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Teste de esforço cardiopulmonar na insuficiência cardíaca de fração de ejeção normal

Cardiopulmonary stress testing in heart failure with normal ejection fraction

La prueba de esfuerzo cardiopulmonar en la insuficiencia cardíaca de fracción de eyección normal

Resumos

INTRODUÇÃO:

O teste de esforço cardiopulmonar (TECP) fornece dados que orientam tratamento, prognóstico e tomadas de decisões. Entretanto, seu uso na insuficiência cardíaca de fração de ejeção normal (ICFEN) ainda não está bem esclarecido, em especial considerando novas variáveis que vêm despontando.

OBJETIVOS:

Comparar o comportamento das principais variáveis diagnósticas e prognósticas do TECP entre dois grupos: pacientes com insuficiência cardíaca de fração de ejeção reduzida (ICFER) e pacientes com ICFEN.

MÉTODOS:

Foram avaliados 36 pacientes com insuficiência cardíaca em classe funcional II-III da NYAH: 20 com ICFEN e 16 com ICFER do ambulatório de insuficiência cardíaca do Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF). Os pacientes do Grupo ICFER selecionados foram os com FE < 35% e os do grupo ICFEN seguiram os critérios diagnósticos da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2007. Realizou-se TECP, em esteira com protocolo de rampa, com analisador de gases VO2000. Foram aplicados teste t de Student, Mann-Whitney, teste de Fisher, modelo linear generalizado e de Cochran-Mantel-Haenszel para as análises estatísticas.

RESULTADOS:

O grupo ICFEN apresentou níveis mais elevados da pressão arterial em repouso, na resposta ao esforço, na potência circulatória e ventilatória, além de um maior tempo de recuperação da cinética do consumo de oxigênio. Não houve diferença em relação a outras variáveis prognósticas do TECP para o grupo ICFER.

CONCLUSÕES:

A pressão arterial de repouso e em esforço, a potência circulatória e ventilatória e a cinética de recuperação do VO2 (T1/2) foram as variáveis que apresentaram maior valor discriminativo entre os grupos pelo TECP.

teste de esforço; insuficiência cardíaca; exercício


INTRODUCTION:

The cardiopulmonary exercise testing (CPX) provides data that guide treatment, prognosis and decision making. However its use in heart failure with normal ejection fraction (HFnEF) is still not all clear, especially considering new variables that are emerging.

OBJECTIVE:

To compare the behavior of key diagnostic and prognostic variables of CPX testing between two groups; patients with heart with reduced ejection fraction of (HfrEF) and those with HFnEF).

METHODS:

36 patients with heart failure were evaluated in Nyah functional class II-III: 20 with HFnEF and 16 patients with HFrEF at the Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF). The patients from HFrEF group were those with EF<35%, and those from the HFnEF group follow the diagnostic criteria of the European Society of Cardiology 2007. CPX was performed on a treadmill with a ramp protocol, with gas analyzer VO2000. The Student t test, Mann-Whitney test and Fisher, generalized linear model and the Cochran-Mantel-Haenszel test for statistical analysis were applied.

RESULTS:

The HFnEF group presented higher levels of blood pressure at rest, higher response to exertion, higher circulatory and ventilatory power, and longer recovery kinetics of oxygen uptake. There was no difference in relation to other prognostic variables of CPX in the HFrEF group.

CONCLUSIONS:

The blood pressure at rest and during exercise, the circulatory and ventilatory capacity and the kinetics of VO2 (T1/2), were the variables that showed the highest discriminative value between the two populations by CPX.

exercise test; heart failure; exercise


INTRODUCCIÓN:

La prueba de esfuerzo cardiopulmonar (PECP) suministra datos que orientan tratamiento, pronóstico y tomas de decisiones. No obstante, su uso en la insuficiencia cardíaca de fracción de eyección normal (ICFEN) todavía no está bien aclarado, en especial, considerando nuevas variables que vienen apareciendo.

OBJETIVOS:

Comparar el comportamiento de las variables principales de diagnóstico y de pronóstico de la PECP, entre dos grupos: pacientes con insuficiencia cardíaca de fracción de eyección reducida (ICFER) y pacientes con ICFEN.

MÉTODOS:

Se evaluaron 36 pacientes con insuficiencia cardíaca en clase funcional II-III de la NYAH: 20 con ICFEN y 16 con ICFER del dispensario de insuficiencia cardíaca del Hospital Universitário Antonio Pedro (UFF). Los pacientes del grupo ICFER fueron seleccionados con FE <35% y el grupo ICFEN siguieron los diagnósticos de la Sociedad Europea de Cardiología 2007 criterios. Se realizó la PECP, en estera con regulador de rampa, con analizador de gases VO2000. Se aplicaron las pruebas t de Student, Mann-Whitney, prueba de Fisher, modelo linear generalizado y de Cochran-Mantel-Haenszel para los análisis estadísticos.

RESULTADOS:

El grupo ICFEN presentó niveles más altos de presión arterial en reposo, en la respuesta al esfuerzo, en las potencias circulatoria y ventilatoria, además de un tempo más prolongado de recuperación de la cinética del consumo de oxígeno. No hubo diferencia en relación con otras variables de pronóstico de la PECP para el grupo ICFER.

CONCLUSIONES:

La presión arterial de reposo y en esfuerzo, las potencias circulatoria y ventilatoria y la cinética de recuperación del VO2 (T1/2) fueron las variables que presentaron más valor discriminativo entre los grupos según la PECP.

prueba de esfuerzo; insuficiencia cardíaca; ejercicio


INTRODUÇÃO

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome que traz a imagem de um coração dilatado com fração de ejeção (FE) reduzida, sendo denominada IC de FE reduzida (ICFER). Atualmente metade dos pacientes com clínica de IC tem função sistólica normal11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8.

