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Estudo etnobotânico em comunidades rurais de Sinop, Mato Grosso, Brasil

Ethnobotanical study in rural communities of Sinop, Mato Grosso, Brazil

Estudio etnobotánico en comunidades rurales de Sinop, Mato Grosso, Brasil

Estude ethnobotanique dans les communautés rurales de Sinop, Mato Grosso, Brésil

Resumo:

O objetivo da pesquisa foi registrar os recursos vegetais coletados, cultivados e utilizados pelas famílias residentes em comunidades rurais de Sinop, Mato Grosso. A metodologia utilizada foi a técnica de lista livre e entrevista semiestruturada. Foi determinado o valor de uso, concordância de uso popular e nível de fidelidade das plantas. Foram citadas 217 espécies em 70 famílias botânicas, dessas 66% são para alimentação e 31% para uso medicinal. Os entrevistados demonstraram um conhecimento significativo sobre plantas, bem como a diversidade de usos.

Palavras-chave:
conhecimento tradicional; recursos vegetais, Amazônia Meridional

Abstract:

The objective of the research was to register the vegetal resources collected, cultivated and used by families living in rural communities in Sinop, Mato Grosso State. The methodology used was the free list technique and semi-structured interviews. The use value, informant consensus factor and fidelity level of the plants were determined. There were 217 species in 70 botanical families, of which 66% are for food and 31% for medicinal use. The interviewees demonstrated significant knowledge about plants as well as the diversity of uses.

Keywords:
traditional knowledge; plant resources; Southern Amazonia

Résumé:

L'objectif de la recherche était de s'inscrire les ressources végétales collectées, cultivées et utilisées pour les familles résidentes dans les communautés rurales de Sinop, Mato Grosso. La méthodologie utilisée était la technique de liste libre et entrevue semi-structuré. La valeur d'usage, l'accord d'utilisation populaire et le niveau de fidélité des plantes ont été déterminés. Deux cent dix-sept (217) espèces ont été citées en 70 familles botaniques, de ces familles 66% sont pour l'alimentation et 31% pour l'utilisation médicale. Les personnes interrogées ont démontré des connaissances significatives sur les plantes ainsi que sur la diversité des usages.

Mots-clés:
connaissance traditionnelle; ressources vegetales; Amazonie du Su

Resumen:

El objetivo de la investigación fue registro los recursos vegetales colectados, cultivados y utilizados por las familias residentes en comunidades rurales de Sinop, Mato Grosso. La metodología utilizada fue la técnica de lista libre y entrevista semiestructurada. Fue determinado el valor de uso, concordancia de uso popular y nivel de fidelidad de las plantas. Fueron citadas 217 especies en 70 familias botánicas, de esas, 66% son para alimentación y 31% para uso medicinal. Los entrevistados demostraron un conocimiento significativo sobre plantas, así como la diversidad de usos.

Palabras clave:
conocimiento tradicional; recursos vegetales; Amazonia Meridional

1 INTRODUÇÃO

O estudo da interação homem-planta pode ser realizado por meio da etnobotânica, que passou por diversas tendências, desde simples trabalhos com listagens de plantas úteis em determinadas populações, até a compreensão de como essas populações interagem com as plantas (BOSCOLO, 2013BOSCOLO, O. H. Para comer, para beber ou para remédio? Categorias de uso múltiplo em Etnobotânica. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 8, n. 1, p. 61-7, 2013. Disponível em: http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/cadernos/article/view/78. Acesso em: 18 ago. 2017.
http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/...
, p. 62).

A etnobotânica tem a função de evitar que a interação entre as pessoas, as plantas e o conhecimento empírico seja perdida, pois, através dela, parte do patrimônio cultural de uma comunidade é resgatada, tendo em vista que o conhecimento é construído nas relações com a natureza que a circunda (MEYER; QUADROS; ZENI, 2012MEYER, L.; QUADROS, K. E. de; ZENI, A. L. B. Etnobotânica na comunidade de Santa Bárbara, Ascurra, Santa Catarina, Brasil. Revista brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 10, n. 3, p. 258-66, jan. 2012. Disponível em: http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/view/1651. Acesso em: 27 jan. 2018.
http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.ph...
, p. 259).

