INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na população adulta em todo o mundo. De acordo com a American Heart Association1, os fatores de risco comumente associados à doença cardiovascular são: dislipidemia, obesidade, hipertensão arterial, diabetes e tabagismo. Além destes, o risco de eventos cardiovasculares aumenta com a idade, assim como, a prevalência da síndrome metabólica2.
Mudanças no estilo de vida são entusiasticamente recomendadas na prevenção de doenças cardiovasculares e, a despeito da mencionada associação com o número de óbitos na população mundial, dados consistentes da literatura demonstram que a não exposição aos fatores de risco como o tabagismo, dieta inadequada, sedentarismo, bem como a obesidade e a hipertensão arterial podem fazer com que o número de mortes ligadas às doenças cardiovasculares diminua significativamente3-7.
Na prática clínica, a avaliação do risco cardiovascular pode ser estimada a partir da utilização de escores, como o escore de Framingham, o qual se utiliza de dados relativos à exposição dos pacientes aos principais fatores de riscos cardiovasculares, para determinar o risco absoluto do desenvolvimento de doença coronariana no período de dez anos8,9.
O escore de Framingham é atualmente o estimador de risco cardiovascular mais utilizado em todo o mundo10. No entanto não há evidência na literatura de que o sedentarismo (ou a prática de exercício físico) também possa ser um fator importante em sua modulação.
Os efeitos positivos obtidos pela prática de atividade física sob a saúde, de uma forma geral, são inquestionáveis. Entre as implicações ao sistema cardiovascular pode-se incluir a redução do colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), triglicerídeos (TG), pressão arterial, melhora nos níveis séricos de colesterol e lipoproteína de alta densidade (HDL-C), além da contribuição para o controle glicêmico, para as respostas fisiológicas relacionadas ao aumento da demanda metabólica, e ao aporte de oxigênio associado aos gastos musculares11. Segundo a American College of Sports Medicine e American Heart Association preconiza-se que indivíduos sadios devam realizar atividade física moderada por no mínimo 30 minutos por cinco dias na semana, ou 20 minutos de atividade intensa por três dias na semana a fim de promover e manter a saúde7,1.
No entanto, apesar do consenso quanto aos efeitos benéficos diretos e indiretos proporcionados pela prática de atividade física, no tocante aos parâmetros cardiovasculares, é escassa a literatura que possibilite a extrapolação da influência desta prática sob a modulação do risco calculado na avaliação clínica de pacientes.
Neste contexto, avaliamos no presente estudo, se a prática de atividade física é uma variável importante capaz de modular o risco verificável pelo escore de Framingham de um indivíduo desenvolver uma doença cardiovascular.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) (CAAE 12736413.7.0000.0108) e consistiu em uma análise observacional, descritiva e com delineamento transversal baseado em dados de prontuário eletrônico dos pacientes.
Foram incluídos dados coletados em consultas médicas realizadas em pacientes adultos (>18 anos) no período que compreende o mês de fevereiro de 2006 e setembro de 2012.
No total participaram 1004 indivíduos, os quais foram divididos em 683 adultos (com idade entre 18 e 59 anos) e 321 idosos (idade superior a 60 anos).
Entre os dados dos pacientes utilizados nas análises, estão incluídos:
a. ) Dados demográficos: sexo; idade (em anos completos, categorizados em faixas etárias: 18 a 30, >30 a 59 anos).
b. ) Hábitos de vida: tabagista (sim ou não).
c. ) Pressão arterial: A pressão arterial foi aferida por método indireto, utilizando-se um esfignomanômetro (Durashock DS44 Tycos - Welch Allyn, Skaneateles Falls, New York, USA) aneroide e adequação do manguito à circunferência braquial, após 10 minutos de repouso na posição sentada. Foram registradas as pressões sistólicas (PAS) e diastólica (PAD), correspondentes às fases I e V dos sons de Korotkoff, respectivamente.
Foram definidos como hipertensos, segundo os critérios estabelecidos pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial em 2010, o indivíduo que apresentou pressão sistólica ≥ 140 mmHg e/ou pressão diastólica ≥ 90 mmHg ou indivíduos que eram já hipertensos em uso regular de medicação anti-hipertensiva.
d) Dislipidemia: foram mensurados pela avaliação do LDL (lipoproteínas de baixa densidade) segundo a Equação de Friedwald, HDL (lipoproteínas de alta densidade) e TG (Triglicerídeos), sendo obtidos os dados de prontuário medidos em mg/dl; conforme previamente preconizado no Consenso Brasileiro de Dislipidemia, 201012.
e) Atividade Física: mensurada segundo as recomendações da ACSM (American College Sports of Medicine) e da American Heart Association para atividade física e saúde pública em adultos7.