2. Maeder MT, Kaye DM. Heart failure with normal left ventricular ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2009;53(11):905-18.
- 33. Vasan RS, Larson MG, Benjamin EJ, Evans JC, Reiss CK, Levy D. Congestive heart failure in subjects with normal versus reduced left ventricular ejection fraction: prevalence and mortality in a population-based cohort. J Am Coll Cardiol. 1999;33(7):1948-55.. Quando a anormalidade da função diastólica é dominante, com FE do ventrículo esquerdo (VE) preservada, esta síndrome denomina-se IC com FE do VE normal (ICFEN)44. Bocchi EA, Braga FG, Ferreira SM, Rohde LE, Oliveira WA, Almeida DR, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras Cardiol. 2009;93(1 supl. 1):3-70. , 55. Jorge AJL, Mesquita ET. Insuficiência cardíaca de fração de ejeção normal: estado da arte. Rev SOCERJ. 2008;21(6):409-17..

Na ICFEN, um relaxamento ventricular alterado e/ou um aumento na rigidez ventricular resulta em altas pressões de enchimento em repouso e ao exercício, causando dispneia ao esforço66. Mesquita EV, Jorge AJL. Insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal - novos critérios diagnósticos e avanços fisiopatológicos. Arq Bras Cardiol. 2009;93(2):180-7.. Essa intolerância ao esforço seria o primeiro sintoma de ICFEN, sendo também um determinante de redução da qualidade de vida77. Westermann D, Kasner M, Steendijk P, Spillmann F, Riad A, Weitmann K, et al. Role of left ventricular stiffness in heart failure with normal ejection fraction. Circulation. 2008;117(16):2051-60..

O teste de esforço cardiopulmonar (TECP) fornece dados diagnósticos para a IC, orienta tratamento, prognóstico e auxilia nas decisões terapêuticas88. Balady GJ, Arena R, Sietsema K, Myers J, Coke L, Fletcher GF, et al; American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee of the Council on Clinical Cardiology; Council on Epidemiology and Prevention; Council on Peripheral Vascular Disease; Interdisciplinary Council on Quality of Care and Outcomes Research. Clinician's Guide to cardiopulmonary exercise testing in adults a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2010;122(2):191-225.. O consumo de oxigênio pico (VO2 pico), a relação ventilação minuto/produção de dióxido de carbono (VE/VCO2 slope) e outras variáveis são marcadores clínicos e de prognóstico da ICFER88. Balady GJ, Arena R, Sietsema K, Myers J, Coke L, Fletcher GF, et al; American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee of the Council on Clinical Cardiology; Council on Epidemiology and Prevention; Council on Peripheral Vascular Disease; Interdisciplinary Council on Quality of Care and Outcomes Research. Clinician's Guide to cardiopulmonary exercise testing in adults a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2010;122(2):191-225., mas seus significados na ICFEN ainda não estão bem esclarecidos, em especial novos parâmetros como a potência circulatória (PC), potência ventilatória (PV) e o índice cronotrópico (ICrono). Há poucos dados acerca destas medidas objetivas da intolerância ao esforço em pacientes com ICFEN99. Farr MJ, Lang CC, Lamanca JJ, Zile MR, Francis G, Tavazzi L, et al; MCC-135 GO1 Investigators. Cardiopulmonary exercise variables in diastolic versus systolic heart failure. Am J Cardiol. 2008;102(2):203-6. , 1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. e o TECP na ICFEN permanece pouco estudado1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72.. Confirmar como as variáveis desse teste se comportam, e se há diferença entre os grupos de pacientes com ICFER e ICFEN, é ainda tema pouco explorado numa amostra brasileira.

Este estudo tem por objetivo comparar o comportamento das principais variáveis diagnósticas e prognósticas do TECP entre dois grupos de pacientes: ICFER e ICFEN, estes últimos de acordo com os critérios diagnósticos da Sociedade Europeia de Cardiologia (SEC)1111. Paulus WJ, Tschöpe C, Sanderson JE, Rusconi C, Flachskampf FA, Rademakers FE, et al. How to diagnose diastolic heart failure: a consensus statement on the diagnosis of heart failure with normal left ventricular ejection fraction by the Heart Failure and Echocardiography Associations of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2007;28(20):2539-50..

MÉTODOS

Estudo prospectivo analítico realizado com uma amostra não probabilística intencional, segundo critérios de inclusão e exclusão determinados. Os critérios de inclusão adotados foram: a) classe funcional II ou III pela New York Heart Association para todos os pacientes; b) internação prévia por clínica de IC (dispneia e/ou fadiga e/ou edema) e FE <35 % para os pacientes com ICFER; c) critérios diagnósticos da SEC11 11. Paulus WJ, Tschöpe C, Sanderson JE, Rusconi C, Flachskampf FA, Rademakers FE, et al. How to diagnose diastolic heart failure: a consensus statement on the diagnosis of heart failure with normal left ventricular ejection fraction by the Heart Failure and Echocardiography Associations of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2007;28(20):2539-50.para os pacientes com ICFEN; d) idade >18 anos; e) estarem com medicação e doença estável. Os critérios de exclusão foram: doença cerebrovascular incapacitante, estar em lista de transplante, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), cardiopatia congênita, amiloidose, doenças ortopédicas ou neurológicas com comprometimento da marcha, em classe funcional IV ou com critérios gerais de contraindicação para realização de TE1212. Meneghelo RS, Araújo CGS, Stein R, Mastrocolla LE, Albuquerque PF, Serra SM, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Teste Ergométrico. Arq Bras Cardiol. 2010;95(5 supl. 1):1-26.. Pacientes que formalmente já participavam de programas de reabilitação cardíaca há mais de um mês, também foram excluídos.

