchymal stem cells processed with either the FICOLL method or the BMAC method”, Tissue Engineering, Part C, Methods, v. 16, n.2, pp. 215-223, 2010.]. Estima-se mais de quatorze protocolos para os métodos de processamento e centrifugação do BMAC, demonstrando uma variedade de produtos com composições e características diversas (referentes ás MSCs presentes) [3939 MURRAY, I.R., ROBINSON, P.G., WEST, C.C., et al., “Reporting Standards in Clinical Studies Evaluating Bone Marrow Aspirate Concentrate: A Systematic Review”, Arthroscopy, v. 34, pp.1366, 2018.]. Vale ressaltar que, para ambos os métodos, são necessários à presença de, ao menos, um local (pode ser ambulatório ou em centro cirúrgico) devidamente equipado e a presença de uma equipe médica habilitada (como um hematologista ou ortopedista), que serão os responsáveis pela coleta do material, que pode ser realizada sob sedação oral ou intravenosa [3535 SMILER, D., SOLTAN, M., LEE, J.W. “A histomorphogenic analysis of bone grafts augmented with adult stem cells”, Implant Dentistry, v.16, n.1, pp. 42-53, Mar. 2007.] e com anestesia local com 2% de xilocaína sem vasoconstritor [1818 PASQUALI, P.J., TEIXEIRA, P.J., OLIVEIRA, T.A., et al., “Maxillary Sinus Augmentation Combining Bio-Oss with the Bone Marrow Aspirate Concentrate: A Histomorphometric Study in Humans”, International Journal of Biomaterials, pp. 121286, 2015., 3232 PAYER, M., LOHBERGER, B., STRUNK, D., et al., “Effects of directly autotransplanted tibial bone marrow aspirates on bone regeneration and osseointegration”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.4, pp. 468-474, 2014., 3333 WILDBURGUER, A., PAYER, M., JAKSE, N., et al., “Impact of autogenous concentrated bone marrow aspirate on bone regeneration after sinus floor augmentation with a bovine bone substitute--a split-mouth pilot study”, Clinical Oral Implants Research, v. 25, n.10, pp. 1175-1181, 2014.] ou até mesmo anestesia geral [2727 RICKERT, D., SAUERBIER, D., NAGURSKY, H., et al., “Maxillary sinus floor elevation with bovine bone mineral combined with either autogenous bone or autogenous stem cells: a prospective randomized clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 22, n.3, pp. 251-258, 2011..]. A área da coleta normalmente inclui a crista do osso ilíaco (nas região anterior, posterior superior/inferior), osso pélvico, tíbia, côndilo medial da tíbia e esterno [2525 KUHL, S., PAYER, M., KIRMEIER, R., et al., “The influence of bone marrow aspirates and concentrates on the early volume stability of maxillary sinus grafts with deproteinized bovine bone mineral - first results of a RCT”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.2, pp. 221-225, Feb. 2014., 2727 RICKERT, D., SAUERBIER, D., NAGURSKY, H., et al., “Maxillary sinus floor elevation with bovine bone mineral combined with either autogenous bone or autogenous stem cells: a prospective randomized clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 22, n.3, pp. 251-258, 2011.., 3535 SMILER, D., SOLTAN, M., LEE, J.W. “A histomorphogenic analysis of bone grafts augmented with adult stem cells”, Implant Dentistry, v.16, n.1, pp. 42-53, Mar. 2007., 3737 SCHMELZEISEN, R., GUTWALD, R., OSHIMA, T., et al., “Making bone II: maxillary sinus augmentation with mononuclear cells- case report with a new clinical method”, British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 49, pp. 480-482, 2011.].

Na tabela 3 estão descritos os protocolos de centrifugação do BMAC nos artigos utilizados nessa revisão. Já para a tabela 4 estão apresentados os enxertos assim como, os biomateriais utilizados nas cirurgias de levantamento de seio maxilar (Figura 2) pelos estudos.

Tabela 3
Apresentação dos protocolos de centrifugação de BMAC.
Tabela 4
Apresentação dos enxertos (como os biomateriais) utilizados nas cirurgias de levantamento de seio maxilar
Figura 2
Cirurgia de Levantamento de seio maxilar

