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Oportunidades perdidas no tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis: uma revisão sistemática

Resumo

Objetivos:

compilar estudos na literatura que tratem de oportunidades perdidas relacionadas ao tratamento dos parceiros de gestantes com sífilis.

Métodos:

trata-se de uma revisão sistemática nas bases de dados SciELO, PUBMED, Lilacs e BVS, utilizando artigos publicados entre 2008 a 2018. A pesquisa foi realizada entre os meses de abril a agosto 2019 e a busca aos artigos seguiu a recomendação da diretriz PRISMA.

Resultados:

foram identificados 56.686 títulos e extraídos 53 que abordavam aspectos relacionados ao tratamento dos parceiros de gestantes com sífilis. A maioria dos estudos foi nacional representando 60,7% dos artigos pesquisados. 51% utilizaram como base de dados os Sistemas de Informação de Agravos Notificados (SINAN), seguido da utilização de Questionários/Entrevista (33,9%) e consulta aos prontuários de pacientes (15,1%). Os fatores mais associados ao não tratamento dos parceiros de gestantes com sífilis foram: estruturação/qualidade dos serviços sob o aspecto relacionado a falhas na assistência prénatal, características das gestantes que interferem no tratamento dos mesmos e aos aspectos ligados as particularidades culturais que envolvem a assistência à saúde do homem.

Conclusão:

em todos os continentes o principal aspecto relacionado às falhas no tratamento dos parceiros/ gestantes com sífilis esteve associado a baixa qualidade da assistência pré-natal

Palavras-chave
Sífilis; Parceiros sexuais; Terapêutica

Abstract

Objectives:

to compile studies in the literature that deal with missed opportunities related in treating pregnant women’s partners with syphilis

Methods:

this is a systematic review from SciELO, PUBMED, Lilacs and BVS databases, using articles published between 2008 and 2018. The research was carried out between April and August 2019 and followed PRISMA guideline recommendation

Results:

56,686 titles were identified and 53 were extracted in which addressed aspects related intreating pregnant women’s partners with syphilis. Most studies were National, representing 60.7% of the researched articles. 51% of them used the Sistemas de Informação de Agravos Notificados (SINAN) (Notified Diseases Information System) as a database, followed by the use of Questionnaires / Interviews (33.9%) and consulted patients’ files (15.1%). The factors most associated with the non-treatment of the pregnant women’s partners with syphilis were: structuring /quality in the services from the aspect related to failures in prenatal care, characteristics of pregnant women that interfere in their treatment and aspects related to the cultural particularities that involvemen's healthcare.

Conclusion:

in all continents, the main aspect related to failures in the treatment of the partners/pregnant women with syphilis is associated with low quality in prenatal care.

Keywords:
Syphilis; Sexual partners; Therapeutic

Introdução

A sífilis é uma doença secular e ainda representa importante problema de saúde pública em todo mundo. Tendência epidêmica foi relatada no interior da China, apesar das estratégias de detecção precoce e tratamento dos casos.11 Gao J, Xu J, Sheng Y, Zhang X, Zhang M, Li Y, Liang B, Sun L, Yang S, Zhang X. Increasing trend of syphilis and infection resistance: A retrospective study. Int J Infect Dis. 2013; 17 (11): e 971–6. Na América do Norte e Groenlândia, a incidência da sífilis aumentou de zero em 2010 para 95,7 por 100.000 habitantes em 2014.22 Albertsen N, Mulvad G, Pedersen ML. Incidence of syphilis in Greenland 2010–2014: The beginning of a new epidemic? Int J Circumpolar Health. 2015;74: 28378. O aumento dos casos de sífilis no mundo traz consigo impacto negativo para economia, doentes, suas famílias e à sociedade. Na província de Guangdong-China, os gastos com a sífilis no ano de 2014 atingiram U$$ 730.000,00. Deste montante, 73,23% relacionados a custos diretos com sífilis terciária.33 Zou Y, Liao Y, Liu F, Chen L, Shen H, Huang S, Zheng H, Yang B, Hao Y. The Annual Economic Burden of Syphilis : An Estimation of Direct, Productivity, and Intangible Costs for Syphilis in Guangdong Initiative for Comprehensive Control of Syphilis Sites. Sex Transm Dis. 2017; 44 (11): 671-7. Sob o aspecto psicológico, observou-se elevação do sentimento de angústia, dor e sofrimento nas mães que transmitiram a sífilis a seus filhos. Além do aumento no temor, desespero e impotência diante do internamento de seus bebês, submetidos a procedimentos hospitalares invasivos.44 Silva MRS, Brito ESV, Freire LCG, Pedrosa MM, Sales VMB, Lages I. Women ’ s perception of the occurrence of congenital syphilis in their offspring. Rev APS. 2010; 13 (3): 301-9.