Foram definidos como: atividade física leve: < 3,0 MetS (por ex. caminhar, lavar pratos e pescar); atividade física moderada: 3,0-6,0 MetS (por ex. esporte recreacional, caminhar rápido, lavar janela); atividade física vigorosa: > 6,0 MetS (por ex. correr, trotar e esportes vigorosos).
f) Escore de Risco de Framingham: foram utilizados para o cálculo do risco de evento cardiovascular por este escore as informações referentes à pressão arterial sistólica, colesterol total, idade, o tabagismo e o HDL-colesterol. A análise foi feita observando-se os fatores de risco dentro de uma tabela definida para homens e mulheres, sendo o resultado uma estimativa do risco absoluto de evento cardiovascular em dez anos.
Análise estatística
Foi utilizado o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS, Chicago, IL, USA) versão 20.0 para análise dos resultados, sendo adotado um intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (P< 0,05) para todos os testes aplicados.
As variáveis qualitativas foram apresentadas por meio de tabelas de frequência (absoluta e relativa) enquanto as variáveis quantitativas foram apresentadas por meio de média e desvio-padrão ou mediana e intervalo interquartílico (em caso de distribuição não normal dos dados).
Inicialmente foi analisada a possível associação entre gênero, idade, tabagismo, classificação da hipertensão, perfil lipídico (colesterol total, triglicerídeos, HDL e LDL) e prática de atividade física com o risco cardiovascular (segundo o escore de Framinghan) pela Correlação de Spearman. Posteriormente, foi utilizado um modelo de regressão linear múltipla para avaliar a importância destes fatores independentes na determinação do risco cardiovascular.
RESULTADOS
Primeiramente os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo adultos (18 a 59 anos) e idosos (>60 anos), posteriormente subcategorizados quanto ao gênero (masculino e feminino), tabagismo (sim ou não), hipertensão (sim ou não) e praticantes de atividade física regular (leve, moderada a intensa) (Tabela 1).
Tabela 1 Caracterização das variáveis independentes no grupo de indivíduos adultos e idosos.
Adultos | Idosos | ||||
Variáveis | Frequência absoluta (n) | Frequência relativa (%) | Variáveis | Frequência absoluta (n) | Frequência relativa (%) |
Idade | Idade | ||||
18 a 30 anos | 85 | 12,4 | 60-70 anos | 121 | 37,7 |
> 30 a 59 anos | 598 | 87,6 | > 70 anos | 200 | 62,3 |
Total | 683 | 100 | Total | 321 | 100 |
Gênero | Gênero | ||||
Masculino | 382 | 55,9 | Feminino | 121 | 37,7 |
Feminino | 301 | 44,1 | Masculino | 200 | 62,3 |
Total | 683 | 100 | Total | 321 | 100 |
Tabagismo | Tabagismo | ||||
Sim | 150 | 22 | Sim | 78 | 24,3 |
Não | 533 | 78 | Não | 243 | 75,7 |
Total | 683 | 100 | Total | 321 | 100 |
Hipertensão | Hipertensão | ||||
Sim | 237 | 34,7 | Sim | 163 | 50,8 |
Não | 446 | 65,3 | Não | 158 | 49,2 |
Total | 683 | 100 | Total | 321 | 100 |
Atividade física regular | Atividade física regular | ||||
Leve | 140 | 20,5 | Leve | 153 | 47,7 |
Moderada/Intensa | 543 | 79,5 | Moderada/Intensa | 168 | 52,3 |
Total | 683 | 100 | Total | 321 | 100 |
De uma forma geral, entre os 683 pacientes adultos 12,4% apresentaram idade > 30 anos tendo os demais 87,7% entre 30 e 59 anos. Aproximadamente 56% dos indivíduos eram do sexo masculino, 22% eram tabagistas e 34,7% hipertensos. Destes 683 pacientes 20,5% praticavam atividade física leve e 79,5% atividade moderada a intensa.
Entre os 321 pacientes do grupo de idosos 37,7% apresentavam idades entre 60 e 70 anos tendo, portanto, os demais, 62,3% apresentavam idades > 70 anos. Assim como observado no grupo dos adultos, predominaram no grupo de idosos os indivíduos do sexo masculino (62,3%), 24,3% eram tabagistas e 50,8% hipertensos. Dos 321 pacientes 47,7% praticavam atividade física leve e 52,3% atividade física de moderada a intensa.
No tocante ao perfil lipídico os pacientes dos grupos adultos e idosos foram categorizados de acordo com os respectivos níveis séricos de LDL, HDL, triglicérides e colesterol total (Tabela 2).
Tabela 2 Caracterização das variáveis do perfil lipídico no grupo de indivíduos adultos e idosos.
