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Diversidade e uso de plantas do Cerrado na comunidade São Miguel, Várzea Grande, MT, Brasil

Diversity and use of Cerrado plants in the community São Miguel, Várzea Grande, MT, Brazil

Diversidad y uso de plantas del Cerrado en la comunidad San Miguel, Várzea Grande, MT, Brasil

Resumos

Resumo: O presente estudo teve como objetivo identificar as espécies de plantas nativas mais importantes para essa comunidade, analisar a diversidade de uso e a diversidade de plantas, e relacionar o valor de uso com a disponibilidade das plantas no ambiente. Adotaram-se as técnicas de entrevistas semiestruturadas. No levantamento etnobotânico, foram catalogadas 67 espécies distribuídas em 30 famílias botânicas. As espécies mais importantes para a comunidade, conforme o valor de uso, foram cumbaru, angico e aroeira. Estudos com plantas nativas podem gerar alternativas eficazes que diminuam o impacto da coleta sobre as populações naturais.

Palavras-chave:
etnobotânica; conhecimento popular; valor de uso


Abstrat: The present study aimed to identify the most important native plant species for this community, to analyze the diversity of use and the diversity of plants, and to relate the value of use with the availability of plants in the environment. The techniques of semi-structured interviews were adopted. In the ethnobotanical survey were cataloged 67 species distributed in 30 botanical families. The most important species for the community, according to the use value were cumbaru, angico and aroeira. Studies with native plants can generate effective alternatives that diminish the impact of the collection on the natural populations.

Keywords:
ethnobotany; popular knowledge; uso.rais value


Resumen: El presente estudio tuvo como objetivo identificar las especies de plantas nativas más importantes para esa comunidad analizar la diversidad de uso y la diversidad de plantas y relacionar el valor de uso con la disponibilidad de las plantas en el ambiente. Se adoptaron las técnicas de entrevistas semiestructuradas. En el levantamiento etnobotánico se catalogaron 67 especies distribuidas en 30 familias botánicas. Las especies más importantes para la comunidad según el valor de uso fueron cumbaru angio y aroeira. Estudios con plantas nativas pueden generar alternativas eficaces que disminuyan el impacto de la recolección sobre las poblaciones naturales

Palabras clave:
etnobotánica; el conocimiento popular; el valor de uso


1 INTRODUÇÃO

O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, ocupa 21% do território nacional, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas com extrema abundância de espécies endêmicas (BRASIL, s.d.BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). O bioma Cerrado. [s.d.]. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/Cerrado. Acesso em: 3 nov. 2014.
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) e possui os principais aquíferos subterrâneos, o que o torna imprescindível para a segurança hídrica de milhões de pessoas (MENDONÇA; PELÁ, 2011MENDONÇA, Marcelo Rodrigues; PELÁ, Márcia. O Cerrado goiano numa encruzilhada de tempos: os territórios em disputa e as novas territorialidades do conflito. Revista Geográfica de América Central, Costa Rica, v. 2, n. 47, p. 1-18, 2011.). Aproximadamente a metade dos 2 milhões de km2 originais do Cerrado foram substituídos por pastagens plantadas, culturas anuais e outros tipos de uso (KLINK; MACHADO, 2005KLINK, Carlos A.; MACHADO, Ricardo B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-55, 2005.). A perda da diversidade está transformando esse bioma em um hotspots, apesar de o Cerrado mato-grossense contar com múltiplas opções de aproveitamento de seus recursos vegetais e as populações locais serem os primeiros detentores do conhecimento botânico (GUARIM-NETO, 2001GUARIM-NETO, Germano. Flora medicinal, populações humanas e o ambiente de cerrado. Horticultura Brasileira, Brasília v.19, p. 203-6, 2001.).

