Accessibility / Report Error

Relação entre o estado nutricional pré-gestacional e o tipo de processamento de alimentos consumidos por gestantes de alto risco

Resumo

Objetivos:

relacionar o estado nutricional pré-gestacional, a idade materna e o número de gestações com a distribuição de macronutrientes e micronutrientes conforme o tipo de processamento dos alimentos consumidos por gestantes de alto risco.

Métodos:

estudo retrospectivo transversal, realizado a partir de dados de prontuários de 200 gestantes atendidas em um ambulatório público do Rio Grande do Sul, no período de 2014 a 2016.

Resultados:

a média de consumo em percentuais de lipídios, ácidos graxos monoinsaturados, poli-insaturados e sódio foi maior entre os alimentos ultraprocessados. Observou-se correlação significativamente inversa entre a idade materna e o consumo de calorias totais (p=0,003), percentuais de carboidratos (p=0,005) e proteínas (p=0,037) provenientes de alimentos ultraprocessados. Verificou-se também associação significativa entre o estado nutricional pré-gestacional e o consumo de calorias totais (p=0,018) e percentual de carboidrato (p=0,048) provenientes de alimentos ultraprocessados.

Conclusões:

a média de consumo em percentuais de lipídios, ácidos graxos monoinsaturados, poli-insaturados e sódio foi maior entre os alimentos ultraprocessados, verificou-se que quanto maior a idade materna da gestante de alto risco, menor é o consumo de calorias totais, percentuais de carboidratos e proteínas, oriundos dos alimentos ultraprocessados e identificou-se também que o estado nutricional pré-gestacional possui associação significativa com o consumo de calorias totais e percentual de carboidrato provenientes de alimentos ultraprocessados.

Palavras-chave
Gravidez de alto risco; Saúde materna; Comportamento alimentar

Abstract

Objectives:

to relate pregestational nutritional status, maternal age and number of pregnancies to the distribution of macronutrients and micronutrients according to the type of processing offoods consumed by high-risk pregnant women.

Methods:

a retrospective cross-sectional study was carried out with data from medical records of 200 pregnant women served by a public outpatient clinic in Rio Grande do Sul from 2014 to 2016.

Results:

the mean percentages of lipids, monounsaturated fatty acids, polyunsaturated fatty acids and sodium intake were higher among ultra-processed foods. There was a significant inverse correlation between maternal age and total calorie intake (p=0.003) and percentage of carbohydrates (p=0.005) and proteins (p=0.037) from ultra-processed foods. There was also a significant association between pregestational nutritional status and total calorie intake (p=0.018) and percentage of carbohydrates (p=0.048) from ultra-processed foods.

Conclusions:

the mean percentages of lipids, monounsaturated fatty acids, polyunsaturated fatty acids and sodium intake were higher among ultra-processed foods. It was observed that the older the maternal age of high-risk pregnant women, the lower the intake of total calories and percentages of carbohydrates and proteins from ultra-processed foods. It was also observed that pregestational nutritional status was significantly associated with the intake of total calories and percentage of carbohydrates from ultra-processed foods.

Key words
Pregnancy high-risk; Maternal health; Feeding behavior

Introdução

A gestação é o período em que as necessidades nutricionais tornam-se aumentadas, devido às adequações fisiológicas no organismo materno e ao desenvolvimento fetal. Por isso, a disponibilidade adequada de nutrientes e a alimentação balanceada são fundamentais para esta fase da vida.11 Bueno AAA, Beserra JAS, Weber ML. Características da alimentação no período gestacional. LifeStyle J. 2016; 3 (2): 30-43. Durante a gravidez, tanto a mãe quanto o feto podem enfrentar riscos de saúde, tornando a fase uma gestação de risco,22 Teixeira D, Pestana D, Calhau C, Vicente L, Graça P. Alimentação e Nutrição na Gravidez. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. Direção-Geral da Saúde (Editor). Lisboa; 2015. Disponível em: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wpcontent/files_mf/1444899925Alimentacaoenutricaonagravidez.pdf
https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/a...
na qual as consequências mais comuns são o parto prematuro, a gestação prolongada, a pré-eclâmpsia e a eclampsia, além de hemorragias, diabetes gestacional, insuficiência istmo-cervical e até o óbito do feto.33 Brasil. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. 5 ed. Brasília, DF; 2010.