Muito do que se produz nos quintais é consumido pelas famílias, principalmente, verduras e frutas, que também são consumidas pelos animais criados nesses locais. Essa prática minimiza significativamente o impacto na renda das famílias e ajuda na segurança alimentar (MORAIS, 2011MORAIS, V. M. Etnobotânica nos quintais da comunidade de Abderramant em Caraúbas-RN. Orientador: Patrício Borges Maracajá. 2011. 112f. Tese (Doutorado em Fitotecnica) - Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró, RN, 2011., p. 89).

Portanto são diversos motivos que demonstram a relevância da aplicação de pesquisas na área de etnobotânica, pois as plantas são importantes de diversas formas, entre elas estão a sua função na subsistência das famílias, os conhecimentos sobre as suas formas de uso, as maneiras como se cultivam que são capazes de promover sustentabilidade ambiental e a comercialização que evidencia o aspecto econômico (OLIVEIRA, 2013OLIVEIRA, W. A. Os recursos vegetais e o saber local nos quintais da comunidade de Santo Antônio do Caramujo, Cáceres, Mato Grosso, Brasil. Orientadora: Maria Corette Pasa. 2013. 104f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, 2013., p. 3).

Assim, o presente trabalho tem como objetivo registrar os recursos vegetais coletados, cultivados, conservados e utilizados pelas famílias que residem em comunidades rurais no Município de Sinop, Estado de Mato Grosso.

2 MATERIAL E MÉTODO

As comunidades estudadas estão localizadas na zona rural do município de Sinop (latitude: -11º51'42.6", longitude: -55º36'45.1" e altitude 370m), no médio Norte do Estado de Mato Grosso, inserido no bioma Amazônia. A região tem um clima do tipo tropical quente e úmido (Aw, segundo classificação de Köppen) (DIAS, 2007DIAS, C. A. A. Procedimentos de medição e aquisição de dados de uma torre micrometeorológica em Sinop-MT. Orientador: Jorge Luiz Brito de Faria. 2007. 89 f. Dissertação (Mestrado em Física e Meio Ambiente) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, 2007.). O estudo foi realizado entre janeiro e junho de 2016, nas comunidades: Brígida, 11 de julho, Adalgisa, Agrovila (Gleba Mercedes 05), Planalto, Bom Jardim e Monalisa (Figura 1). As comunidades estudadas são de saber local, e a escolha dessas comunidades foi em função do objetivo de abordar todas as comunidades do entorno da cidade. A Agrovila, embora distante, foi introduzida por ser uma das primeiras comunidades do município.

Figura 1
Comunidades rurais utilizadas no estudo etnobotânico no município de Sinop, Mato Grosso

A: Mato Grosso. B: Localização das comunidades estudadas no município de Sinop. 1: Agrovila (Gleba Mercedes 05); 2: Planalto; 3: 11 de Julho; 4: Brígida; 5: Adalgisa; 6: Bom Jardim; 7: Monalisa; Área azul: Perímetro Urbano de Sinop.


Os informantes que participaram da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, documento que expressa sua participação voluntária, e o levantamento etnobotânico foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (Parecer: 1.386.702; Emissor: Msc. Margarete Lovato - Universidade de Cuiabá [UNIC]).

O procedimento de seleção da amostra adotado foi a técnica chamada Bola de Neve (amostragem não-probabilística), na qual os elementos são escolhidos de forma intencional. A coleta de dados foi realizada por meio da técnica da lista livre, ou seja, a citação livre de espécies pelo informante (BERNARD, 2006BERNARD, H. R. Research methods in cultural anthropology: Qualitative and quantitative approach. United States of America: Altamira Press, 2006. 803p. V. 4.; ALBUQUERQUE; LUCENA; LINS NETO, 2010ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P. DE; LINS NETO, E. M. F. Seleção dos participantes da pesquisa. In: ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P.; CUNHA, L. V. F. C. Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica. Recife: NUPEEA, 2010.), usando a seguinte pergunta: "Faz uso das plantas presentes em seu quintal para alguma finalidade como: remédio, comida ou outros?" A partir disso, foram utilizadas entrevistas para buscar o máximo de informação possível relacionada a cada espécie e sobre os informantes. As entrevistas foram realizadas com auxílio de um formulário com perguntas abertas, dando liberdade ao informante para responder segundo sua própria lógica e conceitos. O formulário continha ainda questões estruturadas para obtenção de dados pessoais (idade, escolaridade,...), e informações sobre o aspecto botânico; plantas utilizadas, locais de obtenção etc. Outros instrumentos utilizados foram a observação sistemática das plantas com as atividades de campo, uso de diário de campo de modo a evitar perda de informações.