Nessa perspectiva, caracterizar essa relação é essencial uma vez que a população local se diferencia pelo conhecimento que possui dos recursos naturais, pelo uso sustentável de tais recursos e por ocuparem o mesmo território por gerações. Novas informações são adicionadas ao conhecimento regional gradativamente e está passível às mudanças em resposta a inovações, experiências e pressões ambientais externas. O conhecimento armazenado apenas na memória dos povos que vivem do Cerrado acaba se perdendo sem o devido registro, o que acarreta uma perda enorme de informação. Esse panorama é o que tem motivado alguns pesquisadores a resgatar esse conhecimento através da etnobotânica no Estado de Mato Grosso, como por exemplo: Guarim-Neto (2001), Amorozo (2002)AMOROZO, Maria Christina de Mello. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 189-203, 2002., Pasa, Soares e Guarim-Neto (2005)PASA, Maria Corette; SOARES João Juares; GUARIM-NETO, Germano. Estudo etnobotânico na comunidade de Conceição-Açu (alto da bacia do rio Aricá Açu, MT, Brasil). Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 195-207, abr./jun. 2005., Souza (2007)SOUZA, Luzia Francisca. Recursos vegetais usados na medicina tradicional do Cerrado (comunidade de Baús, Acorizal, MT, Brasil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, SP, v. 9, n. 4, p. 44-54, 2007., Valentini et al. (2008)VALENTINI, Carla Maria Abido; ALMEIDA, Juliane Dias de; COELHO, Maria de Fátima Barbosa; ORTÍZ, Carmen Eugenia Rodríguez. Uso de Siparuna guianensis Aublet (negramina) em Bom Sucesso, município de Várzea Grande, Mato Grosso. Revista de Biologia Neotropical, Goiânia, v. 5, n. 2, p. 11-22, 2008., Sólon, Brandão e Siqueira (2009)SÓLON, Soraya; BRANDÃO, Luiz Fabrício Gardini; SIQUEIRA, João Máximo. O gênero Cochlospermum Kunth com ênfase nos aspectos etnobotânicos, farmacológicos, toxicológicos e químicos de Cochlospermum regium (Mart. Et. Schr.) Pilger. Revista Eletrônica de Farmácia, Goiás, v. 6, n. 3, p. 1-22, 2009., Carniello et al. (2010)CARNIELLO, Maria Antonia; SILVA, Roberta dos Santos; CRUZ, Maria Aparecida Berbem da; GUARIM NETO, Germano. Quintais urbanos de Mirassol D’Oeste-MT, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Acta Amazônica, Manaus, v. 40, n. 3, p. 451-70, 2010., Pasa (2011aPASA, Maria Corette. Saber local e medicina popular: a etnobotânica em Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, PA, v. 6, n. 1, p. 179-96, 2011a. ; 2011b)PASA, Maria Corette. Abordagem etnobotânica na Comunidade de Conceição Açu, Mato Grosso, Brasil. Polibotánica, México, n. 31, p. 169-97, 2011b., Mamede et al. (2015)MAMEDE, Jeneffer Soares dos Santos; DE DAVID, Margo; TSUKAMOTO FILHO, Antônio de Arruda; PASA, Maria Corette. Os quintais e as manifestações culturais da comunidade São Gonçalo Beira Rio, Cuiabá, MT. Revista Biodiversidade, Rondonópolis, MT, v. 14, n. 1, p. 168-82, 2015.. Contudo as investigações etnobotânicas na região do Cerrado mato-grossense são ainda escassas, especialmente quando comparada a sua diversidade natural e cultural e as áreas que estas ocupam (MOREIRA; GUARIM-NETO, 2009MOREIRA, Déborah Luíza; GUARIM-NETO, Germano. Usos múltiplos de plantas do Cerrado: um estudo etnobotânico na comunidade sitio Pindura, Rosário Oeste, Mato Grosso, Brasil. Polibotánica, México, n. 27, p. 159-90, 2009.).