Os hábitos alimentares das gestantes, quando inadequados, potencializam o fator de risco para a gestação44 Rodrigues AFC, Farias ER, Gomes FKI, Pureza IROM, Leite JGM, Braga RC, Pereira WD. Perfil nutricional de gestantes de alto risco atendidas numa clínica escola de nutrição de Maceió - AL e incentivo ao aleitamento materno. Entre Aberta Revista de Extensão. 2014; 1 (1): 1-8. Disponível em: revistas.cesmac.edu.br/index.php/entreaberta/article/download/302/221
revistas.cesmac.edu.br/index.php/entreab...
e possuem forte impacto nos desfechos obstétricos e nas características clínicas do recém-nascido.55 Nascimento IB, Sales WB, Fleig R, Silva GD, Silva CS. Excesso de peso e dislipidemia e suas intercorrências no período gestacional: uma revisão sistemática. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2016; 16 (2): 103-11. Por esse motivo, é necessário que a futura mãe tenha conhecimento de seu estado nutricional pré-gestacional, de sua ingestão alimentar e, principalmente, da qualidade dos alimentos que consome.66 Fazio ES, Nomura RMY, Dias MCG, Zugaib M. Consumo dietético de gestantes e ganho ponderal materno após aconselhamento nutricional. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011; 33 (2): 87-92.

O Guia Alimentar da População Brasileira classificou os alimentos conforme o tipo de processamento, sendo os alimentos in natura aqueles obtidos da natureza e que não passam por nenhum tipo de processamento. Os minimamente processados são os alimentos in natura que passam por algum tipo de processamento para limpeza, retirada de partes não desejadas, moagem, secagem, pasteurização, entre outros. Os processados são os alimentos in natura ou minimamente processados quando adicionados de algum ingrediente (açúcar, sal ou alguma substância utilizada na culinária) para melhorar o sabor ou aumentar sua durabilidade. Já os ultraprocessados, são aqueles que passam por diversos tipos de processamento e que são adicionados em formulações industriais.77 Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2 ed. Brasília, DF; 2014.

O consumo diário de alimentos in natura e minimamente processados está relacionado à prevenção de doenças.88 Verly Junior E, Carvalho AM, Fisberg RM, Marchioni DML. Adesão ao guia alimentar para população brasileira. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (6): 1021-7. O consumo dos alimentos processados e ultraprocessados, por sua vez, devido às modificações em sua composição nutricional, está relacionado ao desencadeamento de doenças crônicas. Isso explica a importância das gestantes priorizarem os alimentos naturais, diminuírem o consumo de processados e evitarem os industrializados.99 Louzada MLC, Martins APB, Canella DS, Baraldi LG, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Cannon G, Monteiro CA. Impacto de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes da dieta no Brasil. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 45.

Os hábitos e as escolhas saudáveis, além de minimizar os riscos gestacionais, potencializam a qualidade de desenvolvimento do feto e do estado nutricional materno.1010 Brasil. Senado Federal. Orientações Nutricionais: da gestação à primeira infância. Brasília: Senado Federal; 2015. Com isso, e diante da escassez de publicações que tratem sobre a relação do estado nutricional de gestantes com o tipo de processamento do alimento consumido, este trabalho teve como objetivo relacionar o estado nutricional pré-gestacional, a idade materna e o número de gestações com a distribuição de macronutrientes e micronutrientes conforme o tipo de processamento dos alimentos consumidos por gestantes de alto risco.

Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal e de natureza quantitativa, realizado a partir de dados de prontuários de 300 gestantes de alto risco. Foram incluídas no estudo as gestantes de alto risco, com faixa etária de 15 a 45 anos, encaminhadas e atendidas no período de 2014 a 2016 por apresentarem comorbidades como hipertensão arterial, diabetes mellitus, hipotireodismo, toxoplasmose e obesidade, em um ambulatório público localizado no interior do Rio Grande do Sul. Foram excluídos 100 prontuários que não apresentavam os dados completos sobre o recordatório alimentar de 24 horas de um dia e informações referentes ao estado nutricional pré-gestacional, à idade e ao número de gestações, totalizando 200 prontuários selecionados para esta análise. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob protocolo número 1.591.097 e CAAE número 55981216.3.0000.5310.

O estado nutricional pré-gestacional foi mensurado por meio do índice de massa corporal (IMC) e sua classificação foi realizada a partir das referências da Organização Mundial da Saúde, datadas de 1998, que preconizam: desnutrição (<18,5 kg/m2), eutrofia (≥18,5 e ≤24,9 kg/m2), sobrepeso (≥25,0 e ≤29,9 kg/m2), obesidade grau I (≥30,0 e ≤34,9 kg/m2), obesidade grau II (≥35,0 e ≤39,9 kg/m2) e obesidade grau III (≥40,0 kg/m2).1111 Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 3 ed. São Paulo: Ac Farmacêutica; 2009.

Os recordatórios alimentares de 24 horas das gestantes foram calculados no software DietWin ® versão 2008, indicando calorias totais, consumo de carboidratos, proteínas, lipídios, sódio, ácidos graxos monoinsaturados, poli-insaturados e saturados do total de alimentos consumidos. Posteriormente, as calorias e os percentuais de cada macronutriente e cada micronutriente acima citados foram calculados conforme a classificação de cada alimento, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, que denomina os alimentos em: in natura, minimamente processado, processado e ultraprocessado.77 Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2 ed. Brasília, DF; 2014.