Os dados obtidos nas entrevistas foram armazenados em um banco de dados em Microsoft Excel® (Office 2013), e as análises estatísticas foram realizadas com o software R. As espécies registradas foram verificadas quanto à origem geográfica, como nativas ou exóticas, além disso foram relacionadas por seus nomes científicos e família botânica. Essa classificação seguiu o sistema APG III (Angiosperm Phylogeny Group) consultadas por meio dos sites http://www.theplantlist.org/ para plantas exóticas e exóticas e http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ para plantas nativas. As identificações foram realizadas com auxílio de botânicos do Herbário Centro-Norte-Mato-Grossense (CNMT) da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus universitário de Sinop.

Foram calculados a Concordância de Uso Popular (CUP) e o Nível de Fidelidade (NF) das plantas levantadas. O valor de uso das plantas, quanto à finalidade, foi determinado por meio do nível de fidelidade (NF), conforme metodologia proposta por Friedman (1986)FRIEDMAN, J. A preliminary classification of the healing potential of medicinal plants, based on a rational analysis of ethnopharmacology field survey among bedouins in the Negev desert, Israel. Journal of Ethnopharmacology, v. 16, n. 2-3, p. 275-87, jun. 1986. e modificada por Amorozo e Gély (1988)AMOROZO, M. C. M.; GÉLY, A. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo Amazonas, Barcarena, PA, Brasil. Boletim Museu Paraense Emilio Goeldi, v. 4, n. 1, p. 47-131, 1988.. Para cálculo do CUP, é utilizado o número de informantes que citaram usos principais X 100 dividido pelo número de informantes que citaram o uso da espécie.

O NF consiste na razão entre o número de informantes que citaram o uso principal para a espécie (Icup) e o número de informantes que citaram a espécie para algum uso (Icesp), multiplicado por 100 (NF = (Icup/Icesp) x 100).

Devido às diferenças no número de informantes que citaram usos para cada espécie, é necessária a utilização do Fator de Correção (FC), o qual consiste na razão entre o número de informantes que citaram a espécie principal (Icup) e o número de informantes que citaram usos para a espécie (Icesp), ou seja, com maior número de citações (FC = Icup/Icesp).

Portanto, para calcular a porcentagem de Concordância corrigida quanto aos Usos Principais para cada uma das espécies (CUPc), é utilizada a multiplicação de NF e FC (CUPc = NFxFC).

As plantas levantadas foram separadas em cultivadas e coletadas, sendo as cultivadas aquelas disponíveis nos quintais das residências, ou seja, as plantas que estão próximas à residência. E como plantas coletadas, aquelas que estão em áreas de mata próximas à residência, mas que os entrevistados precisam se deslocar para ter acesso aos recursos vegetais presentes nas matas locais. Essa metodologia foi empregada para verificar se os entrevistados utilizavam apenas as plantas em seu quintal ou também as que estavam fora dele, buscando entender onde conseguiam as espécies utilizadas, não levando em consideração se as plantas eram ruderais. E essa resposta foi obtida por meio da observação local e também durante a entrevista.

Plantas exóticas são consideradas aquelas que foram introduzidas no país de alguma forma, ou seja, não pertencem à flora brasileira (PAES, 2016PAES, M. P. Plantas exóticas invasoras no Brasil: uma ameaça às plantas nativas e ao ecossistema. Especialize, Goiânia, v. 1, n. 11, p. 1-14. jun. 2016. Disponível em: https://www.ipog.edu.br/revista-especialize-online-busca/?autor=Magda%20Passos%20Paes. Acesso em: 7 de maio 2018.
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p. 2), e as nativas são aquelas naturais do Brasil. Portanto as plantas cultivadas e coletadas podem ser classificadas tanto como nativas quanto exóticas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Perfil socioeconômico

Foram entrevistadas 226 pessoas em 07 comunidades (Bom Jardim (49), Planalto (45), Agrovila (Gleba Mercedes 05) (42), 11 de Julho (27), Monalisa (26), Adalgisa (24) e Brígida (13), e o perfil socioeconômico obtido está representado na Tabela 1.

