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Constipação crônica: prevalência no ambulatório do Hospital Geral de Pediatria do Instituto Materno Infantil de Pernambuco

Chronic constipation: prevalence in the pediatric outpatient department of the General Pediatric Hospital of the Instituto Materno Infantil de Pernambuco

Resumo

Objetivos:

determinar a prevalência de constipação crónica(C.C) na infância do Ambulatório do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP).

Métodos:

realizou-se um estudo de corte transversal no Ambulatório do Hospital Geral de Pediatria do IMlp, durante o mês de outubro de 1997. As mães dos pacientes com idade de 1 mês a 14 anos, atendidos pela primeira vez, após a consulta com o médico assisten te, eram convidadas a participar da pesquisa. Após a explicação dos objetivos do estudo e a concordância verbal em participar, a entrevista era iniciada. Foi aplicado um formulário estruturado, previamente testado, que tinha por objetivo identificar os pacientes constipados. A constipação foi definida pela presença de pelo menos dois dos seguintes parâmetros: eliminação, dolorosa ou com esforço, de fezes de consistência aumentada, com freqüência inferior <l trés vezes por semana.

Resultados:

a prevalência de constipação intestinal crónica foi de 15,9%. No sexo masculino, a prevalência foi de 11,1 %, e de 20,1 %, no sexo feminino; segundo a faixa etária, a prevalência foi a seguinte: lactentes 15,3%, pré-escolares 17,3%, escolares 13,2 %, adolescentes 16,7%.

Conclusões:

conclui-se que a CC é um sintoma prevalente, com predomínio no sexo feminino e em pré-escolares. É necessário a busca ativa do sintoma quando do atendimento rotineiro das crianças, objetivando uma oríentação adequada e a redução da morbidade associada ao problema.

Palavras-chave
Constipação; Diagnóstico; Prevalência

Abstract

Objetives:

to determine the prevalence of chronic constipation (CC) in childhood of the Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP).

Methods:

cross-sectional study in the pediatric outpatient department in Hospital General of Pediatrics of IMlp, during the month of October of 1997. The mothers ofpatients receiving care for the first time, aged from 1 month to 14 yea rs, were invited to participate in the study after care had been delivered. After the objectives of the study were explained and verbal agreement to participate was given, the interview began. A previouslytested, structured questionnaire was used for data collection, with the objective of iden tifying constipated patients. CC was considered to exist in children who present, at least two of the follo wing conditions: painf or difficulty in passing hard stools aml/or frequency of defecation lower than three times per week.

Results:

prevalence of CC was 15,9%. Among males, prevalence was 11,1 %, and among females, 20,1 %; by age group, prevalence was: infants 15,3%, preschool children 17,3%, children 13,2 %, adolescents 16,7%.

Conclusions:

CC was a prevalent symptom, with predominar ce among female and pre-school childreno Symptoms must be actively searched for during routine children 's health care with a view to appriate advice and reduction of morbidity associa(ed to the problem.

Key words
Constipation; Diagnosis; Prevalence

Introdução

No Brasil a prevalência de constipação crônica (CC) na infância varia de 15% a 40%. 11 Zaslavsky C, Àvila EL, Araújo MA, Pontes MRN, Lima NE. Constipação intestinal da infância - um estudo de prevalência. Rev Assoc Med Rio Grande Sul (AMRIGS) 1988; 32:100-2.

2 Oliveira Jr WM, Maffei HVL, Moreira FL, Sanini VR. Prevalência de constipação intestinal em escolares de Botucatu, SP. Avaliação de criança recebendo merenda escolar. In: Anais X Reunião da Sociedade Latino Americana de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição; 1991; Montevideo, Uruguaio.

3 Mafei HVL, Moreira FL, Oliveira Jr WM, Sanini V. Prevalência de constipação intestinal em escolares do ciclo básico. J Pediatr 1997; 73:340-4.

4 Motta MEFA, Silva, GAP. Constipação intestinal crônica funcional na infância: diagnóstico e prevalência em uma comunidade de baixa renda. J Pediatr 1998; 74: 451-4.

