Acessibilidade / Reportar erro

Cantando junto, por saúde e cidadania no Acre: o Canto Coral do IFAC em Sena Madureira

Singing together for health citizenship in Acre (Amazon): IFAC Choir in Sena Madureira

Resumo:

Este artigo discute as ações do Canto Coral IFAC Sena, um projeto de Extensão do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Acre, idealizado e desenvolvido na cidade de Sena Madureira, Acre, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012. Impactos sociais do trabalho reforçam e validam a ideia de construção da saúde e da cidadania por meio da prática de canto em conjunto.

Palavras-chave:
Canto coral e saúde; Projeto de extensão e saúde; IFAC e música na Amazônia

Abstract:

This article discusses the actions of "IFAC Choir", an extension project conduced at Federal Institute of Education, Science and Technology of Acre, State of Amazon, Brazil. This project was conceived and developed in the city of Sena Madureira, between December 2011 and December 2012. Social impacts of this experience reinforce and validate the idea of ​​building health and citizenship through the practice of singing together.

Keywords:
Choir singing and health; Extension project and health; IFAC and music in the Amazon

1 - Introdução

O presente artigo busca compartilhar as experiências, impressões, procedimentos metodológicos e analises do projeto de Extensão Institucional o Canto Coral IFAC Sena, desenvolvido pelo Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Acre no campus Sena Madureira. A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, que definiu a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF), em seu artigo 2º os define como "instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas" e lhes atribui a missão de ofertar cursos técnicos, tecnológicos, bacharelados, licenciaturas, mestrados e doutorados, e promover ações ligadas à extensão tecnológica e à pesquisa aplicada, para contribuir com o crescimento e desenvolvimento da sociedade, Para tal, além de competências profissionais relacionadas às demandas do setor produtivo, os IFs trabalham curricularmente conteúdos de artes e de humanidades, e promove projetos de extensão que concorram para a construção e valores relativos à emancipação humana e à preparação para o exercício da cidadania em seus egressos.

O Estado do Acre se estende por 164.122,280 Km2 e é um dos mais carentes do Brasil, do ponto de vista econômico. Segundo os dados do censo 2010, encontra-se na 24ª posição do "ranking" de estados brasileiros quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) e na 18ª posição quanto ao PIB per capita (IBGE, 2010). Conta com uma população de 732.793 habitantes, dos quais mais de 50% são domiciliados na capital, Rio Branco. Sua produção está vinculada a serviços (mais de 65% do seu PIB), a pecuária (cerca de 15% do PIB) e a pequenas propriedades destinadas à agricultura familiar (cerca de 17% do PIB).

Os projetos direcionados à Cultura, ocupam um espaço circunscrito dentro das ações do Governo do Estado, mas no campo das políticas federais, o Acre foi identificado pelo Ministério da Cultura como um "lócus no qual as políticas públicas podem se integrar" (PACHECO et al., 200916 PACHECO, E. PEREIRA, L.A.C.; DOMINGOS SOBRINHO, M. (2009). Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: das escolas de aprendizes artífices aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. T&C Amazônia , ano VII, n.16, p.1-7.). Para desenvolver políticas públicas integradas, estão em curso trabalhos de zoneamento ecológico-econômico, zoneamento agro econômico e zoneamento econômico cultural, para fazer uma "fotografia do território a fim de identificar qual é o melhor arranjo institucional para que as políticas possam se integrar" (FRANZONI, 2015FRANZONI, J.A. (2015). Dos arranjos metropolitanos: as inovações legislativas, os desafios institucionais e de gestão, e a experiência da RMBH / Julia Ávila Franzoni. Curitiba : Terra de Direitos, 57p.). A implantação do IFAC com diversos campi no Acre se insere no contexto de fortalecimento do setor educacional voltado à formação para o trabalho, com a proposta ideológica de constituir uma formação gratuita e de qualidade aos menos favorecidos. Nesse contexto se incluem as questões direcionadas às Artes, do que deriva a presença de Música na grade disciplinar do IFAC, e o projeto Canto Coral como possibilidade de atividade de extensão.

Os Institutos Federais adotam um mesmo ideário para ser aplicado em todo o território nacional (PACHECO et al. 2010). Mas apesar disso existem diferenças colossais entre seus mais diversos campi. Há escolas técnicas centenárias como são os casos do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e outras iniciantes como no Rio Grande do Norte, Amapá, Roraima e Acre. Este novo modelo de ensino técnico é oriundo das escolas de aprendizes e artífices do início do século XX, conforme afirmam Elieser Pacheco e colaboradores (PACHECO et al. 200916 PACHECO, E. PEREIRA, L.A.C.; DOMINGOS SOBRINHO, M. (2009). Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: das escolas de aprendizes artífices aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. T&C Amazônia , ano VII, n.16, p.1-7.):

"As instituições que formam hoje a rede Federal de Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica são originárias, grande parte, das 19 escolas de aprendizes artífices instituídas por um decreto presidencial de 1909, assinado por Nilo Peçanha. Essas escolas no início eram subordinadas ao Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, passaram, em 1930, para a supervisão do recém-criado Ministério da Educação e Saúde Pública" PACHECO et al (2009, p.55)16 PACHECO, E. PEREIRA, L.A.C.; DOMINGOS SOBRINHO, M. (2009). Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: das escolas de aprendizes artífices aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. T&C Amazônia , ano VII, n.16, p.1-7..