A coleta de dados foi realizada no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP-UFF), com os pacientes do ambulatório de IC e os que ingressavam no Programa de Reabilitação Cardíaca do HUAP, no período de março de 2010 a julho de 2013. O projeto teve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do HUAP sob o nº 152A/2010 e os participantes assinaram previamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Foi realizada avaliação pré-participação e fornecidas as orientações usuais aos que se submetem a teste de esforço1212. Meneghelo RS, Araújo CGS, Stein R, Mastrocolla LE, Albuquerque PF, Serra SM, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Teste Ergométrico. Arq Bras Cardiol. 2010;95(5 supl. 1):1-26..

Os TECP foram avaliados pelos mesmos examinadores. Utilizado o analisador metabólico MedGraphcs (MGC) VO2000 (Imbrasport, Porto Alegre, RS, Brasil), sistema Ergo PC Elite 13 e esteira Centurion 300 (MicroMed, Brasília, DF, Brasil). O analisador de gases era calibrado antes de cada teste e, a cada quatro meses, calibrado pelo representante do equipamento (empresa CAEL, Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Utilizado pneumotacógrafo de fluxo médio, amostra dos gases a cada 10 segundos e máscara para adaptação paciente-aparelho.

TECP foi máximo em esteira, sintoma limitante, sendo que as mesmas avaliações pré e pós-teste foram repetidas. Cada paciente realizava dois minutos de coleta basal, dois minutos de aquecimento a 1km/h-0 0, e protocolo de rampa, com a progressão estimada de acordo com os dados da anamnese. O teste tinha o objetivo levar o paciente ao esforço máximo entre 8-12 minutos, média de 10 minutos. A cada minuto, e quando necessário, fazia-se o registro do Borg (escala 10) das variáveis hemodinâmicas e eletrocardiográficas. A fase de recuperação era realizada com o paciente sentado. Utilizou-se o aparelho de pressão Wan Ross de coluna de mercúrio e o estetoscópio Littman Classic II.

Critérios de análise de dois juízes para laudo, obtenção do VE/VCO2 slope, presença de ventilação periódica (VP) e do limiar ventilatório I, este último com base nas curvas dos equivalentes ventilatórios do VO2 e VCO2, além das curvas das frações expiradas do VO2 e VCO2 88. Balady GJ, Arena R, Sietsema K, Myers J, Coke L, Fletcher GF, et al; American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee of the Council on Clinical Cardiology; Council on Epidemiology and Prevention; Council on Peripheral Vascular Disease; Interdisciplinary Council on Quality of Care and Outcomes Research. Clinician's Guide to cardiopulmonary exercise testing in adults a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2010;122(2):191-225.. As avaliações foram realizadas em vigência dos remédios usuais, no mesmo turno e pelo menos duas horas após a última refeição.

O VO2 pico foi definido como o maior valor obtido dentro dos 30 segundos finais ou 10 segundos na recuperação imediata. A análise para a presença de VP e a obtenção do VE/VCO2 slope foram feitas com bases na diretriz de Balady et al.88. Balady GJ, Arena R, Sietsema K, Myers J, Coke L, Fletcher GF, et al; American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee of the Council on Clinical Cardiology; Council on Epidemiology and Prevention; Council on Peripheral Vascular Disease; Interdisciplinary Council on Quality of Care and Outcomes Research. Clinician's Guide to cardiopulmonary exercise testing in adults a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2010;122(2):191-225. e como definido por Guazzi et al. 1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. , 1313. Guazzi M, Arena R, Ascione A, Piepoli M, Guazzi MD ; Gruppo di Studio Fisiologia dell'Esercizio, Cardiologia dello Sport e Riabilitazione Cardiovascolare of the Italian Society of Cardiology. Exercise oscillatory breathing and increased ventilation to carbon dioxide production slope in heart failure: an unfavorable combination with high prognostic value. Am Heart J. 2007;153(5):859-67.. A frequência cardíaca (FC) máxima estimada foi obtida pela fórmula de Tanaka et al.1414. Tanaka H, Monahan KD, Seals DR. Age-predicted maximal heart rate revisited. J Am Coll Cardiol. 2001;37(1):153-6. e a partir dela calculados a reserva e o índice cronotrópico.

Análise Estatística

Os dados encontrados foram apresentados em tabelas e expressos em média, desvio-padrão e mediana para dados numéricos, e frequência (n) e percentual (%) para dados categóricos.

Para análise inferencial foram utilizados os seguintes testes para comparação entre os grupos de IC (ICFEN e ICFER):

- teste t de Student para amostras independentes ou de Mann-Whitney (não paramétrico) para dados numéricos e pelo teste do qui-quadrado (χ2) ou exato de Fisher para dados categóricos;

- ajustando para o sexo, pelo modelo linear generalizado (GLM) para dados numéricos e pela estatística de Cochran-Mantel-Haenszel para dados categóricos.

Nas variáveis que não apresentaram distribuição normal (gaussiana), segundo os testes de Kolmogorov-Smirnov e/ou Shapiro-Wilk, foi aplicado o teste não paramétrico ou a transformação logarítmica nos dados. O critério de determinação de significância adotado foi o nível de 5 %. A análise estatística foi processada pelo software estatístico SAS (r) System, versão 6.11.

RESULTADOS

Foram estudados 36 pacientes, cujas características se encontram nas Tabelas 1 e 2. A FE média do grupo ICFER foi 28,4±6,4 %, e do ICFEN foi 63,5±7,09%, estes com um E/E' médio de 15,9±4,3. Não houve diferença em relação à faixa etária entre os grupos. Em relação ao sexo e índice de massa corporal (IMC), houve predomínio no grupo ICFEN do sexo feminino (65 %) e de obesidade (55%) perfil clínico típico dessa população. Com alta prevalência em ambos os grupos, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) estava presente em todos os ICFEN.