Estudos no Brasil apontam quadro semelhante. Na região nordeste foi observado aumento substancial no diagnóstico e notificações de casos de sífilis entre 2008 e 2013, com incidência de sífilis congênita de 13,8 casos/1.000.55 Lima VC, Mororo RM, Martins MA, Ribeiro SM, Linhares MSC. Perfil epidemiológico dos caos de sífilis congênita em um município de médio porte do nordeste brasileiro. J Health Biol Sci. 2017; 5 (1): 56-61. Estudo realizado em importante cidade da região sudeste demonstrou aumento na taxa de transmissão vertical da sífilis em 6,5% de 2014 a 2015, atribuído a reinfecção das gestantes por tratamento inadequado ou ausente dos parceiros, apesar das gestantes terem sido tratadas corretamente.66 Lazarini FM, Barbosa DA. Educational intervention in primary care for the prevention of congenital syphilis. Rev Lat Am Enfermagem. 2017; 25: e2845. A propósito do tratamento, vários estudos77 Nunes JT, Marinho ACV, Davim RMB, Silva GGO, Félix RS, Martino MMF. Sífilis na gestação: perspectivas e condutas do enfermeiro. Rev Enferm UFPE. 2017; 11 (12): 4875.

8 Moreira KFA, Oliveira DM, Alencar LN, Cavalcante DFB, Pinheiro AS, Òrfão NH. Perfil de casos notificados de sífilis congênita. Cogitare Enferm. 2017; 22: 489-99.

9 Cunha NA, Biscaro A, Madeira K. Prevalência de sífilis em parturientes atendidas em uma maternidade na cidade de Criciúma, Santa Catarina Arq Catarin Med. 2018; 47 (1): 82-94.
-1010 Souza LFM, Monteiro PM, Mota AS, Junior ENP, Passos MRL. Analysis of congenital syphilis cases notification in a reference hospital of Niteroi, Rio de Janeiro state 2008 to 2015. J Bras Doenças Sex Transm. 2017; 29 (1): 2177-8264. apontam a existência de baixos índices de tratamento nos parceiros sexuais de mulheres com sífilis, bem como a falta de registro de informação.

Serafim et al.1111 Serafim AS, Moretti GP, Serafim GS, Niero CV, Rosa MI, Pires MMS, Simões PWTA. Incidence of congenital syphilis in the South Region of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2014; 47 (2): 170-8. em um estudo realizado na região sul do Brasil registraram associação estatisticamente significativa entre a falta de tratamento do parceiro e aumento na incidência de sífilis congênita. Neste mesmo estudo, o não tratamento do parceiro esteve associado ao óbito neonatal e abortos, resultantes de recontaminação das gestantes. Estes achados corroboram com Cardoso et al.1212 Cardoso ARP, Araújo MAL, Cavalcante MS, Frota MA, Melo SP. Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de 2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil. Cienc e Saúde Coletiva. 2018; 23 (2): 563-74. em estudo na cidade de Fortaleza-Ceará.

O elevado número de parceiros tratados para sífilis de forma inadequada reflete ineficiência dos serviços de saúde que não tem contribuído para a interrupção na cadeia de transmissão. A manutenção de indivíduos contaminados permite a disseminação da doença e, reexposição de gestantes elevando a transmissão vertical, que implica em aumento de morbimortalidade infantil e maiores gastos com saúde. Dessa forma, torna-se oportuna e necessária a implementação de esforços para o tratamento concomitante de gestantes e parceiros como estratégia primordial no controle da sífilis.1313 Costa CC, Freitas LV, Sousa DMN, Oliveira LL, Chagas ACMA, Lopes MVO, Damasceno AKC. Sífilis congênita no Ceará: análise epidemiológica de uma década. Rev Esc Enferm USP. 2013; 47 (1): 152-9.

14 Oliveira DR, Figueiredo MSN. Abordagem conceitual sobre a sífilis na gestação e o tratamento de parceiros sexuais. Enferm Foco. 2011; 2: 108-11.

15 Figueiró-Filho EA. Sífilis e gestação: estudo comparativo de dois períodos (2006 e 2011) em população de puérperas. J Bras Doenças Sex Transm. 2012; 24 (1): 32-7.
-1616 Silva HCG, Oliveira S, Sakae TM. Incidência de sífilis congênita no estado de Santa Catarina no ano de 2012 . Arq Catarin Med. 2017; 46 (2): 15-25.

Partindo deste pressuposto, o presente estudo avaliou publicações científicas no período de 2008 a 2018, apresentando os principais fatores associados ao não tratamento dos parceiros sexuais de gestantes com sífilis, com a intenção de auxiliar os profissionais e gestores de saúde a minorar a perda de oportunidades terapêuticas para esse grupo como ponto crucial no combate à sífilis.

Métodos

Trata-se de uma revisão sistemática conduzida de acordo a recomendação PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises) sobre o não tratamento de parceiros de gestantes com sífilis.

Os artigos foram eleitos de acordo com: Tipos de estudos artigos que tiveram como objeto o tratamento dos parceiros de gestantes com sífilis, que trouxessem nos seus resultados a descrição de características dos parceiros que aderiram ou não ao tratamento, publicados entre 2008 a 2018 em inglês, português e espanhol. Foram incluídos: estudos transversais, descritivos, documentais, qualitativos, ecológicos, caso-controle, reflexão teórica, estudo quase-experimental e de métodos mistos. Tipos de participantes parceiros sexuais de gestantes com diagnóstico de sífilis e tipos de resultados artigos que englobam a presente revisão tratam da investigação de fatores associados ao tratamento de parceiros sexuais de gestantes diagnosticadas com sífilis.