Tabela 1
Perfil socioeconômico dos moradores estudados nas comunidades rurais no município de Sinop, Mato Grosso

3.2 Etapa etnobotânica

Obtiveram-se 2.885 citações de plantas, com o registro de 70 famílias botânicas (+ três plantas que não foram identificadas e classificadas como indeterminadas); 217 plantas foram citadas (214 + 03 não identificadas) entre as coletadas e cultivadas, e 52 plantas foram citadas/classificadas como coletadas, exclusivamente, divididas em 13 espécies (Tabela 2).

Tabela 2
Plantas coletadas e cultivadas, nome científico, família botânica e uso principal utilizados em comunidades rurais no município de Sinop, Mato Grosso

Um total de 1.905 (66%) plantas foram citadas como pertencentes ao grupo alimentício, seguida das 866 (30%) plantas para uso medicinal e, em outros usos, foram 114 (4%) citações, como para sombra, lenha, entre outros.

A utilização das plantas como alimentação se mostrou uma importante fonte de subsistência para as famílias das comunidades estudadas. Segundo Camargo, Souza e Costa (2014)CAMARGO, F. F; SOUZA, T. R; COSTA, R. B. da. Etnoecologia e etnobotânica em ambientes de Cerrado no Estado de Mato Grosso. Interações, Campo Grande, v. 15, n. 2, p. 353-60, jul. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/inter/v15n2/12.pdf. Acesso em: 27 jan. 2018.
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um dos grandes problemas das comunidades tradicionais do Centro-Oeste do Brasil, atualmente, é a ausência de segurança alimentar, demonstrada pela falta de mecanismos que promovam a geração de renda e a pressão do agronegócio sobre a biodiversidade.

Para Mamede (2015)MAMEDE, J. S. dos S. Os recursos vegetais e o saber local na comunidade rural São Miguel em Várzea Grande, MT: uma abordagem etnobotânica. Orientadora: Maria Corette Pasa. 2015. 122f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, 2015., as espécies vegetais presentes nos quintais da comunidade São Miguel expõem uma combinação entre espécies arbóreas, herbáceas e culturas agrícolas, demostrando a diversidade vegetal que foi introduzida para diversas finalidades de uso naquele espaço para facilitar o cotidiano dos moradores. Fato esse que se repete no presente estudo.

As árvores no entorno dos quintais, além de promoverem sombra, são um ponto de encontro dos familiares e vizinhos, pois fornece um ambiente agradável para convívio social. Duque-Brasil et al. (2007)DUQUE-BRASIL, R.; SOLDATI, G. T.; COSTA, F. V. DA; MARCATTI, A. A.; REIS-JR, R.; COELHO, F. M. G. Riqueza de plantas e estrutura de quintais familiares no semiárido norte mineiro. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 864-66, jul. 2007. Disponível em: http://www.ufrgs.br/seerbio/ojs/index.php/rbb/article/view/714/599. Acesso em: 05 jun. 2016.
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verificaram que os quintais, a partir da percepção dos participantes, também foram citados como lugar para os filhos brincarem, além de ajudarem na economia familiar e manterem a umidade e fornecerem sombra.

Pasa (2004, p. 78)PASA, M. C. Etnobiologia de uma comunidade ribeirinha no alto da bacia do rio Aricá Açú, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Orientador: João Juares Soares; Co-orientador: Germano Guarim Neto. 2004. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2004. descreve que o quintal fortalece os vínculos sociais da comunidade por meio da utilização do espaço para atividades sociais, como rezas, festas e lazer. Segundo Carniello et al. (2010, p. 460)CARNIELLO, M. A; SILVA, R. S.; CRUZ, M. A.B.; GUARIM NETO, G. Quintais urbanos de Mirassol D'Oeste-MT, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Acta Amazônica, v. 40, n. 3, p. 451-70, set. 2010., os quintais constituem um relevante espaço pedagógico onde pessoas de diferentes faixas etárias realizam cotidianamente experimentações sobre plantio e manejo de espécies vegetais. Essas atividades favorecem a construção de conhecimentos com base na história de vida de cada indivíduo, nas relações que eles estabelecem com as plantas e com os grupos sociais que fazem parte, compartilhando a arte de plantar, colher e conservar.