Tabela 1
Características dos pacientes segundo o grupo de IC.
Tabela 2
Características dos pacientes segundo o grupo de IC.

Todos do grupo ICFER estavam em uso de algum tipo de betabloqueador, enquanto do grupo ICFEN somente 65%. O perfil de medicamentos demonstrou a abordagem terapêutica usual para portadores de HAS na ICFEN (betabloqueadores 65%, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) ou inibidores dos receptores da angiotensina (IRA) 75%, bloqueador de canal de cálcio 45%, tiazídicos 35%, vasodilatadores 55%) e para os portadores de disfunção ventricular grave na ICFER associado à HAS e DAC (betabloqueador 100%, IECA e IRA 75,1%, diurético de alça 56,3%, espironolactona 75%).

Aspectos do TECP

Variáveis clínicas: Todos os testes foram máximos, fornecendo Borg 10 ao final do esforço.

Variáveis hemodinâmicas: A pressão arterial se apresentou como característica marcante do grupo ICFEN, com diferenças significativas. Tanto as pressões basais, quanto na sua resposta ao esforço, foram significativamente mais elevadas no grupo ICFEN (p=0,0004, p=0,0002 e p=0,0001 e p=0,001, respectivamente). Não houve diferença em relação aos valores absolutos das FC basais, FC de pico e da redução da FC no primeiro minuto de recuperação (Figura 1).

Figura 1
Variáveis hemodinâmicas analisadas.

Apesar de a diferença básica entre ICFEN e ICFER ser uma FE reduzida na ICFER, não se obteve diferença nos valores médios do pulso de O2 obtido ao esforço máximo: ICFEN-10,4ml.kg- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8..min- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8./bpm vs. ICFER-10,3ml.kg- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8..min- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8./bpm (p=0,73). Os dois grupos demonstraram redução nos seus valores absolutos, ideal estimado acima de 12ml.kg- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8..min- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8./bpm, e com percentuais reduzidos em relação aos valores previstos (72,0 % vs. 69,7 %).

Variáveis metabólicas: Não houve diferença significativa entre os grupos nos seguintes parâmetros: VO2 pico relativo, decorrente cálculo de MET e da relação variação do delta VO2/delta potência. Entretanto encontrou-se um tempo de redução da cinética do VO2 até a obtenção da metade do VO2 pico (T1/2) mais lento e com valores indicativos de pior prognóstico (>120 segundos), com diferença estatística no grupo ICFER (p=0,003) (Figura 2). Essa variável tem valor preditivo de gravidade e prognóstico, mostrando pior cinética de recuperação para o grupo ICFER. Todos os testes acabaram com um R>1,0, também sem diferença significativa nessa variável entre os dois grupos (p=0,74).

Figura 2
Variáveis metabólicas analisadas (I).

Outras variáveis metabólicas: VO2 do limiar anaeróbio (LA) (ou limiar ventilatório I, p=0,39), coeficiente da inclinação ventilação minuto pela produção de dióxido de carbono (VE/VCO2 slope) (p=0,10), a FC do LA (p=0,86), o equivalente ventilatório do VCO2 (VE/VCO2) no LA (p=0,17), a relação VO2 no LA avaliado/VO2 previsto (p=0,41) e o percentual do VO2 pico em que ocorreu o LA (LA em %VO2 pico) (p=0,64), não apresentaram diferença estatística entre os grupos (Figura 3).

Figura 3
Variáveis metabólicas analisadas (II).

A análise da inclinação da eficiência do VO2 (OUES), outro índice prognóstico, também não mostrou diferença (p=0,52), apesar da tendência de resultados maiores para o grupo ICFEN 1,44±0,58 vs. 1,33±0,23 para o ICFER.

Variáveis ventilatórias: Nenhum paciente preencheu critérios de dessaturação durante o esforço (queda da saturação capilar >4 %). A ventilação minuto máxima (VEMax) absoluta também não demonstrou diferença (ICFEN - 35,9 ml/kg/min- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8. vs. ICFER - 34,3 ml/kg/min- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8., p=94).

DISCUSSÃO

As evidências indicam que o TECP provê informações diagnósticas e prognósticas nos pacientes com ICFER1515. Arena R, Myers J, Abella J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, et al. Development of a ventilatory classification system in patients with heart failure. Circulation. 2007;115(18):2410-7.

16. Guazzi M, Myers J, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing in the clinical and prognostic assessment of diastolic heart failure. J Am Coll Cardiol. 2005;46(10):1883-90.
- 1717. Kitzman DW, Higginbotham MB, Cobb FR, Sheikh KH, Sullivan MJ. Exercise intolerance in patients with heart failure and preserved left ventricular systolic function: failure of the Frank-Starling mechanism. J Am Coll Cardiol. 1991;17(5):1065-72., mas são poucas as investigações voltadas para o grupo de ICFEN1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. , 1616. Guazzi M, Myers J, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing in the clinical and prognostic assessment of diastolic heart failure. J Am Coll Cardiol. 2005;46(10):1883-90., e menos ainda as que comparam dados entre os grupos de ICFER e ICFEN99. Farr MJ, Lang CC, Lamanca JJ, Zile MR, Francis G, Tavazzi L, et al; MCC-135 GO1 Investigators. Cardiopulmonary exercise variables in diastolic versus systolic heart failure. Am J Cardiol. 2008;102(2):203-6. . O objetivo deste estudo foi comparar o comportamento das principais variáveis diagnósticas e prognósticas do TECP no grupo ICFEN, comparando-os com o grupo ICFER.

