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A situação do câncer de mama em Goiás, no Brasil e no mundo: tendências atuais para a incidência e a mortalidade

Breast cancer in Goiás, in Brazil and in the World: current incidence and mortality rates

Resumos

O câncer de mama apresenta elevada incidência e mortalidade em todo o mundo, representando um grave problema de saúde pública. A incidência dessa neoplasia vem aumentando nas últimas décadas, mesmo em áreas de tradicional baixa incidência, em grande parte devido às mudanças nos hábitos de vida e no perfil epidemiológico da população. Vários países desenvolvidos têm conseguido, apesar desse aumento na incidência, reduzir a sua mortalidade, através de um diagnóstico mais precoce e de um tratamento mais eficaz. Nesse artigo comentamos as tendências atuais para o câncer de mama em vários locais do mundo, de forma comparativa, bem como os possíveis fatores envolvidos nessas mudanças. Dispensamos particular atenção à situação do Brasil, e da cidade de Goiânia.

Neoplasias mamárias; Incidência; Mortalidade; Epidemiologia


Breast cancer has the highest incidence and mortality rates in the whole World, and is a severe public health issue. This type of neoplasia has been increasing in the last decades, even in areas of traditional low incidence in part due to changes in the lifestyle and epidemiological profile of the population. Various developed countries, notwithstanding this incidence increase, have succeeded to reduce mortality through early diagnosis and more efficacious treatment. This paper compares current breast cancer trend in various parts of World, as well as the possible factors involved in this change of pattern. Especial emphasis is placed on the problem in our country Brazil, and in our city, Goiânia.

Breast neoplasms; Incidence; Mortaliy; Epidemiology


REVISÃO / REVIEW

A situação do câncer de mama em Goiás, no Brasil e no mundo: tendências atuais para a incidência e a mortalidade

Breast cancer in Goiás, in Brazil and in the World: current incidence and mortality rates

Régis Resende PaulinelliI; Ruffo de Freitas JúniorII; Maria Paula CuradoIII; Aline de Almeida e SouzaI

IDepartamento de Ginecologia e Obstetrícia. Hospital das Clínicas. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Primeira Avenida s/n, Setor Universitário, Goiânia, GO, Brasil, CEP 74.605-050. Tel / Fax: (62) 5654769

IIServiço de Ginecologia e Mama. Hospital Araújo Jorge, Goiânia, GO

IIIAssociação de Combate ao Câncer em Goiás. Registro de Câncer de Base Populacional, Goiânia, GO

RESUMO

O câncer de mama apresenta elevada incidência e mortalidade em todo o mundo, representando um grave problema de saúde pública. A incidência dessa neoplasia vem aumentando nas últimas décadas, mesmo em áreas de tradicional baixa incidência, em grande parte devido às mudanças nos hábitos de vida e no perfil epidemiológico da população. Vários países desenvolvidos têm conseguido, apesar desse aumento na incidência, reduzir a sua mortalidade, através de um diagnóstico mais precoce e de um tratamento mais eficaz. Nesse artigo comentamos as tendências atuais para o câncer de mama em vários locais do mundo, de forma comparativa, bem como os possíveis fatores envolvidos nessas mudanças. Dispensamos particular atenção à situação do Brasil, e da cidade de Goiânia.

Palavras-chave: Neoplasias mamárias, Incidência, Mortalidade, Epidemiologia

ABSTRACT

Breast cancer has the highest incidence and mortality rates in the whole World, and is a severe public health issue. This type of neoplasia has been increasing in the last decades, even in areas of traditional low incidence in part due to changes in the lifestyle and epidemiological profile of the population. Various developed countries, notwithstanding this incidence increase, have succeeded to reduce mortality through early diagnosis and more efficacious treatment. This paper compares current breast cancer trend in various parts of World, as well as the possible factors involved in this change of pattern. Especial emphasis is placed on the problem in our country Brazil, and in our city, Goiânia.