Após quase um século, em 2008 houve grande renovação das ideias sobre os modelos de escolas técnicas no país. Depois de um período marcado pela tentativa de privatização, o ensino técnico ressurgiu devido à demanda crescente do país para a profissionalização técnica. O novo modelo aplicado nos IF visava fortalecer as condições estruturais pertinentes para o desenvolvimento educacional e socioeconômico do Brasil, criando oportunidades para o fortalecimento das ações das escolas técnicas federais já existentes e para a criação de novos IF. A rede federal se constituiu como um dos programas prioritários do governo federal e foi necessário estabelecer sua atuação em todos os níveis e modalidades de educação profissional, evitando distanciamento com a formação integral do trabalhador, e criando condições para que os saberes populares fossem reconhecidos junto ao científico, de modo a estreitar os laços com a comunidade atendida pelos IF. O compartilhamento de saberes é, portanto, um pressuposto do trabalho dos IF e esse é o contexto em que os projetos de extensão se inserem nessas instituições O IFAC foi uma das novas instituições criadas nesse processo de expansão. Sua concepção inicial data de 2007, com os estudos de implantação feitos pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas - CEFET/AM, portarias autorizativas e audiências públicas. Após este período de estudos, o IFAC foi criado pela Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Em 2009 foi nomeado um reitor pro tempore, realizados cinco concursos públicos, e autorizada a construção dos Campi de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Sena Madureira. O início acadêmico do IFAC aconteceu em julho de 2010 com a oferta de nove cursos com ênfase em Recursos Naturais e Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho contando com aproximadamente 350 alunos. Em 2010, foi nomeado novo reitor pro tempore, o quadro de docentes passou de 180 para 390 e o de técnicos de 77 para 211 profissionais. As obras que estavam sobre a tutela do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) passaram a ser diretamente supervisionadas pelo IFAC, e em agosto daquele ano a presidente Dilma Rousseff anunciou a criação de mais uma unidade do IFAC, o campus Tarauacá.

Em relação à estrutura dos modelos de educação profissional técnica e tecnológica é notório que os IF têm revolucionado o ensino no país, promovendo acesso aos menos favorecidos e fortalecendo a educação, principalmente em localidades mais remotas, como é o caso do Estado do Acre. Segundo o Relatório de Gestão do IFAC (IFAC, 2011), 58,7% dos alunos se encontravam na faixa de renda familiar per capita que vai até meio salário mínimo. Somando-se aqueles cujas famílias recebendo até um salário mínimo per capita, o percentual no total de alunos mais carentes ingressantes no IFAC era de 81,7%. No estatuto de fundação do IFAC, publicado no Diário Oficial da União em 1° de Setembro de 2009 (BRASIL, 2009), podemos encontrar menções a justiça social, equidade, cidadania e ética, bem como a Arte para a formação integral dos alunos.

É neste contexto que se insere o Canto Coral IFAC Sena, na cidade de Sena Madureira, como proposta com potencial para o compartilhamento de saberes, trabalho e promoção da cultura de paz tão relevante para a juventude na atualidade, o respeito a diversidade, o desenvolvimento do conceito de cidadania, e a socialização intra e extra escolar. Durante execução do projeto Canto Coral IFAC Sena, alguns benefícios para a comunidade foram observados, motivando assim a proposição deste artigo.

2 - O Canto coral, a música e a saúde

A música e seus benefícios à saúde são estudados desde os mais remotos tempos; Platão, Aristóteles entre outros filósofos dissertaram sobre a "arte das musas" (GROUT e PALISCA, 200111 GROUT, D.; PALISCA, C.. (2001). História da Música ocidental. 2ª Edição. - Lisboa: Gradativa.). Na sociedade grega a música era indissociável das celebrações religiosas e sua origem ligada a divindades com propriedades medicinais, conforme citado:

"A mitologia grega atribuía à música origem divina e designava como seus inventores e primeiros intérpretes deuses e semideuses, como Apolo, Anfião e Orfeu. Neste obscuro mundo pré-histórico a música tinha poderes mágicos: as pessoas pensavam que era capaz de curar doenças purificar o corpo e o espírito e operar milagres no reino da natureza". GROUT e PALISCA (2001, p.17)11 GROUT, D.; PALISCA, C.. (2001). História da Música ocidental. 2ª Edição. - Lisboa: Gradativa..