Para a análise estatística, foram utilizados o teste de Kruskal-Wallis e a análise de correlação de Pearson. Os resultados foram considerados significativos a um nível de significância máximo de 5%; o software utilizado para as análises foi o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 22.0.

Resultados

A idade média das gestantes foi de 29,64 ± 6,82, do número de filhos 1,92 ± 1,04 e o número de gestações 2,49 ± 1,5. Em relação aos percentuais de calorias totais provenientes dos diferentes tipos de processamento consumidas pelas gestantes de alto risco, 47,21% foram referentes aos alimentos in natura/minimamente processados, 38,07% aos alimentos ultraprocessados e 14,72% aos alimentos processados.

Conforme Tabela 1, observou-se maior média de calorias totais, de percentuais de carboidratos, proteínas e ácidos graxos saturados consumidos, como provenientes dos alimentos in natura/minimamente processados, seguida pelos ultraprocessados e pelos processados. Já a média dos percentuais de lipídios, ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados foi maior entre os alimentos ultraprocessados, seguida pelos in natura/minimamente processados e pelos processados. Em relação ao percentual de sódio, percebeu-se maior média entre os alimentos ultraprocessados, seguida pelos processados e pelos in natura/minimamente processados.

Tabela 1
Caracterização do consumo de quilocaloria total, percentual de carboidrato, proteína, lipídio, ácido graxo monoinsaturado, ácido graxo poli-insaturado, ácido graxo saturado e sódio provenientes dos alimentos in natura / minimamente processados, processados e ultraprocessados, de gestantes de alto risco.

Verificou-se também correlação direta (Tabela 2) entre a idade e o percentual de carboidratos proveniente dos alimentos in natura/minimamente processados (p=0,013). Também observou-se correlação significativamente inversa entre a idade e o consumo de calorias totais, percentuais de carboidratos e proteínas oriundos de alimentos ultraprocessados (p=0,003, p=0,005 e p=0,037), respectivamente.

Tabela 2
Associação do número de gestações, idade e estado nutricional pré-gestacional com o consumo de quilocaloria total, percentual de carboidrato, proteína, lipídio, ácido graxo monoinsaturado, ácido graxo poli-insaturado, ácido graxo saturado e sódio provenientes dos alimentos in natura/ minimamente processados, processados e ultraprocessados, de gestantes de alto risco.

Observou-se ainda correlação entre o estado nutricional pré-gestacional e o percentual de proteína proveniente de alimentos in natura/minimamente processados (p=0,021). As gestantes com obesidade grau III apresentaram consumo em percentual de proteína proveniente de alimentos in natura/minimamente processados, significativamente inferior em relação às gestantes com sobrepeso ou obesidades grau I e II. Identificou-se também associação entre o estado nutricional pré-gestacional e o consumo de calorias totais (p=0,018) e percentual de carboidratos (p=0,048) provenientes de alimentos ultraprocessados. As gestantes de alto risco com obesidade grau III e eutrofia apresentaram consumo de calorias totais e percentual de carboidratos provenientes de alimentos ultraprocessados significativamente superior em relação às gestantes com sobrepeso e obesidade grau II. Constatou-se, ainda, que as gestantes de alto risco com sobrepeso e obesidade grau II consumiram percentual inferior de proteína oriunda de alimentos ultraprocessados (p=0,024) quando comparado às gestantes com eutrofia ou obesidades grau I e III (Tabela 3).

Tabela 3
Associação do estado nutricional pré-gestacional com o consumo de quilocaloria total, percentual de carboidrato e proteína provenientes dos alimentos in natura / minimamente processados, processados e ultraprocessados, de gestantes de alto risco.

Identificou-se que as gestantes com obesidade grau III consumiram percentuais inferiores de ácido graxo monoinsaturado (p=0,040) e saturado (p=0,034) oriundos de alimentos in natura/minimamente processados quando comparados às gestantes com obesidade grau II (Tabela 4).

Tabela 4
Associação do estado nutricional pré-gestacional com o consumo em percentual de lipídio, ácido graxo monoinsaturado, ácido graxo poli-insaturado e ácido graxo saturado provenientes dos alimentos in natura/ minimamente processados, processados e ultraprocessados, de gestantes de alto risco.

Observou-se associação entre o estado nutricional pré-gestacional e o percentual de sódio proveniente de alimentos in natura/minimamente processados (p=0,050). As gestantes com obesidade grau III apresentaram consumo em percentual de sódio proveniente de alimentos in natura/minimamente processados significativamente inferior em relação às gestantes com sobrepeso ou obesidades grau I e II (Tabela 5).

