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Gravidez na adolescência no Brasil: fatores associados à idade materna

Resumo

Objetivos:

descrever características maternas, comportamentos de risco, dados obstétricos, de pré-natal e parto de puérperas adolescentes do Brasil (12-16 anos e 17-19 anos).

Métodos:

estudo transversal, de base hospitalar, a partir de dados do estudo “Nascer no Brasil” composto por puérperas adolescentes e por seus recém-nascidos, em todas as regiões do país. Utilizou-se o teste qui-quadrado para comparar as adolescentes de 12-16 anos com as de 17-19 anos.

Resultados:

as gestantes de 12-16 anos viviam mais na região Nordeste do país (p=0,014), nelas foi mais frequente não ter companheiro (p<0,001), engravidar sem intenção (p<0,001), apresentar escolaridade inadequada para a idade (p=0,033), realizar menos de seis consultas de pré-natal (p=0,021), a episiotomia (p=0,042) e a prematuridade espontânea (p=0,014).

Conclusão:

as puérperas na faixa etária de 12-16 anos apresentavam mais condições de vulnerabilidade socioeconômica, atenção menos adequada no pré-natal e parto, além de complicações neonatais de seus bebês, sinalizando a necessidade de atenção multiprofissional a essas adolescentes.

Palavras-chave:
Gravidez na adolescência; Cuidado pré-natal; Parto; Comportamento de risco

Abstract

Objectives:

describing maternal characteristics, risk behavior, obstetric data, prenatal care and childbirth in adolescent mothers in Brazil (age groups: 12-16 years and 17-19 years).

Methods:

hospital-based cross-sectional study substantiated by Nascer no Brasil”, (Born in Brazil) data. The study encompassed puerperal adolescent mothers from all regions in the country, and their newborns. Chi-square test was used to compare adolescents in the 12-16 years old age group and those in the 17-19 years old age group.

Results:

pregnant women in the 12-16 years old age group mostly lived in the Northeast of Brazil (p=0.014); most of them did not have a partner (p<0.001), unplanned pregnancy (p<0.001), they had inadequate schooling for their age (p=0.033), had less than six prenatal consultations (p=0.021), were subjected to episiotomy (p=0.042) and accounted for the largest number of premature babies (p=0.014).

Conclusions:

puerperal women in the 12-16 years old age group presented vulnerability in their socioeconomic conditions, inadequate assistance at the prenatal and childbirth care, as well as their babies showed neonatal complications that pointed towards these adolescent mothers’ need of multidisciplinary care.

Key words:
Pregnancy in adolescence; Prenatal care; Childbirth; Risk behaviors

Introdução

A gravidez na adolescência permanece como tema de relevância no âmbito da saúde reprodutiva brasileira11 Gama SGN da, Viellas EF, Schilithz AOC, Theme Filha MM, Carvalho ML de, Gomes KRO, Costa, MCO, Leal MC. Fatores associados à cesariana entre primíparas adolescentes no Brasil, 2011-2012. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (suppl. 1): S117–S127. por apresentar alta prevalência e por ser uma das principais causas de morbimortalidade de mulheres nessa faixa etária.22 Santos MMA de S, Baião MR, Barros DC de, Pinto A de A, Pedrosa PLM, Saunders C. Estado nutricional pré-gestacional, ganho de peso materno, condições da assistência pré-natal e desfechos perinatais adversos entre puérperas adolescentes. Rev Bras Epidemiol. 2012; 15 (1): 143-54. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem uma das maiores taxas de gravidez na adolescência da América Latina e, embora tenha apresentado diminuição nos últimos anos, ainda são 68,4 nascidos vivos a cada mil meninas de 15 a 19 anos em 2016.33 OMS (Organização Mundial da Saúde). [http://www.who.int]. Taxa de gravidez na adolescência no Brasil está acima da média latino americana e caribenha [acesso 9 nov 2019]. Disponível em: https://nacoesunidas.org/taxa-de-gravidezadolescente-no-brasil-esta-acima-da-media-latino-americana-e-caribenha/
http://www.who.int...

