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Posicionamento Oficial: exercício e reposição líquida

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE

É Posicionamento Oficial do Colégio Americano de Medicina do Esporte que uma reposição líquida adequada auxilia a manter a hidratação e portanto promove a saúde, a segurança e um desempenho físico ideal de indivíduos que praticam atividade física regular. Este documento se baseia em uma revisão ampla e em uma interpretação da literatura científica sobre a influência da reposição líquida sobre o desempenho físico e sobre o risco de complicações térmicas associadas com desidratação e hipertermia. Com base nas evidências disponíveis, o Colégio Americano de Medicina do Esporte faz as seguintes recomendações sobre a quantidade e a composição dos líquidos que devem ser ingeridos antes, durante e após um exercício ou competição:

1) Recomenda-se que indivíduos consumam uma dieta nutricionalmente balanceada e bebam líquidos de forma adequada durante o período de 24 horas antes de um evento, principalmente durante o período que inclui a refeição antes do exercício, de modo a promover uma hidratação adequada antes de um exercício ou competição.

2) Recomenda-se que os indivíduos ingiram em torno de 500ml de líquidos nas duas horas que antecedem um exercício, para promover uma hidratação adequada e haver tempo suficiente para excreção da água ingerida em excesso.

3) Durante o exercício, os atletas devem começar a beber logo e em intervalos regulares, com o objetivo de consumir líquidos em uma taxa suficiente para repor toda a água perdida através do suor (isto é, perda de peso corporal), ou consumir a maior quantidade tolerada.

4) Recomenda-se que os líquidos sejam ingeridos em uma temperatura menor do que a ambiente (entre 15º e 22ºC) e com sabor atraente. Os líquidos devem estar prontamente disponíveis e ser servidos em recipientes que permitam a ingestão de volumes adequados com facilidade e interrupção mínima do exercício.

5) Recomenda-se a adição de quantidades adequadas de carboidratos e/ou eletrólitos para eventos com duração maior do que uma hora, já que não prejudica a distribuição de água pelo organismo e melhora o desempenho. Durante exercícios com duração menor que uma hora, há pouca evidência de que haja diferenças fisiológicas em termos de desempenho se se consumir um líquido com carboidratos e eletrólitos ou água pura.

6) Durante um exercício intenso que dure mais que uma hora, recomenda-se a ingestão de carboidratos em uma taxa de 30 a 60 gramas por hora para manter a oxidação de carboidratos e retardar a fadiga. Esta taxa de ingestão de carboidratos pode ser efetuada sem comprometer a distribuição de líquidos, através da ingestão de 600 a 1.200 mililitros de soluções que contenham 4 a 8 gramas por decilitro de carboidratos. Os carboidratos podem ser na forma de açúcares (glicose ou sacarose) ou amilo (p.ex., maltodextrina).

7) Recomenda-se a adição de sódio (0,5 a 0,7 gramas por litro de água) na solução de reidratação se o exercício dura mais que uma hora. Isto pode ser vantajoso por melhorar o gosto, promovendo a retenção de líquidos e possivelmente revertendo a hiponatremia em alguns indivíduos que ingerem quantidades excessivas de líquidos. Há pouca base fisiológica para a presença de sódio em uma solução de reidratação oral no sentido de aumentar a absorção intestinal de água, já que há sódio suficiente disponível da refeição anterior.

INTRODUÇÃO

Distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico podem afetar de modo adverso a função celular e sistêmica, reduzindo a capacidade humana de tolerar um exercício prolongado. A perda de água pelo suor induzido por um exercício pode levar a uma desidratação dos compartimentos intracelular e extracelular. Mesmo uma leve desidratação (um por cento da massa corporal) pode aumentar o esforço cardiovascular, o que pode ser visto através de um aumento desproporcional da freqüência cardíaca durante o exercício, além de limitar a capacidade corporal de transferir calor dos músculos em contração para a superfície da pele, onde pode ser dissipado para o ambiente. Portanto, um déficit hídrico pode reduzir o desempenho e aumentar a possibilidade de ocorrer uma complicação térmica.

O objetivo específico deste documento é o de proporcionar orientações adequadas para uma reposição líquida que ajude a evitar ou minimizar os efeitos debilitantes de déficits hidroeletrolíticos sobre as funções fisiológicas e o desempenho físico. Estas orientações também consubstanciam um argumento para a inclusão de carboidratos e eletrólitos nos preparados de reposição hídrica.