4. DISCUSSÃO

A literatura demonstra estudos que investigam e defendem o papel importante da associação do enxerto ósseo com as MSCs para casos de reconstrução óssea em cirurgias na Implantodontia [3939 MURRAY, I.R., ROBINSON, P.G., WEST, C.C., et al., “Reporting Standards in Clinical Studies Evaluating Bone Marrow Aspirate Concentrate: A Systematic Review”, Arthroscopy, v. 34, pp.1366, 2018., 4040 ALOISE, A.C., PELEGRINE, A.A., ZIMMERMANN, A., et al., “Repair of critical-size bone defects using bone marrow stem cells or autogenous bone with or without collagen membrane: a histomorphometric study in rabbit calvaria”, International Journal of Oral Maxillofacial Implants, v. 30, n.1, pp. 208-215, 2015.]. A busca pelo avanço em melhores propriedades de enxertos xenogênicos ou aloplásticos é crescente, principalmente em busca de substituir o autógeno devido às desvantagens da técnica, por exemplo, a morbidade pós-cirúrgica [1313 IMAM, M.A., HOLTON, J., ERNSTBRUNNER, L., et al., “A systematic review of the clinical applications and complications of bone marrow aspirate concentrate in management of bone defects and nonunions”, International Orthopaedics, v.41, pp. 2213, 2017., 1717 FROUM, S.J., WALLACCE, S., CHO, S.C., et al., “A histomorphometric comparison of Bio-Oss alone versus Bio-Oss and platelet-derived growth factor for sinus augmentation: a postsurgical assessment”, The International Journal of Periodontics and Restorative Dentistry, 2013; 33(3): 269-279.]. Para isto, o BMAC demonstra ser uma das indicações para associação com esses enxertos de origem animal ou sintético, devido demonstrar capacidade em propriedades osteogênica [2222 SMILER, D., SOLTAN, M. “Bone Marrow Aspiration: Technique, Grafts, and Reports”, Implant Dentistry, v. 15, pp. 229-335, 2006.].

Estudos clínicos demonstraram adequada formação óssea [1818 PASQUALI, P.J., TEIXEIRA, P.J., OLIVEIRA, T.A., et al., “Maxillary Sinus Augmentation Combining Bio-Oss with the Bone Marrow Aspirate Concentrate: A Histomorphometric Study in Humans”, International Journal of Biomaterials, pp. 121286, 2015., 2727 RICKERT, D., SAUERBIER, D., NAGURSKY, H., et al., “Maxillary sinus floor elevation with bovine bone mineral combined with either autogenous bone or autogenous stem cells: a prospective randomized clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 22, n.3, pp. 251-258, 2011.., 3232 PAYER, M., LOHBERGER, B., STRUNK, D., et al., “Effects of directly autotransplanted tibial bone marrow aspirates on bone regeneration and osseointegration”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.4, pp. 468-474, 2014., 3636 PELEGRINE, A.A., OLIVEIRA, R.M., OLIVEIRA, T.A., et al., “Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar”, Dental Press Implantology, v. 8, n.1, pp. 40-51, Jan-Mar. 2014., 3737 SCHMELZEISEN, R., GUTWALD, R., OSHIMA, T., et al., “Making bone II: maxillary sinus augmentation with mononuclear cells- case report with a new clinical method”, British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v. 49, pp. 480-482, 2011.] e até maior formação óssea quando comparado com o enxerto autógeno particulado [2424 RICKERT, D., VISSINK, A., SLOT, W.J., et al., “Maxillary sinus floor elevation surgery with BioOss® mixed with a bone marrow concentrate or autogenous bone: test of principle on implant survival and clinical performance”, International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v.43, n.2, pp. 243-247, 2014., 2727 RICKERT, D., SAUERBIER, D., NAGURSKY, H., et al., “Maxillary sinus floor elevation with bovine bone mineral combined with either autogenous bone or autogenous stem cells: a prospective randomized clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 22, n.3, pp. 251-258, 2011.., 2828 SAUERBIER, S., RICKERT, D., GUTWALD, R., et al., “Bone marrow concentrate and bovine bone mineral for sinus floor augmentation: a controlled, randomized, single-blinded clinical and histological trial--per-protocol analysis”, Tissue Engineering, Part A, v. 17, n.17-18, pp. 2187-2197, 2011]. Porém, vale reforçar que a proposta da técnica do BMAC é ser uma alternativa ao uso do autógeno e não uma associação, sendo que a união de duas fontes autógenas pode evidenciar em maiores benefícios clínicos, porém levar maior morbidade ao paciente.