O levantamento dos artigos foi realizado entre abril e agosto de 2019 nas bases de dados: Literatura da América Latina e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), United States National Library of Medicine (PUBMED) e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS).

A estratégia de busca nas bases de dados Scielo, Lilacs e BVS incluiu os termos: “sífilis and parceiros”, “sífilis and tratamento”. Para a base PUBMED, o termo utilizado foi “syphilis and partneres”.

Os artigos foram selecionados inicialmente pelos títulos, excluindo-se as duplicidades, seguido da leitura dos resumos e posterior leitura dos textos completos que se relacionavam ao assunto.

Após seleção, foi realizada verificação de duplicidade dos artigos nas bases de dados e posterior leitura dos resumos, procedendo-se a exclusão daqueles que não abordavam fatores associados ao tratamento de parceiros sexuais de gestantes com sífilis. Por fim, estabeleceu-se a leitura dos artigos na íntegra.

Após a leitura dos artigos, foram extraídos os dados de interesse dessa revisão, através de instrumento de coleta elaborado pelos autores.

As informações extraídas dos estudos incluíram: Ano de publicação, título, local da publicação, periódico/revista, objetivo do artigo, síntese do conteúdo e trechos sobre o tratamento dos parceiros. Foram verificados os principais riscos de viés nos estudos avaliados, observando viés de seleção, sobrevivência e de Berkson para estudos caso-controle. Para os estudos transversais observou-se maior risco para viés de instrumento, de entrevistador, memória e subnotificação nos sistemas de informação, além de viés de informação devido a dados secundários. Outra limitação referiu-se ao delineamento de estudos ecológicos, que não permitiu interpretações diretas dos resultados no nível individual. E a abordagem descritiva se limita apenas às análises univariadas.

Resultados

Após a aplicação dos uni-termos foram encontrados 56.686 artigos, sendo distribuídos da seguinte forma: 140 na plataforma SciELO, 1.073 LILACS, 16.278 PubMed e 39.195 BVS. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, leitura de títulos, exclusão das duplicidades, leitura de resumos e dos textos na íntegra foram selecionados 53 estudos que compõe esta revisão (Figura 1).

Características dos estudos

O ano com maior número de publicações foi 2017 com 16 estudos (30,1%), seguido de 2015 com 07 (13,2%). 12 estudos foram publicados em 2012 e 2016, 06 estudos em cada ano (11,3%). Em 2013, 05 (9,4%). Nos anos de 2010, 2014 e 2018, 03 estudos em cada ano (5,7%). E em 2009 e 2011 com 2 estudos respectivamente (3,8%).

Quanto ao local de publicação foram identificados 07 (13,2%) estudos nas bases internacionais, os demais em bases nacionais com as seguintes distribuições por região: Sudeste 25 (47,1%), Nordeste e Sul 09 estudos respectivamente (17%) e o Centro-oeste 03 (5,7%).

O tipo de estudo mais realizado no período foi o transversal 24 (45,2%) seguido do descritivo 12 (22,5 %), documental 2 (3,8%), qualitativo 5 (9,49%), ecológico 4 (7,57 %), caso-controle 2 (3,8%), reflexão teórica 2 (3,8%), estudo quase-experimental 1(2%) e de métodos mistos 1 (2%).

Em relação ao idioma da publicação, a distribuição foi a seguinte: 31 (58,5%) português, 17 (32%) inglês, 02 (3,8%) espanhol. Foram publicados em duas línguas: 02 (3,8%) Inglês e Português e 01 (1,9%) Inglês e Espanhol.

Discussão

Na compilação dos dados dos 53 artigos foi possível observar que o elevado número de parceiros não tratados adequadamente para sífilis foi atribuído a ineficiência e fragilidade dos serviços de saúde, com falhas na assistência pré-natal.1313 Costa CC, Freitas LV, Sousa DMN, Oliveira LL, Chagas ACMA, Lopes MVO, Damasceno AKC. Sífilis congênita no Ceará: análise epidemiológica de uma década. Rev Esc Enferm USP. 2013; 47 (1): 152-9.,1515 Figueiró-Filho EA. Sífilis e gestação: estudo comparativo de dois períodos (2006 e 2011) em população de puérperas. J Bras Doenças Sex Transm. 2012; 24 (1): 32-7.,1717 Domingues RMSM, Saraceni V, Hartz ZMA, Leal MC. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (1): 147-57. Também se verificou que a falta de comunicação da gestante ao parceiro quando da descoberta da sífilis esteve relacionada ao não tratamento dos parceiros.1818 Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Andrade RFV, Gonçalves LC. Sífilis em parturientes: aspectos relacionados ao parceiro sexual. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012; 34 (9): 397-402.,1919 Cavalcante AE, Silva MAM, Rodrigues ARM, Netto JJM, Moreira AC, Goyanna N. Diagnóstico e tratamento da sífilis: uma investigação com mulheres assistidas na atenção básica em Sobral, Ceará. J Bras Doenças Sex Transm. 2012; 24 (4): 227-9.