Esta relação da música com propriedades terapêuticas também aconteceu na Idade Média (especificamente nas composições entre os séculos IX ao XV) e aquelas cujos registros chegaram até a contemporaneidade através de manuscritos trazem informações interessantes a este respeito. Um bom exemplo disto foi o trabalho do monge beneditino Guido D`Arezzo, que sistematizou as interferências que os modos eclesiásticos medievais exerciam nos ouvintes (BENNETT, 1986BENNETT, R. (1986). Uma Breve história da música. Edição em português. - Cambridge: Editora Zahar.)coerente com seu papel fundamental na música ocidental do século IX ao XVI, as escalas naturais de sete sons começando em distintas alturas, características dos modos eclesiásticos medievais apresentavam quatro modos principais, o Dórico, escala diatônica de Ré a Ré, o Frígio, de Mi a Mi, o Lídio, de Fá a Fá, e o Mixolídio, de Sol a Sol).

Na contemporaneidade a questão da saúde foi amplamente debatida em organizações mundiais. Os preceitos desenvolvidos sequencialmente na conferência DE 1978 em Alma-Ata e na Carta de Ottawa de 1986 avançaram na definição deste conceito de saúde (BRASIL, 2002). A partir destes documentos ficou entendido que saúde é um estado de bem-estar físico, social e cultural e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade; saúde é um direito humano fundamental; e requer a ação integrada de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor da saúde.

Por esta abordagem a prática de canto em conjunto se estabeleceu como uma atividade que auxilia os envolvidos na busca da qualidade de vida, saúde e nas relações sociais. Também concorre para a promoção da redução da violência, da tolerância e da diversidade cultural (UNESCO, 2010). Na condição de um destes outros setores que também são responsáveis pela promoção da saúde, as atividades relacionadas às Artes têm auxiliado na construção de condições de bem estar da parcela da população que à elas tem acesso. O conceito de que Arte faz bem à Saúde está se expandindo, em propostas de Arte-terapia, teatro comunitário, circo para a saúde, entre outros (COSTA et al. 2011COSTA, C.R.B.S.F.; SANTOS, M.M.; FRANCO, K.S.; BRITO, A.O. (2011). Música e Transformação no Contexto da Medida Socioeducativa de Internação. Psicologia: Ciência e Profissão. v.31, n.4, p.840-855.). Isto pode ser observado em estudos diversos, como no trabalho de ALMEIDA e SILVA (2011), que utilizaram canto gregoriano para reduzir significativamente a ansiedade de mães com crianças hospitalizadas, ou no caso de projetos especificamente de musicoterapia que trabalham com as questões de recuperação social dos indivíduos. Este é o caso de COSTA e colaboradores que empregam a música para auxiliar no contexto das medidas socioeducativas de internos em unidades de recuperação (COSTA et al., 2011COSTA, C.R.B.S.F.; SANTOS, M.M.; FRANCO, K.S.; BRITO, A.O. (2011). Música e Transformação no Contexto da Medida Socioeducativa de Internação. Psicologia: Ciência e Profissão. v.31, n.4, p.840-855.). Tais exemplos nos permitem afirmar que as relações do envolvimento entre a Arte e a Saúde estão sendo foco de pesquisas que reforçam a ideia de melhora na qualidade de vida através de ações conjuntas.

3 - A Cidade de Sena Madureira e as oficinas do Canto Coral IFAC Sena.

A cidade de Sena Madureira é a terceira maior do Estado do Acre contando com uma população de 40. 311 habitantes (IBGE 201012 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE (2010). Censo 2010: Disponível em <Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br >: Acesso em: 13 ago. 2013.
www.censo2010.ibge.gov.br...
). Sua principal fonte de renda está associada à agro pecuária, mas o comércio também é significativo. Mesmo agregando pessoas que não possuíam renda ou que trabalhavam em outros setores, a prestação de serviços, o terceiro setor da economia, se mostrou preponderante como atividade dos interessados pelo projeto Canto Coral IFAC Sena. Por esse motivo procuramos conciliar os horários de ensaios e viabilizar a maior participação possível.

A implantação do IF no Acre simbolizou um avanço para o Estado, com seus três campi, e inseriu Musica e Artes como eixos humanísticos da formação dos alunos, e criando a oportunidade de se construir um Coral no município de Sena Madureira.