5 Morais MB. Constipação intestinal em pediatria. Mod Recicl 1998; (1) :30-53. [Programa Nacional de Educação Médica Continuada em Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria, PRONAP/SBP].
-66 Morais MB. Papel da alimentação na etiopatogenia e no tratamento da constipação intestinal na crianças [Tese livre docência]. São Paulo: Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo; 1999. Estas diferenças decorrem da heterogeneidade dos critérios diagnósticos, bem como da diferença da metodologia empregada nos diferentes estudos. 11 Zaslavsky C, Àvila EL, Araújo MA, Pontes MRN, Lima NE. Constipação intestinal da infância - um estudo de prevalência. Rev Assoc Med Rio Grande Sul (AMRIGS) 1988; 32:100-2.,33 Mafei HVL, Moreira FL, Oliveira Jr WM, Sanini V. Prevalência de constipação intestinal em escolares do ciclo básico. J Pediatr 1997; 73:340-4.,55 Morais MB. Constipação intestinal em pediatria. Mod Recicl 1998; (1) :30-53. [Programa Nacional de Educação Médica Continuada em Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria, PRONAP/SBP].,66 Morais MB. Papel da alimentação na etiopatogenia e no tratamento da constipação intestinal na crianças [Tese livre docência]. São Paulo: Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo; 1999.

A constipação constitui um problema freqüente na população pediátrica,11 Zaslavsky C, Àvila EL, Araújo MA, Pontes MRN, Lima NE. Constipação intestinal da infância - um estudo de prevalência. Rev Assoc Med Rio Grande Sul (AMRIGS) 1988; 32:100-2.

2 Oliveira Jr WM, Maffei HVL, Moreira FL, Sanini VR. Prevalência de constipação intestinal em escolares de Botucatu, SP. Avaliação de criança recebendo merenda escolar. In: Anais X Reunião da Sociedade Latino Americana de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição; 1991; Montevideo, Uruguaio.

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9 Maffei HVL, Moreira FL, Kissimoto M, Chaves SMF, EI Faros S, Aleixo AM. História clínica e alimentar de crianças atendidas em ambulatório de gastroenterologia pediátrica (GEP) com constipação intestinal crônica funcional (CICF) e suas possíveis complicações. J Pediatr 1994; 70: 280-6.
-1010 Moreira FL, Coelho CAR, Maffei HVL. Constipação intestinal crônica em crianças atendidas no ambulatório de gastroenterologia infantil da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP (1977-1980). J Pediatr 1984; 57:62-5. embora não seja uma queixa espontânea das mães,33 Mafei HVL, Moreira FL, Oliveira Jr WM, Sanini V. Prevalência de constipação intestinal em escolares do ciclo básico. J Pediatr 1997; 73:340-4. o motivo da consulta é geralmente relacionado com as suas complicações.

Os critérios diagnósticos adotados não são unânimes e incluem alterações do hábito intestinal, isoladas ou em conjunto, ou sinais e sintomas associados à constipação crônica.44 Motta MEFA, Silva, GAP. Constipação intestinal crônica funcional na infância: diagnóstico e prevalência em uma comunidade de baixa renda. J Pediatr 1998; 74: 451-4. Potts e Sesney,1111 Potts MJ, Sesney J. Infant constipation: maternal knowledge and beliefs. Clin Pediatr 1992; 31: 143-8. estudaram as mães para conhecer a sua opinião sobre a constipação intestinal. A maioria das mães (45 %) descreveu a constipação como a não capacidade para passagem de fezes, estando mais preocupadas com a freqüência das eliminações. O desconhecimento dos outros parâmetros pode retardar o diagnóstico.

A constipação crônica exige um tratamento precoce e adequado, pois na sua evolução poderão surgir problemas como dor para evacuar, sangramento retal, e, em uma fase mais tardia, complicações como diverticulite, trombose hemorroidária e fissura anal, sendo considerada um fator de risco para câncer de colo) Então, conhecer a prevalência da constipação crônica em um serviço de saúde de referência, formador de recursos humanos, é de suma importância. Pois, o conhecimento do sintoma e do seu manejo terapêutico, contribuirão para a identificação precoce dos casos, reduzindo a morbidade, evitando que a procura aos serviços de saúde só ocorra quando a criança já apresenta complicações. Este estudo tem por objetivo estimar a prevalência de constipação crônica em crianças e adolescentes atendidos no Ambulatório do Hospital Geral de Pediatria, em um hospital de referência para atendimento materno-infantil.