Fatores relacionados aos serviços

Estudos realizados em Palmas-Tocantins, Córdoba-Colômbia e Malvinas Argentinas2020 Cavalcante PAM, Pereira RBL, Castro JGD. Sífilis gestacional e congênita em Palmas, Tocantins, 2007-2014. Epidemiol Serv Saúde. 2017; 26 (2): 255-64.

21 Ahumada AC, Lavalle MH, Chamorro MV. Sífilis gestacional: enfermedad de interés en salud pública, Córdoba-Colombia, 2015. Rev Cuid. 2017; 8 (1): 1449-58.
-2222 Silva DAM, Bois F, Duro E. Factores asociados con falla en el diagnostico y tratamiento de sifilis materna. Medicina Infantil [Internet]. 2016; 6. Available from: https://www.medicinainfantil.org.ar/images/stories/volumen/2016/xxiii_4_293.pdf
https://www.medicinainfantil.org.ar/imag...
constataram fragilidades nos serviços de saúde para o controle da sífilis congênita. As falhas encontradas incluíram diagnóstico tardio entre o 2º e 3º trimestre de gestação ou durante o parto e/ou curetagem, classificação equivocada quanto à fase da doença, que geraram perda de oportunidade para o tratamento de gestantes e seus parceiros.

De acordo com Dou et al.2323 Dou L, Wang X, Wang F, Qian W, Qiao Y, Su M, Jim X, Qui J,Song L, Wang A. Epidemic Profile of Maternal Syphilis in China in 2013. BioMed Res Int. 2016; 2016: 9194805. em estudo realizado na China, mais de 55% das mulheres com sífilis iniciaram o tratamento após 37 semanas de gestação ou não foram tratadas. Nesse estudo2323 Dou L, Wang X, Wang F, Qian W, Qiao Y, Su M, Jim X, Qui J,Song L, Wang A. Epidemic Profile of Maternal Syphilis in China in 2013. BioMed Res Int. 2016; 2016: 9194805. 68,8% dos parceiros não realizaram testes para sífilis implicando em condição desconhecida de status da infecção e falta de busca ativa destes parceiros.2424 Trevisan MG, Bechi S, Teixeira GT, Marchi ADA, Costa LD. Prevalência da sífilis gestacional e congênita no município de Francisco Beltrão. Rev Espaço Saúde. 2018; 19 (2): 84-96. Esta pesquisa demonstrou a perda de oportunidade do diagnóstico e tratamento dos parceiros no momento em que a gestante é diagnosticada.2525 Galatoire PSA, Rosso JA, Sakae TM. Incidência de sífilis congênita nos estados do Brasil no período de 2007 a 2009. Arq Catarin Med. 2012; 2: 26-32.

A inoperância dos serviços de saúde ficou evidenciada quando o comunicado do resultado positivo do teste para sífilis ao parceiro passou a ser responsabilidade da gestante.1818 Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Andrade RFV, Gonçalves LC. Sífilis em parturientes: aspectos relacionados ao parceiro sexual. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012; 34 (9): 397-402. Garcia et al.2626 García PJ, Williams E, Cárcamo CP, Chiappe M, Holmes KK, Peeling RW, Mabey DM. Partner Notification among Peruvian Pregnant Women with Syphilis. Sex Transm Dis. 2015; 42 (8): 457–62. apontaram que mulheres soropositivas que notificaram seus parceiros para comparecer aos serviços de saúde resultou em apenas 31,9% de parceiros adequadamente tratados. O Ministério da Saúde (MS) orienta inicialmente a convocação dos parceiros ao serviço de saúde através da gestante, caso não atenda num prazo de 15 dias devese realizar a comunicação por meio de correspondência que garanta a confidencialidade da informação e quando se esgotarem todos os recursos disponíveis realizar a busca ativa. Orienta ainda a inclusão dos parceiros nas consultas de pré-natal a fim de garantir a interrupção da cadeia de transmissão.2727 Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de vigilância á saude, Departamento de doenças de condições crônicas e infecções IST. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infeccções sexualmente ransmissíveis (IST). Brasilia, DF; 2020. p. 1–250.

Figura 1
Fluxograma da seleção dos artigos para revisão sistemática.

