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Avaliação do consumo alimentar de crianças brasileiras assistidas em creches: uma revisão sistemática

Evaluation of food consumption among Brazilian children attending daycare centers: a systematic review

Resumos

Objetivos:

levantar evidências sobre o perfil do consumo alimentar de crianças brasileiras assistidas em creches.

Métodos:

foi realizada uma busca por estudos observacionais nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO. Foram selecionados artigos publicados entre 1990 e 2013, utilizando os termos “food consumption” AND “child day care centers”.

Resultados:

foram identificados 58 artigos, dos quais 21 artigos foram considerados relevantes para o presente trabalho: 18 estudos transversais e três longitudinais. A sistematização dos estudos destaca: i) a concentração geográfica no Sudeste do país; ii) a apropriação da pesagem direta de alimentos e dos valores de referência das Dietary Reference Intakes na avaliação do consumo de alimentos; iii) um panorama preliminar, com ênfase no Sudeste, do consumo deficitário de legumes, frutas e vegetais, e da inadequação da ingestão dietética de ferro; iv) a restrição dos resultados à ingestão média devido à insuficiência do uso de métodos apropriados ao estabelecimento de padrões alimentares.

Conclusões:

apesar da escassez e dispersão espaço-temporal dos estudos, as semelhanças metodológicas possibilitam sugerir um panorama em que predomina a ingestão dietética deficitária do grupo de frutas, legumes e verduras, e de alimentos ricos em ferro; bem como a ingestão excessiva de alimentos protéicos e de alto teor de sódio.

Consumo de alimentos; Nutrição da criança; Creches


Objectives:

to provide evidence of the pattern of food consumption among Brazilian children attending daycare centers.

Methods:

Methods: the PubMed, LILACS and SciELO databases were searched for observational studies published between 1990 and 2013 using the terms “food consumption” AND “child day care centers”.

Results:

fifty-eight articles were found, of which 21 were considered relevant to the present study. These included 18 cross-sectional and three longitudinal studies. The studies tended i) to be concentrated in the Southeast region of the country; ii) to use direct weighing of food and reference values from Dietary Reference Intakes to assess food consumption; iii) to present a preliminary overview, focused on the Southeast, of a pattern of consumption low on fruit and vegetables and with inadequate iron intake; iv) to provide results restricted to mean intake, owing to the lack of use of methods appropriate for establishing patterns of food intake.

Conclusions:

despite the paucity and geographical dispersion of the studies, methodological similarities made it possible to suggest that there is a predominant pattern of inadequate consumption of fruit and vegetables and food rich in iron, along with excessive consumption of protein and high sodium contents.

Food consumption; Child nutrition; Child day care centers


Introdução

A medida da dieta tem uma ampla aplicação em vários campos de conhecimento na área de saúde.1Cardoso MA, Olinto MTA, Sichieri R. Avanços metodológicos em estudos populacionais em alimentação e nutrição. Cad Saúde Pública. 2010;26(11):2006-7. Os inquéritos alimentares possibilitam analisar a associação da dieta com o estado nutricional e com a situação de saúde.2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40.,3Costa AGV, Priore SE, Sabarense CM, Franceschini SCC. Questionário de freqüência de consumo alimentar e recordatório de 24 horas: aspectos metodológicos para avaliação da ingestão de lipídeos. Rev Nutr. 2006;19(5):631-41. O conhecimento gerado por meio dessa análise evidencia a situação da adequação da ingestão alimentar e possibilita a definição de políticas públicas direcionadas a garantia da promoção da saúde.1Cardoso MA, Olinto MTA, Sichieri R. Avanços metodológicos em estudos populacionais em alimentação e nutrição. Cad Saúde Pública. 2010;26(11):2006-7.­3Costa AGV, Priore SE, Sabarense CM, Franceschini SCC. Questionário de freqüência de consumo alimentar e recordatório de 24 horas: aspectos metodológicos para avaliação da ingestão de lipídeos. Rev Nutr. 2006;19(5):631-41.

Diversos fatores interferem e tornam difícil o ato de registrar a ingestão de alimentos de um indivíduo, sem exercer influência sobre esse, dentre os quais a complexidade da dieta, os hábitos alimentares, a memória do entrevistado, a cultura e a situação socioeconômica.2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40. Nas crianças, apresenta­se como dificuldade adicional a incapacidade de reportar o consumo de alimentos, tornando­se imprescindível a participação dos seus responsáveis.2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40.,4Falcão-Gomes RC, Coelho AAS, Schmitz BAS. Caracterização dos estudos de avaliação do consumo alimentar de pré-escolares. Rev Nutr. 2006;19(6):713-27.