As famílias botânicas que tiveram maior número de citações de espécies pelos entrevistados das comunidades pesquisadas foram a Lamiaceae, Rutaceae, Myrtaceae, Anacardiaceae e Arecaceae (Figura 2).

Figura 2
Importância relativa das principais famílias botânicas encontradas

Lamiaceae, teve o maior número de citações de uso (396), com importância relativa de 14%. Nessa família, encontram-se espécies como hortelã (Mentha x villosa Huds), alfavaca (Ocimum gratissimum L.), cidreira (Melissa officinalis L.) e boldo (Plectranthus barbatus Andrews), sendo predominantemente de uso medicinal. Rutaceae, com importância relativa de 12% (332 citações), também foi citada principalmente para uso medicinal e algumas plantas frutíferas dessa família, como o limoeiro (Citrus limon (L.) Burman F.), a laranjeira (Citrus aurantium L) e a tangerineira (Citrus reticulata Blanco), são citadas tanto as frutas como as folhas para a preparação de diversos tipos de remédios.

A maior representatividade dessa família em estudos etnobotânicos e/ou etnofarmacológicos, conforme estudos de Castelucci et al. (2000)CASTELLUCCI, S., LIMA, M. I. S., NORDI, N., MARQUES, J. G. W. Plantas medicinais relatadas pela comunidade residente na Estação Ecológica de Jataí, município de Luís Antonio/SP: uma abordagem etnobotânica. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 3, n. 1, p. 51-60, 2000. Disponível em: http://www.sbpmed.org.br/download/issn_00_2/artigo_5_v3_n1.pdf. Acesso em: 7 maio 2018.
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, Vendruscolo e Mentz (2006)VENDRUSCOLO, G. S.; MENTZ, L. A. Levantamento etnobotânico das plantas utilizadas como medicinais por moradores do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, v. 61, n. 1/2, p. 83-103, 2006. Disponível em: http://oaji.net/articles/2015/1747-1426604306.pdf. Acesso em: 7 maio 2018.
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e Magalhães et al. (2009)MAGALHÃES, V. C.; SILVA, D. M.; SILVA, F.; ALMASSY JR, A. A.; MARTINS, M. L. L.; MACEDO, T. P. Levantamento etnobotânico na comunidade rural Sapucaia em Santo Antônio de Jesus, Recôncavo da Bahia-BA. Revista Brasileira de Agroecologia, v.b4, n. 2, p. 2071-4, 2009. Disponível em: http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/rbagroecologia/article/view/7874. Acesso em: 7 maio 2018.
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, é explicada tendo em vista que essa família é considerada cosmopolita, com várias espécies de fácil adaptação, que também possuem óleos essenciais variados, justificando essa representatividade.

A família Myrtaceae, com importância relativa de 11% (303 citações), foi citada principalmente como plantas que servem para o sombreamento dos quintais. E a quarta família botânica com maior número de citações (282) por parte dos entrevistados foi a Anacardiaceae, sua importância relativa foi de 10%, e nela se encontram frutas como a manga, o caju e a seriguela, que foram citadas, principalmente, por seus frutos servirem como alimento para as famílias. Já a quinta família citada (111) foi a Arecaceae, englobando espécies como o coco.

Do total de plantas citadas para alimentação, a principal parte utilizada para consumo foi o fruto (86%) e sua forma de consumo mais citada (78%) foi in natura, ou seja, sem nenhum tipo de preparo especial. Mas há plantas citadas que precisam ser preparadas para o consumo, sendo este por meio de cozimento, saladas e temperos; já as plantas frutíferas geralmente são usadas para fazer suco.

Do total de plantas citadas para fins medicinais, a principal parte utilizada é a folha (79%). Essa folha foi citada principalmente no preparo de chás (18%), mas também para outras formas de medicamentos, como xarope, cataplasma, compressa, entre outros. Mas além da folha, foram citadas a raiz, a casca, a semente, o óleo, entre outras partes utilizadas. Com relação à finalidade das plantas medicinais, foi citado principalmente o uso como calmante, dor de estômago e gripe.