Outra importante questão limitadora no tratamento da sífilis em gestantes e parceiros foi a indisponibilidade temporária de penicilina,66 Lazarini FM, Barbosa DA. Educational intervention in primary care for the prevention of congenital syphilis. Rev Lat Am Enfermagem. 2017; 25: e2845.,2828 Mello VS. A saúde da mulher e o tratamento da sífilis: narrativas de vida e contribuições para a prática profissional. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Programa de Pósgraduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2016. primeira opção terapêutica na rede de atenção básica, além de ser a única droga capaz de atravessar a barreira placentária e evitar a sífilis congênita.77 Nunes JT, Marinho ACV, Davim RMB, Silva GGO, Félix RS, Martino MMF. Sífilis na gestação: perspectivas e condutas do enfermeiro. Rev Enferm UFPE. 2017; 11 (12): 4875.,1414 Oliveira DR, Figueiredo MSN. Abordagem conceitual sobre a sífilis na gestação e o tratamento de parceiros sexuais. Enferm Foco. 2011; 2: 108-11.,2626 García PJ, Williams E, Cárcamo CP, Chiappe M, Holmes KK, Peeling RW, Mabey DM. Partner Notification among Peruvian Pregnant Women with Syphilis. Sex Transm Dis. 2015; 42 (8): 457–62. Diante do desabastecimento nacional da penicilina a partir de 2014, o MS orientou através de nota informativa conjunta nº 109/2015, o uso exclusivo para gestantes e crianças com sífilis. Para os parceiros, foi recomendado antibióticos de segunda escolha que tem tratamento longo (8 a 15 dias), o que prejudicou a adesão ao tratamento.66 Lazarini FM, Barbosa DA. Educational intervention in primary care for the prevention of congenital syphilis. Rev Lat Am Enfermagem. 2017; 25: e2845. Em 2019 através da nota informativa nº 30/2019-CGAE/DIAHV/SVS/MS foram incluídas as parcerias como prioridade para utilização da penicilina.2929 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância. Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis do HIV/AIDS e das HV, Coordenação-Geral de Ações Estratégicas em Ist AIDS e HV. Nota informativa no 30/2019-cgae/.diahv/svs/ms 1. Vol. 30. Brasília; 2019. p. 1–2.

Apesar da melhoria na atenção básica no que concerne ao número de consultas de prénatal mínimo de 6 consultas segundo o MS, falhas no diagnóstico e tratamento oportuno de gestantes e parceiros ainda ocorrem.3030 Muricy CL, Pinto VL. Congenital and maternal syphilis in the capital of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2015; 48 (2): 216-9.

31 Feliz MC, Prizybicien AR, Rossoni AM, Tahnus T, Pereira AMVB, Rodrigues C. Adherence to the follow-up of the newborn exposed to syphilis and factors associated with loss to follow-up. Rev Bras Epidemiol. 2016; 19 (4): 727-39.

32 Monteiro SMA, Mesquita ALM, Martins KMC, Naka AAR, Vasconcelos MN, Júnior DGA. Profile of pregnant women diagnosed with syphilis. DST - J bras Doenças Sex Transm. 2017; 29: 2177-8264.
-3333 Lago AC, Gomes DS. Epidemiological profile and maternal-fetal transmission of syphilis in pregnant women of Cascavel (PR). J Bras Doenças Sex Transm. 2016; 1 (28): 29-35. Mello2828 Mello VS. A saúde da mulher e o tratamento da sífilis: narrativas de vida e contribuições para a prática profissional. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Programa de Pósgraduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2016. descreveu dificuldades de acesso e estrutura deficitária dos serviços de pré-natal (fechamento de unidades de saúde da família, falta de profissionais e kits para diagnóstico de sífilis), que implicam na precariedade dos atendimentos.

Outro fator contributivo para o não tratamento da sífilis tanto em gestantes quanto em parceiros foi o horário de funcionamento das unidades de saúde. Estudo de García et al.2626 García PJ, Williams E, Cárcamo CP, Chiappe M, Holmes KK, Peeling RW, Mabey DM. Partner Notification among Peruvian Pregnant Women with Syphilis. Sex Transm Dis. 2015; 42 (8): 457–62. revelou que o funcionamento das unidades, via de regra, coincide com o horário de trabalho das pessoas. Este fato dificulta a busca de tratamento e aponta que o estabelecimento de horários diferenciados em algumas unidades constitui uma alternativa importante e que poderia diminuir as oportunidades pedidas de tratamento.

Saraceni e Miranda3434 Saraceni V, Espinosa Miranda A. Relação entre a cobertura da Estratégia Saúde da Família e o diagnóstico de sífilis na gestação e sífilis congênita [Internet]. Vol. 28. 2012. Available from: http://dab.saude.gov.br/hist
http://dab.saude.gov.br/hist...
apresentaram a estratégia de saúde da família como condição favorável para busca ativa de casos e parceiros que não comparecem para o tratamento, através do agente comunitário de saúde em seu território, melhorando a cobertura da vigilância a saúde. Soma-se a isso a implantação dos testes rápidos para sífilis nas Unidades de Saúde (US) que facilitou o acesso ao diagnóstico.3535 Bagatini CLT. Programa de teste rápido para sífilis no prénatal atenção básica no Rio Grande do Sul. [Dissertação]. Porto Alegre: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2014.,3636 Machado I, Silva VAN, Pereira RMS, Guidoreni CG, Gomes MP. Diagnóstico e tratamento de sífilis durante a gestação: desafio para enfermeiras? Saúde Pesq. 2018; 11 (2): 249-55.