No tabela 3 estão apresentados os resultados dos principais trabalhos que avaliaram pacientes com clínica de IC, FE preservada e disfunção diastólica (DD), ou já com os critérios atuais de ICFEN pela SEC1111. Paulus WJ, Tschöpe C, Sanderson JE, Rusconi C, Flachskampf FA, Rademakers FE, et al. How to diagnose diastolic heart failure: a consensus statement on the diagnosis of heart failure with normal left ventricular ejection fraction by the Heart Failure and Echocardiography Associations of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2007;28(20):2539-50., e os resultados encontrados neste estudo, facilitando a comparação.

Tabela 3
Síntese dos estudos revisados que avaliaram ICDD ou ICFEN utilizando TECP.

Certificou-se a segurança do TECP nos grupos, com a ausência de eventos que necessitassem internação. Dois portadores de ICFER desenvolveram hipotensão intraesforço e um apresentou taquicardia ventricular (TV) não sustentada. No grupo ICFEN três pacientes interromperam por resposta hipertensiva (PAS>260 mmHg).

O predomínio do sexo feminino no grupo ICFEN (Tabela 1) retrata o perfil clínico típico dessa população. Tal distribuição pode ser uma limitação do estudo, pois o sexo masculino predominou na ICFER. Revendo os estudos que analisaram ICFEN (tabela 3), observa-se que neles também há predominância do sexo feminino, com apenas três artigos com menos de 50%, mas a maioria acima de 60% de mulheres. No único estudo que compara ICFER vs. ICFEN pelo TECP, Farr et al. 99. Farr MJ, Lang CC, Lamanca JJ, Zile MR, Francis G, Tavazzi L, et al; MCC-135 GO1 Investigators. Cardiopulmonary exercise variables in diastolic versus systolic heart failure. Am J Cardiol. 2008;102(2):203-6. citam essa limitação (ICFER 79% masculino vs. ICFEN 54% feminino) e, ao fazerem o ajuste estatístico em relação ao sexo, não encontraram diferença significativa. No presente trabalho, também ao se ajustarem os dados, controlando o efeito do sexo, as diferenças encontradas ou não, se mantiveram.

VO2 pico: Variável capaz de avaliar a gravidade e prever prognóstico, sendo critério de seleção para transplante na ICFER11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8.. Os resultados obtidos confirmam os dados da literatura1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. , 1717. Kitzman DW, Higginbotham MB, Cobb FR, Sheikh KH, Sullivan MJ. Exercise intolerance in patients with heart failure and preserved left ventricular systolic function: failure of the Frank-Starling mechanism. J Am Coll Cardiol. 1991;17(5):1065-72.

18. Kitzman DW, Little WC, Brubaker PH, Anderson RT, Hundley WG, Marburger CT, et al. Pathophysiological characterization of isolated diastolic heart failure in comparison to systolic heart failure. JAMA. 2002;288(17):2144-50.

19. Witte KKA, Nikitin NP, Cleland JG, Clark AL Excessive breathlessness in patients with diastolic heart failure. Heart. 2006;92(10):1425-29.

20. Borlaug BA, Melenovsky V, Russell SD, Kessler K, Pacak K, Becker LC, et al. Impaired chronotropic and vasodilator reserves limit exercise capacity in patients with heart failure and a preserved ejection fraction. Circulation. 2006;114(20):2138-47.

21. Maeder MT, Thompson BR, Brunner-La Rocca HP, Kaye DM. Hemodynamic basis of exercise limitation in patients with heart failure and normal ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):855-63.

22. Bhella PS, Prasad A, Heinicke A, Hastings JL, Arbab-Zadeh A, Adams-Huet B, et al. Abnormal haemodynamic response to exercise in heart failure with preserved ejection fraction. Eur J Heart Fail. 2011;13(12):1296-304.
- 2323. Haykowsky MJ, Brubaker PH, John JM, Stewart KP, Morgan TM, Kitzman DW. Determinants of exercise intolerance in elderly heart failure patients with preserved ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2011;58(3):265-74., que mostram para ICFEN um VO2 pico reduzido em relação aos previstos para sexo e idade, sem diferença para a amostra de ICFER, e reafirmando sua gravidade1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72..

Kitzman et al.1717. Kitzman DW, Higginbotham MB, Cobb FR, Sheikh KH, Sullivan MJ. Exercise intolerance in patients with heart failure and preserved left ventricular systolic function: failure of the Frank-Starling mechanism. J Am Coll Cardiol. 1991;17(5):1065-72., Borlaug et al. 2020. Borlaug BA, Melenovsky V, Russell SD, Kessler K, Pacak K, Becker LC, et al. Impaired chronotropic and vasodilator reserves limit exercise capacity in patients with heart failure and a preserved ejection fraction. Circulation. 2006;114(20):2138-47. e Guazzi et al.1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. encontraram um VO2 pico reduzido nesse grupo. Esse dado concorda com os resultados aqui encontrados, com valores abaixo do estimado para a idade e sexo. Maeder et al. 2121. Maeder MT, Thompson BR, Brunner-La Rocca HP, Kaye DM. Hemodynamic basis of exercise limitation in patients with heart failure and normal ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):855-63. já utilizando os critérios da SEC de 20071111. Paulus WJ, Tschöpe C, Sanderson JE, Rusconi C, Flachskampf FA, Rademakers FE, et al. How to diagnose diastolic heart failure: a consensus statement on the diagnosis of heart failure with normal left ventricular ejection fraction by the Heart Failure and Echocardiography Associations of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2007;28(20):2539-50., os mesmos aqui utilizados, além de VO2 pico menor, também obtiveram um VE/VCO2 slope mais elevado.