Tabela 5
Associação do estado nutricional pré-gestacional com o consumo em percentual de sódio, proveniente dos alimentos in natura / minimamente processados, processados e ultraprocessados, de gestantes de alto risco.

Discussão

O consumo de alimentos ultraprocessados no atual estudo representaram 38,07% das calorias totais consumidas pelas gestantes de alto risco, resultado inferior ao encontrado em um estudo realizado na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, com adultos jovens, o qual indicou um consumo de 51,20%,1212 Bielemann RM, Motta JVS, Minten GC, Horta BL, Gigante DP. Consumo de alimentos ultraprocessados e impacto na dieta de adultos jovens. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 28. e superior a um estudo realizado em São Paulo, com indivíduos da Pesquisa de Orçamentos Familiares dos anos de 2008 e 2009, que observou um consumo de 21,5% de calorias totais.1313 Louzada MLC, Martins APB, Canella DS, Baraldi LG, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Cannon G, Monteiro CA. Alimentos ultraprocessados e perfil nutricional da dieta no Brasil. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 38. Isso demonstra o quanto os produtos ultraprocessados apresentam influência crescente na alimentação brasileira,1414 Martins APB, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Monteiro CA. Participação crescente de produtos ultraprocessados na dieta brasileira (1987-2009). Rev Saúde Pública. 2013; 47 (4): 656-65. sendo necessário o desenvolvimento de estratégias para incentivar o consumo de alimentos in natura/minimamente processados para toda população, inclusive para as gestantes.1515 Crivellenti LC, Zuccolotto DCC, Sartorelli DS. Desenvolvimento de um Índice de Qualidade da Dieta Adaptado para Gestantes. Rev Saúde Pública. 2018; 52: 59.

O presente estudo demonstrou que quanto maior a idade materna da gestante de alto risco, menor é o consumo de calorias totais, dos percentuais de carboidratos e de proteínas, oriundos dos alimentos ultraprocessados. Tal resultado vai ao encontro de outros estudos que evidenciaram que mulheres grávidas com maior idade tendem a consumir menos lanches não saudáveis e fast food,1616 Hutchinson AD, Charters M, Prichard I, Fletcher C, Wilson C. Understanding maternal dietary choices during pregnancy: The role of social norms and mindful eating. Appetite. 2017; 112: 227-34.,1717 Teixeira JA, Castro TG, Grant CC, Wall CR, Castro ALDS, Francisco RPV, Vieira SE, Saldiva SRDM, Marchioni DM. Dietary patterns are influenced by socio-demographic conditions of women in childbearing age: a cohort study of pregnant women. BMC Public Health. 2018; 18: 301. refeições que potencializam o excesso de peso e de obesidade,1818 Oexle N, Barnes TL, Blake CE, Bell BA, Liese AD. Neighborhood fast food availability and fast food consumption. Appetite. 2015; 92: 227-32. já que possuem grande quantidade de açúcar, gordura e sódio.1919 Favoretto CM, Wiernetz PL. Alimentação sustentável e alimentos de fast food: o que a química e o meio ambiente têm a ver com isso? In: Secretaria de Educação do Governo do Estado de Paraná. Os desafios da escola pública Paranaense na perspectiva do professor PDE: Artigos. Paraná: Programa de Desenvolvimento Educacional; 2013. p. 1-15.

Identificou-se, no presente estudo, que gestantes de alto risco com obesidade grau III apresentaram consumo inferior em percentual de proteína proveniente de alimentos in natura/minimamente processados se comparado às gestantes com sobrepeso ou obesidades grau I e II. O consumo de alimentos ultraprocessados apresentou a segunda maior média de calorias totais, de percentuais de carboidratos, proteínas e ácidos graxos saturados consumidos. A ingestão de alimentos ultraprocessados na gestação resulta consequências desfavoráveis tanto para a mãe quanto para o feto, incluindo ganho de peso excessivo da mulher durante a gravidez e aumento da gordura corporal do neonato. É importante ressaltar que a permanência desse excesso de peso pode contribuir para o desenvolvimento de comorbidades associadas, como diabetes tipo II, doença cardiovascular, problemas de saúde mental e câncer.2020 Rohatgi KW, Tinius RA, Cade WT, Steele EM, Cahill AG, Parra DC. Relationships between consumption of ultraprocessed foods, gestational weight gain and neonatal outcomes in a sample of US pregnant women. PeerJ. 2017; 5: 1-17.