Métodos

O estudo desenvolveu-se no Ambulatório do Hospital Geral de Pediatria do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), na cidade do Recife, durante o mês de outubro de 1997. O projeto foi aprovado pela comissão de ética da Instituição.

O desenho do estudo foi o corte transversal. As mães dos pacientes com idade de 1 mês a 14 anos, atendidos pela primeira vez, após a consulta com o médico assistente, eram convidadas a participar da pesquisa. Após a explicação dos objetivos do estudo e a concordância verbal em participar, a entrevista era iniciada. Foi aplicado um formulário estruturado, previamente testado, que tinha por objetivo identificar os pacientes constipados. Ao final da entrevista os pacientes constipados eram reencaminhados para consulta e tratamento adequado para o caso.

A constipação foi definida pela presença de pelo menos dois dos seguintes parâmetros: eliminação dolorosa ou com esforço, de fezes de consistência aumentada, com freqüência inferior a três vezes pôr semana. Os pacientes que estavam em aleitamento materno exclusivo foram considerados constipados quando apresentavam consistência aumentada das fezes e suas mães achavam que eles eram constipados. Quando a constipação tinha duração superior a trinta dias, não havendo doenças intestinais ou extra-intestinais primárias evidentes que pudessem causá-la, foi considerada crônica e funcional.

Para o cálculo da amostra utilizou-se o programa EPI-INFO versão 6.0, tomando por base uma população de 34.540 pacientes (total de pacientes atendidos no Ambulatório Geral de Pediatria no ano de 1996), uma prevalência do sintoma de 22,5 %, de acordo com vários estudos da literatura;1.1010 Moreira FL, Coelho CAR, Maffei HVL. Constipação intestinal crônica em crianças atendidas no ambulatório de gastroenterologia infantil da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP (1977-1980). J Pediatr 1984; 57:62-5.,1212 Maffei HVL, Moreira FL, Sanini VR. Aceitação de pão com farelo de trigo por escolares e efeitos sobre prevalência da constipação intestinal. In: Anais do VI Congresso Paulista de Pediatria; 1994; São Paulo, SP. Brasil.,1313 Sandler RS, Jordan MC, Shelton BJ. Demographic and dietary determinants of constipation in the US population. Am J Public Health 1990; 80:185-9. considerando-se um erro de estimativa de 5% encontrando-se um n = 246.

As informações obtidas com os formulários foram codificadas e armazenadas em um banco de dados montado no mesmo programa estatístico com dupla entrada de dados para a validação (VALIDATE), e a partir do qual realizou-se a análise estatística (ANALYSIS). Foram utilizadas análises univariadas (distribuição de freqüências). Na análise estatística das diferenças entre as proporções foram utilizados o teste qui-quadrado de Pearson, com correção de Yates ou o teste exato de Fisher, quando indicado.

Resultados

Participaram do estudo 289 pacientes, sendo 53,3 % (154/289) do sexo feminino e 46,7 % (135/289) do sexo masculino (Figura 1), assim distribuídos por faixa etária: lactentes 38,4 % (111/289), pré-escolares 38,1 % (110/289), escolares 13,1 % (38/289), adolescentes 10,4 % (30/289).

Figura 1
Caracterização por sexo dos pacientes atendidos no Ambulatório Geral de Pediatria do Hospital Geral de Pediatria - Instituto Materno Infantil de Pernambuco (l MIP). Recife, outubro de 1997.

A prevalência de constipação crônica foi de 15,9% (46/289) (Figura 2). No sexo masculino, a prevalência foi de 11,1 % (15/135) e de 20,1 % (31/154) no sexo feminino; segundo a faixa etária, a prevalência foi a seguinte: lactente 15,3 % (17/111), pré-escolares 17,3 % (19/110), escolares 13,2% (5/38), adolescentes 16,7 % (5/30).