Após o atendimento de todos os requisitos institucionais para a regularização das ações, o projeto foi contemplado pela Pró- reitoria de Ensino do IFAC, instância de vínculo e estruturação da atividade como educação não formal e cooperação social, iniciamos a divulgação das oficinas. As atividades propostas foram muito bem aceitas pela instituição. Com exceção da impressão e cópias de partituras e od espaço para os ensaios, naquele primeiro momento não havia sido ainda necessário equipamentos nem material de consumo, e o docente idealizador do projeto de responsabilizou por outros itens utilizados. Em uma tarde de sol escaldante de verão amazônico, quando o calor seco sucede às chuvas do inverno, foram colados cartazes por toda a cidade divulgando o projeto. Também lançamos não da divulgação nas redes sociais, e nas rádios locais, (que resultaram em audiência significativa para o contexto local, pois muitos interessados não tinham acesso a computadores, . As 72 pessoas que apareceram no primeiro ensaio constituem indicador de sucesso dessa fase de divulgação e atração de interessados. Com distintas idades, experiências musicais e interesses, um grupo bastante heterogêneo se apresentou para participar do Coral.

Desde a concepção, o objetivo era atender a comunidade como um todo, não fazendo distinções e/ou seleções como acontece em muitos trabalhos desta natureza, e por isso buscamos incorporar a todos dentro das ações do projeto. Entretanto, tendo em vista que alguns trabalhavam no comércio, outros como autônomos, no período noturno, entre outras situações, oferecemos três opções de horário para a participação dos envolvidos, matutino, vespertino e noturno, buscando sanar necessidade dos participantes e desenvolver o trabalho independentemente das suas adversidades profissionais.

O projeto trabalhou a partir de oficinas de prática de música vocal em conjunto, teoria e percepção musical, bem como atividades de criação musical, estruturamos oficinas de musicalização e prática do repertório vocal, de modo a tornar os participantes aptos à leitura dos signos musicais e à técnica vocal elementar para a realização do repertório em conjunto. As oficinas aconteceram em dois encontros semanais de duas horas de duração cada um, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012 A partir das primeiras oficinas, as demais foram consideradas "ensaios".

Para construirmos o perfil do coralista envolvemos habilidades desenvolvidas pela Educação Musical, pela Pedagogia freireana, que trabalha a autonomia dos sujeitos e pelo exemplo das práxis de afeto catalisador Nise da Silveira (SILVEIRA, 198619 SILVEIRA, N.. (1986). Casa das Palmeiras: a emoção de lidar. Rio de Janeiro: Alhambra.). Para embasar nossa problemática e nossa prática, nos apoiamos no referencial teórico relativo à sistemática de ensaios que Oscar Zander expressou em seu livro "Regência Coral" (ZANDER, 1986), às habilidades necessárias para o regente de coral, propostas por AMATO (2007)AMATO, R. F.. (2007). "O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musica". Opus. Goiânia, v.13, n.1, p.75-96., a prática reflexiva segundo conceito de PERRENOUD (2002)17 PERRENOUD, P. (2002). A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica. Tradução de Claúdia Schilling - Porto Alegre: Editora Artmed., a abordagem de KINPARA (2006)14 KINPARA, M. M. (2006). Comunicação Educativa na Relação Professor-Aluno. - João Pessoa: EDUFAC,. sobre a comunicação entre professores e alunos e a pedagogia da autonomia de Paulo FREIRE (2007)10 FREIRE, P.. (2007). Pedagogia da Autonomia: saberes necessário à prática educativa. 35ª edição. - São Paulo: Editora Paz e Terra..

Os ensaios ocorreram das 8 às 10h, 14 às 16h e 19 às 21h, e foram trabalhados em quatro momentos: um primeiro com alongamento corporal e aquecimento vocal (15 minutos); um segundo onde foi enfatizada a prática de música vocal em conjunto (45 minutos); o terceiro com o desaquecimento vocal (15 minutos); e o quarto momento, em que foram abordados temas relacionados à percepção musical e a prática da escrita formal (aula de 45 minutos); As quatro partes foram ministradas em todos os encontros para que o desenvolvimento prático e teórico transcorresse de maneira gradual e regular.

Sobre a organização dos ensaios encontramos consonância, e por que não dizer, "apoio" em grandes mestres regentes: a construção dos ensaios vem a ser uma espécie de "ritual", tendo em vista que durante a preparação algumas questões são recorrentes. A respeito disto comenta Fausto Borém sobre o Maestro Carlos Alberto Figueiredo,

"Na condução do que chama de "ritual" do ensaio, o autor enfatiza a importância de se estabelecer uma "pulsação" de trabalho, no qual estão presentes a disciplina, a criatividade e a espontaneidade". Fala sobre estratégias que agilizam o processo de aprendizagem do repertório, como as marcações de respiração e sinais de agógica na partitura, a numeração de compassos, a transcrição e a tradução do texto literário, a qualidade das cópias e o cuidado de se evitar viradas de página desnecessárias. Lembra que o regente de coral deve ser como "um médico, que, ao examinar e dialogar com seu paciente, diagnostica o problema e apresenta soluções adequadas, naquele momento", mas alerta para o erro comum do "excesso de falatório do regente". BORÉM (2007, p.90)BORÉM, F.. (2007). Quatro olhares experientes sobre a música coral brasileira. Per Musi. Belo Horizonte, n.15, p.90-92..