HIDRATAÇÃO ANTES DO EXERCÍCIO

A reposição líquida após um exercício representa uma hidratação antes da próxima sessão de exercícios. Qualquer déficit hídrico pode potencialmente comprometer a termorregulação durante a próxima sessão de exercícios se não se proceder a uma reposição líquida adequada. A perda corporal de água pelo suor ocorre em função da carga térmica total, que está relacionada com os efeitos combinados da intensidade do exercício e das condições ambientais (temperatura, umidade e velocidade do vento)1,2. Em seres humanos, o suor pode exceder 30 gramas por minuto (1,8 quilogramas por hora)3,4. A perda de água com o suor afeta todos os compartimentos do organismo, incluindo o vascular (hipovolemia)5, causando assim um aumento da concentração de eletrólitos nos fluidos corporais (hipertonicidade)6. Indivíduos que iniciam um exercício estando hipoidratados com hipovolemia e hipertonicidade possuem uma menor capacidade de dissipar o calor corporal durante o exercício6-10. Estes demonstram um aumento mais rápido da temperatura corporal e um maior esforço cardiovascular8,11-13. O desempenho de atividades de curta duração e alta potência ou de atividades prolongadas de intensidade moderada pode ser prejudicado quando indivíduos iniciam um exercício com um prévio déficit de líquidos corporais13,14, um efeito que se torna mais nítido quando a atividade é realizada sob uma alta temperatura15.

Durante o exercício, os seres humanos tipicamente ingerem volumes insuficientes de líquidos para fazer frente às perdas ocorridas pela sudorese. Alguns autores se referiram a esta observação como "desidratação voluntária"16,17. Após um déficit líquido causado pelo exercício, os indivíduos ingerem mais líquidos e retêm um maior percentual do líquido ingerido quando os déficits eletrolíticos são também repostos18. De fato, uma reposição completa de um déficit líquido não pode ocorrer sem a reposição eletrolítica (principalmente sódio) na alimentação ou em bebidas19,20. Perde-se eletrólitos com o suor durante o exercício, principalmente o cloreto de sódio e em um menor grau o potássio. A concentração de Na+ no suor fica em média na faixa de 50 milimoles por litro, mas pode variar amplamente (entre 20 e 100 milimoles por litro) dependendo do estado de aclimatação ao calor, da dieta e da hidratação21. Apesar de se conhecer a concentração típica de eletrólitos do suor, é difícil determinar a quantidade da perda total de eletrólitos pelo calor e pelo exercício porque a quantidade e a composição do suor variam com a intensidade do exercício e as condições ambientais. A taxa normal diária de ingestão de cloreto de sódio (NaCl) entre os norte-americanos é de 4,6 a 12,8 gramas (80 a 220 milimoles), sendo de 2 a 4 gramas (50 a 100 milimoles) para o potássio (K+)22. Perdas de eletrólitos com exercícios que fiquem dentro dos valores normais de ingestão diária são facilmente repostas dentro de 24h após o exercício e se espera uma reidratação completa, desde que uma quantidade adequada seja disponibilizada. Nas refeições, são proporcionadas quantidades adequadas de eletrólitos, de modo que a composição das bebidas se torna sem importância. Entretanto, é importante que haja a disponibilidade de líquidos nas refeições, já que a maioria dos indivíduos se reidrata principalmente durante e após as refeições. Na ausência de refeições, consegue-se uma reidratação mais completa através de líquidos contendo sódio do que com água pura18,23,24.

Para evitar ou retardar os efeitos deletérios da desidratação durante um exercício, parece haver benefício em ingerir líquidos antes da competição. Por exemplo, a ingestão de água 60 minutos antes de um exercício melhorará a termorregulação e reduzirá a freqüência cardíaca durante o exercício11,25. Contudo, o volume de urina aumentará até quatro vezes em relação ao volume sem ingestão de líquidos pré-exercício. Na prática, a ingestão de 400 a 600ml de água duas horas antes do exercício dá tempo suficiente aos rins de regular o volume líquido corporal total e a osmolalidade em níveis ideais pré-exercício, ajudando a retardar ou evitar os efeitos deletérios da desidratação durante o exercício.