Key words: Breast neoplasms, Incidence, Mortaliy, Epidemiology

A situação do câncer de mama no mundo

O câncer de mama representa um grave problema de saúde pública em todo o mundo, pela sua alta incidência, morbidade, mortalidade, e pelo seu elevado custo no tratamento. Ele é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e, de longe, o mais freqüente entre as mulheres, sendo que possivelmente houve 1,05 milhão de novos casos para o ano de 2000, significando 22% de todos os casos de câncer.1 A sua incidência é maior na América do Norte e no Norte da Europa; intermediária no restante da Europa e na América do Sul, e menor na Ásia e nos países menos desenvolvidos (Figura 1).2-4


A incidência padronizada pela população mundial, ajustada por idade, chega a 127 e 128/100.000 mulheres em algumas regiões do norte dos EUA e no Havaí, ao passo que na China e na África a incidência é de apenas 17 e 21/100.000, respectivamente.2,3,5

O câncer de mama atualmente é a causa mais comum de morte por câncer nas mulheres em quase todos os países do mundo, sendo 370.000 mortes no ano de 2000, o que representaria 13,9% das mortes por câncer nas mulheres.1,6 A mortalidade por neoplasia nos Estados Unidos da América, é inferior à do câncer de pulmão.1,3

A situação do câncer de mama em Goiás e no Brasil

Segundo o Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta 169.544.443 de habitantes, dentre os quais 86.120.890 (50,8%) são mulheres. O Estado de Goiás, situado na região Centro-Oeste do Brasil, abriga 4.994.897 habitantes, dos quais 2.487.814 (49,8%) são mulheres. A cidade de Goiânia, foi fundada em 1933 e projetada inicialmente para 50.000 habitantes, possui atualmente 1.090.581 habitantes, dos quais 570.930 (52,4%) são mulheres. A população goianiense apresenta uma predominância de crianças e adultos jovens, com faixa de zero a 19 anos, perfazendo cerca de 40% da população total. Goiânia é uma cidade de clima tropical (temperaturas médias variando de 18 a 30ºC) e seco (umidade do ar média de 43%), cujas atividades econômicas principais são o comércio e a prestação de serviços.7

Em setembro de 1987, ocorreu na cidade o maior acidente radioativo do hemisfério ocidental até então, no qual uma unidade de radioterapia com fonte de césio (modelo Cesaphan F 3000), foi aberta por desavisados. Dentre 112.800 pessoas investigadas, foi comprovada a contaminação de 249 indivíduos pela radiação, dentre esses, 129 com contaminação de órgãos externos e internos. Muitas são as especulações, ainda infundadas, a respeito do impacto desse acidente na ocorrência do câncer, tornando relevante o estudo da situação do câncer de mama em Goiânia.8

No Brasil, no ano de 1998, as neoplasias malignas foram responsáveis por 12% do total de mortes, a terceira causa isolada de óbito, após as mortes causadas por doenças do aparelho circulatório (28%) e das resultantes de causas externas (13%). Em Goiás, a mortalidade por câncer também ocupa o terceiro lugar, responsável por 10% do total de mortes.9

Utilizando os dados dos Registros de Câncer de Base Populacional de várias cidades, o Ministério da Saúde estimou que, no Brasil, para o ano de 2001, seriam registrados 305.330 casos novos e 117.550 óbitos por câncer. No sexo feminino, quando observado separadamente, seriam 154.880 casos e 54.220 óbitos, sendo que 31.590 casos e 8.670 óbitos, devidos ao câncer de mama. Estimou-se para aquele ano que o principal câncer a acometer a população brasileira seria o câncer de pele não melanoma (54.460 casos), seguido pelas neoplasias malignas da mama feminina (31.590 casos), estômago (22.330 casos), pulmão (20.835 casos) e próstata (20.820) (Figura 2).4