Em 2010, quase 20% de todos os nascimentos no Brasil eram de parturientes adolescentes, enquanto em 2019 a proporção foi de 14,72%. A maior diminuição se deu na faixa etária de 15 a 19 anos. As adolescentes mais jovens, de 10 a 14 anos, apresentaram proporções abaixo de 1% e com uma tendência a diminuição mais discreta.44 Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS. Informações de saúde. Sistema de informações sobre nascidos vivos. In: DATASUS [Internet]. Brasília, DF; 2018 [citado 2020 Jul 10]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def
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As grávidas adolescentes costumam ter acesso mais inadequado ao pré-natal, tendendo iniciá-lo mais tardiamente e ter um menor número de consultas, quando comparadas às adultas.55 Gibbs CM, Wendt A, Peters S, Hogue CJ. The Impact of Early Age at First Childbirth on Maternal and Infant Health. Paediatr Perinatal Epidemiol. 2012; 26: 259-84., 66 Domingues RMSM, Viellas EF, Dias MAB, Torres JA, Theme-Filha MM, Gama SGN, et al. Adequação da assistência pré-natal segundo as características maternas no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2015; 37 (3):140–7. No Brasil, assim como em outros países, é maior a probabilidade de parto prematuro, baixo peso ao nascer, mortalidade materna e neonatal em gestante adolescente.77 Ganchimeg T, Ota E, Morisaki N, Laopaiboon M, Lumbiganon P, Zhang J, Yamdamsuren B, Temmerman M, Say L, Tunçalp Ö, Vogel JP, Souza JP, Mori R; WHO MulticountrySurveyon Maternal Newborn Health Research Network. Pregnancy and childbirth outcomes among adolescent mothers: a World Health Organization multi-country study. BJOG. 2014; 121 (Suppl. 1):40-8., 88 Tuon RA, Ambrosana GMB, Vidal e Silva SMC, Pereira AC. Impacto do monitoramento telefônico de gestantes na prevalência da prematuridade e análise dos fatores de risco associados em Piracicaba, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2016; 32 (7): e00107014. Também é maior a chance de outras intercorrências durante a gravidez como infecções urinárias, abortamento, pré-eclâmpsia, doença hipertensiva associada à gravidez e ruptura prematura de membranas.99 Almeida, AHV de. Gravidez e parto em adolescentes no Brasil: desigualdades raciais e socioeconômicas na assistência pré-natal e associação com nascimento prematuro [tese]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2018., 1010 Azevedo WF, Diniz MB, Fonseca ES, Azevedo LM, Evangelista CB. Complicações da gravidez na adolescência: revisão sistemática da literatura. Einstein. 2015; 13 (4): 618-26., 1111 Grønvik T, Sandøy IF. Complications associated with adolescent childbearing in Sub-Saharan Africa: A systematic literature review and meta-analysis. PLoS ONE. 2018; 13 (9): e0204327.

Estudos corroboram que mulheres com idade acima de 16 anos têm o desempenho obstétrico semelhante ao das mulheres adultas e, portanto, menos desfechos neonatais e maternos desfavoráveis do que as mais novas.55 Gibbs CM, Wendt A, Peters S, Hogue CJ. The Impact of Early Age at First Childbirth on Maternal and Infant Health. Paediatr Perinatal Epidemiol. 2012; 26: 259-84., 1212 Santos NLAC, Costa COM, Amaral MTR, Vieira GO, Bacelar EB, Almeida AHV. Gravidez na adolescência: análise de fatores de risco para baixo peso, prematuridade e cesariana. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (3): 719-26. Assim, o objetivo deste estudo é descrever características maternas, comportamentos de risco, dados obstétricos, de pré-natal e parto de puérperas adolescentes do Brasil (12-16 anos e 17-19 anos).