REPOSIÇÃO LÍQUIDA DURANTE O EXERCÍCIO

Sem uma reposição líquida adequada durante um exercício prolongado, a temperatura retal e a freqüência cardíaca serão maiores, em comparação com um indivíduo bem hidratado26-29. O efeito mais grave da desidratação pela má reposição líquida durante o exercício é a redução da capacidade de dissipar o calor, o que pode elevar a temperatura corporal a níveis perigosamente altos (isto é, acima de 40ºC). A desidratação induzida pelo exercício causa hipertonicidade dos fluidos corporais e prejudica o fluxo sanguíneo cutâneo7,29-31, além de estar associada a uma redução da sudorese6,7, desta forma limitando a perda de calor por evaporação, que é responsável por mais de 80% da perda de calor em um ambiente quente e seco. A desidratação (isto é, perda de 3% do peso corporal) pode também produzir uma redução importante do débito cardíaco durante o exercício, já que uma redução do volume sistólico pode ser maior do que o aumento da freqüência cardíaca30,32. Já que ocorre uma menor dissipação do calor corporal como resultado de um desequilíbrio hidroeletrolítico pela reposição inadequada de líquidos durante o exercício, a desidratação induzida pelo exercício possui um potencial para o desenvolvimento de distúrbios relacionados ao calor33, entre os quais podemos incluir uma intermação potencialmente fatal34,35. É portanto razoável assumir que a reposição líquida que neutralize a desidratação e a excessiva elevação da temperatura corporal durante o exercício pode ser importante na redução do risco de distúrbios térmicos36.

Para minimizar o potencial para distúrbios térmicos, recomenda-se que as perdas de água pela sudorese sejam repostas durante o exercício em uma taxa semelhante à que ocorrem27, 37-39. Uma ingestão líquida inadequada pode levar a uma exaustão prematura. Durante o exercício, os seres humanos tipicamente não ingerem tanta água quanto perdem e, na melhor das hipóteses, a ingestão voluntária repõe por volta de dois terços da água perdida pelo suor40. É comum que os indivíduos desidratem de dois a seis por cento do seu peso corporal durante um exercício em ambiente quente, apesar da disponibilidade de quantidades adequadas de líquidos16,38,39,41. Em muitas competições, o volume e a freqüência do consumo de líquidos pode ser limitado pelas próprias regras (p.ex., número de intervalos) ou pela disponibilidade (p.ex., espaçamento das estações de apoio durante o percurso de uma corrida). Enquanto que grandes volumes de líquidos ingeridos (acima de um litro por hora) são tolerados por indivíduos que se exercitam em condições laboratoriais, observações práticas mostram que a maioria dos indivíduos ingere muito pouco líquido durante as competições. Por exemplo, é comum que corredores de elite ingiram menos de 200ml de líquidos durante corridas de distância com duração superior a duas horas em ambientes frios26,38. Em geral as taxas de reidratação ficam abaixo de 500ml por hora38,42 e a maioria dos atletas se permite perdas de 2 a 3kg de água em esportes como a corrida, o ciclismo e o triatlo. Fica claro que a sede, um péssimo índice da magnitude do déficit líquido, não pode ser utilizada para controlar uma reposição completa de água perdida pela sudorese. Assim, os indivíduos que participam de provas envolvendo um exercício intenso de duração prolongada devem desenvolver estratégias como a de monitorizar a perda de peso corporal e ingerir volumes de líquidos durante o exercício em uma taxa semelhante à da perda pelo suor, para assegurar uma reposição completa. Isto pode ser conseguido pela ingestão de bebidas numa quantidade de meio litro para uma redução de cada meio quilo de peso. Se por um lado há relato de desconforto gastrointestinal por indivíduos que tentaram ingerir líquidos em quantidades semelhantes às das perdas (principalmente se acima de um litro por hora)26,38,43-45, por outro lado esta resposta parece ser individual e não há associação clara entre o volume de líquido ingerido e esses sintomas. Além disso, a não hidratação adequada durante o exercício pode contribuir para os sintomas gastrointestinais46,47. Logo, os indivíduos devem ser estimulados a consumir a máxima quantidade de líquidos durante o exercício que possa ser tolerada sem desconforto gastrointestinal, tentando atingir uma taxa semelhante à das perdas pela sudorese.