Adultos | Idosos | ||||||
Variáveis | Mediana | 1º Quartil | 3º Quartil | Variáveis | Mediana | 1º Quartil | 3º Quartil |
LDL | 120 | 93 | 144 | LDL | 113 | 87 | 141 |
HDL | 47 | 41 | 55 | HDL | 50 | 41 | 59 |
TG | 129 | 86 | 188 | TG | 122 | 90 | 179 |
CT | 196 | 169 | 228 | CT | 195 | 164 | 224 |
Tanto para os grupos de pacientes adultos e idosos, aproximadamente 50% apresentam valores de LDL considerados ótimos ou limítrofes, considerando a mediana de 120 mg/dl e 113mg/dl destas populações, respectivamente. Para as dosagens de HDL, todos os pacientes apresentaram níveis adequados. A maioria (aproximadamente 75%) dos indivíduos apresentaram dosagens consideradas ótimas ou limítrofes para os valores de triglicerídeos, enquanto que no tocante à dosagem de colesterol a maioria dos indivíduos apresentaram valores ótimos.
Os resultados dos 1004 pacientes incluídos neste estudo foram comparados com os preconizados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, em sua V Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose, 201313.
Foi observada correlação estatística inversa entre a prática de atividade física e o escore de Framingham (teste do Qui-quadrado, p<0,0001, Tabela 3) apresentando menor escore os indivíduos que praticavam exercícios regularmente de forma moderada ou intensa tanto em adultos quanto idosos.
Tabela 3 Caracterização das correlações entre as variáveis do estudo e o risco cardiovascular avaliado pelo Escore de Framingham.
Adultos | Idosos | ||||||
Prática de atividade física regular | Risco cardiovascular | Prática de Atividade física regular | Risco cardiovascular | ||||
Baixo | Moderado | Alto | Baixo | Moderado | Alto | ||
99 | 28 | 13 | Leve | 43 | 61 | 49 | |
Leve | 70,70% | 20,00% | 9,30% | 28,10% | 39,90% | 32,00% | |
259 | 48 | 12 | Moderada | 55 | 55 | 14 | |
Moderada | 81,20% | 15,00% | 3,80% | 44,40% | 44,40% | 11,30% | |
149 | 9 | 0 | Intensa | 10 | 3 | 0 | |
Intensa | 94,30% | 5,70% | 0,00% | 76,90% | 23,10% | 0,00% | |
Baixo | Moderado | Alto | Baixo | Moderado | Alto |
Diferença estatisticamente significativa foi observada na população de indivíduos adultos quando correlacionado o escore de Framingham e os fatores de risco idade (correlação direta), gênero (correlação inversa = risco maior para o gênero masculino), tabagismo (correlação direta), hipertensão (correlação inversa), atividade física (correlação inversa), a dosagem de HDL (correlação inversa) e colesterol total (correlação direta) (Tabela 4).
Tabela 4 Caracterização das correlações entre as variáveis do estudo e o escore de Framingham.
Adultos | Idosos | |||||
Variáveis | Coeficiente de correlação (rS) | p | Variáveis | Coeficiente de correlação (rS) | p | |
Idade | 0,37 | 0,0001 | Idade | 0,34 | 0,0001 | |
Gênero | -0,23 | 0,0001 | Gênero | -0,421 | 0,001 | |
Tabagismo | 0,32 | 0,0001 | Tabagismo | 0,259 | 0,001 | |
Hipertensão | -0,27 | 0,0001 | Hipertensão | - 0,27 | 0,0001 | |
Atividade física moderada/Intensa | -0,22 | 0,0001 | Atividade física moderada/Intensa | -0,19 | 0,002 | |
HDL | -0,14 | 0,001 | HDL | -0,33 | 0,0001 | |
CT | 0,15 | 0,0001 | CT | 0,05 | 0,37 |
Similarmente, na população de idosos foi observada correlação estatisticamente significativa entre o escore de Framingham e os fatores de risco idade (correlação direta), gênero (correlação inversa = risco maior para o gênero masculino), tabagismo (correlação direta), hipertensão (correlação inversa), atividade física (correlação inversa) e a dosagem de HDL (correlação inversa) e colesterol total (correlação direta) (Tabela 4).
Na análise multivariada (regressão linear múltipla), as variáveis que permaneceram associadas como determinantes do escore de Framingham foram: idade, gênero, tabagismo, hipertensão, e prática de atividade física regular (Tabela 5).
Tabela 5 Análise multivariada (regressão linear múltipla) entre as variáveis e o escore de Framingham na população adulta.