Na categoria outros, a maioria das plantas citadas é utilizada para sombra, portanto 79% informaram que a planta inteira é utilizada. Isso ocorre porque grande parte das residências possuem árvores em seus quintais com essa finalidade especifica.

Relacionando-se as formas de preparo, as partes da planta utilizadas e as categorias de uso, é possível afirmar que o chá é preparado a partir das folhas e o fruto é consumido ao natural. Também se pode observar que o chá das folhas pertence à categoria medicinal e o consumo das frutas se refere à alimentação (MILANI; GUIDO; BARBOSA, 2011MILANI, J. F.; GUIDO, F. L. E.; BARBOSA, A. A. A. Educação ambiental a partir do resgate dos quintais e seu valor etnobotânico no distrito Cruzeiro dos Peixotos, Uberlândia, MG. Revista Horizonte Científico, Uberlândia, v. 5, n. 1, p. 1-32, jul. 2011. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/horizontecientifico/article/view/7260. Acesso em: 27 jan. 2018.
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).

A utilização das folhas é resultante do processo em que as pessoas buscam retirar as partes do vegetal que possam ser repostas o mais rapidamente possível pela própria planta e, assim, manter sua integridade, minimizando o risco de perda ou extinção (MEDEIROS; FONSECA; ANDREATA, 2004MEDEIROS, M. F. T.; FONSECA, V. S.; ANDREATA, R. H. P. Plantas medicinais e seus usos pelos sitiantes da Reserva Rio das Pedras, Mangaratiba, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo Horizonte, v. 18, n. 2, p. 391-9, jun. 2004.).

Pode-se perceber que, quanto maior o valor CUPc (Porcentagem de Uso Corrigido), que se refere aos usos principais para cada espécie, maior será o número dos informantes que citaram o uso principal, e isso indica maior concordância de uso para a comunidade, conforme pode ser verificado o valor de uso individual das principais espécies para os entrevistados (Tabela 2).

A manga (M. indica L.) foi a que representou maior valor de uso (VU=0,73). Outras espécies que merecem destaque são o limão (C. limon (L.)Burman F.) com VU=0,59, a cidreira (M. officinalis L.) com VU=0,49, a goiaba (P. guajava L.) com VU=0,49 e a mandioca (M. esculenta Crantz) com VU=0,45. Como pode ser visto, as quatro espécies com maiores valores de uso são para alimentação e para uso medicinal.

A manga foi a espécie mais citada pelos informantes e possui três funções de uso: fins alimentícios, medicinais e também para outros fins, como para sombra no quintal. De acordo com Moreira e Guarim Neto (2009, p. 162)MOREIRA, D. L.; GUARIM-NETO, G. Usos múltiplos de plantas do cerrado: um estudo etnobotânico na comunidade sítio Pindura, Rosário Oeste, Mato Grosso, Brasil. Revista Polibotánica, México, n. 27, p. 159-90, abr. 2009. Disponível em: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1405-27682009000100010. Acesso em: 27 jan. 2018.
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, ao utilizar os recursos vegetais, o ser humano estabelece uma relação com o ambiente, elaborando um conceito próprio de seus elementos, definindo as relações etnoecológicas locais entre ele e o ecossistema, através da valoração que dá às plantas.

Mamede (2015)MAMEDE, J. S. dos S. Os recursos vegetais e o saber local na comunidade rural São Miguel em Várzea Grande, MT: uma abordagem etnobotânica. Orientadora: Maria Corette Pasa. 2015. 122f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, 2015. relatou que as árvores frutíferas encontradas nos quintais estudados foram introduzidas pelos próprios moradores através do consumo das frutas que proporcionaram as sementes para realização das mudas. De acordo com Kabashima et al. (2009), as espécies de plantas mais encontradas na maioria dos quintais brasileiros são frutíferas comuns como goiabeira, mangueira, abacateiro e jaboticabeira.

A relativa importância de cada uso para as plantas que conhece e que maneja é expressa por informações que apontam o grau de consenso entre os informantes para determinada espécie vegetal, ou seja, o valor de uso, refletindo as preferências das espécies mencionadas para os diversos usos particulares. O que expressa o valor da planta para a população é a sua utilidade, assim as espécies com maior número de usos são mais valorosas nas comunidades.