Bhella et al. 2222. Bhella PS, Prasad A, Heinicke A, Hastings JL, Arbab-Zadeh A, Adams-Huet B, et al. Abnormal haemodynamic response to exercise in heart failure with preserved ejection fraction. Eur J Heart Fail. 2011;13(12):1296-304. ressaltam que algumas diferenças encontradas em relação ao grupo-controle (GC), poderiam em parte ser atribuídas à prática de normalizar os índices pela área de superfície corporal (ASC) ou massa corporal. Na ICFEN a ASC e a massa corporal estão elevadas, consequentemente algumas variáveis do TECP sofreriam influência e tenderiam a valores menores. Entretanto ao analisarem o VO2 absoluto, que não sofre influência da massa corporal, encontraram este também reduzido2222. Bhella PS, Prasad A, Heinicke A, Hastings JL, Arbab-Zadeh A, Adams-Huet B, et al. Abnormal haemodynamic response to exercise in heart failure with preserved ejection fraction. Eur J Heart Fail. 2011;13(12):1296-304..

Nos dados do presente trabalho, ao se considerar o VO2 absoluto não houve diferença estatística significativa (ICFEN-1,36L/min- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8.±0,5 vs. ICFER-1,21L/min- 11. Burkhoff D, Maurer MS, Packer M. Heart failure with a normal ejection fraction. is it really a disorder of diastolic function? Circulation. 2003;107(5):656-8.±0,42, p=0,60).

Haykowsky et al. 2323. Haykowsky MJ, Brubaker PH, John JM, Stewart KP, Morgan TM, Kitzman DW. Determinants of exercise intolerance in elderly heart failure patients with preserved ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2011;58(3):265-74. avaliaram idosos hipertensos, com e sem ICFEN, e encontraram a Dif(a-v)O2 e VO2 pico reduzidos, assim como o VO2 no LA e a relação VO2 - carga. Apesar de serem comparadas amostras diferentes desse autor, o VO2 no LA entre os grupos ICFER e ICFEN não apresentou diferença (p=0,39).

A inclinação da eficiência do consumo de oxigênio (OUES - Oxygen Uptake Efficiency Slope)2424. Hollenberg M, Tager IB. Oxygen uptake efficiency slope: an index of exercise performance and cardiopulmonary reserve requiring only submaximal exercise. J Am Coll Cardiol. 2000;36(1):194-201. é outro item dotado de capacidade prognóstica, com a vantagem de poder ser avaliado mesmo em esforços submáximos, com pontos de cortes abaixo de 1,2 representando mau prognóstico2424. Hollenberg M, Tager IB. Oxygen uptake efficiency slope: an index of exercise performance and cardiopulmonary reserve requiring only submaximal exercise. J Am Coll Cardiol. 2000;36(1):194-201.. Apesar da tendência de maiores valores para o grupo ICFEN, novamente não se obteve diferença significativa (p=0,52).

Resposta pressórica: Esta foi o grande diferencial entre os dois grupos. O grupo ICFEN apresentou níveis maiores de pressão, tanto em repouso quanto ao esforço. Já no grupo ICFER, o comportamento pressórico tinha perfil diferente, motivando a interrupção do teste por queda intraesforço em dois pacientes.

Maeder et al. 2121. Maeder MT, Thompson BR, Brunner-La Rocca HP, Kaye DM. Hemodynamic basis of exercise limitation in patients with heart failure and normal ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):855-63. encontraram uma FC pico e PAS semelhantes ao GC, dados que são discordantes em relação aos aqui apresentados, em que o grupo ICFEN se caracteriza por uma reposta pressórica, sistólica e diastólica, exacerbada típica dessa população. Bhella et al. 2222. Bhella PS, Prasad A, Heinicke A, Hastings JL, Arbab-Zadeh A, Adams-Huet B, et al. Abnormal haemodynamic response to exercise in heart failure with preserved ejection fraction. Eur J Heart Fail. 2011;13(12):1296-304. afirmam que as diferenças das respostas hemodinâmicas encontradas entre os estudos podem ser atribuídas aos esforços realizados em diferentes posições e ergômetros (ciclo vs. esteira). Os estudos de Bhella et al. 2222. Bhella PS, Prasad A, Heinicke A, Hastings JL, Arbab-Zadeh A, Adams-Huet B, et al. Abnormal haemodynamic response to exercise in heart failure with preserved ejection fraction. Eur J Heart Fail. 2011;13(12):1296-304., Borlaug et al. 2020. Borlaug BA, Melenovsky V, Russell SD, Kessler K, Pacak K, Becker LC, et al. Impaired chronotropic and vasodilator reserves limit exercise capacity in patients with heart failure and a preserved ejection fraction. Circulation. 2006;114(20):2138-47. e Maeder et al. 2121. Maeder MT, Thompson BR, Brunner-La Rocca HP, Kaye DM. Hemodynamic basis of exercise limitation in patients with heart failure and normal ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):855-63. avaliaram os pacientes em decúbito; Haykowsky et al. 2323. Haykowsky MJ, Brubaker PH, John JM, Stewart KP, Morgan TM, Kitzman DW. Determinants of exercise intolerance in elderly heart failure patients with preserved ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2011;58(3):265-74. avaliaram em ciclo, e encontraram que a resposta pressórica estava associada às alterações do E/E´, e tipicamente ocorria uma resposta hipertensiva e elevação da pós-carga ainda em cargas submáximas.

Observa-se que a resposta pressórica exacerbada, com consequente duplo-produto, é uma característica marcante da ICFEN2020. Borlaug BA, Melenovsky V, Russell SD, Kessler K, Pacak K, Becker LC, et al. Impaired chronotropic and vasodilator reserves limit exercise capacity in patients with heart failure and a preserved ejection fraction. Circulation. 2006;114(20):2138-47.

21. Maeder MT, Thompson BR, Brunner-La Rocca HP, Kaye DM. Hemodynamic basis of exercise limitation in patients with heart failure and normal ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):855-63.