Uma forma de tentar reduzir a defasagem entre a quantidade de água perdida pelo suor e o volume ingerido é melhorar a palatabilidade do líquido ingerido. Este fator é influenciado por vários fatores, incluindo a temperatura e o sabor40,48. Enquanto que a maioria dos indivíduos prefere água gelada, a temperatura preferida sofre influências culturais e de hábitos. A temperatura mais agradável da água durante o período de recuperação de um exercício foi de 5ºC49; no entanto, quando se ingeriu grandes quantidades de água, preferiu-se uma temperatura entre 15º e 21ºC40,50. Estudos também demonstraram que a ingestão voluntária de água é maior se ao líquido tiver sido adicionado algum sabor40,48 ou se for adoçado51. É portanto razoável esperar que o efeito de adição de sabor e da temperatura da água deve aumentar o consumo de líquidos durante o exercício, embora haja ainda poucas evidências que apóiem esta hipótese. De uma forma geral, bebidas de reposição hídrica que sejam adoçadas (artificialmente ou com açúcares), tenham sabor e sejam refrigeradas a uma temperatura entre 15º e 21ºC, tendem a estimular a ingestão40,48-50.

O tempo que o equilíbrio hidroeletrolítico levará para ser restabelecido também é determinado pela velocidade na qual o líquido ingerido sairá do estômago e será absorvido pelo intestino para o sangue. A velocidade na qual o líquido deixa o estômago depende de uma complexa interação de vários fatores, como o volume, a temperatura e a composição do líquido ingerido, além da intensidade do exercício. O fator mais importante que influencia o esvaziamento gástrico é o volume de líquido no seu interior42,44,52. Contudo, a velocidade de esvaziamento gástrico se reduz proporcionalmente quanto mais se aumenta a concentração de glicose acima de 8%53,54. Quando o volume de líquido no estômago é mantido em 600ml ou mais, a maioria dos indivíduos será capaz de esvaziar mais de 1.000ml por hora quando o líquido contiver de 4 a 8% de concentração de carboidratos27,42. Portanto, para promover um esvaziamento gástrico mais rápido, principalmente se o líquido contiver entre 4 e 8% de carboidratos, é vantajoso manter o maior volume de líquido no estômago que possa ser tolerado durante o exercício (p.ex., 400 a 600ml). Exercícios de intensidade leve a moderada parecem ter pouco ou nenhum efeito sobre o esvaziamento gástrico, enquanto que intensidades superiores a 80% da capacidade funcional podem lentificar o esvaziamento gástrico53,55. Estudos laboratoriais e de campo sugerem que durante um exercício prolongado é possível realizar um consumo freqüente (a cada 15 a 20 minutos) de volumes médios (150ml) a grandes (350ml). Apesar da vantagem aparente de um maior volume líquido no estômago para promover o esvaziamento gástrico, deve haver alguma cautela em manter um grande volume líquido no estômago. Os indivíduos diferem em termos de taxa de esvaziamento gástrico e também em tolerância a volumes de líquidos no estômago e não foi determinado se a capacidade de tolerar maiores volumes gástricos pode ser melhorada pelo fato de beber durante sessões de treinamento. Também não está claro se as queixas de sintomas gastrointestinais de atletas durante competições são causadas pela falta de hábito de se exercitar com o estômago cheio ou pela demora no esvaziamento gástrico45. Recomenda-se portanto que os indivíduos conheçam os seus limites de tolerância em termos de manter um maior volume de líquidos no estômago para diversas intensidades e durações de exercícios.

À medida em que o líquido ingerido progride em direção ao intestino, a água vai do intestino para o sangue. A capacidade intestinal de absorção é geralmente adequada para fazer frente mesmo às demandas mais extremas56; e em intensidades de exercícios que possam ser mantidas por mais de 30 minutos, parece haver pouco efeito do exercício sobre a função intestinal57. De fato, a desidratação conseqüente a uma má reposição de líquidos perdidos durante um exercício reduz a taxa de esvaziamento gástrico46,47, apoiando o argumento para ingerir líquidos antes e durante o exercício.