Outro fator percebido é que o NF foi calculado acima de 50% para a maioria das plantas, ou seja, de maneira geral, os entrevistados tiveram um consenso quanto aos usos principais das plantas.

A CUP geralmente tem valores mais baixos, pois são referentes às plantas com maior número de citações. Com ela, é possível detectar as plantas mais utilizadas e importantes para a população. A mangueira, por exemplo, foi a planta mais citada, e isso ocorre porque é uma planta que serve tanto para alimentação, quanto para fins medicinais, além de ser muito utilizada como sombreamento para as residências.

O uso de plantas, tanto cultivadas quanto coletadas, para diversos fins é uma característica de pessoas que vivem mais afastadas de centros urbanos. As principais finalidades dos recursos vegetais geralmente são para alimentação e uso medicinal. Mas um uso específico foi citado 88 vezes pelos entrevistados, qual seja a sombra promovida pelas árvores que estão no quintal, uso este que se traduz na redução da sensação térmica, em conforto para as pessoas que utilizam essa área para diferentes atividades. A importância desse uso pode ser vista, pois foi a quinta finalidade mais citada, ficando atrás apenas das citações de plantas que são utilizadas para suco, com propriedades calmantes, para dor de estômago e gripe.

As árvores fornecem diversos tipos de utilidade para a população, e alguns estudos indicam que o plantio de árvores ao redor das casas com a finalidade de fornecer alimento, sombra e outros recursos importantes para a vida familiar é uma característica marcante desses agroecossistemas domésticos (DEPOMMIER, 2003DEPOMMIER, D. The tree behind the forest: ecological and economic importance of traditional agroforestry systems and multiple uses of trees in India. Tropical Ecology, v. 44, n. 1, p. 63-71, 2003. Disponível em: http://www.tropecol.com/pdf/open/PDF_44_1/44107.pdf. Acesso em: 27 jan. 2018.
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). Além deste, destaca-se o estudo de Duque-Brasil et al. (2011, p. 295)DUQUE-BRASIL, R.; SOLDATI, G. T.; ESPIRÍTO-SANTO, M. M.; REZENDE, M. Q.; D'ÂNGELO-NETO, S.; COELHO, F. M. G. Composição, uso e conservação de espécies arbóreas em quintais de agricultores familiares na região da mata seca norte-mineira, Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 11, n. 2, p. 287-97, dez. 2011. Disponível em: http://periodicos.uefs.br/index.php/sitientibusBiologia/article/view/76/54. Acesso em: 27 jan. 2018.
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em que foi verificado que os quintais são importantes fontes de recursos vegetais para as comunidades amostradas no entorno do Parque Estadual da Mata Seca (Minas Gerais), fornecendo principalmente alimento e sombra para as pessoas, além de outros recursos, como plantas medicinais e lenha.

Mamede (2015)MAMEDE, J. S. dos S. Os recursos vegetais e o saber local na comunidade rural São Miguel em Várzea Grande, MT: uma abordagem etnobotânica. Orientadora: Maria Corette Pasa. 2015. 122f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, 2015. relatou que, para seus os entrevistados, plantar no quintal é uma maneira prática de associar alimentação com bem-estar, sombra, remédio, lazer, material para construção, embelezamento, além de outros benefícios como fertilização do solo, proteção contra ventos fortes e erosão, oxigenação do ambiente, alimentação e abrigo para fauna, e renda extra. Além de ser um ambiente destinado às atividades do dia a dia como cozinhar, lavar roupa, louças, desbulhar milho, entre outras.

Os quintais também podem contribuir para incremento da diversidade vegetal por meio da combinação entre espécies exóticas e nativas com várias utilidades. Embora as comunidades estudadas tenham ocupado a região há apenas algumas décadas, verificou-se que, em todos os quintais, podem ser encontradas árvores plantadas com o intuito de fornecer frutos e sombra. Dessa forma, o quintal é um espaço de convívio social e cultural, não apenas uma parte de terreno da residência, pois as famílias são capazes de garantir a preservação de uma gama de plantas, já que essas são cultivadas por eles e seu uso ocorre de forma sustentável (GUARIM-NETO; NOVAIS, 2008GUARIM NETO, G.; NOVAIS, A. M. Composição florística dos quintais da cidade de Castanheira. In: GUARIM NETO, G.; CARNIELLO, M. A. (Org.). Quintais mato-grossenses: espaços de conservação e reprodução de saberes. Cáceres: EDUNEMAT, 2008. 203p., p. 28).