Figura 2
Preva lência de constipação intestinal crônica funcional nos pacientes atendidos no Ambulatório Geral de Pediatria, do Hospita l Geral de Pediatria - Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP). Recife, outubro de 1997.

Na Tabela 1 encontra-se a distribuição de freqüência dos parâmetros utilizados na identificação das crianças e adolescentes constipados.

Tabela 1
Distribuição de freqüência das variáveis do hábito intestinal nos pacientes com constipação crónica e nos de hábito intestinal normal, AGP/HGP/IMIP, Recife, outubro, 1997.

Discussão

A prevalência de CC nas crianças e adolescentes que demandaram atendimento no Ambulatório Geral de Pediatria do IMIP foi de 15,9%. Em relação a outros estudos, obtive-se uma prevalência menor. Em serviços de saúde, espera-se encontrar prevalências maiores, pelo tipo de população que procura esses serviços. Este estudo encontrou um valor menor. Talvez isso decorra do fato das mães já virem direcionadas aos serviços de saúde com uma queixa específica, ou do desconhecimento do que é um hábito intestinal normal. É necessário lembrar que a CC é um sintoma de baixa morbidade, e o que chama a atenção das mães são as complicações, o que de certo modo justificaria a pouca valorização do sintoma pelos familiares. Oliveira Júnior et al.,22 Oliveira Jr WM, Maffei HVL, Moreira FL, Sanini VR. Prevalência de constipação intestinal em escolares de Botucatu, SP. Avaliação de criança recebendo merenda escolar. In: Anais X Reunião da Sociedade Latino Americana de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição; 1991; Montevideo, Uruguaio. em um estudo de base populacional, incluindo apenas crianças do ciclo básico e utilizando critério diagnóstico diferente do adotado no presente estudo, (pois incluiu escape fecal isolado), relataram uma freqüência bem mais elevada (40%).

Maffei et al.,1212 Maffei HVL, Moreira FL, Sanini VR. Aceitação de pão com farelo de trigo por escolares e efeitos sobre prevalência da constipação intestinal. In: Anais do VI Congresso Paulista de Pediatria; 1994; São Paulo, SP. Brasil. estudando escolares do ciclo básico em três escolas de Botucatu, São Paulo, relataram uma prevalência de 38% para as crianças, mas o critério não foi citado. Em outro estudo com escolares do ciclo básico em Botucatu, com faixa etária de seis a 16 anos, estes autores relatam prevalência de 28,8%.

Zaslavsky et al.11 Zaslavsky C, Àvila EL, Araújo MA, Pontes MRN, Lima NE. Constipação intestinal da infância - um estudo de prevalência. Rev Assoc Med Rio Grande Sul (AMRIGS) 1988; 32:100-2. encontraram uma prevalência de 36,5 %, em estudo de base hospitalar, com grupo etário semelhante ao aqui estudados, porém os critérios para o diagnóstico não foram esclarecidos, dificultando a comparação dos resultados.

Sandler et al.,1313 Sandler RS, Jordan MC, Shelton BJ. Demographic and dietary determinants of constipation in the US population. Am J Public Health 1990; 80:185-9. em um estudo de base comunitária, em pacientes com idade acima de 12 anos, encontraram uma prevalência de 12,8 %. O critério para o diagnóstico de constipação intestinal crônica foi baseado no auto-relato dos pacientes. Levine e Bakow1414 Levine MD, Bakow H. Children with encopresis: a study of treatment outcome. Pediatrics 1976; 58:845-52. encontraram uma prevalência elevada de Constipação Intestinal Crônica Funcionai (CICF) (33 %); todos os pacientes desse estudo tinham encoprese.

Motta e Silva44 Motta MEFA, Silva, GAP. Constipação intestinal crônica funcional na infância: diagnóstico e prevalência em uma comunidade de baixa renda. J Pediatr 1998; 74: 451-4., em um estudo de base comunitária, com população e critérios idênticos a este encontraram uma prevalência de 17,5%. Pela metodologia adotada, o inquérito domiciliar, sugere que provavelmente foram englobadas as formas leves e moderadas. Os presentes dados, por terem sido colhidos em serviço hospitalar, incluiriam pacientes com características diferentes.