Ainda em relação às falhas nos serviços, cumpre ressaltar o despreparo de profissionais envolvidos na assistência pré-natal. Estudos1010 Souza LFM, Monteiro PM, Mota AS, Junior ENP, Passos MRL. Analysis of congenital syphilis cases notification in a reference hospital of Niteroi, Rio de Janeiro state 2008 to 2015. J Bras Doenças Sex Transm. 2017; 29 (1): 2177-8264.,3737 Santos RR, Niquini RP, Domingues RMSM, Bastos FI. Conhecimento e conformidade quanto às práticas de diagnóstico e tratamento da sífilis em maternidades de Teresina-PI, Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet. 2017; 39 (9): 453-63. têm demonstrado que conhecimentos, práticas e manejo da sífilis entre os obstetras e enfermeiros tem baixo nível de concordância com os protocolos do MS. Além disso, poucos profissionais apresentam conhecimento adequado sobre a transmissão vertical da sífilis.3838 Rodrigues DC. “Conhecimentos, atitudes e práticas dos profissionais da Estratégia Saúde da Família de Teresina para o controle da sífilis em gestante”. [Dissertação] Rio de Janeiro: Epidemiologia em Saúde Pública – ENSP/FIOCRUZ; 2015.,3939 Aquino GT, Silva HCG. Perfil das mulheres portadoras de sífilis gestacional em Santa Catarina no ano de 2012 . Arq Catarin Med. 2015; 44 (4): 72-81. Os profissionais de saúde têm papel fundamental no controle da sífilis, portanto é necessário que os mesmos estejam aptos a lidar de forma eficiente com essas situações.4040 Milanez H. Syphilis in pregnancy and congenital syphilis: why can we not yet face this problem? Rev Bras Ginecol Obst. 2016; 38: 425-7.

Andrade et al.4141 Andrade RF, Lima NB, Silva DM, Melo SP. Conhecimento dos Enfermeiros acerca do Manejo da Gestante com exame de VDRL reagente. J Bras Doenças Sex Transm. 2011; 23 (4): 188-93. identificaram especificamente entre os enfermeiros deficiências quanto a interpretação adequada dos resultados do Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) e conhecimento sobre o tratamento e a identificação das fases da sífilis. Ademais, a baixa autonomia dos enfermeiros para solicitar exames e prescrever o tratamento limitam a sua atuação.3939 Aquino GT, Silva HCG. Perfil das mulheres portadoras de sífilis gestacional em Santa Catarina no ano de 2012 . Arq Catarin Med. 2015; 44 (4): 72-81.

Vale ressaltar ainda as dificuldades de abordagem pelos profissionais a parceiros de gestantes com sífilis, como consequência de políticas públicas excludentes à saúde do homem, com enfoque essencialmente materno-infantil.1818 Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Andrade RFV, Gonçalves LC. Sífilis em parturientes: aspectos relacionados ao parceiro sexual. Rev Bras Ginecol Obstet. 2012; 34 (9): 397-402.,4242 Dantas LA, Jerônimo SHNM, Teixeira GA, Lopes TRG, Cassiano AN, Carvalho JBL. Epidemiologic profile of acquired syphilis diagnosed and notified at a maternal-child university hospital. Enferm Glob. 2017; 16 (2): 237-45.,4343 Domingues RMSM, Hartz ZMA, Leal MC. An evaluation of action taken to control syphilis and HIV in public-sector prenatal care in the municipality of Rio de Janeiro, Brazil. Rev Bras. Saúde Matern. Infant. 2012; 12 (3): 269-80. Este tipo de abordagem impacta em perda do diagnóstico e tratamento de parceiros e contribui para manutenção da cadeia de transmissão da sífilis e suas diversas formas clínicas.

As oportunidades perdidas de tratamento da sífilis também podem ser evidenciadas pela discrepância entre as informações relatadas pela gestante e os registros no cartão do pré-natal. A exemplo, gestantes que não sabem informar sobre o resultado do exame ou se equivocam ao referir resultado não reagente, apresentando exame positivo ou exame positivo sem registro no cartão. Frente a essa questão percebe-se a necessidade de revisão dos procedimentos adotados pelos profissionais de saúde para que seja atribuída maior responsabilização diante de um erro evitável.1717 Domingues RMSM, Saraceni V, Hartz ZMA, Leal MC. Sífilis congênita: evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal. Rev Saúde Pública. 2013; 47 (1): 147-57.

A importância do aconselhamento por parte dos profissionais foi tratada em estudo realizado no Peru. Foi constatado que a maneira como os profissionais de saúde abordaram os parceiros através das informações fornecidas influenciou positivamente na adesão ao tratamento e notificação dos casos.2626 García PJ, Williams E, Cárcamo CP, Chiappe M, Holmes KK, Peeling RW, Mabey DM. Partner Notification among Peruvian Pregnant Women with Syphilis. Sex Transm Dis. 2015; 42 (8): 457–62.