Métodos

O método adotado para a análise é o de estudo transversal, cujos dados foram obtidos de uma pesquisa nacional de base hospitalar “Nascer no Brasil”, coletados de fevereiro de 2011 a outubro de 2012. A amostra envolve as puérperas e seus recém-nascidos, e foi selecionada em três estágios. No primeiro, incluiu-se hospitais com mais de 500 partos/ano, estratificados segundo macrorregiões do país (Norte, Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste), localização (capital ou interior) e tipo de serviço (público, privado ou misto). No segundo estágio, definiu-se o número de dias necessários para entrevistar 90 puérperas em cada um dos 266 hospitais selecionados previamente (mínimo de 7 dias), utilizando o método de amostragem inversa e, no terceiro estágio, selecionou-se as puérperas e seus conceptos.1313 Vasconcellos MTL, Silva PLN, Pereira APE, Schilithz AOC, Souza Junior PRB, Szwarcwald CL. Desenho da amostra Nascer no Brasil: Pesquisa Nacional sobre Parto e Nascimento. Cad Saúde Pública. 2014; 30: S49-58.

Foram consideradas, nesta análise, todas as puérperas com idade menor que 20 anos. As informações foram extraídas das entrevistas com as puérperas durante a internação hospitalar, por meio de questionário eletrônico; dos dados do cartão pré-natal, que foram fotografados e transcritos para formulário padrão; e dos prontuários materno e neonatal. Estes últimos foram coletados após a alta da mulher ou no 42º dia de internação hospitalar e/ou após alta ou 28º dia de internação do recém-nascido.1414 Leal MC, Silva AAM, Dias MAB, Gama SGN, Rattner D, Moreira ME, Theme Filha MM, Domingues RM, Pereira AP, Torres JA, Bittencourt SD, D'orsi E, Cunha AJ, Leite AJ, Cavalcante RS, Lansky S, Diniz CS, Szwarcwald CL. Birth in Brazil: national survey into labour and birth. Reprod Health. 2012; 9 (1): 15.

Utilizou-se como variáveis sociodemográficas: escolaridade materna (adequada/ inadequada para a idade do adolescente), classificação econômica segundo a Associação Brasileira de Institutos de Pesquisa de Mercado (classes econômicas A/B - alta, C - média, D/E - baixa), raça/cor autorreferida (branca, preta, parda, amarela e indígena), Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional - Kg/m2 (<18,5 - baixo peso; 18,5-24,9 – normal; 25,0-29,9 -sobrepeso; 30,0 ou mais - obeso), região de moradia (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste), situação conjugal (sem companheiro e com companheiro) e trabalho remunerado (sim e não). Para o comportamento de risco materno foi considerado: uso de fumo durante a gestação (sim e não) e suspeição de uso inadequado de álcool (sim, quando a mulher obteve dois pontos ou mais em um total de sete utilizando o instrumento Tolerance Worry Eye-opener Annoyed Cut-down (TWEAK) e não, quando ela não utilizou álcool durante a gestação ou obteve apenas um ponto).1515 Chan AW, Pristach EA, Welte JW, Russell M. Use of the TWEAK test in screening for alcoholism/heavy drinking in three populations. Alcohol Clin Exp Res. 1993; 17 (6): 1188-92.

As variáveis relacionadas ao pré-natal e ao parto foram: local do pré-natal (apenas público/alguma no privado/não fez pré-natal), mesmo profissional no pré-natal e parto (sim/não), tipo de financiamento do parto (público/privado), peregrinação para o parto – não conseguiu ser atendida na primeira maternidade procurada para o parto (sim/ não) e tipo de parto (vaginal ou fórceps/cesariana). Para as mulheres com parto vaginal também foram analisadas as variáveis: episiotomia, laceração e manobra de Kristeller, todas com as categorias sim/não.

O pré-natal foi avaliado de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde.16 Considerou-se o trimestre para início da assistência à gestante (1º trimestre/2º trimestre/3º trimestre/não fez pré-natal), o número total de consultas que consta no cartão da gestante (menos de 06 consultas/06 consultas ou mais/não fez pré-natal), adequação do pré-natal levando em consideração o número de consultas esperada para a idade gestacional (inadequado/ parcialmente adequado/ adequado/ mais que adequado) e pelo menos um dos seguintes exames de rotina pré-natal: sorologia para sífilis, glicemia de jejum, urina, sorologia para Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e ultrassonografia.