A procedência do saber popular está na observação constante e metódica dos fenômenos e das características da natureza e na experimentação desses recursos, o que explica a importância que as etnocategorias de usos das plantas assumem nos resultados das investigações etnobotânicas de uma região ou mesmo de uma sociedade (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino; ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 273-85, 2002.). A etnobotânica surge como o campo interdisciplinar que envolve o estudo e a explicação do conhecimento que o ser humano possui da significação cultural, manejo e usos tradicionais dos elementos da flora (CABALLERO, 1979CABALLERO, Javier. La etnobotânica. In: BARRER, A. (Ed.). La etnobotânica: tres puntos de vista y uma perspectiva. Xalapa, México: Instituto de Investigación sobre Recursos Bióticos, 1979. p. 27-30. ). Para Amorozo (2002)AMOROZO, Maria Christina de Mello. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 189-203, 2002., engloba a maneira como um grupo social classifica as plantas e as utilizam. Logo, podemos ponderar o etnoconhecimento como uma ferramenta metodológica que implica a abordagem do conhecimento cultural e regional e que conduz à informação, resgatando o vínculo entre o saber popular e o científico.

Nesse cenário, este estudo não tem um caráter definitivo nem possui a ambição de exaurir o assunto, contudo a de mostrar a utilização da etnobotânica e do etnoconhecimento em uma comunidade local do Estado de Mato Grosso, com foco no saber popular sobre as plantas do bioma Cerrado. O presente estudo teve como objetivo identificar as espécies de plantas nativas mais importantes para essa comunidade, analisar a diversidade de uso e a diversidade de plantas e ainda relacionar o valor de uso com a disponibilidade das plantas no ambiente. As questões norteadoras deste trabalho foram: Existe uma diversidade de plantas utilizadas pela comunidade? Que espécies são mais importantes? Quais as finalidades de uso das espécies?

2 METODOLOGIA

2.1 Área de estudo

O presente estudo foi realizado na Comunidade São Miguel, zona rural do município de Várzea Grande (15º29’44,35”S e 56º27’53,72”O). O munícipio do estudo foi designado pelo Projeto Radambrasil (BRASIL, 1982BRASIL. Ministério das Minas e Energia. Secretária-geral. Projeto RADAMBRASIL (Levantamento de Recursos Naturais, 21). Folha SD-21, Cuiabá. Rio de Janeiro, 1982. p. 1-540.) como uma região da Depressão Cuiabana, com extensão territorial de 949,53km2 e encontra-se localizado no Estado de Mato Grosso. O clima da região é caracterizado como tropical semiúmido (Aw), com precipitação pluviométrica anual de 1.350 mm, a temperatura média anual é de 26ºC e a umidade relativa do ar com a média anual em torno de 74% (VERTRAG, 2007VERTRAG. Prefeitura Municipal de Várzea Grande. Plano Diretor Participativo do Município de Várzea Grande: 2007-2017. 2007. Disponível em: https://sogi8.sogi.com.br/Arquivo/Modulo113.MRID109/Registro13079/documento%201%20-%20antreprojeto%20plano%20diretor%20-%20lei%203112-2007.pdf. Acesso em: 23 out. 2019.
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). Solo predominantemente de argila avermelhada, principalmente na faixa marginal do Rio Cuiabá (ROMANCINI; MOURA, 2012ROMANCINI, Sônia Regina; MOURA, Edenilson Dutra de. Um olhar para a Passagem da Conceição em Várzea Grande (MT). Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, Cuiabá, n. 70, 259 p., 2012.). Essa comunidade compõe um dos mais expressivos corpos florestais do Estado de Mato Grosso, caracterizado por densa cobertura da fitofisionomia savana arborizada, bioma Cerrado, sendo recortado pelo rio Ribeirão Espinheiro.