Entre as mulheres, as maiores taxas de incidência seriam devidas às neoplasias malignas de mama (36/100.000), pele não melanoma (31/100.000), colo do útero (19/100.000) e cólon e reto (10/100.000). Com relação à mortalidade nas mulheres brasileiras, o câncer de mama permaneceria como a primeira causa de morte por câncer (10/100.000), seguido pelo câncer de pulmão (5/100.000), cólon e reto (4,5/100.000), colo do útero (4,3/100.000) e estômago (4,2/100.000).4

O câncer de mama apresenta maior incidência e mortalidade nos Estados considerados economicamente mais desenvolvidos do Brasil, em especial nas regiões Sul e Sudeste. Também é maior a incidência do câncer de mama nas capitais do que no interior dos Estados (Figura 3).4


Ainda segundo as mesmas estimativas para 2001, na região Centro-Oeste do Brasil, seriam esperados 880 casos novos de câncer de mama, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma (3.290 casos). Também na região Centro-Oeste, o câncer de mama será responsável pela maior mortalidade por câncer em mulheres (400 casos), seguido pelo câncer de colo de útero e de pulmão (270 casos em cada grupo), e pelo câncer de estômago (190 casos).4

Em Goiânia, seriam esperados 150 casos novos de câncer de mama feminina para 2001, novamente perdendo somente para o câncer de pele não melanoma (350 casos), e superando o câncer de colo de útero (120 casos). Nesta cidade ainda, o câncer de mama seria responsável pela maior mortalidade por câncer em mulheres (70 casos), seguido pelo câncer de colo de útero (40 casos), e pelo câncer de cólon e reto (30 casos).4

Tendências para a incidência e a mortalidade do câncer de mama

A incidência do câncer de mama vem crescendo nas últimas décadas em todo o mundo, em todas as idades, e principalmente em pacientes mais idosas.2-4 Desde 1950, a incidência do câncer de mama nos EUA aumentou 63% e praticamente dobrou na Europa.2,3 Sua incidência também dobrou, nesse período, em áreas de tradicional baixa incidência, como o Japão, Singapura e áreas urbanas da China.10,11 Quando analisamos as últimas cinco décadas, até o ano de 2000, a incidência do câncer de mama vem apresentando uma taxa de aumento anual de 1,5% no mundo, e ainda maior nos países menos desenvolvidos (2%) e no Japão e na China (3 a 5%).1

Acredita-se que esse aumento na incidência seja decorrente de um maior aprimoramento do diagnóstico do câncer, e das mudanças no estilo de vida e na história reprodutiva das mulheres em todo o mundo, em especial nos países em desenvolvimento, mudando a prevalência de fatores de risco já conhecidos para o câncer de mama.12,13

No tocante à importância dos fatores de risco, estima-se que aqueles elementos já bem relacionados ao risco para o câncer de mama sejam responsáveis por 41% dos casos na população feminina americana, e que o atraso na idade da primeira gestação e a nuliparidade, em particular, sejam responsáveis por 29,5% dos tumores malignos da mama nos EUA.14 Além disso, pode-se notar outros fatores como o envelhecimento da população, antecipação da menarca, diminuição no número de gestações e no tempo de amamentação, uso de anticoncepcionais e de terapia de reposição hormonal, aumento do sedentarismo e da obesidade, mudança de hábitos alimentares e maior consumo de álcool pelas mulheres.15-17

Sobre os fatores de risco supracitados, é conhecido que a incidência do câncer de mama aumenta com a idade, sendo que a incidência cumulativa deste tipo de câncer em mulheres passa de 2,7% aos 55 anos para 7,7% aos 75 anos.2-4 Quanto à diminuição na idade da menarca nas últimas décadas, é postulado que o risco de câncer de mama diminui em 5% para cada ano de atraso na menarca.15,18 Sobre a progressiva mudança no perfil reprodutivo, com mulheres com um número cada vez menor de filhos e em épocas mais tardias da vida, é interessante notar que uma gestação a termo diminui em 25% o risco de câncer de mama, e grandes multíparas tem a metade do risco de nulíparas.15,19 Do mesmo modo, pacientes que gestaram antes dos 20 anos tem 35% menos de risco que as pacientes que deram à luz após os 35 anos.15,18,19 As pacientes que amamentaram por mais de dois anos têm 33% menos chance de câncer de mama do que aquelas que nunca amamentaram, mesmo quando ajustamos a paridade e a idade da primeira gestação.15,20