Como doenças pré-gestacionais foram incluídas: hipertensão, diabetes e doença cardíaca. As complicações da gravidez abordadas foram: doença hipertensiva (hipertensão crônica, pré-eclâmpsia, eclampsia ou síndrome HELLP), diabetes, infecção urinária, placenta prévia, descolamento prematuro da placenta e sífilis, todas classificadas em presente ou ausente. Quanto aos antecedentes obstétricos foram considerados históricos de cesárea/aborto/ prematuridade/baixo peso, classificados em presente ou ausente.

Além das complicações maternas, verificou-se também algumas complicações neonatais da gravidez na adolescência, como baixo peso ao nascer (≤2.500 kg) e idade gestacional do parto - prematuridade (menor que 37semanas) espontânea e induzida; termo precoce (entre 37 e 38 semanas) espontâneo e induzido; termo (39 a 41 semanas) - sendo consideradas presente ou ausente. Todas as análises foram realizadas segundo a idade, categorizada em: 12 a 16 anos e 17 a 19 anos. Esse ponto de corte foi definido uma vez que alguns estudos afirmam que mulheres acima de 16 anos têm desempenho obstétrico semelhante à das mulheres adultas.55 Gibbs CM, Wendt A, Peters S, Hogue CJ. The Impact of Early Age at First Childbirth on Maternal and Infant Health. Paediatr Perinatal Epidemiol. 2012; 26: 259-84., 1212 Santos NLAC, Costa COM, Amaral MTR, Vieira GO, Bacelar EB, Almeida AHV. Gravidez na adolescência: análise de fatores de risco para baixo peso, prematuridade e cesariana. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (3): 719-26.

Para verificar a diferença de proporções entre os grupos e as características socioeconômicas do prénatal, parto, doenças pré-gestacionais e antecedentes obstétricos utilizou-se a análise inferencial bivariada, sendo aplicado o teste qui-quadrado com ajuste de Rao-Scott baseado no plano amostral, para comparação entre as variáveis nominais, com nível de significância 5% (p< 0,05).

O desenho complexo da amostragem foi levado em consideração durante toda a análise estatística. Além disso, cada estrato de seleção recebeu um procedimento de calibração por razão de pesos amostrais básicos para assegurar que a distribuição das puérperas fosse semelhante àquela observada nos nascimentos da população amostrada em 2011, derivando percentuais ponderados.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, sob nº 92/2010. Obteve-se o consentimento digital de cada puérpera após a leitura do termo de consentimento livre e esclarecido antes da entrevista. A análise secundária dos dados realizada neste artigo foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo, sob nº 3.565.689/2019.

Resultados

Participaram deste estudo 4.571 puérperas adolescentes com idade mínima de 12 anos, sendo 1.375 adolescentes de 12 a 16 anos e 3.196 adolescentes de 17 a 19 anos.

No que diz respeito às características maternas e comportamento de risco, as adolescentes, majoritariamente, eram da classe econômica C (média), pardas, tinham escolaridade inadequada para a idade e viviam com companheiro. Ao comparar as adolescentes de 12 a 16 anos com as de 17 a 19 anos foi possível observar que as mais jovens apresentaram maiores percentuais de escolaridade inadequada (p=0,033), baixo peso pelo IMC (p=0,014), residentes na região Nordeste (p=0,014), sem companheiro (p<0,001) e sem trabalho remunerado (p<0,001). Enquanto as mais velhas apresentaram maior percentual de fumo na gestação (p=0,007) e obesidade (p=0,014) (Tabela 1).

Tabela 1
Análise das características maternas e comportamento de risco das puérperas adolescentes, Nascer no Brasil. Brasil, 2011-12.

Sobre a atenção pré-natal, grande parte das adolescentes recebeu assistência apenas em serviços públicos de saúde e não foram atendidas pelo mesmo profissional no pré-natal e parto; o início ocorreu na mesma proporção no 1º trimestre e no 2º trimestre e compareceram a seis ou mais consultas. O percentual de realização dos exames de HIV, sífilis, Elementos Anormais do Sedimento (EAS) e glicemia jejum variou de 55,4% a 63,2%, segundo registro no cartão da gestante. Em relação ao parto, apenas 5,4% deles ocorreram em maternidades privadas e 62,9% foram por via vaginal. Observa-se, ainda, que as puérperas de 12 a 16 anos apresentaram maior proporção de menos de seis consultas de pré-natal (p=0,021), inadequação do pré-natal (p=0,006), peregrinação para o parto (p=0,041) e realização de episiotomia (p=0,042). Por outro lado, aquelas com idade de 17 a 19 anos apresentaram maior proporção de laceração (p=0,015) (Tabela 2).