REPOSIÇÃO DE ELETRÓLITOS E CARBOIDRATOS DURANTE O EXERCÍCIO

Há pouca base fisiológica para se adicionar sódio em uma solução de reidratação oral para aumentar a absorção intestinal de água, já que o sódio está presente em quantidade suficiente no intestino, seja da refeição prévia ou das secreções pancreáticas57. A adição de sódio (< 50 milimoles por litro) nas bebidas de reposição durante o exercício não se mostrou consistentemente melhor em termos de retenção do líquido ingerido no compartimento vascular58-61. Uma causa importante para a suplementação de eletrólitos nas bebidas de reposição é, portanto, o de repor os eletrólitos perdidos pelo suor durante um exercício que dure mais do que quatro a cinco horas62. A concentração plasmática normal de sódio é de 140 milimoles por litro; desta forma, o suor (aproximadamente 50 milimoles por litro) é hipotônico em relação ao plasma. Em uma taxa de sudorese de um litro e meio por hora, espera-se um déficit total de sódio de 75 milimoles por hora. A ingestão de água pode reduzir as altas concentrações plasmáticas de eletrólitos aos valores normais e compensar o suor6,10, mas uma compensação completa do compartimento extracelular só pode ser conseguida através da reposição do sódio perdido19,20,63. Na maioria dos casos, isto pode ser feito através da ingestão normal na alimentação22. Se o sódio melhora a palatabilidade do líquido, então a sua presença se justifica pois a reposição líquida pode ser aumentada através da melhora do sabor do líquido ingerido48,50.

A adição de carboidratos a uma bebida de reposição líquida pode melhorar a absorção intestinal de água56,57. Contudo, o papel principal dos carboidratos presentes no líquido ingerido é a de manter a glicemia e melhorar a oxidação de carboidratos durante um exercício com duração maior do que uma hora, principalmente quando a reserva de glicogênio muscular estiver baixa64-69. Desta forma, pode-se retardar a fadiga através da ingestão de carboidratos durante exercícios que durem mais de uma hora, que normalmente causam fadiga sem a ingestão de carboidratos64. Para manter a glicemia durante um exercício contínuo de intensidade moderada a alta, os carboidratos devem ser ingeridos durante o exercício em uma taxa de 30 a 60 gramas por hora. Esta quantidade de carboidratos pode ser ingerida enquanto se repõe volumes relativamente grandes de líquidos se a concentração de carboidratos for mantida abaixo de 10% (gramas por decilitro). Por exemplo, se o volume desejado de ingestão for de 600 a 1.200ml por hora, as necessidades de carboidratos podem ser satisfeitas com uma concentração entre 4 e 8%27. Com este procedimento, as necessidades de líquidos e carboidratos podem ser simultaneamente satisfeitas durante um exercício prolongado. Soluções que contenham uma concentração de carboidratos acima de 10% resultará em um movimento final de líquidos para dentro da luz intestinal, devido à sua osmolalidade, se essas soluções forem ingeridas durante um exercício. O resultado pode ser uma perda de água do compartimento vascular, que pode exacerbar os efeitos da desidratação70.

Alguns poucos investigadores estudaram os benefícios de se adicionar carboidratos à água durante eventos com duração menor do que uma hora. Embora os dados preliminares sugiram um benefício potencial em termos de desempenho71-73, não está claro qual seria o mecanismo. Seria prematuro recomendar a ingestão de algo diferente de água pura durante exercícios que durem menos do que uma hora. De uma forma geral, a adição de glicose, sacarose e outros carboidratos complexos nas soluções de reposição líquida possui efeitos semelhantes em termos de aumentar a oxidação de carboidratos exógenos, retardar a fadiga e melhorar o desempenho64,74-76. Contudo, a frutose não deve ser o carboidrato predominante por ser convertida lentamente em glicose sanguínea - não prontamente oxidável77,78 - não melhorando o desempenho79. Além disso, a frutose pode causar problemas gastrointestinais80.

REPOSIÇÃO DE LÍQUIDOS E DESEMPENHO

Embora o impacto dos déficits líquidos sobre a função cardiovascular e a termorregulação sejam evidentes, o ponto até o qual o desempenho é afetado pela reposição de líquidos permanece uma questão pouco clara. Ainda que alguns dados indiquem que a ingestão de líquidos melhore o desempenho em provas de curta duração (menos de uma hora) em temperaturas amenas72, outros dados sugerem que não haja nenhum efeito81. Parece que o efeito da reposição líquida sobre o desempenho é mais nítido durante exercícios de longa duração (acima de uma hora) e/ou sob condições ambientais extremas.