Para muitas famílias as creches representam a oportunidade das crianças terem suas necessidades alimentares garantidas em um ambiente seguro, uma vez que a alimentação representa uma das grandes responsabilidades dessas instituições.5Goulart RMM, Banduk MLS, Taddei JAAC. Uma revisão das ações de nutrição e do papel do nutricionista em creches. Rev Nutr. 2010;23(4):655-65. As crianças que frequentam creches devem receber, gratuitamente, no mínimo, 30% das suas necessidades diárias de alimentos, como direito instituído por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar,6Peixinho A, Balaban D, Rimkus L, Schwartzman F, Galante AP. Alimentação Escolar no Brasil e nos Estados Unidos. Mundo Saúde. 2011;35(2):128-36. favorecendo à elas um desenvolvimento com saúde intelectual e física.5Goulart RMM, Banduk MLS, Taddei JAAC. Uma revisão das ações de nutrição e do papel do nutricionista em creches. Rev Nutr. 2010;23(4):655-65. Dessa forma, a avaliação do consumo alimentar desse grupo de indivíduos representa uma atividade de grande relevância.2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40.,5Goulart RMM, Banduk MLS, Taddei JAAC. Uma revisão das ações de nutrição e do papel do nutricionista em creches. Rev Nutr. 2010;23(4):655-65.

As creches são hoje uma realidade na vida de uma grande parcela das crianças brasileiras. A grande procura por estes serviços pode estar relacionada à crescente participação das mulheres no mercado de trabalho,5Goulart RMM, Banduk MLS, Taddei JAAC. Uma revisão das ações de nutrição e do papel do nutricionista em creches. Rev Nutr. 2010;23(4):655-65. o que pode comprometer o tempo dispensado ao cuidado dos filhos.7Leal VS, Lira PIC, Oliveira JS, Menezes RCE, Sequeira LAS, Arruda Neto MA, Andrade SLLS, Batista Filho M. Excesso de peso em crianças e adolescentes no Estado de Pernambuco, Brasil: prevalência e determinantes. Cad Saúde Pública. 2012;28(6):1175-82.,8Rossi A, Moreira EAM, Rauen MS. Determinantes do comportamento alimentar: uma revisão com enfoque na família. Rev Nutr. 2008;21(6):739-48. Conforma­se, assim, um quadro de responsabilização compartilhada entre os meios institucional e o familiar com relação a alimentação infantil,5Goulart RMM, Banduk MLS, Taddei JAAC. Uma revisão das ações de nutrição e do papel do nutricionista em creches. Rev Nutr. 2010;23(4):655-65. numa relação complexa com perspectivas diferentes sobre o desenvolvimento e as suas necessidades, capazes de comprometer o cuidado com a criança.9Maranhão DG, Sarti CA. Creche e família: uma parceria necessária. Cad Pesq. 2008;38(133):171-94.

Observa­se, deste modo, que as crianças assistidas em creches encontram­se inseridas numa conjuntura de múltiplas influências familiares, sociais e ambientais, relacionadas, determinantes do padrão alimentar.8Rossi A, Moreira EAM, Rauen MS. Determinantes do comportamento alimentar: uma revisão com enfoque na família. Rev Nutr. 2008;21(6):739-48. Face ao exposto, o objetivo deste trabalho foi levantar evidências sobre o perfil do consumo alimentar de crianças brasileiras assistidas em creches.

Métodos

A revisão da literatura foi realizada a partir de um levantamento bibliográfico nas bases de dados PubMed (National Library of Medicine, Bethesda, MD), LILACS (Literatura Latino­americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO (Scientific Electronic Library Online). Na busca utilizaram­se os termos "food consumption" AND "child day care centers" e seus equivalentes em português e espanhol. No caso das buscas no PubMed, considerando a grande quantidade de registros fora do foco da revisão, o descritor Brazil também foiusado. Os estudos publicados a partir de 1990 foram investigados, aceitando­se aqueles escritos em português, inglês e espanhol. A busca foi realizada em 09/02/2014 por dois revisores de forma independente.

Para o cômputo do total de estudos identificados, foi verificada a duplicação dos mesmos entre as bases de dados, sendo cada artigo contabilizado somente uma vez. A decisão sobre a inclusão dos artigos incluiu duas etapas: i) triagem por meio da leitura dos títulos e resumos, ii) leitura na íntegra. Na fase de triagem, foram eliminados estudos de intervenção, registros tipo livro ou tese, estudos realizados fora do Brasil e artigos de revisão. Na fase de leitura na íntegra, optou­se por incluir estudos que analisaram indicadores de ingestão alimentar de crianças brasileiras assistidas em creches (todos os tipos de creches). Os estudos sem análise de indicadores da ingestão alimentar foram excluídos.

Os estudos incluídos foram caracterizados segundo autor e ano de publicação, objetivos, participantes/ população, faixa etária, tamanho da amostra e perdas, métodos de avaliação dietética utilizados, recomendações nutricionais para o diagnóstico, e principais resultados. Os estudos de delineamento transversal foram avaliados em relação à qualidade metodológica do tamanho da amostra. Entretanto, decidiu­se por não excluir aqueles identificados com problemas, considerando o interesse do presente trabalho nos métodos de avaliação do consumo alimentar utilizados pelos autores.