O acesso à comunidade se dá através da BR 163, partindo de Várzea Grande em direção à cidade de Jangada. Há meio de transporte coletivo que dá acesso aos moradores da comunidade para aos municípios de Várzea Grande e Cuiabá. A região de estudo está distante cerca de 44 km do centro de Várzea Grande e 62 km de Cuiabá. O tempo gasto para chegar à comunidade é de, aproximadamente, uma hora e meia de carro e três de ônibus. A Escola Municipal intitulada como Advogado Osmar Milan Capile funciona em três turnos: matutino, vespertino e noturno, com ensino regular de educação infantil e ensino fundamental, além da educação de jovens e adultos (EJA). Existe transporte escolar para os moradores. Os recursos médicos são oferecidos pelo Posto de Saúde Familiar (PSF), com atendimento de sistema de consulta agendada em uma sala disponibilizada na escola local. Em casos de urgência e emergência, as pessoas recorrem aos hospitais ou postos de saúde do município e das cidades vizinhas. Observou-se que a comunidade não é atendida pelos serviços de coleta de lixo nem de esgoto. A comunidade São Miguel tem como atividade de subsistência a agricultura em pequenas áreas de cultivares como mandioca, banana, hortaliças e árvores frutíferas. As produções são para consumo próprio ou comercializado na vila local.

2.2 Proposta metodológica

Inicialmente, realizou-se uma visita para o reconhecimento da área de estudo, em que se aplicou um pré-teste com os moradores para escolher e avaliar as técnicas a serem utilizadas junto à população local (PASA et al., 2013PASA, Maria Corette et al. Abordagem qualiquantitativa em etnobotânica. In: PASA, Maria Corette (Org.). Múltiplos olhares sobre a biodiversidade. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2013. p. 215-24.). Foram entrevistados 46 informantes aleatoriamente, sendo 29 mulheres e 17 homens. As entrevistas foram realizadas nas residências dos próprios entrevistados, com uma pessoa da família que estivesse no local, maior de idade e que detivesse informações a respeito daquele grupo familiar, independente do sexo.

A entrevista aconteceu entre o pesquisador e o morador apenas, para que os dados não fossem influenciados por terceiros. Conforme Albuquerque, Lucena e Alencar (2010)ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino; LUCENA, Reinaldo Farias Paiva de; ALENCAR, Nelson Leal. Métodos e técnicas na coleta de dados etnobiológicos. In: ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino (Org.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica. São Paulo: NUPEEA, 2010. p. 65-82., a presença de uma terceira pessoa durante a entrevista pode adulterar as respostas dos entrevistados. Foram esclarecidos para cada entrevistado os objetivos do estudo, e os moradores que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando a realização da pesquisa. Esse termo permite que a pessoa que está sendo convidada a participar da pesquisa entenda os procedimentos, riscos, desconfortos, benefícios e direitos envolvidos.

Para a coleta das informações, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, caminhada com os entrevistados dentro da propriedade e/ou em seus arredores para observação da vegetação, diário de campo, gravação de áudio e fotografias. As plantas citadas pelos informantes foram identificadas no local da entrevista de acordo com o conhecimento do autor. As coletas de amostras vegetais das espécies (em fases reprodutiva e vegetativa) foram realizadas durante as caminhadas e posteriormente realizou-se a montagem das exsicatas. As exsicatas do material botânico foram identificadas por especialistas do Herbário Central da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde se encontram catalogadas e depositadas. A grafia dos binômios científicos e dos autores foi conferida em revisões taxonômicas recentes e utilizando a base de dados do Missouri Botanical Garden e no Flora do Brasil 2020.

2.3 Análise dos dados

As etnocategorias de uso foram representadas de forma literal, exatamente como foram citadas pelos entrevistados: alimentar (Al), artesanal (Ar), inseticida (In), madeireiro (Ma), medicinal (Me) e tempero (Te). Lembrando que uma espécie pode ser agrupada em mais de uma categoria de uso, fato recorrente observado nas citações dos entrevistados. Para cada espécie foi calculado o Valor de Uso (UVs), entrevistando-se uma única vez cada informante, conforme referido por Phillips e Gentry (1993)PHILLIPS, Oliver; GENTRY, Alwyn H. The useful plants of Tambopata, Peru: I. Statistical hypotheses tests with a new quantitative technique. Economic Botany, v. 47, n. 1, p. 15-32, 1993.:

  • a) O valor de uso de cada espécie (sp) por informante (i), dado como:

    VUspi = Σ Uspi nspi

Onde, Uspi é o número de usos mencionados por informante i por espécie sp em cada evento, e nspi é o número de eventos com o informante i por espécie sp

  • b) O valor de uso global de cada espécie (VUsp), dado como:

    VUsp = Σ VUspi ns

Onde, ns é o número de informantes entrevistados por espécie.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta pesquisa, foram registradas 67 etnoespécies, sendo estas distribuídas em 30 famílias botânicas e 60 gêneros. As famílias mais representativas foram Fabaceae (12 espécies), e Rubiaceae (seis espécies). Estas também foram relatadas como as mais significativas em outros estudos etnobotânicos em diversas regiões do país, como Cunha e Bortolloto (2011)CUNHA, Simone Alves da; BORTOLOTTO, Ieda Maria. Etnobotânica de plantas medicinais no Assentamento Monjolinho, município de Anastácio, Mato Grosso do Sul, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 685-98, jul./set. 2011., Daher et al. (2012)DAHER, Felipe Rodrigues Gil; DORVAL, Alberto; COSTA, Reginaldo Brito da; PASA, Maria Corette. Aspectos etnobiológicos na comunidade Coivaras, Chapada dos Guimarães, MT, Brasil. Revista de Ciências Agro-Ambientais, Alta Floresta, MT, v. 10, n. 2, p. 149, 2012. , Zucchi et al. (2013)ZUCCHI, Marcelo Ribeiro et al. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais na cidade de Ipameri - GO. Revista Brasileira Plantas Medicinais, Botucatu, SP, v. 15, n. 2, 2013. e Paes e Pasa (2014)PAES, Nayara Dores da Silva; PASA, Maria Corette. Vegetação, cultura e economia: aspectos etnobotânicos da comunidade Capão em Barão de Melgaço, Mato Grosso, Brasil. FLOVET - Boletim do Grupo de Pesquisa da Flora, Vegetação e Etnobotânica, Cuiabá, v. 1, n. 6, p. 65-84, 2014., de fato devido às suas propriedades antibacteriana, antifúngica e anti-inflamatória (MONTEIRO et al., 2005MONTEIRO, Júlio Marcelino et al. Teor de taninos em três espécies medicinais arbóreas simpátricas da caatinga. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 29, n. 6, p. 999-1005, nov./dez. 2005.).

A maior riqueza de etnoespécies foi encontrada na categoria medicinal (Figura 1). As plantas usadas na medicina caseira mais citadas foram: aroeira (26), cumbaru (24), jatobá-do-cerrado (19), quina (16) e angico (13), sendo que a aroeira e o jatobá-do-cerrado são etnoespécies comumente utilizados para fins madeireiros. O uso dessas espécies no tratamento de enfermidades, explica-se pela alta concentração de fenóis e taninos presentes na casca e folha da aroeira (QUEIROZ; MORAIS; NASCIMENTO, 2002QUEIROZ, Carla Regina Amorim dos Anjos; MORAIS, Sérgio Antônio Lemos de. NASCIMENTO, Evandro Afonso do. Caracterização dos taninos da aroeira-preta (Myracrodruon urundeuva). Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 26, n. 4, p. 485-92, jul./ago. 2002. ; MONTEIRO et al., 2005MONTEIRO, Júlio Marcelino et al. Teor de taninos em três espécies medicinais arbóreas simpátricas da caatinga. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 29, n. 6, p. 999-1005, nov./dez. 2005.), e a presença de polifenóis e taninos na casca do jatobá-do-cerrado (BEZERRA, 2013BEZERRA, Gabrieli da Penha. Estudos farmoquímicos bioguiado pela atividade miorrelaxante do extrato etanólico das cascas do caule de Hymenaea courbaril L. (Jatobá). 2013. 129f. Dissertação (Mestrado em Farmacêuticas) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013. ).