Além dos ensaios realizamos apresentações públicas periódicas com o intuito de estimular os participantes para o desempenho em um nível experimental. Dentre as apresentações, as mais significativas, foram aquelas onde os participantes tiveram a oportunidade de contar com a presença de um número maior de ouvintes no município de Sena Madureira, como foi o caso da apresentação na Primeira Mostra de Artes do IFAC campus Sena Madureira, evento organizado pelo regente (autor) Douglas Marques Luiz e pelo professor de Artes Visuais Ueliton Santana. Esta atividade se dirigiu ao fazer artístico dos envolvidos nos projetos de Extensão da Instituição, e contou com a exposição dos alunos do curso de desenho artístico e do Coral da instituição, como mostrado na Figura 1.

Figura 1:
Imagem da apresentação na 1° mostra de Artes IFAC Sena - Sena Madureira, 09/06/2012

Após as primeiras apresentações experimentais na cidade de Sena Madureira surgiram convites da Instituição para apresentações nos demais campus e em solenidades com parceria do IFAC. Deste modo, o projeto passou a atender um de seus objetivos, servir a Instituição em eventos desta natureza. Entretanto, com a decorrer das atividades foi possível observar que esta função não era de fato o propósito do grupo pois, nas solenidades a participação artística em qualquer modalidade fica circunscrita a um período muito sucinto e em muitas situações é colocada como entretenimento inicial. No caso de um grupo vocal, a entoação de hinos (Nacional, do Estado ou do Município) é mais do que suficiente para iniciar as atividades.

Como objetivos do projeto buscávamos o "fazer conjunto", com alegria, oportunizar o acesso à leitura musical formal, "abrir as portas" da instituição para a comunidade, e contribuir para a melhora na qualidade de vida em geral. Quando nos referimos a "escrita formal" estaremos tratando sobre o ensino de leitura, escrita e interpretação de partituras, pois, para que os integrantes tenham maior celeridade e compreensão do "todo" das peças elencadas, e sua interpretação, consideramos que o entendimento desta modalidade de escrita se faz indispensável. Ademais, neste artigo utilizamos o termo docente/regente, tendo em vista que as duas funções ocorreram de forma simultânea. No modelo de Educação Básica Técnica e Tecnológica o professor ligado a área de música deve realizar dentro da instituição a disciplina de música voltada ao Ensino Médio integrado ao profissionalizante. Por isso assume a responsabilidade de toda a estruturação, execução e avaliação das atividades voltadas para esse fim, e adota-se a nomenclatura de docente/regente.

A partir da percepção de que o simples atendimento a convites para cantar em solenidades se desviava do objetivo principal, em um primeiro momento começamos a recusar propostas de apresentações onde não era possível demonstrar os procedimentos pedagógicos conquistados pelas ações do grupo. Esta foi uma decisão que causou certo desconforto na instituição, todavia, em função dos resultados que estavam sendo obtidos e da proposta se mostrar sólida, gradativamente a metodologia foi compreendida pela maioria. Neste momento foi necessário retomar alguns preceitos acerca da função do docente e também do regente. Segundo AMATO, a função do docente/regente que, é de mediar o interesse dos integrantes:

"O regente de um coral deve atuar com a perspectiva de realizar um trabalho de educação musical dos integrantes de seu grupo. Para a condução de um trabalho artístico que envolve um grupo diversificado como um coral faz-se necessária a capacidade de estabelecer critérios, motivar cada um de seus integrantes, liderá-los e levá-los a uma meta estabelecida. A partir desse processo, pode-se gerar e difundir conhecimentos musicais e vocais, estimulando a propriocepção e o aumento da qualidade de vida dentro de uma comunidade". AMATO (2007, p.91)AMATO, R. F.. (2007). "O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musica". Opus. Goiânia, v.13, n.1, p.75-96..

A partir da experiência em um grupo vocal, como experimentamos, ao fazer uso das nuances internas os participantes podem desenvolver uma percepção mais apurada de si mesmo em decorrência de um estímulo externo que pode ser vivenciado.