Resultados

Foram identificados 76 registros nas bases de dados pesquisadas, dos quais 18 estavam duplicados, totalizando 58 registros que foram submetidos à triagem. Após análise dos títulos e resumos, foram excluídos 25 registros que não preenchiam os critérios de seleção. Posteriormente, com a leitura na íntegra dos 33 artigos elegíveis, 12 foram excluídos por não utilizarem indicadores de ingestão alimentar, sendo incluídos, portanto, 21 artigos para sistematização. O fluxo relacionado à identificação e seleção dos estudos encontra­se na Figura 1.

Figura 1
Fluxograma das fases de identificação, triagem e seleção de artigos sobre o consumo de alimentos de crianças brasileiras assistidas em creches.

A Tabela 1 mostra a distribuição dos estudos quanto aos parâmetros de caracterização adotados. Dos 21 artigos incluídos,1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.­3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. 1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26. apresentam delineamento transversal1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.­1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.­3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. e os outros três são estudos longitudinais.1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,1919 Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(2):159-66.,2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34. A distribuição geográfica mostra concentração dos estudos na Região Sudeste (n=8).1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,1919 Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(2):159-66.­2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,2828 Magalhães P, Ramalho AR, Colli C. Deficiência de ferro e de vitamina A: avaliação nutricional de pré-escolares de Viçosa (MG/Brasil). Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;21:41-56. Os demais, foram realizados nas Regiões Nordeste (n=5);1414 Figueroa Pedraza D, Rocha ACD, Queiroz EO, Sousa CPC. Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Rev Nutr. 2011;24(4):539-52.,1515 Azevedo MMS, Cabral PC, Diniz AS, Fisberg M, Fisberg RM, Arruda IKG. Deficiência de vitamina A em pré-escolares da cidade do Recife, Nordeste do Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(1):36-41.,2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80.,2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. Norte (n=3);1212 Tavares BM, Veiga GV, Yuyama LKO, Bueno MB, Fisberg RM, Fisberg M. Estado nutricional e consumo de energia e nutrientes de pré-escolares que frequentam creches no município de Manaus, Amazonas: existem diferenças entre creches públicas e privadas? Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):42-50.,2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. Sul (n=3)1313 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Rodrigues GP, Vitolo MR. Consumo alimentar de micronutrientes entre pré-escolares no domicílio e em escolas de educação infantil do município de Caxias do Sul (RS). Rev Nutr. 2011;24(2):253-61.,1616 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Vitolo MR. Estimation of energy and macronutrient intake at home and in the Kindergarten programs in preschool children. J Pediatr. 2010;86(1):50-64.,1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26. e Centro­Oeste (n=2).1717 Gomes RCF, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação do consumo alimentar de pré-escolares do Distrito Federal, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(2):168-74.,2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28. No Sudeste, Rio de Janeiro,1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,1919 Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(2):159-66.,2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34. São Paulo1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70. e Minas Gerais2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2828 Magalhães P, Ramalho AR, Colli C. Deficiência de ferro e de vitamina A: avaliação nutricional de pré-escolares de Viçosa (MG/Brasil). Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;21:41-56. foram os Estados mais representados. No Nordeste, Pernambuco1515 Azevedo MMS, Cabral PC, Diniz AS, Fisberg M, Fisberg RM, Arruda IKG. Deficiência de vitamina A em pré-escolares da cidade do Recife, Nordeste do Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(1):36-41.,2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80. e Piauí2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. concentraram a maioria dos estudos. Os estudos na Região Centro­Oeste e no Norte do país foram desenvolvidos no Distrito Federal e no Amazonas, respectivamente, enquanto no Sul apenas Rio Grande do Sul1313 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Rodrigues GP, Vitolo MR. Consumo alimentar de micronutrientes entre pré-escolares no domicílio e em escolas de educação infantil do município de Caxias do Sul (RS). Rev Nutr. 2011;24(2):253-61.,1616 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Vitolo MR. Estimation of energy and macronutrient intake at home and in the Kindergarten programs in preschool children. J Pediatr. 2010;86(1):50-64. foi considerado em mais de um trabalho.

Tabela 1
Características dos artigos sobre o consumo de alimentos de crianças brasileiras assistidas em creches.

A faixa etária das crianças apresentou comporta­mento heterogêneo. Considerando a idade em anos completos, observa­se que quase todos os estudos (n=20) envolveu crianças de até seis anos de idade1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.­2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32.­3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. e que sete deles incluíram crianças menores de dois anos.1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,1414 Figueroa Pedraza D, Rocha ACD, Queiroz EO, Sousa CPC. Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Rev Nutr. 2011;24(4):539-52.,1717 Gomes RCF, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação do consumo alimentar de pré-escolares do Distrito Federal, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(2):168-74.,2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80.­2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54. O tipo de instituição foi diverso, tendo sido realizados, por exemplo, sete estudos em creches públicas1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,1414 Figueroa Pedraza D, Rocha ACD, Queiroz EO, Sousa CPC. Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Rev Nutr. 2011;24(4):539-52.,1515 Azevedo MMS, Cabral PC, Diniz AS, Fisberg M, Fisberg RM, Arruda IKG. Deficiência de vitamina A em pré-escolares da cidade do Recife, Nordeste do Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(1):36-41.,2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80.,2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19.­2828 Magalhães P, Ramalho AR, Colli C. Deficiência de ferro e de vitamina A: avaliação nutricional de pré-escolares de Viçosa (MG/Brasil). Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;21:41-56. e seis em instituições filantrópicas ou administradas por entidades não governamentais.1717 Gomes RCF, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação do consumo alimentar de pré-escolares do Distrito Federal, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(2):168-74.­2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54. Em três estudos2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14. não foi informado o tipo de instituição.