Figura 1
Categorias de usos das espécies catalogadas no levantamento etnobotânico na Comunidade São Miguel

Além das etnoespécies supramencionadas para aproveitamento madeireiro, foram referidas também o guatambu, o angico e o cedro. Na figura 2, são apresentadas algumas formas de uso das madeiras encontradas nas casas dos entrevistados. Segundo estes, a lenha utilizada no preparo da comida é proveniente de ramos caídos no solo, não existindo preferência por uma única espécie. Conforme estudos realizados pela Embrapa (s.d.)EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Vegetação. [s.d.]. Disponível em: http://cmbbc.cpac.embrapa.br/vegetacao.htm. Acesso em: 6 nov. 2014.
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, o Cerrado pode ter em torno de 6.500 espécies da flora lenhosa pouco conhecida do ponto de vista da tecnologia da madeira (processos de transformação física e química da madeira). Poucos estudos são realizados sobre as madeiras encontradas no Cerrado, especialmente o modo como as comunidades utilizam esses recursos; como diferenciam a madeira para o tipo de finalidade desejada; a época da retirada dessas árvores, e se realizam o reflorestamento para repor na natureza as árvores retiradas e garantir recursos no futuro.

Figura 2
Formas da utilização da madeira na Comunidade São Miguel

A: Prateleira, B: Mesa, C: Banco; D: Cabo de ferramenta.


Convém ressaltar que a categoria de uso de uma espécie vegetal pode ser cumulativa, uma espécie pode ser utilizada para a alimentação e, ao mesmo tempo, ser empregada na cura de enfermidades. Neste estudo, as espécies que se destacaram por apresentar usos múltiplos foram: cumbaru, mangava-mansa, bocaiuva e ipê-roxo. As várias formas de usos de uma espécie têm a vantagem de proporcionar uma renda extra para as famílias e, por outro lado, podem acarretar a extinção das mesmas.

As plantas levantadas estão distribuídas em cinco tipos de hábito: arbóreo (64%), arbustivo (24%), subarbustivo (9%), palmeira e trepadeira (1,5%). Nota-se que o hábito arbóreo foi dominante, o que evidencia a importância desse componente no ecossistema florestal para o extrativismo nessa região. Os recursos vegetais mais encontrados foram, em ordem de importância, folha (45,2%), caule (20,2%), fruto (13,1%), casca (12%), semente (8,3%) e exsudato (1,2%). Os exsudatos correspondem à resina, seiva, látex e óleo-resina. O uso de recursos vegetais que prejudicam a sobrevivência da planta, como é o caso da casca, é capaz de impedir a conservação das espécies exploradas. O fato de as cascas, obtidas principalmente de espécies arbóreas, serem as partes vegetativas mais habitualmente aproveitadas pela comunidade, reporta a preocupações sobre a conservação das espécies exploradas, sobretudo aquelas classificadas como ameaçadas de extinção, como cedro, ipê-roxo e pau-rosa. Outra opção que vem sendo recomendada é a substituição por outras partes da planta cujo uso ofereça menor risco, como as folhas. Porém é preciso ponderar que isso abrange comprovações científicas que carecem de investimentos em pesquisas para cada espécie (ZSCHOCKE et al., 2000ZSCHOCKE, Sibylle; RABE, Tonia; TAYLOR, Joslyn L. S.; JÄGER, Anna K.; VAN STADEN, Johannes M. Planta part substitution - a way to conserve edangered medicinal plantas? Journal of Ethnopharmacology, v. 71, n. 1-2, p. 281-92, jul. 2000.).

No cálculo do Valor de Uso, o número de usos mencionados para uma espécie estabelece a importância dela para a comunidade, uma vez que demostra o valor de uso da planta estatisticamente. As espécies mais importantes para a comunidade, conforme o valor de uso foram cumbaru, angico e aroeira (Tabela 1). São necessários mais estudos que avaliem o impacto sobre essas espécies, sobretudo a aroeira, uma vez que ela se encontra na “Lista Oficial da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção” (BRASIL, 2008BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/179/_arquivos/179_05122008033615.pdf. Acesso em: 19 nov. 2014.
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).