Para desenvolver a propriocepção e outras medidas perceptivas podemos relacionar os problemas enfrentados pelos professores, conforme a observação de PERRENOUD (2002)17 PERRENOUD, P. (2002). A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica. Tradução de Claúdia Schilling - Porto Alegre: Editora Artmed., com as habilidades descritas por AMATO (2007)AMATO, R. F.. (2007). "O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musica". Opus. Goiânia, v.13, n.1, p.75-96.. O regente do coral precisa dispor de habilidades para enfrentar os problemas que a atividade impõe, e a autora sistematizou tais habilidades. Ele precisa saber comunicar, para saber agir, liderar e motivar o grupo. Precisa ter visão estratégica, para saber assumir responsabilidades, aprender com os coralistas, aperfeiçoar-se, comprometer-se. E precisa saber estimular a criatividade do coral e mobilizar recursos materiais. Com essas habilidades, segundo PERRENOUD (2002)17 PERRENOUD, P. (2002). A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica. Tradução de Claúdia Schilling - Porto Alegre: Editora Artmed., o regente poderá enfrentar a problemática encontrada pelos professores iniciantes. Ele poderá lidar com "o estresse, a angústia, diversos medos e mesmo os momentos de pânico". A habilidade de liderança lhe ajudará a superar o estado de sobrecarga cognitiva devido ao grande número de problemas que tem de enfrentar, de modo a que possa medir melhor a distância entre o que imaginava e o que está vivenciando.

Desta forma através deste diálogo possível entre PERRENOUD e AMATO sobre o todo o complexo que envolve a prática do docente/regente podemos incluir outra consonância com a proposta na concepção da Dialogia do Riso (MATRACA, WIMMER E ARAÚJO-JORGE, 2010). Essa proposta busca, através da alegria, alcançar a saúde como um recurso para se viver não apenas como um objetivo buscado, e traz a dimensão da essencialidade da promoção da saúde.

Através desta perspectiva, consideramos que o projeto Canto Coral IFAC Sena trabalhou tendo sempre em foco o diálogo. O processo de construção das oficinas e apresentações só obteve êxito através da constante comunicação entre o docente/regente e os integrantes do grupo. Não houve uma imposição e/ou hierarquização para a realização das ações, e atribuímos a isso o sucesso da proposta, pois, o prazer de cantar junto fez com que o grupo se mantivesse durante todo o ano.

O que podemos exemplificar em relação ao projeto e o que ficou com relação aos participantes foi que cantar num coral é cantar junto. Dentro das ações de um grupo vocal todos têm a mesma importância sem relação de diferenciações por renda, cor, idade ou qualquer outro fator que nas atividades cotidianas possam vir a ser determinantes para estabelecer uma classificação e/ou o preconceito. Assim sendo, podemos afirmar que o coral em sua essência é um espaço democrático e acolhedor, de modo que a construção do grupo vocal em Sena Madureira - AC foi uma experiência de compartilhamento de saberes, promoção da saúde e da cultura de paz.

5 - O Repertório das oficinas ministradas no projeto Canto Coral IFAC Sena

Como repertório, foi elencado uma série de composições de música popular do Norte do Brasil e também de autoria coletiva (desenvolvidas na aplicação dos ensaios). A maioria dos integrantes já conhecia músicas da tradição popular, por contato através de jogos lúdicos na infância. Todavia, a abordagem no projeto se deu através de arranjos para duas, três e quatro vozes, que por sua vez foram construídos em conjunto com os integrantes. Entendemos como "arranjos" adaptações musicais que respeitaram as classificações vocais dos integrantes e as condições técnicas do grupo. Um bom exemplo desta adaptação foi o caso da música de tradição popular Peixe Vivo, onde emprestamos a melodia principal (que a grande maioria dos integrantes já conhecia) e criamos outras três vozes a partir da base harmônica com todos os integrantes. Desta forma, trabalhamos com a formação de Sopranos (na linha principal), Contraltos (realizando um contraponto e por hora a terça) Tenores e Baixos (fornecendo a base grave dos acordes). Conforme supracitado a construção foi realizada de maneira conjunta, e na imagem da Figura 2 exemplificamos a construção coletiva dos compassos 10 e 11 do arranjo.

Figura 2:
Arranjo coletivo da Canção Peixe Vivo feito durante um ensaio/aula do Projeto Canto Coral IFAC Sena () 01/02/2012

Como esta construção foi coletiva e eficaz, fizemos o mesmo com outras peças do repertório. Desta forma, podemos considerar que o processo foi dialógico, mesmo quando pensamos na construção do repertório, o que em muitos casos vem como algo fechado para os coralistas. As etapas foram construídas gradualmente e em conjunto e o docente/regente mediou o fazer criativo sem impor o que fazer sem a devida reflexão do coletivo de participantes.