O tamanho da amostra variou, incluindo menos de 100 crianças (n=6);1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,18­2018 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70. de 100 a 300 crianças (n=7)1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,1414 Figueroa Pedraza D, Rocha ACD, Queiroz EO, Sousa CPC. Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Rev Nutr. 2011;24(4):539-52.,2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80.­2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2828 Magalhães P, Ramalho AR, Colli C. Deficiência de ferro e de vitamina A: avaliação nutricional de pré-escolares de Viçosa (MG/Brasil). Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;21:41-56.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. e acima de 300 crianças (n=7).1212 Tavares BM, Veiga GV, Yuyama LKO, Bueno MB, Fisberg RM, Fisberg M. Estado nutricional e consumo de energia e nutrientes de pré-escolares que frequentam creches no município de Manaus, Amazonas: existem diferenças entre creches públicas e privadas? Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):42-50.,1313 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Rodrigues GP, Vitolo MR. Consumo alimentar de micronutrientes entre pré-escolares no domicílio e em escolas de educação infantil do município de Caxias do Sul (RS). Rev Nutr. 2011;24(2):253-61.,1515 Azevedo MMS, Cabral PC, Diniz AS, Fisberg M, Fisberg RM, Arruda IKG. Deficiência de vitamina A em pré-escolares da cidade do Recife, Nordeste do Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(1):36-41.­1717 Gomes RCF, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação do consumo alimentar de pré-escolares do Distrito Federal, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(2):168-74.,2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. Perdas amostrais expressivas foram reportadas nos estudos de Araújo et al.2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19. e de Nagahama et al.3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. Os estudos de menor tamanho amostral foram os de desenho longitudinal.1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,1919 Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(2):159-66.,2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34. O realizado por Yuyama et al.2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54. não referiu o tamanho da amostra. A avaliação da qualidade metodológica do tamanho da amostra dos estudos de delineamento transversal indicou problemas em cinco deles.1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29.

Somente dois estudos1414 Figueroa Pedraza D, Rocha ACD, Queiroz EO, Sousa CPC. Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Rev Nutr. 2011;24(4):539-52.,2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54. não utilizaram a pesagem direta dos alimentos como método de avaliação dietética. Entre os pesquisadores que relataram a quantidade de dias para a pesagem direta dos alimentos, vê­se que o procedimento foi realizado três vezes em seis estudos,1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,1313 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Rodrigues GP, Vitolo MR. Consumo alimentar de micronutrientes entre pré-escolares no domicílio e em escolas de educação infantil do município de Caxias do Sul (RS). Rev Nutr. 2011;24(2):253-61.,1717 Gomes RCF, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação do consumo alimentar de pré-escolares do Distrito Federal, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(2):168-74.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28. duas vezes em dois estudos1919 Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(2):159-66.,2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34. e cinco vezes em um estudo.2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. O recordatório de 24 horas foi utilizado em oito estudos,1414 Figueroa Pedraza D, Rocha ACD, Queiroz EO, Sousa CPC. Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Rev Nutr. 2011;24(4):539-52.,1511 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,1717 Gomes RCF, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação do consumo alimentar de pré-escolares do Distrito Federal, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(2):168-74.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.­2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. o registro alimentar em seis,1010 Silva PA, Araújo PNG, Firmino NNJ, Serrão LH, Abreu SE. Estado nutricional de pré-escolares de creche pública: um estudo longitudinal. Cad Saúde Colet. 2013;21(2):140-7.,1212 Tavares BM, Veiga GV, Yuyama LKO, Bueno MB, Fisberg RM, Fisberg M. Estado nutricional e consumo de energia e nutrientes de pré-escolares que frequentam creches no município de Manaus, Amazonas: existem diferenças entre creches públicas e privadas? Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):42-50.,1313 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Rodrigues GP, Vitolo MR. Consumo alimentar de micronutrientes entre pré-escolares no domicílio e em escolas de educação infantil do município de Caxias do Sul (RS). Rev Nutr. 2011;24(2):253-61.,1616 Bernardi JR, Cezaro C, Fisberg RM, Fisberg M, Vitolo MR. Estimation of energy and macronutrient intake at home and in the Kindergarten programs in preschool children. J Pediatr. 2010;86(1):50-64.,1919 Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(2):159-66.,2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34. o questionário de frequência alimentar em três2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28.,2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19. e a história dietética em dois.1919 Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(2):159-66.,2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34.