Tabela 2
Análise do pré-natal e parto das puérperas adolescentes, Nascer no Brasil. Brasil, 2011-12.

Em relação aos antecedentes obstétricos e complicações maternas e neonatais as adolescentes, em geral, eram primíparas, não desejaram a gravidez e, a complicação mais recorrente foi a infecção urinária. Ao comparar os dois grupos, é possível observar que nas mais jovens foi mais frequente a primiparidade (p<0,001), a gravidez não intencionada (p<0,001) e a prematuridade espontânea (p=0,014). Enquanto que nas mais velhas foi maior a frequência de aborto anterior (p<0,001), histórico de baixo peso ao nascer e de prematuridade (p<0,001), além de cesarianas prévias (p<0,001) (Tabela 3).

Tabela 3
Análise dos antecedentes obstétricos e complicações maternas e neonatais, Nascer no Brasil. Brasil, 2011-12.

Discussão

A proporção de adolescentes da amostra “Nascer no Brasil” foi de 19,1%.1717 Nakamura-Pereira M, do Carmo Leal M, Esteves-Pereira AP, Domingues RM, Torres JA, Dias MA, Moreira ME. Use of Robson classification to assess cesarean section rate in Brazil: the role of source of payment for childbirth. Reprod Health. 2016; 13(Suppl. 3): 128. No Brasil, o percentual de gravidez na adolescência em relação ao total de nascimentos vem diminuindo: 19,3% em 2010 e 17,5% em 2016, entretanto, a distribuição é desigual no país.1818 Zangiacomi Martinez E, da Roza DL. Ecological analysis of adolescent birth rates in Brazil: Association with Human Development Index. Women Birth. 2020; 33 (2): e191-e198. Estudo de geoprocessamento que analisou a variação espacial da gravidez na adolescência no Brasil evidenciou que as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste apresentaram medianas mais elevadas de fecundidade na adolescência em mulheres de 15 a 19 anos - (93,5/1.000, 73,1/1.000 e 69,3/1.000, respectivamente) - assim como mães adolescentes com escolaridade inferior a oito anos de estudo.1919 Nascimento TLC, Teixeira CSS, Anjos MS, Menezes GMS, Costa MCN, Natividade MS. Fatores associados à variação espacial da gravidez na adolescência no Brasil, 2014: estudo ecológico de agregados espaciais. Epidemiol Serv Saúde. 2021; 30 (1): e201953.

Isso ocorre porque a taxa de fecundidade das adolescentes vai em direção oposta ao nível de escolaridade. Estudo realizado no Rio de Janeiro com 59.600 nascidos vivos de mães adolescentes e adultas jovens apontou que adolescentes que engravidavam com escolaridade inadequada tinham mais chance de engravidar novamente (RR=2,1; IC95%=1,8-2,4).2020 Vieira CL, Flores P V, Camargo KR, Pinheiro RS, Cabral CS, Aguiar FP, Coeli CM. Rapid Repeat Pregnancy in Brazilian Adolescents: Interaction between Maternal Schooling and Age. J Pediatr Adolesc Gynecol. 2016; 29 (4): 382-5. Adolescentes grávidas e que possuíam histórico de violência apresentavam escolaridade mais baixa, maior abandono escolar, menor renda familiar, e ausência de projetos de vida a curto prazo. Sendo que essas adolescentes, mesmo com média de idade maior que as adolescentes não grávidas, estavam com a escolaridade mais defasada (p<0,001), apenas 20% ainda estudavam.2121 Miura PO, Tardivo LSLPC, Barrientos DMS, Egry E Y, Macedo CM. Adolescence, pregnancy and domestic violence: social conditions and life projects. Rev Bras Enferm. 2020; 73 (Suppl. 1): e20190111.