O consumo alimentar materno durante a gestação é responsável por promover o neurodesenvolvimento das crianças, o que reforça a importância da mulher ter um estilo de vida saudável antes mesmo do início da gravidez.2121 Freitas - Vilela AA, Pearson RM, Emmett P, Heron J, Smith ADAC, Emond A, Hibbeln JR, Castro MBT, Kac G. Maternal dietary patterns during pregnancy and intelligence quotients in the offspring at 8 years of age: Findings from the ALSPAC cohort. Matern Child Nutr. 2017; 14 (1): 1-11. Deste modo, o acompanhamento no pré-natal é de fundamental importância para incentivar, orientar e motivar as gestantes, promovendo hábitos alimentares saudáveis2222 Brasil. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília, DF; 2012. e monitorando a saúde da mãe e do feto.2121 Freitas - Vilela AA, Pearson RM, Emmett P, Heron J, Smith ADAC, Emond A, Hibbeln JR, Castro MBT, Kac G. Maternal dietary patterns during pregnancy and intelligence quotients in the offspring at 8 years of age: Findings from the ALSPAC cohort. Matern Child Nutr. 2017; 14 (1): 1-11. Em um estudo sobre o índice de alimentação saudável de gestantes brasileiras, avaliou-se o consumo global da dieta de gestantes a partir de três grupos alimentares (vegetais, frutas e feijões e outros vegetais ricos em proteína), duas razões (carne branca/vermelha e poli-insaturada/saturado) e cinco nutrientes (fibra, gordura trans, cálcio, folato e ferro), e identificou-se que a maioria delas carece de melhorias alimentares, evidenciando a necessidade de trabalhar a educação alimentar nesta fase da vida.2323 Melere C, Hoffmann JF, Nunes MAA, Drehmer M, Buss C, Ozcariz SGI, Soares RM, Manzolli PP, Duncan BB, Camey SA. Índice de alimentação saudável para gestantes: adaptação para uso em gestantes brasileiras. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (1): 20-8.

Verificou-se, no presente estudo, que as gestantes de alto risco com obesidade grau III e eutrofia apresentaram consumo superior de calorias totais e percentual de carboidratos provenientes de alimentos ultraprocessados, se comparado às gestantes com sobrepeso e obesidade grau II, ou seja, o consumo de ultraprocessados pode não estar somente relacionado ao estado nutricional das gestantes. A melhoria da mobilidade social, o estilo de vida e o nível de escolaridade elevado são alguns dos fatores que sugerem maior alcance aos alimentos industrializados, assim como estes mesmos fatores podem influenciar na inatividade física dos indivíduos.1212 Bielemann RM, Motta JVS, Minten GC, Horta BL, Gigante DP. Consumo de alimentos ultraprocessados e impacto na dieta de adultos jovens. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 28.

Constatou-se que as gestantes de alto risco com sobrepeso e obesidade grau II consumiram percentual significativamente inferior de proteína, oriunda de alimentos ultraprocessados, quando comparado às gestantes com eutrofia, obesidade grau I e III. De acordo com resultados encontrados no presente estudo, tal relação ocorre devido às gestantes de alto risco com sobrepeso e obesidade grau II consumirem maiores quantidades em percentual de proteína provenientes dos alimentos in natura/minimamente processados.

Verificou-se, também, que as gestantes com obesidade grau III consumiram percentuais significativamente inferiores de ácido graxo monoinsaturado e saturado provenientes de alimentos in natura/minimamente processados quando comparado às gestantes com obesidade grau II. Isso indica que as gestantes com obesidade grau III consumiram maiores quantidades em percentual de ácido graxo monoinsaturado e saturado provenientes dos alimentos ultraprocessados. Por este motivo, são necessárias intervenções e ações na atenção pré-natal, a fim de promover e incentivar o consumo de alimentos in natura, reforçar a importância dos hábitos saudáveis2424 Gomes CB, Malta MB, Martiniano ACA, Di Bonifácio LP, Carvalhaes MABL. Práticas alimentares de gestantes e mulheres não grávidas: há diferenças? Rev Bras Ginecol Obstet. 2015; 37 (7): 325-32. e, principalmente, instrui-las sobre o quanto seu estado nutricional possui influência sobre a saúde do bebê. Gestantes que possuem IMC de obesidade tendem a desenvolver maiores complicações no parto, intercorrências maternas, como a diabetes gestacional e síndrome hipertensiva, além de apresentarem mais chances de intercorrências perinatais, como macrossomia e apgar baixo ao primeiro minuto.2525 Silva JC, Amaral AR, Ferreira BS, Petry JF, Silva MR, Krelling PC. Obesidade durante a gravidez: resultados adversos da gestação e do parto. Rev Bras Ginecol Obstet. 2014; 36 (11): 509-13.