22. Bhella PS, Prasad A, Heinicke A, Hastings JL, Arbab-Zadeh A, Adams-Huet B, et al. Abnormal haemodynamic response to exercise in heart failure with preserved ejection fraction. Eur J Heart Fail. 2011;13(12):1296-304.
- 2323. Haykowsky MJ, Brubaker PH, John JM, Stewart KP, Morgan TM, Kitzman DW. Determinants of exercise intolerance in elderly heart failure patients with preserved ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2011;58(3):265-74.. Esta foi uma das diferenças significativas entre os grupos ICFEN e ICFER, tanto em relação à PA sistólica quanto à diastólica, em repouso e especialmente ao esforço.

Resposta cronotrópica: Diversos estudos indicam que o grupo ICFEN tem menor resposta cronotrópica e menor redução da FC de recuperação no primeiro minuto (FC1rec) em relação ao grupo-controle1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. , 2020. Borlaug BA, Melenovsky V, Russell SD, Kessler K, Pacak K, Becker LC, et al. Impaired chronotropic and vasodilator reserves limit exercise capacity in patients with heart failure and a preserved ejection fraction. Circulation. 2006;114(20):2138-47. , 2525. Borlaug BA, Olson TP, Lam CS, Flood KS, Lerman A, Johnson BD, Redfield MM. Global cardiovascular reserve dysfunction in heart failure with preserved ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):845-54. , 2626. Cole CR, Foody JM, Blackstone EH, Lauer MS. Heart rate recovery after submaximal exercise testing as a predictor of mortality in a cardiovascularly healthy cohort. Ann Intern Med. 2000;132(7):552-5.. Borlaug et al. 2020. Borlaug BA, Melenovsky V, Russell SD, Kessler K, Pacak K, Becker LC, et al. Impaired chronotropic and vasodilator reserves limit exercise capacity in patients with heart failure and a preserved ejection fraction. Circulation. 2006;114(20):2138-47. obtiveram uma FC máxima 40 % menor e uma FC1rec com redução alentecida no grupo ICFEN. No estudo de 20102525. Borlaug BA, Olson TP, Lam CS, Flood KS, Lerman A, Johnson BD, Redfield MM. Global cardiovascular reserve dysfunction in heart failure with preserved ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):845-54., os autores atribuem sua menor capacidade funcional como secundária a uma reduzida reserva cronotrópica associada a uma menor reserva vasodilatadora.

Uma anormal redução FC1rec é de forma independente associada a maior morbidade e mortalidade cardiovascular2626. Cole CR, Foody JM, Blackstone EH, Lauer MS. Heart rate recovery after submaximal exercise testing as a predictor of mortality in a cardiovascularly healthy cohort. Ann Intern Med. 2000;132(7):552-5.. Guazzi et al.1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. e Gharacholou et al. 2727. Gharacholou SM, Scott CG, Borlaug BA, Kane GC, McCully RB, Oh JK, et al. Relationship between diastolic function and heart rate recovery after symptom-limited exercise. J Cardiac Fail. 2012;18(1):34-40. encontraram menor redução na FC1rec e que uma disfunção diastólica (DD) em repouso era associada de forma independente com uma anormal FC1rec2727. Gharacholou SM, Scott CG, Borlaug BA, Kane GC, McCully RB, Oh JK, et al. Relationship between diastolic function and heart rate recovery after symptom-limited exercise. J Cardiac Fail. 2012;18(1):34-40..

Os resultados aqui encontrados demonstraram que os dois grupos têm reserva cronotrópica (78,8% da FCMax prevista ICFEN vs. 76,2% ICFER, p=0,61) e ICrono reduzidos (62,3% ICFEN vs. 58,8% ICFER, p=0,94) e sem diferença estatística, mesmo considerando o uso de betabloqueador (60% ICFEN vs. 93% ICFER, p=0,009) e ajustando pelo sexo. Também não houve diferença significativa em relação à FC basal (p=0,86), FCMax (p=0,89), FC1rec (p=0,92). Tanto a reserva cronotrópica quanto o índice cronotrópico estavam em valores de maior risco cardiovascular nos dois grupos.

Potência circulatória e ventilatória: Por integrarem variáveis metabólicas e hemodinâmicas, a potência circulatória (PC=VO2 picoxPAS)2828. Cohen-Solal A, Tabot JY, Logeart D, Bourgoin P, Tokmakova M, Dahan M. A non-invasively determined surrogate of cardiac power ('circulatory power') at peak exercise is a powerful prognostic factor in chronic heart failure. Eur Heart J. 2002;23(10):806-14. e, mais recentemente, a potência ventilatória (PV=PAS/VE/CO2 slope)29 29. Forman DE, Guazzi M, Myers J, Chase P, Bensimhon D, Cahalin LP, et al. Ventilatory power: a novel index that enhances prognostic assessment of patients with heart failure. Circ Heart Fail. 2012;5(5):621-6.podem ser consideradas parâmetros prognósticos para a IC. Observou-se diferença significativa entre os grupos, podendo ser considerado fator diferenciador e com valores representativos de melhor prognóstico para a população de ICFEN.

A ventilação minuto máxima (VEMax) absoluta também não demonstrou diferença. Como a ventilação máxima voluntária (VMM) considerada foi estimada e não realmente medida, a reserva ventilatória não foi valorizada, pois isto representaria uma limitação para a sua real interpretação.