Fatores relacionados às gestantes

Embora não seja uma doença exclusiva das classes menos favorecidas, estudos1919 Cavalcante AE, Silva MAM, Rodrigues ARM, Netto JJM, Moreira AC, Goyanna N. Diagnóstico e tratamento da sífilis: uma investigação com mulheres assistidas na atenção básica em Sobral, Ceará. J Bras Doenças Sex Transm. 2012; 24 (4): 227-9.,2828 Mello VS. A saúde da mulher e o tratamento da sífilis: narrativas de vida e contribuições para a prática profissional. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Programa de Pósgraduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2016.,4444 Leitão EJL, Canedo MCM, Furiattii MF, Oliveira LRS, Diener LS, Lobo MP, Castro MFLM, Barbosa DFS, Silveira JB, Machado FRM, Macedo JLS. Sífilis gestacional como indicador da qualidade do pré-natal no Centro de Saúde Samambaia DF. Com Ciênc Saúde. 2009; 20 (4): 307-14.,4545 Magalhães DMS, Kawaguchi IAL, Dias A, Calderon IMP. Sífilis materna e congênita ainda um desafio. Cad Saúde Pública. 2013; 29 (6): 1109-20. demonstram que o baixo nível socioeconômico e a baixa escolaridade das gestantes constituem fatores limitantes para o entendimento da importância das medidas de prevenção. Somados ao desconhecimento ou conhecimento equivocado sobre a doença e até mesmo o desinteresse e a negação sobre as questões da saúde limitam o controle da sífilis.44 Silva MRS, Brito ESV, Freire LCG, Pedrosa MM, Sales VMB, Lages I. Women ’ s perception of the occurrence of congenital syphilis in their offspring. Rev APS. 2010; 13 (3): 301-9. Os recursos financeiros insuficientes para deslocamento até as unidades de saúde para consultas de pré-natal e a laboratórios para realização de exames, denotam importante vulnerabilidade de acesso aos serviços de saúde.1111 Serafim AS, Moretti GP, Serafim GS, Niero CV, Rosa MI, Pires MMS, Simões PWTA. Incidence of congenital syphilis in the South Region of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2014; 47 (2): 170-8.,2828 Mello VS. A saúde da mulher e o tratamento da sífilis: narrativas de vida e contribuições para a prática profissional. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Programa de Pósgraduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2016.

Outra questão que merece relevância é o número de parceiros das gestantes. Nem todas têm parceiro fixo. Estudos têm apontado1111 Serafim AS, Moretti GP, Serafim GS, Niero CV, Rosa MI, Pires MMS, Simões PWTA. Incidence of congenital syphilis in the South Region of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2014; 47 (2): 170-8.,2424 Trevisan MG, Bechi S, Teixeira GT, Marchi ADA, Costa LD. Prevalência da sífilis gestacional e congênita no município de Francisco Beltrão. Rev Espaço Saúde. 2018; 19 (2): 84-96.,4646 Macêdo VC, Lira PIC, Frias PG, Romaguera LMD, Caires SFF, Ximenes RAA. Risk factors for syphilis in women: case-control study. Rev Saúde Pública. 2017; 51: 78. risco aumentado em até três vezes para ocorrência de sífilis entre gestantes que tiveram três ou mais parceiros sexuais em um ano, esta variável mostrou-se também relevante para tratamento inadequado de sífilis. Outras mulheres relataram sentir-se envergonhadas diante do diagnóstico da sífilis e manifestaram dificuldade em revelar o diagnóstico a seus parceiros, por medo de serem rejeitadas ou não conseguirem lidar com a possibilidade da infidelidade. A sífilis pode produzir repercussões negativas no relacionamento conjugal, gerando desconfiança e até à separação. Por estes motivos, algumas mulheres optam por ocultar o diagnóstico aos parceiros impossibilitando o tratamento dos mesmos.1919 Cavalcante AE, Silva MAM, Rodrigues ARM, Netto JJM, Moreira AC, Goyanna N. Diagnóstico e tratamento da sífilis: uma investigação com mulheres assistidas na atenção básica em Sobral, Ceará. J Bras Doenças Sex Transm. 2012; 24 (4): 227-9. Este fato também impacta na perda de oportunidade do tratamento do parceiro e o próprio risco da recontaminação.

Outra situação relatada por algumas mulheres é o medo da violência doméstica ao comunicarem aos seus parceiros sobre o diagnóstico. Por se tratar de uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) com possibilidade de ter sido adquirida em relações extraconjugais ou até mesmo com parceiros sexuais anteriores.2626 García PJ, Williams E, Cárcamo CP, Chiappe M, Holmes KK, Peeling RW, Mabey DM. Partner Notification among Peruvian Pregnant Women with Syphilis. Sex Transm Dis. 2015; 42 (8): 457–62.,4747 Campos ALA, Araújo MAL, Melo SP, Gonçalves MLC. Epidemiologia da sífilis gestacional em Fortaleza -Ceará: um agravo sem controle. Cad Saúde Pública. 2010; 26: 1747-1756.