6 - Desdobramentos e considerações finais

O projeto obteve uma série de desdobramentos que a priori não estavam entre os objetivos principais. Na base do projeto inicial o objetivo era atender as necessidades da prática de canto em conjunto, o ensino de música formal e suas linguagens. O primeiro desdobramento ocorreu com alunos que realizavam o curso de Licenciatura em Música a distância pela UNB. Esse interesse surgiu com o decorrer do processo de ensaios, aulas e apresentações e deu origem ao trabalho intitulado "Camerata de Violões do IFAC Sena". Num primeiro momento o grupo foi composto por três violonistas, dois oriundos do Coro Institucional, e o docente que mediava os trabalhos do pequeno grupo. A Figura 3 evidencia uma apresentação da Camerata na cidade de Sena Madureira Acre.

Figura 3:
Apresentação do Coral e da Camerata de Violões do Projeto Canto Coral IFAC Sena (01/09/2012)

Contudo, não consideramos somente os resultados ligados ao fazer musical em conjunto como único crédito da proposta, pois, a melhora na qualidade de vida e as oportunidades institucionais foram questões que se mostraram como resultados verdadeiros e interessantes. Dos 20 participantes que seguiram em média no trabalho do início ao fim da proposta, quatro se encontram fazendo o curso de Licenciatura em Música oferecido a distância pela UNB, três realizando cursos técnicos no IFAC e ainda mais três se encontram fazendo cursos superiores no IFAC, conforme mostra a Figura 4:

Figura 4
Oportunidades de inclusão social para qualificação profissional geradas a partir do Projeto Canto Coral IFAC Sena.

A partir do contato com as ações do Projeto Canto Coral IFAC Sena os integrantes puderam ter acesso a oportunidades institucionais que até então se mostravam distantes de sua realidade, e possíveis a partir de então. Apenas 50% dos integrantes já se encontravam em algum curso de formação e os outros 50% se engajaram nas oportunidades de cursos de ensino técnicos e de ensino superior, neste caso no IFAC ou na UnB a distância.

A parceria com os integrantes foi tão efetiva que se constituiu em um fator essencial para a sustentabilidade da proposta. A afetividade que foi construída coletivamente fez com que os integrantes se mantivessem participando da proposta mesmo sem receber recursos financeiros para isso. A prática e o trabalho de preparação de um grupo vocal, seja ele institucional ou não, depende de uma preparação técnico-musical do docente/regente, mas também de um entendimento sobre o gerenciamento dos envolvidos, respeitando os mais diversos grupos sociais.

Em conclusão, o trabalho evidenciou que o canto Coral pode gerar resultados múltiplos, na aprendizagem musical, no desenvolvimento vocal, na integração, na promoção da saúde e na inclusão social. Isso se constituiu por diferentes relações interpessoais e de ensino aprendizagem, exigindo do docente/regente uma série de habilidades e competências referentes não somente ao preparo técnico musical, mas também à gestão e condução de um conjunto de pessoas que buscam motivação, aprendizagem e convivência em um grupo social.

Finalmente, cabe ressaltar que o Canto Coral contribuiu para uma cultura de paz. Muitos documentos internacionais foram elaborados para propor de forma geral a cultura de paz nas ações e no pensamento humano, como por exemplo, nas cartas de promoção da saúde (BRASIL 2002) e nas iniciativas da UNESCO, entre outros. O que se conclui é que os esforços em busca de uma cultura de paz devem ser entendidos como uma das prioridades dos governos de Estado e que, a partir da nossa experiência, pode-se afirmar que o canto coral se firma como um bom exemplo de promotor da cultura de paz.

Com este relato confirmamos que a facilitação do compartilhamento de saberes está associada ao sucesso do projeto e à melhora na condição social dos envolvidos, pela sua maior inclusão no sistema educacional e, portanto, direta e indiretamente na sua saúde. Confirmamos que o papel do docente/regente não se restringe à regência ou ao ensino do grupo de maneira isoladas, mas envolve o desenvolvimento de habilidades de gestão e de liderança. Trabalhamos os referenciais teóricos da prática do canto coral de maneira complementar, de modo que as várias abordagens elencadas pudessem colaborar para um melhor entendimento das ações do projeto Canto Coral IFAC Sena. E reforçamos a validade deste tipo de projeto como atividade de extensão que merece ser apoiada, ampliada e replicada em outras escolas de Educação Básica e da Educação Profissional e Tecnológica.