Guazzi et al. 3030. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Exercise oscillatory breathing in diastolic heart failure: prevalence and prognostic insights. Eur Heart J. 2008;29(22):2751-9. estudaram a prevalência e o valor prognóstico da VP nos pacientes com ICFEN. A prevalência de VP anormal no grupo ICFEN era similar àquela observada no grupo ICFER, tanto neste quanto em outros relatos1313. Guazzi M, Arena R, Ascione A, Piepoli M, Guazzi MD ; Gruppo di Studio Fisiologia dell'Esercizio, Cardiologia dello Sport e Riabilitazione Cardiovascolare of the Italian Society of Cardiology. Exercise oscillatory breathing and increased ventilation to carbon dioxide production slope in heart failure: an unfavorable combination with high prognostic value. Am Heart J. 2007;153(5):859-67., e uma alterada relação VE/VCO2 slope teria influência na presença da VP3030. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Exercise oscillatory breathing in diastolic heart failure: prevalence and prognostic insights. Eur Heart J. 2008;29(22):2751-9.. Os resultados de Maeder et al.2121. Maeder MT, Thompson BR, Brunner-La Rocca HP, Kaye DM. Hemodynamic basis of exercise limitation in patients with heart failure and normal ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):855-63. já apontavam para os resultados de Guazzi et al. 3030. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Exercise oscillatory breathing in diastolic heart failure: prevalence and prognostic insights. Eur Heart J. 2008;29(22):2751-9., que também obtiveram VE/VCO2 slope maior. Neste trabalho não se observou VP em nenhum dos dois grupos, nem VE/VCO2 slope médio elevado, e não houve diferença nessas duas variáveis entre os grupos de ICFEN e ICFER (p=0,10).

Farr et al.99. Farr MJ, Lang CC, Lamanca JJ, Zile MR, Francis G, Tavazzi L, et al; MCC-135 GO1 Investigators. Cardiopulmonary exercise variables in diastolic versus systolic heart failure. Am J Cardiol. 2008;102(2):203-6., em estudo multicêntrico com o TECP, compararam pacientes com disfunção sistólica (ICDS), comparando com um grupo de disfunção diastólica (ICDD). O objetivo foi semelhante ao do presente trabalho: determinar se os dados cardiopulmonares obtidos pelo TECP poderiam distinguir pacientes com ICDS (n=185) daqueles com ICDD (n=43). Não encontraram diferença no VO2 pico, VO2 no LA e tempo de esteira entre os dois grupos, concordante com os resultados aqui encontrados. O TECP demonstrou reduzidos VO2 pico e altas relações VE/VCO2 slope, resultados estes idênticos aos de outros estudos1010. Guazzi M, Myers J, Peberdy MA, Bensimhon D, Chase P, Arena R. Cardiopulmonary exercise testing variables reflect the degree of diastolic dysfunction in patients with heart failure-normal ejection fraction. J Cardiopulm Rehabil Prev. 2010;30(3):165-72. , 1717. Kitzman DW, Higginbotham MB, Cobb FR, Sheikh KH, Sullivan MJ. Exercise intolerance in patients with heart failure and preserved left ventricular systolic function: failure of the Frank-Starling mechanism. J Am Coll Cardiol. 1991;17(5):1065-72. , 2020. Borlaug BA, Melenovsky V, Russell SD, Kessler K, Pacak K, Becker LC, et al. Impaired chronotropic and vasodilator reserves limit exercise capacity in patients with heart failure and a preserved ejection fraction. Circulation. 2006;114(20):2138-47.

21. Maeder MT, Thompson BR, Brunner-La Rocca HP, Kaye DM. Hemodynamic basis of exercise limitation in patients with heart failure and normal ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2010;56(11):855-63.
- 2222. Bhella PS, Prasad A, Heinicke A, Hastings JL, Arbab-Zadeh A, Adams-Huet B, et al. Abnormal haemodynamic response to exercise in heart failure with preserved ejection fraction. Eur J Heart Fail. 2011;13(12):1296-304.. Apesar de não terem sido encontradas diferenças nas relações VE/VCO2 slope, em conformidade a Farr et al. 99. Farr MJ, Lang CC, Lamanca JJ, Zile MR, Francis G, Tavazzi L, et al; MCC-135 GO1 Investigators. Cardiopulmonary exercise variables in diastolic versus systolic heart failure. Am J Cardiol. 2008;102(2):203-6., os valores do presente estudo não estavam elevados. O autor destaca o fato de demonstrarem igual perfil de gravidade dos parâmetros prognósticos do TECP99. Farr MJ, Lang CC, Lamanca JJ, Zile MR, Francis G, Tavazzi L, et al; MCC-135 GO1 Investigators. Cardiopulmonary exercise variables in diastolic versus systolic heart failure. Am J Cardiol. 2008;102(2):203-6..

Poucos estudos comparando pelo TECP os grupos ICFER e ICFEN são encontrados. As divergências podem ser atribuídas a diferentes critérios tais como: seleção das amostras de ICFEN, diferentes ergômetros (ciclo vs. esteira) e posição corporal (ortostática vs. supino ou reclinado) dos avaliados, não consideração da maior massa corporal típica da população de ICFEN e, em especial, a falta de grupos homogêneos em relação ao sexo. Todavia o padrão do TECP, em média, se repete em todos.

CONCLUSÕES

O TECP demonstra ser ferramenta útil na avaliação diagnóstica e prognóstica também aos portadores de ICFEN. Esta faceta de apresentação de IC com parâmetros por vezes tão alterados quanto a ICFER e muitos critérios preditores de gravidade e de prognóstico parecem também se aplicar ao grupo ICFEN. Redução do VO2 pico, excessiva elevação na taxa da relação VE/O2 slope, ocorrência da VP ao esforço, menor índice cronotrópico e alteração da FC1rec são variáveis que parecem não diferir os dois grupos. Dados da pressão arterial de repouso e em esforço, associados à observação da cinética de recuperação do VO2 representado pelo T1/2, da potência circulatória e ventilatória destacam-se como as variáveis que apresentam maior valor discriminativo entre os grupos ICFER e ICFEN pelo TECP. Recomendam-se novos estudos, considerando a massa corporal e o sexo na tentativa de melhor uniformizar a amostra avaliada.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2014
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