Variáveis | Coeficientes não ajustados | Coeficientes ajustados | p |
Beta | Beta | ||
Idade | 0,013 | 0,265 | 0,0001 |
Gênero | -0,24 | -0,247 | 0,0001 |
Tabagismo | -0,355 | -0,293 | 0,0001 |
Hipertensão | 0,06 | 0,146 | 0,0001 |
HDL | -0,003 | -0,084 | 0,017 |
CT | 0,002 | 0,158 | 0,001 |
Atividade física moderada/Intensa | -0,059 | -0,082 | 0,02 |
Na análise multivariada (regressão linear múltipla), as variáveis que permaneceram associadas como determinantes do escore de Framingham nesta população de idosos foram: idade, gênero, tabagismo, hipertensão, prática de atividade física regula e níveis plasmáticos de HDL (Tabela 6).
Tabela 6 Análise multivariada (Regressão linear múltipla) entre as variáveis e o escore de Framingham na população idosa.
Variáveis | Coeficientes não ajustados | Coeficientes ajustados | p |
Beta | Beta | ||
Idade | 0,04 | 0,36 | 0,0001 |
Gênero | 0,53 | 0,34 | 0,0001 |
Tabagismo | -0,45 | -0,26 | 0,0001 |
Hipertensão | 0,1 | 0,2 | 0,0001 |
CT | 0,002 | 0,129 | 0,006 |
HDL | -0,017 | -0,279 | 0,0001 |
Atividade física moderada/Intensa | -0,235 | -0,18 | 0,0001 |
DISCUSSÃO
Corroborando a literatura, no presente estudo a correlação entre o aumento da idade, gênero, presença de tabagismo, gravidade da hipertensão, aumento dos níveis plasmáticos de colesterol total e LDL com o aumento do escore de Framingham foi confirmada em adultos e idosos. Além disso, demonstramos uma correlação estatisticamente significativa entre os valores de risco obtidos pelo escore de Framingham e a prática de atividade física realizada.
Um número crescente de estudos tem considerado a prática da atividade física como um importante fator na diminuição de riscos e mortes por doenças cardiovasculares14-18. A atividade física consiste em parte integrante no tratamento do paciente acometido por doenças coronárias, também desempenha um importante papel em sua prevenção19.
Sua ação mais direta está relacionada com a melhora do perfil lipídico, estímulo para produção de substâncias vasodilatadoras e melhora da função endotelial. Na prevenção primária atua combatendo os principais fatores de risco desencadeadores das doenças cardiovasculares, além disso, a prática regular de atividade física e o estilo de vida ativa são métodos eficazes para controlar os níveis de ansiedade20.
De fato, os benefícios do exercício físico já são bem conhecidos na literatura quanto à prevenção e controle dos fatores de riscos. Necessitam, todavia, de uma visão mais abrangente e um aprofundamento específico de sua relação com a fisiopatologia das doenças. Assim, é imprescindível identificar os fatores e conhecer dos efeitos do exercício físico em modular os riscos cardiovasculares, com a finalidade preponderante de na conduta médica e no tratamento de indivíduos cardiopatas. Na prática clínica, o escore de Framingham é atualmente o estimador de risco cardiovascular mais utilizado para o desenvolvimento de doença coronariana no período de dez anos10.
No presente estudo os indivíduos foram categorizados, de acordo com a prática de atividade física, em: a) praticantes de atividade física leve: indivíduos que relataram capacidade de realizar atividade de pouca intensidade como caminhar, lavar pratos e pescar, b) moderada: indivíduos que relataram capacidade de praticar esporte recreacional, caminhar rápido, lavar janela e c) intensa: indivíduos que relataram capacidade de praticar esportes vigorosos, correr, trotar.
Entre os pacientes adultos 20,5% praticavam atividade física leve e 79,5% atividade moderada a intensa, enquanto que no grupo de idosos 47,7% praticavam atividade física leve e 52,3% atividade física de moderada a intensa.
Com base nos dados obtidos no presente estudo, demonstramos que a prática de atividade física é um potencial modulador do risco de Fram/ingham e que, assim como os fatores idade, gênero, tabagismo, presença de hipertensão arterial e níveis séricos de colesterol total e HDL, deve ser considerado na prática clínica para a obtenção do risco de um indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares.
Além disso, nossos dados demonstram que o benefício modulador sobre o escore de Framingham somente é obtido pelos indivíduos que praticam atividade física moderada a intensa e de forma regular, e que apenas a prática de atividades leves não apresenta benefício sobre os riscos de um indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares.
Em suma, sugerimos que a variável prática de atividade física é um potencial modulador do risco de Framingham e que, deve ser considerada juntamente com as variáveis idade, gênero, tabagismo, presença de hipertensão arterial e níveis séricos de colesterol total e HDL, na prática clínica do cálculo do risco do indivíduo desenvolver uma doença cardiovascular nos próximos 10 anos.