O presente estudo demonstrou que as gestantes com obesidade grau III apresentaram consumo em percentual de sódio proveniente de alimentos in natura/minimamente processados significativamente inferior em relação às gestantes com sobrepeso, obesidade grau I e II, ou seja, as gestantes com obesidade grau III consumiam maiores quantidades em percentual de sódio oriundo de alimentos ultra-processados. Também foi possível identificar que a média geral dos percentuais de lipídios, ácidos graxos monoinsaturados, poli-insaturados e sódio foi maior entre os alimentos ultraprocessados, o que pode estar relacionado com a forte influência do marketing sobre o comportamento alimentar da população,1414 Martins APB, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Monteiro CA. Participação crescente de produtos ultraprocessados na dieta brasileira (1987-2009). Rev Saúde Pública. 2013; 47 (4): 656-65. ao fato destes alimentos serem bem aceitos pelo paladar, possuírem longa vida de prateleira e fornecerem praticidade, pois podem ser consumidos a qualquer hora e lugar.2626 Monteiro CA, Cannon G, Moubarac JC, Levy RB. The UN Decade of Nutrition, the NOVA food classification and the trouble with ultra-processing. Public Health Nutrition. 2017; 21 (1): 5-17. Por isso o acompanhamento nutricional é essencial para a definição de uma dieta que atenda às demandas nutricionais.22 Teixeira D, Pestana D, Calhau C, Vicente L, Graça P. Alimentação e Nutrição na Gravidez. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. Direção-Geral da Saúde (Editor). Lisboa; 2015. Disponível em: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wpcontent/files_mf/1444899925Alimentacaoenutricaonagravidez.pdf
https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/a...

Durante a gestação, tem-se maior predisposição para mudanças positivas nas escolhas alimentares maternas; isso se deve ao desejo de um resultado saudável na vida do bebê.2727 O' Brien OA, Lindsay KL, McCarthy M, McGloin AF, Kennelly M, Scully HA, McAuliffe FM. Influences on the food choices and physical activity behaviours of overweight and obese pregnant women: A qualitative study. Midwifery. 2017; 47: 28-35. Um estudo de coorte, no Rio de Janeiro, analisou o tipo de processamento de alimentos e as modificações no consumo alimentar, desde o período que antecede a gestação até o período gestacional; concluiu-se que o consumo de alimentos ultraprocessados diminuiu e a ingestão de alimentos in natura/minimamente processados aumentou desde o período de preconcepção até a gestação, destacando a importância do acompanhamento nutricional no período gestacional.2828 Santos NHA, Eshriqui I, Sena ABF, Cocate PG, Vilela AAF, Benaim C, Vaz JS, Castro MB, Kac G. Dietary intake variations from pre-conception to gestational period according to the degree of industrial processing: A Brazilian cohort. Appetite. 2016; 105: 164-71. Mesmo assim, a grande maioria das mulheres continua consumindo alimentos ricos em açúcar, gordura saturada e sódio durante a gestação,1919 Favoretto CM, Wiernetz PL. Alimentação sustentável e alimentos de fast food: o que a química e o meio ambiente têm a ver com isso? In: Secretaria de Educação do Governo do Estado de Paraná. Os desafios da escola pública Paranaense na perspectiva do professor PDE: Artigos. Paraná: Programa de Desenvolvimento Educacional; 2013. p. 1-15. hábitos que podem estar relacionados com o avanço do sobrepeso e obesidade,55 Nascimento IB, Sales WB, Fleig R, Silva GD, Silva CS. Excesso de peso e dislipidemia e suas intercorrências no período gestacional: uma revisão sistemática. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2016; 16 (2): 103-11. além de aumentar a predisposição das doenças crônicas,2929 Baraldi LG. Consumo de alimentos ultraprocessados e qualidade nutricional da dieta na população americana [tese]. São Paulo: Programa de Pós-graduação em Nutrição em Saúde Pública, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 2016. como o diabetes mellitus, que apresenta índices elevados de morbimortalidade perinatal.33 Brasil. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. 5 ed. Brasília, DF; 2010.

Uma forma simples de reduzir as chances de desenvolver doenças crônicas e de melhorar a saúde materna e neonatal a curto e longo prazo, além de realizar o acompanhamento pré-natal, seria por meio da diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados.1919 Favoretto CM, Wiernetz PL. Alimentação sustentável e alimentos de fast food: o que a química e o meio ambiente têm a ver com isso? In: Secretaria de Educação do Governo do Estado de Paraná. Os desafios da escola pública Paranaense na perspectiva do professor PDE: Artigos. Paraná: Programa de Desenvolvimento Educacional; 2013. p. 1-15. Recomenda-se reduzir o consumo deste tipo de alimento porque eles apresentam maior teor de gordura saturada, gordura trans e açúcar livre, além de terem baixo teor de fibras e proteínas, quando comparado aos alimentos in natura/minimamente processados.99 Louzada MLC, Martins APB, Canella DS, Baraldi LG, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Cannon G, Monteiro CA. Impacto de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes da dieta no Brasil. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 45.,3030 Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, Castro IRR, Cannon G. A new classification of foods based on the extent and purpose of their processing. Cad Saúde Pública. 2010; 26 (11): 2039-49. Quando uma alimentação é baseada em alimentos in natura e minimamente processados é possível, até mesmo, prevenir-se de doenças.88 Verly Junior E, Carvalho AM, Fisberg RM, Marchioni DML. Adesão ao guia alimentar para população brasileira. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (6): 1021-7.