Para a avaliação da adequação da ingestão dietética, observa­se que os pesquisadores usaram recomendações internacionais e nacionais, incluindo as recomendações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura/Organização Mundial da Saúde (FAO/OMS) de 1974,3131 FAO/OMS (Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y Alimentación, Organización Mundial de la Salud). Manual sobre las necesidades del hombre. Roma; 1974. as recomendações para energia e proteínas da OMS de 1985,3232 OMS (Organización Mundial de la Salud). Necesidades de energía y de proteínas. Ginebra: FAO/OMS/UNU; 1985. 220 p. (Série de Informes Técnicos 724). as Necessidades Médias Estimadas de 19893333 National Research Council, Food and Nutrition Board. Recommended Dietary Allowances. 10 ed. Washington: National Academy Press; 1989. 284p. e as recomendações da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição de 1990.3434 Vannucchi H, Meneses EW, Camapana AO, Lajolo FM. Aplicações das recomendações nutricionais adaptadas à população brasileira. Cad Nutr. 1990;2:102-5. As Dietary Reference Intakes (DRI)3535 Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary References Intakes: Applications in Dietary Assessment. Washington, DC: National Academy Press; 2000. foram utilizadas em vários estudos, incluindo os valores de Estimated Average Requirement (EAR) e de Adequate Intake (AI), referenciados pelo Food and Nutrition Board do Institute of Medicine.3636 Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary References Intakes for calcium, phosphorus, magnesium, vitamin D, and fluoride. Washington, DC: National Academies Press; 1999.­3939 Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary References Intakes for energy, carboydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids (macronutrients). Washington, DC: National Academies Press; 2002. Os parâmetros das DRI publicadas no ano de 19974040 Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary References Intakes: recommended intakes for individuals, vitamins, foods and nutrition board. Washington, DC: National Academy of Sciences; 1997. também foram usados. Considerando os estudos que divulgaram resultados sobre o consumo por grupos de alimentos, o leite e seus derivados2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. e os alimentos açucarados,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28.,2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54. foram citados como os de maior consumo em vários destes. Vegetais folhosos, legumes e frutas foram reportados como alimentos de consumo insatisfatório em cinco dos manuscritos.2020 Barbosa RMS, Carvalho CGN, Franco VC, Salles-Costa R, Soares EA. Avaliação do consumo alimentar de crianças pertencentes a uma creche filantrópica na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006;6(1):127-34.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. A mesma situação foi reportada em três trabalhos2323 Tuma RCFBT, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré-escolares em três creches de Brasília, Distrito Federal. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2005;5(4):419-28.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. para peixes, fígado e miúdos. Nenhum dos estudos citados representou a Região Sul do país, bem como, somente para o grupo do leite (consumo satisfatório) e das verduras/frutas/legumes (consumo insatisfatório), verifica­se a citação de no mínimo dois estudos de uma mesma Região (Sudeste). Fernandes et al.2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80. e Araújo et al.,2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19. no Nordeste, investigando a ingestão dietética de vitamina A, relataram menor consumo de vegetais fontes desta vitamina em detrimento dos alimentos de origem animal.

Nos estudos que divulgaram resultados sobre a ingestão dietética de nutrientes e energia, os nutrientes mais frequentemente citados como de "consumo acima das recomendações" foram a proteína1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,1212 Tavares BM, Veiga GV, Yuyama LKO, Bueno MB, Fisberg RM, Fisberg M. Estado nutricional e consumo de energia e nutrientes de pré-escolares que frequentam creches no município de Manaus, Amazonas: existem diferenças entre creches públicas e privadas? Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):42-50.,1717 Gomes RCF, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação do consumo alimentar de pré-escolares do Distrito Federal, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(2):168-74.,1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14. e o sódio.1212 Tavares BM, Veiga GV, Yuyama LKO, Bueno MB, Fisberg RM, Fisberg M. Estado nutricional e consumo de energia e nutrientes de pré-escolares que frequentam creches no município de Manaus, Amazonas: existem diferenças entre creches públicas e privadas? Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):42-50.,1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26.,2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54. O ferro1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. e a energia,1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. por sua vez, tiveram a maior quantidade de reportes como de "consumo abaixo das recomendações". Nesses estudos, considerando aqueles que analisaram a adequação de nutrientes, os valores oscilaram de 106,7%1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26. a 189,6%2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14. para a proteína; 167,6%1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26. a 512,0%2929 Yuyama LKO, Vasquez ALV, Aguiar JPL, Macedo SHM, Yonekura L, Nagahama D, Fonseca CW. Composição química e adequação da alimentação oferecida aos pré-escolares de uma instituição beneficente de Manaus, Amazonas, Brasil. Acta Amaz. 1999;29(4):549-54. para o sódio; 38,4%2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14. a 81,7%1111 Longo-Silva G, Toloni MHA, Goulart RMM, Taddei JAA. Avaliação do consumo alimentar em creches públicas em São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2012;30(1):35-41. para o ferro e 36,5%3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. a 58,9%2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14. para a energia (dados não disponíveis em tabela). Nenhum dos estudos elencados representou a Região Nordeste do país; foram encontrados, no mínimo, dois estudos com a citação da mesma Região: para proteína (acima das recomendações) no Sudeste; sódio (acima das recomendações) no Norte; ferro (abaixo das recomendações) no Sudeste e no Norte, e energia (abaixo das recomendações) no Sudeste.

