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Rumos da Pesquisa Odontológica

EDITORIAL

Rumos da Pesquisa Odontológica

Desde o início da década de 70, já se disseminavam os conceitos da Terceira Onda (Toffler), a propagada "era da informação", em virtude dos avanços das telecomunicações e da mídia televisiva, demonstrando que começávamos a viver na aldeia global (Mac Luhan) e anunciando o conceito de globalização. Apesar desses aspectos, as línguas de origem latina não puderam alcançar sua internacionalização, como aconteceu com o francês e, hoje, com o inglês.

Ao avaliarmos a literatura ibero-americana no contexto da produção mundial, podemos verificar que a nossa participação é minoritária, principalmente tendo em vista seu alcance, limitado pela questão da língua.

Um levantamento da produção e citação das publicações científicas que primam pela qualidade centra-se na língua inglesa. No Brasil, mudanças têm ocorrido, principalmente relacionadas ao advento e desenvolvimento da pós-graduação, aumentando, especialmente, o número das revistas técnicas e científicas. Podemos dizer que vem consolidando-se uma elite de profissionais de alto nível na educação e pesquisa, embora uma minoria venha primando pela produção internacional. Tudo isso demonstra que existem problemas a serem enfrentados tendo em vista a necessidade de publicar e divulgar a nossa produção científica.

Nossa visão em relação a esses problemas indica que as produções científicas necessitam ter um perfil adequado, apresentando autonomia técnico-científica, baseada numa administração de política editorial séria e, principalmente, o conhecido "peer review" ou mesmo qualquer outra forma de avaliação e assessoria.

Nossa realidade nos obriga a repensar o problema da produção e a valorização dos trabalhos, sendo necessário, para nosso reconhecimento, atingir padrões internacionais, levando em conta critérios extrínsecos e intrínsecos, como reputação do periódico, representatividade e excelência, regularidade e indexação internacional, integração entre autor e leitor, procurando sempre manter a continuidade da qualidade da revista, da sua apresentação, do seu conteúdo e do seu prestígio.

É preciso lembrar que o processo de endogenia, muito comum ainda, não é saudável para a ciência e precisa ser eliminado. Este oferece uma visão unilateral aos seus avaliados (autores) que pertencem à mesma instituição.

Nossas publicações necessitam ter um perfil adequado, buscando-se uma autonomia técnico-científica e uma administração político-editorial baseada na avaliação por assessores. A contribuição do conteúdo deve ser de alto nível para não só procurar a internacionalidade, mas também a nacionalidade.

Devemos repensar e refletir sobre o destino das numerosas publicações odontológicas nacionais que não só precisam atender os autores, mas devem crescer. Estabelecendo-se critérios a serem obedecidos e realizando-se treinamento de revisores em análise e crítica para melhorar a qualidade científica nas áreas de pesquisa já consolidadas, tenta-se atingir a internacionalização, contribuindo efetivamente para a ciência brasileira e, por que não também, para a mundial.

As revistas são canais de disseminação da nossa produção, sendo vitais para o fortalecimento da nossa comunidade científica por meio de um processo que, com certeza, legitima o conhecimento.

Esther Goldenberg Birman

Editora Científica

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    12 Fev 2003
  • Data do Fascículo
    Dez 2002
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