Um dos fatores deste estudo pode ter sido a utilização de um único recordatório alimentar de cada gestante de alto risco, além de sua obtenção ter sido por meio de dados secundários, podendo haver subestimação ou superestimação do consumo habitual. A partir deste estudo, espera-se contribuir para a qualificação do atendimento às gestantes e para a evolução do conhecimento científico, trazendo melhorias para a educação em saúde e fortalecendo as políticas públicas vigentes na área materno-infantil.

Verificou-se, neste estudo, que a média de consumo em percentuais de lipídios, ácidos graxos monoinsaturados, poli-insaturados e sódio foi maior entre os alimentos ultraprocessados. Verificou-se ainda que, quanto maior a idade materna da gestante de alto risco, menor é o consumo de calorias totais, percentuais de carboidratos e proteínas oriundos dos alimentos ultraprocessados. Identificou-se, por fim, que o estado nutricional pré-gestacional possui associação significativa com o consumo de calorias totais e percentual de carboidrato provenientes de alimentos ultraprocessados.

Portanto, confirmou-se que a ingestão dos alimentos ultraprocessados está presente entre as gestantes de alto risco, o que torna indispensável o desenvolvimento de ações de educação nutricional e o fortalecimento das políticas públicas vigentes na área materno-infantil, a fim de conscientizar as mulheres sobre o quanto seu consumo alimentar e seus hábitos podem refletir sobre a vida de seus filhos a curto e a longo prazo.