Dos estudos que enfocaram a vitamina A,1515 Azevedo MMS, Cabral PC, Diniz AS, Fisberg M, Fisberg RM, Arruda IKG. Deficiência de vitamina A em pré-escolares da cidade do Recife, Nordeste do Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(1):36-41.,2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80.,2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19.,2727 Cruz GF, Santos RS, Carvalho CMRG, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev Nutr. 2001;14(1):21-32. dois,2222 Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMS, Silva SMM, Kolsteren P. Hipovitaminose A em préescolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005;18(4):471-80.,2626 Araújo KC, Carvalho CMRG, Paz SMRS. Avaliação do consumo alimentar de vitamina A de crianças assistidas em creches comunitárias, Teresina (PI), Brasil. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2001;22:7-19. no Nordeste, revelaram um menor consumo dietético nas crianças de maior faixa etária e um1515 Azevedo MMS, Cabral PC, Diniz AS, Fisberg M, Fisberg RM, Arruda IKG. Deficiência de vitamina A em pré-escolares da cidade do Recife, Nordeste do Brasil. Arch Latinoam Nutr. 2010;60(1):36-41. relatou consumo acima das recomendações para a maioria das crianças. Para o micronutriente zinco, relatou-se prevalência moderada de inadequação dietética.1414 Figueroa Pedraza D, Rocha ACD, Queiroz EO, Sousa CPC. Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Rev Nutr. 2011;24(4):539-52.

Discussão

Apesar de os resultados encontrados mostrarem que existe uma escassez de estudos sobre o consumo de alimentos em crianças brasileiras assistidas em creches, estando estes ainda concentrados geograficamente na Região Sudeste do país e com dispersão associada ao tempo (21 estudos no período de 1990 a 2013), as semelhanças metodológicas garantem a comparabilidade dos mesmos. Até o momento não existem artigos publicados sistematizando o conhecimento sobre o perfil relacionado ao consumo de alimentos desse grupo, servindo o presente artigo para apresentação, atualização e sistematização.

A escassez de estudos relacionados ao consumo de alimentos de crianças foi constatada em outras revisões.4Falcão-Gomes RC, Coelho AAS, Schmitz BAS. Caracterização dos estudos de avaliação do consumo alimentar de pré-escolares. Rev Nutr. 2006;19(6):713-27.,4141 Pereira AS, Lanzillotti HS, Soares EA. Frequência à creche e estado nutricional de pré-escolares: uma revisão sistemática. Rev Paul Pediatr. 2010;28(4):366-72. Este fato pode estar associado, além da complexidade própria de tal avaliação,2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40. como já mencionado, às dificuldades para estabelecer associações entre a dieta e a ocorrência de doenças, que podem gerar vieses nas análises. Esses fatores exigem uma coleta de dados criteriosa e o uso de técnicas estatísticas apropriadas que possibilitem aproximar as informações relatadas pelos entrevistados com a real ingestão de nutrientes e de energia.3Costa AGV, Priore SE, Sabarense CM, Franceschini SCC. Questionário de freqüência de consumo alimentar e recordatório de 24 horas: aspectos metodológicos para avaliação da ingestão de lipídeos. Rev Nutr. 2006;19(5):631-41.

A concentração da produção científica no Sudeste do Brasil vem sendo apontada por outros estudos de revisão sobre temas da área de saúde.4242 Menezes TN, Rocha FL, Belem PLO, Pedraza DF. Obesidade abdominal: revisão crítica das técnicas de aferição e dos pontos de corte de indicadores antropométricos adotados no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(6):1741-54.,4343 Figueroa Pedraza D, Queiroz D, Sales MC. Doenças infecciosas em crianças pré-escolares brasileiras assistidas em creches. Ciênc Saúde Coletiva. 2014;19(2):511-28. É, portanto, necessário desenvolver uma maior quantidade de estudos que representem as desigualdades socioespaciais da população brasileira e as influências geradas pelos alimentos típicos e pela cultura alimentar das diferentes regiões do Brasil.