Quanto aos anticoncepcionais orais combinados, apesar de controverso, acredita-se que seu uso, possa aumentar em 25% o risco de câncer de mama, persistindo certo aumento do risco até 10 anos após a interrupção do uso.15,21 Igualmente, o uso da terapia de reposição hormonal por mais de cinco anos pode aumentar o risco de câncer de mama em 34% com estrógenos isolados e em 53% quando combinados à progesterona.15,22

Vários são os trabalhos tentando correlacionar certos hábitos de vida, mais freqüentes nos últimos anos, e fatores ambientais ao risco de câncer de mama.15-17,23 Nesse sentido, o alcoolismo, o sedentarismo e a obesidade têm sido implicados. Estima-se que o risco de câncer de mama aumente em 10% para cada 10g de álcool ingeridas ao dia.15,24 Da mesma forma, em mulheres na pós-menopausa, a obesidade, esteve relacionado a um aumento de 50% no risco.15,25 Quanto ao sedentarismo, poucas horas semanais de exercício vigoroso poderiam reduzir o risco em 30%.15,26

Analogamente ao observado na população mundial, o câncer de mama continua a ser a principal causa de mortalidade por câncer entre as mulheres brasileiras.4 Sua incidência e mortalidade no Brasil vem aumentando progressivamente com o passar dos anos. A taxa de mortalidade por câncer de mama entre mulheres, de 1979 a 1998, passou de 5,77/100.000 para 9,70/100.000, correspondendo a uma variação percentual relativa de 68 %.4

Em Goiânia, de 1988 a 1997, o coeficiente de incidência do câncer de mama em mulheres, padronizado pela população mundial, passou de 32,26/100.000 para 39,34/100.000; 22% de variação percentual relativa. Já o coeficiente de mortalidade em mulheres por câncer de mama, em Goiânia, padronizado pela população mundial, passou de 9,93/100.000 para 14,53/100.000, no mesmo período, representando 46% de variação percentual relativa (Figura 4).27


Inversamente ao Brasil, a mortalidade tem diminuído nas últimas décadas em vários países desenvolvidos. Entre 1981 e 1997 a mortalidade por câncer de mama em mulheres entre 20 e 69 anos diminuiu em 22% no Reino Unido e 19% nos EUA, com previsão de chegar a 25% de redução no ano 2000.3,28 Na Europa, houve um aumento médio de 8,9% na sobrevida em cinco anos para o câncer mama, quando comparados os tumores diagnosticados entre 1978-1980 e entre 1987-1989.29

A tendência de redução na mortalidade por câncer de mama nos países mais desenvolvidos é promissora. Entretanto, deve ser lembrado que a mortalidade por outras causas mais freqüentes como pelas doenças do sistema cardiovascular, estão apresentando uma queda ainda mais acentuada. Dados dos EUA e da Alemanha sugerem que o câncer substituirá em breve as doenças cardiovasculares como a causa mais freqüente de morte, em 15 ou 20 anos.30

Essa redução na mortalidade poderia ser causada, em parte, pelo aumento na incidência e pelo tempo ganho com o diagnóstico numa fase mais precoce, não interferindo na história natural da doença. Entretanto, a mortalidade diminuiu apesar do aumento progressivo na incidência. Isso provavelmente se deve à maior conscientização da população, aliada a um melhor preparo dos profissionais da saúde e, principalmente, à maior cobertura mamográfica, paralelamente ao emprego de tratamentos adjuvantes mais eficazes (quimioterapia e tamoxifeno).31,32