References

  • 1
    Bueno AAA, Beserra JAS, Weber ML. Características da alimentação no período gestacional. LifeStyle J. 2016; 3 (2): 30-43.
  • 2
    Teixeira D, Pestana D, Calhau C, Vicente L, Graça P. Alimentação e Nutrição na Gravidez. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. Direção-Geral da Saúde (Editor). Lisboa; 2015. Disponível em: https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wpcontent/files_mf/1444899925Alimentacaoenutricaonagravidez.pdf
    » https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wpcontent/files_mf/1444899925Alimentacaoenutricaonagravidez.pdf
  • 3
    Brasil. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco: manual técnico. 5 ed. Brasília, DF; 2010.
  • 4
    Rodrigues AFC, Farias ER, Gomes FKI, Pureza IROM, Leite JGM, Braga RC, Pereira WD. Perfil nutricional de gestantes de alto risco atendidas numa clínica escola de nutrição de Maceió - AL e incentivo ao aleitamento materno. Entre Aberta Revista de Extensão. 2014; 1 (1): 1-8. Disponível em: revistas.cesmac.edu.br/index.php/entreaberta/article/download/302/221
    » revistas.cesmac.edu.br/index.php/entreaberta/article/download/302/221
  • 5
    Nascimento IB, Sales WB, Fleig R, Silva GD, Silva CS. Excesso de peso e dislipidemia e suas intercorrências no período gestacional: uma revisão sistemática. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2016; 16 (2): 103-11.
  • 6
    Fazio ES, Nomura RMY, Dias MCG, Zugaib M. Consumo dietético de gestantes e ganho ponderal materno após aconselhamento nutricional. Rev Bras Ginecol Obstet. 2011; 33 (2): 87-92.
  • 7
    Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2 ed. Brasília, DF; 2014.
  • 8
    Verly Junior E, Carvalho AM, Fisberg RM, Marchioni DML. Adesão ao guia alimentar para população brasileira. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (6): 1021-7.
  • 9
    Louzada MLC, Martins APB, Canella DS, Baraldi LG, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Cannon G, Monteiro CA. Impacto de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes da dieta no Brasil. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 45.
  • 10
    Brasil. Senado Federal. Orientações Nutricionais: da gestação à primeira infância. Brasília: Senado Federal; 2015.
  • 11
    Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. 3 ed. São Paulo: Ac Farmacêutica; 2009.
  • 12
    Bielemann RM, Motta JVS, Minten GC, Horta BL, Gigante DP. Consumo de alimentos ultraprocessados e impacto na dieta de adultos jovens. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 28.
  • 13
    Louzada MLC, Martins APB, Canella DS, Baraldi LG, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Cannon G, Monteiro CA. Alimentos ultraprocessados e perfil nutricional da dieta no Brasil. Rev Saúde Pública. 2015; 49: 38.
  • 14
    Martins APB, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, Monteiro CA. Participação crescente de produtos ultraprocessados na dieta brasileira (1987-2009). Rev Saúde Pública. 2013; 47 (4): 656-65.
  • 15
    Crivellenti LC, Zuccolotto DCC, Sartorelli DS. Desenvolvimento de um Índice de Qualidade da Dieta Adaptado para Gestantes. Rev Saúde Pública. 2018; 52: 59.
  • 16
    Hutchinson AD, Charters M, Prichard I, Fletcher C, Wilson C. Understanding maternal dietary choices during pregnancy: The role of social norms and mindful eating. Appetite. 2017; 112: 227-34.
  • 17
    Teixeira JA, Castro TG, Grant CC, Wall CR, Castro ALDS, Francisco RPV, Vieira SE, Saldiva SRDM, Marchioni DM. Dietary patterns are influenced by socio-demographic conditions of women in childbearing age: a cohort study of pregnant women. BMC Public Health. 2018; 18: 301.
  • 18
    Oexle N, Barnes TL, Blake CE, Bell BA, Liese AD. Neighborhood fast food availability and fast food consumption. Appetite. 2015; 92: 227-32.
  • 19
    Favoretto CM, Wiernetz PL. Alimentação sustentável e alimentos de fast food: o que a química e o meio ambiente têm a ver com isso? In: Secretaria de Educação do Governo do Estado de Paraná. Os desafios da escola pública Paranaense na perspectiva do professor PDE: Artigos. Paraná: Programa de Desenvolvimento Educacional; 2013. p. 1-15.
  • 20
    Rohatgi KW, Tinius RA, Cade WT, Steele EM, Cahill AG, Parra DC. Relationships between consumption of ultraprocessed foods, gestational weight gain and neonatal outcomes in a sample of US pregnant women. PeerJ. 2017; 5: 1-17.
  • 21
    Freitas - Vilela AA, Pearson RM, Emmett P, Heron J, Smith ADAC, Emond A, Hibbeln JR, Castro MBT, Kac G. Maternal dietary patterns during pregnancy and intelligence quotients in the offspring at 8 years of age: Findings from the ALSPAC cohort. Matern Child Nutr. 2017; 14 (1): 1-11.
  • 22
    Brasil. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília, DF; 2012.
  • 23
    Melere C, Hoffmann JF, Nunes MAA, Drehmer M, Buss C, Ozcariz SGI, Soares RM, Manzolli PP, Duncan BB, Camey SA. Índice de alimentação saudável para gestantes: adaptação para uso em gestantes brasileiras. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (1): 20-8.
  • 24
    Gomes CB, Malta MB, Martiniano ACA, Di Bonifácio LP, Carvalhaes MABL. Práticas alimentares de gestantes e mulheres não grávidas: há diferenças? Rev Bras Ginecol Obstet. 2015; 37 (7): 325-32.
  • 25
    Silva JC, Amaral AR, Ferreira BS, Petry JF, Silva MR, Krelling PC. Obesidade durante a gravidez: resultados adversos da gestação e do parto. Rev Bras Ginecol Obstet. 2014; 36 (11): 509-13.
  • 26
    Monteiro CA, Cannon G, Moubarac JC, Levy RB. The UN Decade of Nutrition, the NOVA food classification and the trouble with ultra-processing. Public Health Nutrition. 2017; 21 (1): 5-17.
  • 27
    O' Brien OA, Lindsay KL, McCarthy M, McGloin AF, Kennelly M, Scully HA, McAuliffe FM. Influences on the food choices and physical activity behaviours of overweight and obese pregnant women: A qualitative study. Midwifery. 2017; 47: 28-35.
  • 28
    Santos NHA, Eshriqui I, Sena ABF, Cocate PG, Vilela AAF, Benaim C, Vaz JS, Castro MB, Kac G. Dietary intake variations from pre-conception to gestational period according to the degree of industrial processing: A Brazilian cohort. Appetite. 2016; 105: 164-71.
  • 29
    Baraldi LG. Consumo de alimentos ultraprocessados e qualidade nutricional da dieta na população americana [tese]. São Paulo: Programa de Pós-graduação em Nutrição em Saúde Pública, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo; 2016.
  • 30
    Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, Castro IRR, Cannon G. A new classification of foods based on the extent and purpose of their processing. Cad Saúde Pública. 2010; 26 (11): 2039-49.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2019
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2019

Histórico

  • Recebido
    10 Jul 2018
  • Revisado
    25 Jan 2019
  • Aceito
    01 Fev 2019
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira Rua dos Coelhos, 300. Boa Vista, 50070-550 Recife PE Brasil, Tel./Fax: +55 81 2122-4141 - Recife - PR - Brazil
E-mail: revista@imip.org.br