Tabela 1
Espécies do Cerrado utilizadas na Comunidade São Miguel.

Poucas espécies alcançaram alto valor de uso, assim como em Chocó - Colômbia (GALEANO, 2000GALEANO, Gloria. Forest use at the Pacific Coast of Chocó, Colômbia: a quantitative approach. Economic Botany, v. 54, n. 3, p. 358-76, 2000.) e em Alagoinha (ALBUQUERQUE; ANDRADE; SILVA, 2005ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino; ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti; SILVA, Ana Carolina Oliveira de. Use of plant resources in a seasonal dry forest (Northeastern Brazil). Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 27-38, 2005.), onde constataram que a maior parte das espécies utilizáveis possuíam baixos valores de uso, enquanto altos valores estavam agrupados em poucas espécies. As espécies mais abundantes ou as mais empregadas para diferentes finalidades não são necessariamente as mais importantes para uma comunidade, demonstrando que as espécies raras, às vezes, possuem mais diversificação de uso que as mais comuns (ALBUQUERQUE; ANDRADE, 2002ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino; ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 273-85, 2002.). Além disso, uma pessoa pode conhecer vários usos para uma única espécie.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer as espécies úteis de uma comunidade, assim como a abundância de indivíduos das espécies é primordial para o planejamento de áreas de conservação de uso sustentável. Essas informações podem compor indicativos de espécies potencialmente exploradas e que merecem mais estudos sobre a dinâmica populacional, no intuito de se estabelecer taxas máximas de coleta sustentável e um manejo que permita a manutenção das plantas ao longo do tempo.

A pesquisa foi importante por fornecer dados para estudos futuros sobre o uso terapêutico da flora local, bem como para divulgar a diversidade e a potencialidade do Cerrado da região do Estado de Mato Grosso. Além de mais pesquisas, é indispensável a implementação de projetos a fim de estimular as práticas tradicionais e o uso dos recursos nativos, de modo a conservar o saber local das comunidades e apresentar opções que amorteçam o impacto da coleta sobre as populações naturais.

Agradecimentos

A todos os moradores da comunidade São Miguel por terem contribuído com a pesquisa e que gentilmente com toda humildade nos receberam. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES), pela bolsa de mestrado concedida à primeira autora.

REFERÊNCIAS

  • ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino; ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti. Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 16, n. 3, p. 273-85, 2002.
  • ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino; LUCENA, Reinaldo Farias Paiva de; ALENCAR, Nelson Leal. Métodos e técnicas na coleta de dados etnobiológicos. In: ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino (Org.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica São Paulo: NUPEEA, 2010. p. 65-82.
  • ALBUQUERQUE, Ulisses Paulino; ANDRADE, Laise de Holanda Cavalcanti; SILVA, Ana Carolina Oliveira de. Use of plant resources in a seasonal dry forest (Northeastern Brazil). Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 27-38, 2005.
  • AMOROZO, Maria Christina de Mello. Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antônio do Leverger, MT, Brasil. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 189-203, 2002.
  • BEZERRA, Gabrieli da Penha. Estudos farmoquímicos bioguiado pela atividade miorrelaxante do extrato etanólico das cascas do caule de Hymenaea courbaril L. (Jatobá) 2013. 129f. Dissertação (Mestrado em Farmacêuticas) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013.
  • BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). O bioma Cerrado [s.d.]. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/Cerrado Acesso em: 3 nov. 2014.
    » http://www.mma.gov.br/biomas/Cerrado
  • BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/179/_arquivos/179_05122008033615.pdf Acesso em: 19 nov. 2014.
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Dez 2019
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2019

Histórico

  • Recebido
    27 Jun 2018
  • Revisado
    20 Dez 2018
  • Aceito
    27 Jan 2019
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