A adição de uma pequena quantidade de sódio aos líquidos a serem repostos possui pouco impacto sobre o tempo de exaustão durante exercícios prolongados (acima de quatro horas) de leve intensidade no calor39, sobre a capacidade de completar seis horas de exercício moderado37 ou sobre o desempenho em tomadas de tempo simuladas58,82. Um déficit de sódio, em combinação com a ingestão e retenção de um grande volume de líquidos com baixa concentração ou sem eletrólitos levou a uma baixa natremia em alguns poucos atletas maratonistas ou ultra-maratonistas62,83. A hiponatremia (concentração sanguínea de sódio entre 117 e 128 milimoles por litro) foi observada em atletas de ultra-endurance ao final de competições e está associada com desorientação, confusão mental e, na maioria dos casos, crises convulsivas83,84. Um grande argumento para a inclusão do sódio nos preparados para reidratação oral é o de evitar a hiponatremia. Para prevenir esta rara complicação durante exercícios prolongados (acima de quatro horas), deve haver a inclusão de eletrólitos nos líquidos ou nos alimentos ingeridos durante e após o exercício.

A manutenção da glicemia é necessária para um desempenho ideal. Para manter a glicemia durante um exercício intenso (acima de 65% do VO2máx) com mais de uma hora de duração, é necessária a ingestão de carboidratos64,85. Numa fase mais tardia de um exercício prolongado, os carboidratos ingeridos se tornam a principal fonte de energia e podem retardar o início da fadiga27,66,86-89. Dados obtidos com estudos de campo planejados para testar esses conceitos durante competições nem sempre conseguiram demonstrar um retardo no início da fadiga90-92, mas a incapacidade de controlar fatores importantes (como as condições ambientais, estado de treinamento, volumes ingeridos) torna essa confirmação difícil. A adição de carboidratos em uma solução de reidratação se torna mais importante para um desempenho ideal quando a duração se prolonga além de uma hora.

CONCLUSÃO

O objetivo principal de se repor os líquidos perdidos durante o exercício é o de manter um estado de hidratação normal. Deve-se consumir líquidos em quantidades adequadas durante o período de 24 horas antes de uma competição e ingerir em torno de 500ml de líquidos nas duas horas antes do exercício, para promover uma hidratação adequada e dar tempo para a excreção do excesso de água. Para minimizar o risco de intermação ou prejuízo do desempenho durante o exercício, a reposição líquida deve tentar se igualar à perda de líquidos pelo suor. Em uma mesma intensidade de esforço, a necessidade de reposição se torna maior quanto maior for a sudorese em uma temperatura alta. Durante um exercício que dure mais do que uma hora, a) deve-se adicionar carboidratos à solução de reposição para manter a glicemia e retardar o surgimento da fadiga; e b) deve-se adicionar eletrólitos (principalmente NaCl) para melhorar a palatabilidade e reduzir a possibilidade de hiponatremia. Durante o exercício, as necessidades de líquidos e carboidratos podem ser satisfeitas simultaneamente através da ingestão de 600 a 1.200ml por hora de soluções contendo uma concentração de 4 a 8% de carboidratos. Durante um exercício que dure mais do que uma hora, deve-se adicionar aproximadamente 0,5 a 0,7 grama de sódio por litro de água, para repor o sódio perdido pela sudorese.

AGRADECIMENTOS

Este documento foi revisto para o Colégio Americano de Medicina do Esporte pelo Comitê de Declarações e por: Prof. David L. Costill, Prof. John E. Greenleaf, Prof. Scott J. Montain e Dr. Timothy D. Noakes.

Traduzido, com permissão por escrito, do original: American College of Sports Medicine. Position Stand on Exercise and fluid replacement. Med Sci Sports Exerc 1996;28(1):i-vii.

Traduzido para a língua portuguesa por:

José Kawazoe Lazzoli

Editor-Chefe da Revista Brasileira de Medicina do Esporte

Primeiro-Secretário da Sociedade de Medicina Desportiva do Rio de Janeiro

Professor do Departamento de Morfologia e da Disciplina de Medicina do Exercício e do Esporte, da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Diretor do ERGOCENTER - Instituto Petropolitano de Ergometria, Petrópolis, RJ

Este documento foi escrito para o Colégio Americano de Medicina do Esporte por: Prof. Victor A. Convertino (coordenador), Prof. Lawrence E. Armstrong, Prof. Edward F. Coyle, Prof. Gary W. Mack, Prof. Michael N. Sawka, Prof. Leo C. Senay Jr. e Prof. W. Michael Sherman.

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  • Posicionamento Oficial. exercício e reposição líquida

    RESUMO
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      10 Maio 2011
    • Data do Fascículo
      Fev 1999
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