Segundo a literatura, dentre os principais vieses presentes nos estudos sobre consumo alimentar encontram­se aqueles inerentes ao tamanho amostrale ao processo de amostragem.3Costa AGV, Priore SE, Sabarense CM, Franceschini SCC. Questionário de freqüência de consumo alimentar e recordatório de 24 horas: aspectos metodológicos para avaliação da ingestão de lipídeos. Rev Nutr. 2006;19(5):631-41.,4Falcão-Gomes RC, Coelho AAS, Schmitz BAS. Caracterização dos estudos de avaliação do consumo alimentar de pré-escolares. Rev Nutr. 2006;19(6):713-27. O aumento da amostra é necessário quando a variação interindividual, que varia para cada nutriente e depende da heterogeneidade da população, é grande. Ainda, considera­se que a obtenção de informações de um maior número de dias é uma alternativa para a obtenção de dados mais confiáveis nos casos de estudos com quantidade de indivíduos insuficientes.4Falcão-Gomes RC, Coelho AAS, Schmitz BAS. Caracterização dos estudos de avaliação do consumo alimentar de pré-escolares. Rev Nutr. 2006;19(6):713-27. Assim, o tamanho de amostra inapropriado dos trabalhos que foram identificados com problemas nesse quesito1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26.,2121 Castro TG, Novaes JF, Silva MR, Costa NMB, Franceschini SCC, Tinôco ALA, Leal PFG. Caracterização do consumo alimentar, ambiente socioeconômico e estado nutricional de pré-escolares de creches municipais. Rev Nutr. 2005;18(3):321-30.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29. compromete a generalização dos seus resultados, sobretudo naqueles em que o consumo de alimentos foi verificado exclusi­vamente em um dia.1818 Alves G, Colauto ÉV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq Ciênc Saúde Unipar. 2008;12(2):119-26.,2424 Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LDC, Farhud CC, Freita EB, Dantas. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches. Rev Nutr. 2003;16(4):409-14.,2525 Holland CV, Szarfarc SC. Consumo energético do pré-escolar de creches. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2003;25:61-70.,3030 Nagahama D, Marinho HA, Rocha Y, Ferraroni MJR, Silva NB, Castro JS, Onety JA. Avaliação nutricional e alimentar de pré-escolares de uma creche de Manaus e a influencia da entidade no estado nutricional de sua população. Acta Amaz. 1990;20:119-29.

Em relação aos métodos de avaliação dietética usados pelos pesquisadores, destaca­se o uso preferencial da pesagem dos alimentos ingeridos. Este tem sido considerado o método mais exato para determinar a ingestão de alimentos,2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40. aspecto positivo não somente do ponto de vista metodológico assim como por tornar comparáveis os resultados dos estudos. Fica posto, então, que o uso da pesagem dos alimentos é factível no contexto das creches, devendo haver uma menor valorização das limitações que lhe são atribuídas, como ser demorado, oneroso e invasivo.2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40.

O recordatório de 24 horas e o registro alimentar também foram métodos usados por vários pesquisadores, enquanto o questionário de frequência alimentar foi pouco utilizado. Considerando que, similarmente ao método de pesagem de alimentos, o recordatório de 24 horas e o registro alimentar avaliam a ingestão atual/ingestão média de alimentos e/ou nutrientes, e que a frequência alimentar descreve os padrões alimentares,2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40.,3Costa AGV, Priore SE, Sabarense CM, Franceschini SCC. Questionário de freqüência de consumo alimentar e recordatório de 24 horas: aspectos metodológicos para avaliação da ingestão de lipídeos. Rev Nutr. 2006;19(5):631-41.,4444 Anjos LA, Souza DR, Rossato SL. Desafios na medição quantitativa da ingestão alimentar em estudos populacionais. Rev Nutr. 2009;22(1):151-61. sugere­se uma lacuna no conhecimento sobre os hábitos alimentares das crianças assistidas em creches. Ainda não existe no Brasil nenhum questionário de frequência de consumo de alimentos validado para crianças menores de cinco anos,4545 Silva TA, Vasconcelos SML. Procedimentos metodológicos empregados em questionários de frequência alimentar elaborados no Brasil: uma revisão sistemática. Rev Nutr. 2012;25(6):785-97. explicando esse resultado e indicando a necessidade de investimentos nesse sentido.

Para a avaliação da adequação da ingestão de nutrientes, observa­se a apropriação de valores de referência com a evolução dos métodos. Nos estudos mais antigos sobressai o uso das recomendações das décadas de 1970 e 1980, e das DRI naqueles mais recentes. Nesse sentido, é necessário ressaltar que a utilização dos valores de referências das DRI constitui a recomendação atual na avaliação de dietas e interpretação dos inquéritos alimentares, tendo na análise da EAR o parâmetro mais indicado para expressar a prevalência de inadequação da ingestão alimentar.