  • 1
    ALMEIDA, A. P.; SILVA, M. J.P. (2012) "Gregorian chant: reducing anxiety of mothers with hospitalized children". São Paulo: Acta Paulista de Enfermagem n. 1, p.36-42.
  • 2
    AMATO, R. F.. (2007). "O canto coral como prática sócio-cultural e educativo-musica". Opus Goiânia, v.13, n.1, p.75-96.
  • 3
    BENNETT, R. (1986). Uma Breve história da música Edição em português. - Cambridge: Editora Zahar.
  • 4
    BORÉM, F.. (2007). Quatro olhares experientes sobre a música coral brasileira. Per Musi Belo Horizonte, n.15, p.90-92.
  • 5
    BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. PROJETO PROMOÇÃO DA SAÚDE. (2002). As Cartas da Promoção da Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. - Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em < Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf >. Acesso em 28 de setembro de 2015.
    » http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf
  • 6
    BRASIL. (2009). Estatuto de Fundação do IFAC DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1. Nº 171, terça-feira, 8 de setembro de 2009. ISSN 1677-7042. Disponível em <Disponível em www.ifac.edu.br >: Acesso em: 13 ago. 2013.
    » www.ifac.edu.br
  • 7
    BRASIL, SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. (2012). Relatório de Gestão 2012 Disponível em <Disponível em portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/rel_gestao2012 > Acesso em 08/10/2013.
    » portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/rel_gestao2012
  • 8
    COSTA, C.R.B.S.F.; SANTOS, M.M.; FRANCO, K.S.; BRITO, A.O. (2011). Música e Transformação no Contexto da Medida Socioeducativa de Internação. Psicologia: Ciência e Profissão v.31, n.4, p.840-855.
  • 9
    FRANZONI, J.A. (2015). Dos arranjos metropolitanos: as inovações legislativas, os desafios institucionais e de gestão, e a experiência da RMBH / Julia Ávila Franzoni. Curitiba : Terra de Direitos, 57p.
  • 10
    FREIRE, P.. (2007). Pedagogia da Autonomia: saberes necessário à prática educativa 35ª edição. - São Paulo: Editora Paz e Terra.
  • 11
    GROUT, D.; PALISCA, C.. (2001). História da Música ocidental 2ª Edição. - Lisboa: Gradativa.
  • 12
    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE (2010). Censo 2010: Disponível em <Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br >: Acesso em: 13 ago. 2013.
    » www.censo2010.ibge.gov.br
  • 13
    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ACRE -IFAC. (2011). Prestação de Contas Ordinária Anual: Relatório de Gestão do Exercício Rio Branco: IFAC, 2011. Disponível em <Disponível em www.ifac.edu.br >: Acesso em: 12 mai. 2013.
    » www.ifac.edu.br
  • 14
    KINPARA, M. M. (2006). Comunicação Educativa na Relação Professor-Aluno - João Pessoa: EDUFAC,.
  • 15
    MATRACA, M.V.C.; ARAÚJO-JORGE, T.C.; WIMMER, G. (2011). Dialogia do riso: um novo conceito que introduz alegria para a promoção da saúde apoiando-se no diálogo, no riso, na alegria e na arte da palhaçaria. Ciência & Saúde Coletivav.16, n.10, p.4127-4138.
  • 16
    PACHECO, E. PEREIRA, L.A.C.; DOMINGOS SOBRINHO, M. (2009). Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: das escolas de aprendizes artífices aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. T&C Amazônia , ano VII, n.16, p.1-7.
  • 17
    PERRENOUD, P. (2002). A Prática Reflexiva no Ofício de Professor: Profissionalização e Razão Pedagógica Tradução de Claúdia Schilling - Porto Alegre: Editora Artmed.
  • 18
    SILVA, J. R.. Institutos Federais Lei 11.892, de 29/11/2008: comentários e reflexões Natal: Ed. IFRN, 2009.
  • 19
    SILVEIRA, N.. (1986). Casa das Palmeiras: a emoção de lidar Rio de Janeiro: Alhambra.
  • 20
    UNESCO. (2010). Cultura de paz: da reflexão à ação; balanço da Década Internacional da Promoção da Cultura de Paz e Não Violência em Benefício das Crianças do Mundo - Brasília: UNESCO; São Paulo: Associação Palas Athena, 256 p. Disponivel em Disponivel em http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001899/189919por.pdf , Acesso em 28 de setembro de 2015.
    » http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001899/189919por.pdf
  • 21
    ZANDER O. (2003). Regência coral 5. ed. Porto Alegre: Movimento.
  • 1
    ARAÚJO- JORGE, T. C. (Org.). (2004). Ciência e Arte: encontros e sintonias Rio de Janeiro: Editora Senac-Rio.
  • 2
    MATHIAS, N. (1986). Coral, um canto apaixonante Brasília: Editora Musimed,
  • 3
    PEREIRA, K. F. A.. (1991). Pesquisa em Música e Educação São Paulo: Edições Loyola.
  • 4
    SADIE, S.. The new grove dictionary of music and musicians London: Editora Macmillan, 1980.
  • 5
    SEVERINO, A. J. (2002). Metodologia do trabalho científico 22ª Edição. - São Paulo: Editora Cortez.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    11 Mar 2015
  • Aceito
    29 Set 2015
Escola de Música da UFMG Escola de Música da UFMG. Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha. Cep: 31270-010 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: permusiufmg@gmail.com