Fatores relacionados ao parceiro

Estudo realizado no município de Guarapuava-PR identificou alta prevalência de sífilis gestacional e sífilis congênita. Foi verificada uma associação significativa entre tratamento do parceiro e o tratamento para sífilis da gestante, apenas 47% dos parceiros foram tratados adequadamente. A baixa adesão dos parceiros contribuiu para o tratamento inadequado das gestantes,4646 Macêdo VC, Lira PIC, Frias PG, Romaguera LMD, Caires SFF, Ximenes RAA. Risk factors for syphilis in women: case-control study. Rev Saúde Pública. 2017; 51: 78.,4848 Soares LG, Zarpellon B, Soares LG, Baratieri T, Lentsck MH, Mazza VA. Sífilis gestacional e congênita: Características maternas, neonatais e desfecho dos casos. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2017; 17 (4): 781-9. expondo-as a reinfecção e aumento do risco para sífilis congênita.1010 Souza LFM, Monteiro PM, Mota AS, Junior ENP, Passos MRL. Analysis of congenital syphilis cases notification in a reference hospital of Niteroi, Rio de Janeiro state 2008 to 2015. J Bras Doenças Sex Transm. 2017; 29 (1): 2177-8264.,4949 Romanelli RMC, Carellos EVM, Souza HC, Paula AT, Rodrigues LV, Oliveira WM, Silva HHRM, Sacramento JPTC, Andrade GMQ. Management of syphilis in pregnant women and their newborns: is it still a problem? J Bras Doenças Sex Transm. 2015; 27 (1–2): 35-9.

A adesão ao tratamento pelos parceiros permeia um cenário multifatorial que envolve aspectos relacionados ao nível socioeconômico, cultural, educacional e de desconhecimento sobre a doença. Estes fatores superam o entendimento deles sobre o diagnóstico que lhes é dado, por na maioria das vezes serem assintomáticos ou terem resultado do exame negativo, além de não conseguirem perceber as consequências que podem ocorrer para o bebê.4949 Romanelli RMC, Carellos EVM, Souza HC, Paula AT, Rodrigues LV, Oliveira WM, Silva HHRM, Sacramento JPTC, Andrade GMQ. Management of syphilis in pregnant women and their newborns: is it still a problem? J Bras Doenças Sex Transm. 2015; 27 (1–2): 35-9.

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No Brasil, a visita do parceiro à unidade de saúde depende da gestante. Dessa forma é importante que ela seja orientada adequadamente quanto à importância do tratamento para sífilis.3030 Muricy CL, Pinto VL. Congenital and maternal syphilis in the capital of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 2015; 48 (2): 216-9. Ainda se faz necessário incentivar a participação dos parceiros no pré-natal e ainda intervenções educativas promovidas por profissionais de saúde da atenção básica além da garantia do acesso ao diagnóstico e tratamento dessa população.66 Lazarini FM, Barbosa DA. Educational intervention in primary care for the prevention of congenital syphilis. Rev Lat Am Enfermagem. 2017; 25: e2845.,2424 Trevisan MG, Bechi S, Teixeira GT, Marchi ADA, Costa LD. Prevalência da sífilis gestacional e congênita no município de Francisco Beltrão. Rev Espaço Saúde. 2018; 19 (2): 84-96.,2828 Mello VS. A saúde da mulher e o tratamento da sífilis: narrativas de vida e contribuições para a prática profissional. [Dissertação]. Rio de Janeiro: Programa de Pósgraduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2016.,5050 Figueiredo MSN, Cavalcante EGR, Oliveira CJ, Monteiro MDFV, Quirino GDS, Oliveira DR. Perception of nurses on the adhesion of partners of pregnant women with syphilis to the treatment. Rev RENE. 2015; 16 (3): 345-54.

É fundamental entender a importância da avaliação e tratamento dos parceiros para a interrupção da cadeia de transmissão da infecção. O MS recomenda o tratamento de forma preventiva desses parceiros, com uma dose de penicilina (2.400.000UI divididas em duas injeções em cada um dos glúteos), independente de apresentarem sinais e sintomas ou até mesmo com primeiro exame negativo; quando, após 30 dias, novo exame deverá ser solicitado.5555 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis do HIV/AIDS e das HV. Protocolo clínico e diretrizes terapeuticas para prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites virais. Brasília, DF; 2017. p. 248.

Conclusão

A reunião das evidências deste estudo demonstra a importância do tratamento dos parceiros sexuais das gestantes com sífilis como fundamental para controle da doença e necessidade de uma abordagem adequada para que haja sucesso neste intento. É consenso nos estudos que a falha relacionada ao tratamento de parceiro/gestantes com sífilis diz respeito, em sua maioria, às fragilidades e deficiências na assistência pré-natal e aspectos relacionados a assistência à saúde do homem.

É preciso colocar em prática as propostas preconizadas pelo MS, no que se refere a capacitação dos profissionais da atenção básica, inserção dos parceiros nas consultas de prénatal e estruturação dos serviços, além de adoção de novas estratégias de captação e garantia da adesão ao tratamento de parceiros e gestantes com sífilis, visando a interrupção da cadeia de transmissão e redução da transmissão vertical, o que implicaria em significante economia aos cofres públicos com gastos a saúde devido a evolução dos casos de sífilis secundária e terciária, além da sífilis congênita por transmissão vertical.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Set 2021
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2021

Histórico

  • Recebido
    9 Jun 2020
  • Aceito
    25 Mar 2021
  • Preprint postado em
    29 Dez 2020
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