Nos países desenvolvidos, o diagnóstico da neoplasia mamária nos estádios clínicos mais precoces (EC I e II) já conta 80% de todos os casos, principalmente devido ao amplo rastreamento mamográfico. Isso tem proporcionado um aumento na sobrevida e uma maior possibilidade de conservação mamária.1,3 Para citar alguns exemplos, na Itália, apenas 10% em média dos tumores são diagnosticados em T3-T4, ou seja, mais avançados, sendo mais comum o diagnóstico tardio em zonas rurais e áreas com menor escolaridade.33 De forma bem semelhante, nos EUA, no ano de 1998, apenas 9%, em média, dos casos foram diagnosticados em estádio III e IV, sendo um pouco mais tardio o diagnóstico em mulheres negras.3 Entre 1988 a 1998, o aumento na incidência nesse país ocorreu principalmente às custas do carcinoma in situ e do estádio I, refletindo a tendência a um diagnóstico mais precoce3 (Figura 3).

No Brasil, até a década de 80, 45 a 75% dos tumores eram diagnosticados em estádio avançado, onde o tratamento é apenas paliativo.34 Do mesmo modo, no Centro-Oeste do Brasil, entre 1986 e 1990, no Hospital "Araújo Jorge", especializado em oncologia, 68% dos casos foram diagnosticados nos estádios III e IV.35 Semelhante ao trabalho italiano anteriormente comentado, as paciente residentes em locais mais distantes da capital apresentaram o maior retardo no diagnóstico.33,35 Nas últimas décadas, em séries brasileiras mais recentes, observa-se uma tendência de redução do tamanho do tumor, e o estádio clínico mais freqüente para o diagnóstico foi o EC II, com tumores entre dois e cinco centímetros, embora ainda sejam encontrados 30 a 40% dos diagnósticos em EC III e 4 a 5% dos casos em EC IV.36-38

Até o momento, o diagnóstico precoce do câncer de mama tem se mostrado a principal ferramenta disponível em escala populacional para o combate a essa doença, conseguindo alterar favoravelmente sua história natural.16 Além de reduzir a mortalidade pelo câncer, um diagnóstico em fase inicial, possibilita tratamentos menos agressivos e menores seqüelas físicas e psicológicas para a paciente.1,3

Os altos índices de diagnóstico precoce nos países mais desenvolvidos, chegando a 80%, servem de alerta e de incentivo a países em desenvolvimento como o Brasil.3 Isso denota a necessidade de evoluir com relação às políticas de saúde pública, relacionadas ao melhor esclarecimento da população e o melhor acesso ao serviço médico e aos mamógrafos. Temos conseguido importantes avanços, as estatísticas relativas ao câncer de mama no Brasil começam a mostrar números mais favoráveis, sem entretanto, ter sido alcançado o nível ideal da saúde mamaria.

Esses números, referentes à diminuição da taxa de mortalidade, nos impulsionam para que também lutemos, aqui no Brasil, no sentido de atingir os padrões de diagnóstico e assistência às portadoras de câncer de mama que possam reduzir essa taxa. Para que isso ocorra, será necessária a união entre estado, organizações não governamentais, instituições filantrópicas e meios de comunicação. O ponto de partida certamente será uma educação populacional adequada e o processo de conscientização da sociedade. Nesse sentido, o Programa de Saúde da Família (PSF) passou a ser um marco e, em um futuro próximo, já poderemos vislumbrar uma situação mais favorável. Paralelamente, serão necessários programas de educação continuada e capacitação para os profissionais da área da saúde e, em um segundo momento, o aparelhamento adequado dos postos de saúde e demais unidades de atendimento.

Recebido para publicação em 14 de setembro de 2002

Versão final reapresentada em 20 de novembro de 2002

Aprovado em 3 de dezembro de 2002

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Set 2003
  • Data do Fascículo
    Mar 2003

Histórico

  • Aceito
    03 Dez 2002
  • Recebido
    14 Set 2002
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