Saliente­se que o uso da Recommended Dietary Allowance (RDA) – ingestão dietética recomendada ­ não é recomendado na avaliação do consumo alimentar de grupos, pois pode resultar na superestimação da ingestão dietética.4Falcão-Gomes RC, Coelho AAS, Schmitz BAS. Caracterização dos estudos de avaliação do consumo alimentar de pré-escolares. Rev Nutr. 2006;19(6):713-27.,4646 Cozzolino SMF, Colli C. Novas recomendações de nutrientes: interpretação e utilização. In: International Life Sciences Institute do Brasil. Usos e aplicações das "Dietary Reference Intakes" DRIs. São Paulo: ILSI; 2001. p. 5-16. A aplicação das recomendações das DRI para a população brasileira deve ponderar os dados de ingestão dietética com o seu erro associado, pois as mesmas foram estabelecidas para as populações dos Estados Unidos e do Canadá.4646 Cozzolino SMF, Colli C. Novas recomendações de nutrientes: interpretação e utilização. In: International Life Sciences Institute do Brasil. Usos e aplicações das "Dietary Reference Intakes" DRIs. São Paulo: ILSI; 2001. p. 5-16.

Com relação aos resultados dos estudos revisados, o presente trabalho conseguiu sistematizar o consumo deficitário de legumes, frutas e vegetais. Esse consumo deficiente de alimentos ricos em nutrientes pode ser sugerido ao menos para as Regiões Sudeste (considerando os estudos com base no consumo por grupos de alimentos) e Nordeste (considerando os estudos com base na ingestão dietética de vitamina A). Situação similar apresenta­se com relação à ingestão acima das recomendações para a proteína, marcadamente no Sudeste, e o sódio, no Norte.

Estes achados estão em sintonia com o perfil nacional, que indica modificações no padrão alimentar com aumento no consumo de alimentos industrializados e redução do consumo de frutas, legumes e verduras.4747 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2011. Este perfil pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade, com repercussões na saúde das crianças e maior risco de doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta, o que sinaliza a necessidade de promover a alimentação saudável, com o envolvimento da família, de órgãos governamentais e dos meios de comunicação.4848 Rinaldi AEM, Pereira AF, Macedo CS, Mota JF, Burini RC. Contribuições das práticas alimentares e inatividade física para o excesso de peso infantil. Rev Paul Pediatr. 2008;26(3):271-7. Nesse contexto, o Programa Nacional de Alimentação Escolar é essencial para o cumprimento das normas do Programa.4949 Chaves LG, Santana TCM, Gabriel CG, Vasconcelos FA. Reflexões sobre a atuação do nutricionista no Programa Nacional de Alimentação Escolar no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(4):917-26.,5050 Oliveira MC, Vassimon HS. Programa Nacional de Alimentação Escolar e sua aceitação pelos alunos: uma revisão sistemática. Investigação. 2012;12:4-1.

Os resultados deste estudo reforçam a carênciade inquéritos alimentares, especificamente no que se refere a vitaminas e minerais, apontada anteriormente,5151 Fidelis CMF, Osório MM. Consumo alimentar de macro e micronutrientes de crianças menores de cinco anos no Estado de Pernambuco, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(1):63-74. limitando a adoção de medidas preventivas considerando os indicadores dietéticos como primeira referência do risco de deficiências nutricionais.2Cavalcante AAM, Priore SE, Franceschini SCC. Estudos de consumo alimentar: aspectos metodológicos gerais e o seu emprego na avaliação de crianças e adolescentes. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2004;4:229-40. Os indícios de ingestão dietética deficitária em ferro nas Regiões Sudeste e Norte do país, encontrados, são comparáveis aos reportados em estudo de base populacional com crianças pernambucanas menores de cinco anos.5151 Fidelis CMF, Osório MM. Consumo alimentar de macro e micronutrientes de crianças menores de cinco anos no Estado de Pernambuco, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007;7(1):63-74.

Conclui­se, a partir dos achados desta revisão: i) a escassez de pesquisas e dispersão espaço-temporal com concentração na Região Sudeste; ii) o uso preferencial da pesagem direta de alimentos e a incorporação dos valores de referência das DRI como métodos de avaliação; iii) o consumo deficitário de legumes, frutas e vegetais, ao menos nas Regiões Sudeste e Nordeste; iv) a escassez de resultados sobre a adequação dietética de vitaminas e minerais com indícios de dietas deficitárias em ferro, ao menos nas Regiões Sudeste e Norte; v) sinais de consumo acima das recomendações de proteína na Região Sudeste e de sódio na Região Norte; vi) a restrição dos resultados à ingestão média devido à insuficiência do uso de métodos apropriados ao estabelecimento de padrões alimentares.

São necessários, portanto, investimentos em pesquisa, visando o desenho e validação de instrumentos e questionários de frequência de consumo de alimentos, por exemplo, que tornem possível traçar os hábitos alimentares e a adequação dietética de micronutrientes de crianças. Ainda, considerando a concentração da produção científica na Região Sudeste do país, há necessidade de pesquisas direcionadas a melhorar o conhecimento sobre o consumo de alimentos das crianças brasileiras assistidas em creches. Tais recomendações são importantes, inclusive, para análises referentes à execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2015

Histórico

  • Recebido
    28 Ago 2014
  • Revisado
    29 Dez 2014
  • Aceito
    05 Jan 2015
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