Ao associar o BMAC com o EX ou especificamente o OBM (BioOss®), demonstra resultados favoráveis e até maior formação óssea quando comparado com o OBM [1818 PASQUALI, P.J., TEIXEIRA, P.J., OLIVEIRA, T.A., et al., “Maxillary Sinus Augmentation Combining Bio-Oss with the Bone Marrow Aspirate Concentrate: A Histomorphometric Study in Humans”, International Journal of Biomaterials, pp. 121286, 2015., 2727 RICKERT, D., SAUERBIER, D., NAGURSKY, H., et al., “Maxillary sinus floor elevation with bovine bone mineral combined with either autogenous bone or autogenous stem cells: a prospective randomized clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 22, n.3, pp. 251-258, 2011..], ou quando comparado com o OAP + OBM [2727 RICKERT, D., SAUERBIER, D., NAGURSKY, H., et al., “Maxillary sinus floor elevation with bovine bone mineral combined with either autogenous bone or autogenous stem cells: a prospective randomized clinical trial”, Clinical Oral Implants Research, v. 22, n.3, pp. 251-258, 2011.., 2828 SAUERBIER, S., RICKERT, D., GUTWALD, R., et al., “Bone marrow concentrate and bovine bone mineral for sinus floor augmentation: a controlled, randomized, single-blinded clinical and histological trial--per-protocol analysis”, Tissue Engineering, Part A, v. 17, n.17-18, pp. 2187-2197, 2011]. Quando o OBM foi associado com BMA demonstrou melhores resultados quando comparado o OBM em área enxertada sozinha [3232 PAYER, M., LOHBERGER, B., STRUNK, D., et al., “Effects of directly autotransplanted tibial bone marrow aspirates on bone regeneration and osseointegration”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.4, pp. 468-474, 2014.]). Os resultados demonstraram uma grande quantidade de tecido mineralizado vital [3636 PELEGRINE, A.A., OLIVEIRA, R.M., OLIVEIRA, T.A., et al., “Fração mononuclear da medula óssea para reconstrução óssea em levantamento de seio maxilar”, Dental Press Implantology, v. 8, n.1, pp. 40-51, Jan-Mar. 2014.] sugerindo que essa associação tenha potencial de repercutir em adequada reparação do osso, culminado em um menor tempo de cicatrização óssea

Entretanto, quando realizado biópsias após 3 meses de cicatrização óssea, o grupo BMAC + OBM demonstrou resultado inferior ao grupo OBM sozinho, mas aos 6 meses os valores aumentaram e se assemelharam, sem grande impacto em relação ao novo osso neoformado utilizado com o uso do BMAC [3333 WILDBURGUER, A., PAYER, M., JAKSE, N., et al., “Impact of autogenous concentrated bone marrow aspirate on bone regeneration after sinus floor augmentation with a bovine bone substitute--a split-mouth pilot study”, Clinical Oral Implants Research, v. 25, n.10, pp. 1175-1181, 2014.]. Por outro lado, em outro estudo [3232 PAYER, M., LOHBERGER, B., STRUNK, D., et al., “Effects of directly autotransplanted tibial bone marrow aspirates on bone regeneration and osseointegration”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.4, pp. 468-474, 2014.] não identificou essas diferenças histológicas, tanto aos 3 quanto aos 6 meses.

Resultados satisfatórios também foram encontrados ao se associar o BMAC com enxertos aloplásticos (beta-tricálcio fosfato), notando-se formação de 100% de osso vital após 4-7 meses [3535 SMILER, D., SOLTAN, M., LEE, J.W. “A histomorphogenic analysis of bone grafts augmented with adult stem cells”, Implant Dentistry, v.16, n.1, pp. 42-53, Mar. 2007.]. Outro aspecto relevante é em relação aos implantes osseointegravéis que serão instalados nas áreas enxertadas do seio maxilar.

Os resultados no estudo de RICKERT et al. [2424 RICKERT, D., VISSINK, A., SLOT, W.J., et al., “Maxillary sinus floor elevation surgery with BioOss® mixed with a bone marrow concentrate or autogenous bone: test of principle on implant survival and clinical performance”, International Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, v.43, n.2, pp. 243-247, 2014.] demonstraram que apenas três implantes foram perdidos em acompanhamento de 3 meses do grupo BMAC+ OBM totalizando a taxa de sobrevivência para 91%, no grupo OAP + OBM nenhum implante foi perdido com 100% de taxa de sobrevivência, porém nenhum implante foi perdido após a confecção da prótese definitiva, concluindo que o uso do BMAC como alternativa ao osso autógeno não é recomendado uma instalação de implante precoce dentro de um período de 3 a 4 meses de cicatrização pós-enxertia. Outro estudo que avaliou a instalação dos implantes após enxertia com BMAC associado com OBM, evidenciou que os implantes demonstraram taxa de sucesso obtida [3232 PAYER, M., LOHBERGER, B., STRUNK, D., et al., “Effects of directly autotransplanted tibial bone marrow aspirates on bone regeneration and osseointegration”, Clinical Oral Implants Research, v.25, n.4, pp. 468-474, 2014.].