Como resultado da diferença entre a riqueza de plantas nativas e exóticas nas comunidades estudadas, obteve-se x²=0,60 (maior que 0,05) com seis graus de liberdade. Para a obtenção desse resultado, foi realizado o cálculo da frequência esperada entre o total de plantas nativas e exóticas citadas de cada comunidade e o total geral de plantas citadas, não levando em consideração as categorias de uso. A partir do cálculo da frequência observada e frequência esperada, foi realizado o teste de x² que, como resultado, indicou não ter havido evidências de associação entre as citações de espécies nativas e exóticas nas comunidades pertencentes ao estudo.

Em comunidades estudadas em Rondonópolis por Pasa e Ávila (2010, p. 198)PASA, M. C.; ÁVILA, G. Ribeirinhos e recursos vegetais: a etnobotânica em Rondonópolis, Mato Grosso, Brasil. Interações, Campo Grande, v. 11, n. 2, p. 195-204, 2010. Disponível em: http://www.interacoes.ucdb.br/article/view/366. Acesso em: 27 jan. 2018.
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, verificou-se que mais de 30% das espécies cultivadas são nativas da região de cerrado e mais usadas como complemento alimentar, medicamentos, lenha e ornamental, resultado similar ao desta pesquisa.

Das cinco espécies com maior valor de uso, três delas são de origem exóticas e duas são nativas. As exóticas são a mangueira (Mangifera indica L.) com sua origem na Índia, o limoeiro (Citrus limon (L.) Burman F.), origem da Ásia, e a cidreira (Melissa officinalis L.) de origem asiática e europeia. As nativas foram a goiabeira (Psidium guajava L.) e a mandioca (Manihot esculenta Crantz).

Portanto, através do fluxo migratório da população, o conhecimento sobre plantas presentes nos fragmentos locais e sobre as introduzidas de outras regiões é compartilhado, e isso ocorre por conta da interação entre populações migrantes e locais. A disseminação e diversificação do componente vegetal em território mato-grossense ocorre pelo elevado número de espécies introduzidas pelos migrantes.

No entanto, com a preferência pela utilização de plantas oriundas de sua região de origem, a quantidade de espécies nativas que é conhecida e utilizada por essa população é baixa. Com isso, pode-se dizer que a grande quantidade de espécies introduzidas é um indicador de que a maioria desses migrantes ainda não estabeleceu uma relação com as plantas locais (CARNIELLO et al., 2010CARNIELLO, M. A; SILVA, R. S.; CRUZ, M. A.B.; GUARIM NETO, G. Quintais urbanos de Mirassol D'Oeste-MT, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Acta Amazônica, v. 40, n. 3, p. 451-70, set. 2010., p. 459).

Segundo esse mesmo autor, a consequência dessa situação é que espécies nativas sejam substituídas por espécies exóticas introduzidas, devido aos valores simbólico e utilitário que a população atribui às espécies de sua região de origem. Com isso, essa população mantém um acervo de recursos vegetais e conhecimento intrínseco, que a acompanham ao longo de décadas.

4 CONCLUSÃO

As plantas possuem importância para os moradores das comunidades rurais de Sinop, servem para uso alimentício e medicinal, principalmente por terem acesso sem a necessidade de comprar.

Os entrevistados demonstraram um conhecimento significativo sobre plantas nativas e exóticas, bem como a diversidade de usos que elas possuem, de tal maneira que atendem as necessidades locais.

Dessa forma, a etnobotânica nessas comunidades contribui para o conhecimento local sobre as finalidades das espécies vegetais utilizadas pelos moradores, fortalecendo as relações entre os habitantes dessas comunidades e os seus recursos vegetais.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Abr 2019
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2019

Histórico

  • Recebido
    15 Mar 2018
  • Revisado
    05 Maio 2018
  • Aceito
    20 Jul 2018
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