Deve ser analisado com cuidado os critérios utilizados para o diagnóstico, pois isto vai refletir sobre a prevalência encontrada. Se utilizar um parâmetro único, deve-se escolher aquele capaz de triar o maior número de afetados, principalmente tratando-se de constipação, uma vez que o manejo inicial, a orientação dietética, além de resolver um grande número de casos é uma intervenção sem riscos para o paciente.

Analisando os dados apresentados na Tabela 1, observa-se que a presença de esforço para evacuar e o aumento da consistência das fezes, mesmo que utilizados separadamente, identificariam a quase totalidade dos constipados. Por outro lado, o aumento do intervalo entre as evacuações, apesar de muito valorizado pelos familiares, teria identificado um percentual pequeno das crianças e adolescentes como constipados, deixando um grande número de indivíduos sem tratamento adequado.

A maioria das crianças constipadas era do sexo feminino, o que foi idêntico ao citado por outros estudos de origem hospitalar.11 Zaslavsky C, Àvila EL, Araújo MA, Pontes MRN, Lima NE. Constipação intestinal da infância - um estudo de prevalência. Rev Assoc Med Rio Grande Sul (AMRIGS) 1988; 32:100-2.,33 Mafei HVL, Moreira FL, Oliveira Jr WM, Sanini V. Prevalência de constipação intestinal em escolares do ciclo básico. J Pediatr 1997; 73:340-4.,44 Motta MEFA, Silva, GAP. Constipação intestinal crônica funcional na infância: diagnóstico e prevalência em uma comunidade de baixa renda. J Pediatr 1998; 74: 451-4.. A predominância entre os sexos varia de acordo com o estudo, no adulto existe relato de predomínio no sexo feminino.1414 Levine MD, Bakow H. Children with encopresis: a study of treatment outcome. Pediatrics 1976; 58:845-52.

15 Clayden G, Agnarsson U. Constipation in childhood. Oxford: Oxford University; 1991.
-1616 Molnar D, Taitz LS, Urwin OM, Wales JKH. Anorectal manometry results in defecation disorders. Arch Dis Child 1983; 58:257-61.

Neste estudo, entre as crianças com constipação atual predominam os pré-escolares. De acordo com a literatura, o início da constipação é mais freqüente na faixa etária de lactente.11 Zaslavsky C, Àvila EL, Araújo MA, Pontes MRN, Lima NE. Constipação intestinal da infância - um estudo de prevalência. Rev Assoc Med Rio Grande Sul (AMRIGS) 1988; 32:100-2.

2 Oliveira Jr WM, Maffei HVL, Moreira FL, Sanini VR. Prevalência de constipação intestinal em escolares de Botucatu, SP. Avaliação de criança recebendo merenda escolar. In: Anais X Reunião da Sociedade Latino Americana de Gastroenterologia Pediátrica e Nutrição; 1991; Montevideo, Uruguaio.

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-2222 Loening-Baucke V. Biofeedbaci: treatment for chronic constipation and encopresis in childhood:long-term outcome. Pediatrics 1995; 96:105-10. Esses achados sugerem ou refletem a evolução crônica do sintoma, que muitas vezes coincide com o desmame, introdução de mingaus concentrados e alimentos sólidos pobres em fibras e baixo aporte hídrico.

Na análise da literatura, os valores encontrados são elevados tanto em comunidade quanto nos serviços de saúde, sendo que nos serviços de saúde, talvez estejam presente as complicações, que geralmente são o motivo da consulta. É necessário caracterizar o hábito intestinal nas consultas de rotina, independente do motivo destas. A prevalência de constipação crônica foi alta, podendo ser considerada um verdadeiro problema de saúde pública, tendo em vista que a CC não tratada continua a evoluir ao longo do tempo com complicações.33 Mafei HVL, Moreira FL, Oliveira Jr WM, Sanini V. Prevalência de constipação intestinal em escolares do ciclo básico. J Pediatr 1997; 73:340-4.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Jun 2023
  • Data do Fascículo
    Jan-Apr 2001
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