Diante desta revisão de literatura, podemos determinar que a utilização do BMAC associado em áreas de levantamento de seio maxilar, demonstra ser um método viável e confiável. Porém ainda faltam mais estudos clínicos randomizados para que se padronizem alguns aspectos da técnica, isto é, estudos que avaliem as aplicações do aspirado de medula óssea, em qual área anatômica óssea do paciente realizar a coleta do BMA, qual protocolo padrão de centrifugação para separação das células mononucleadas, assim como estudos in vitro para melhor análise de caracterização e diferenciação das células presentes no aspirado e averiguar sua real potencialidade na regeneração óssea.

Como se observa pela tabela 4, os biomateriais após a associação com o BMAC adquirem as propriedades semelhantes à enxertia com o osso autógeno. Diante disso, tal característica é de grande vantagem ao considerar as limitações em relação aos enxertos autógenos, como por exemplo, a disponibilidade de obtenção de outra área doadora e a morbidade pós-operatória do paciente, sendo assim a aplicabilidade do BMAC associado aos biomateriais pode promover grandes benefícios nas áreas de Medicina (Ortopedia) e Odontologia (Cirurgia Bucomaxillofacial e Implantodontia), sendo uma ferramenta importante na reconstrução de grandes áreas ou quando da limitação/ausência de material autógeno. E dessa forma, em especial, no cenário da Reabilitação oral os pacientes poderão ser beneficiados com essa associação permitindo as reconstruções ósseas intra-oral para posterior reabilitação com implantes dentários e próteses implantosuportadas. Isso irá impactar na obtenção dos aspectos estéticos, funcionais (mastigação e fala) e psicológicos auxiliando na promoção da qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, a literatura apresenta o BMAC como uma técnica vantajosa com mínimo risco de complicações, morbidade pós-operatória e indolor [2020 HERNIGOU, P., DESTOCHES, A., QUEINNEC, S., et al., “Morbidity of graft harvesting versus bone marrow aspiration in cell regenerative therapy”, International Orthopaedics, v.38, pp.1855, 2014.]. Entretanto, deve se ponderar a sua aceitação pelo paciente, bem como também os custos financeiros adicionais se são compatíveis com os benefícios clínicos adicionais, como para as cirurgias de LSM. Vale salientar que o custo e benefício da centrifuga para a obtenção do aspirado de medula óssea bem como os honorários da equipe, devem ser considerados como requisitos para sua aplicabilidade clínica, o que pode ser uma limitação na rotina clínica.

Como perspectivas futuras, vale destacar que a área de biomateriais tem passado por constantes mudanças e aprimoramentos, favorecendo a evolução nas cirurgias regenerativas nas áreas médicas e odontológicas. O estudo com novos biomateriais, como derivados das escamas de pirarucu [4242 AMORIM, M.O., MEAZZA, K., OLIVEIRA, A.A., et al., “Síntese e caracterização de hidroxiapatita natural extraída de escamas de pirarucu (Arapaima gigas)”, revista Matéria, v.25, n.1, 2020.] ou com diferente processo de confecção [4343 SILVA, S.A., NOGUEIRA, R.E.F.Q., TEIXEIRA, J.M.C. et al., “Citotoxicidade in vitro de nanopartículas de fosfato tricálcico-β sintetizado via reação em estado sólido”, revista Matéria, v.23, n.4, 2017.] podem as cirurgias de regeneração óssea. Além do mais, as modificações podem estar presentes não somente no biomaterial como até mesmo nas membranas [4444 SOUSA, W.J.B., BARBOSA, R. C., FOOK, M.V. L., et al., “Membranas de polihidroxibutirato com hidroxiapatita para utilização como biomaterial.”, revista Matéria, v.22, n.4, 2017., 4545 VAZ, P.P.S., HUEBNER, R., COSTA, H.S.C., “Matriz bidimensional de celulose obtida de folha vegetal visando reparo ósseo: caracterização morfológica e química”, revista Matéria, v.25, n.4, 2020.] que poderiam ser empregadas, por exemplo, nas cirurgias de levantamento de seio maxilar, podendo contribuir na confecção de novos protocolos clínicos.

5. CONCLUSÃO

Portanto, frente às evidências encontradas na literatura, é possível concluir que existem evidências que apresentam os benefícios da associação do BMAC associado a enxertos autógenos, xenógenos e aloplásticos em cirurgias de levantamento de seio maxilar. Os estudos apontam o potencial benéfico na aceleração do processo de neoformação óssea, porém mais estudos são necessários para se avaliar os protocolos, como também ampliar a sua aplicabilidade em outras cirurgias regenerativas.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS/MEC – Brasil.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Maio 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    25 Out 2020
  • Aceito
    19 Set 2021
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