No interior do estado de Goiás, 70% das gestantes menores de 18 anos pertenciam ao nível socioeconômico baixo, 30% eram solteiras, 88% não exerciam atividades remuneradas e 75% relataram que a gravidez não havia sido planejada.2222 Honório-França AC, Cardoso APM, França EL, Ferrari CKB. Gestação precoce e reincidência de gestações em adolescentes e mulheres de uma Unidade de Estratégia de Saúde da Família. Rev APS. 2013; 16 (2): 129-35. Em países da África e Ásia, meninas que estavam fora da escola apresentavam forte associação com iniciação sexual, gravidez e casamento precoces.2323 Chirwa-Kambole E, Svanemyr J, Sandøy I, Hangoma P, Zulu JM. Acceptability of youth clubs focusing on comprehensive sexual and reproductive health education in rural Zambian schools: a case of Central Province. BMC Health Serv Res. 2020; 20 (42)., 2424 Glynn JR, Sunny BS, DeStavola B, Dube A, Chihana M, Price AJ, Crampin AC. Early school failure predicts teenage pregnancy and marriage: A large population-based cohort study in northern Malawi. Plos One. 2018; 13 (5): e0196041., 2525 Mehra D, Sarkar A, Sreenath P, Behera J, Mehra S. Effectiveness of a community based intervention to delay early marriage, early pregnancy and improve school retention among adolescents in India. BMC Public Health. 2018; 18 (732). Todos esses fatores de vulnerabilidade necessitam ser trabalhados pela escola, pelos serviços de saúde e pela comunidade para que a gravidez na adolescência seja evitada.33 OMS (Organização Mundial da Saúde). [http://www.who.int]. Taxa de gravidez na adolescência no Brasil está acima da média latino americana e caribenha [acesso 9 nov 2019]. Disponível em: https://nacoesunidas.org/taxa-de-gravidezadolescente-no-brasil-esta-acima-da-media-latino-americana-e-caribenha/
http://www.who.int...

Na Índia, uma estratégia de intervenção comunitária em centros de informação para jovens tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino, de idade entre 10 a 24 anos, teve um efeito significativo no sentido de diminuir o casamento precoce (OR=2,25; IC95%=1,2-3,9), a gravidez precoce (OR=3,0; IC95%=1,0-8,4) e aumentar o número de adolescentes na escola (OR=2,96; IC95%=2,0-4,3).2525 Mehra D, Sarkar A, Sreenath P, Behera J, Mehra S. Effectiveness of a community based intervention to delay early marriage, early pregnancy and improve school retention among adolescents in India. BMC Public Health. 2018; 18 (732). Um estudo de intervenção com adolescentes na Zâmbia2323 Chirwa-Kambole E, Svanemyr J, Sandøy I, Hangoma P, Zulu JM. Acceptability of youth clubs focusing on comprehensive sexual and reproductive health education in rural Zambian schools: a case of Central Province. BMC Health Serv Res. 2020; 20 (42). -parte do estudo randomizado para o Empoderamento de Meninas (RISE) - demonstrou que programas de educação sexual e reprodutiva, baseados em grupos focais participativos e de orientação sobre métodos contraceptivos são eficazes para diminuir a gravidez não planejada.

Menos de 10% das adolescentes relataram ter fumado durante a gestação, sendo mais frequente nas gestantes entre 17-19 anos. Estudos realizados em Piracicaba (Brasil) e em Bradford (Inglaterra) encontraram associação entre as gestantes adolescentes e uso de cigarro durante a gestação quando comparadas às mulheres adultas. O uso de tabaco durante a gravidez pode levar à má formação placentária e aumentar a chance de prematuridade e de baixo peso ao nascer.88 Tuon RA, Ambrosana GMB, Vidal e Silva SMC, Pereira AC. Impacto do monitoramento telefônico de gestantes na prevalência da prematuridade e análise dos fatores de risco associados em Piracicaba, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2016; 32 (7): e00107014., 2626 Marvin-Dowle K, Kilner K, Burley VJ, Soltani H. Impact of adolescent age on maternal and neonatal outcomes in the Born in Bradford cohort. BMJ Open. 2018; 8: e016258.

O IMC pré-gestacional inadequado, subnutrição em adolescentes de 12-16 anos e sobrepeso em gestantes de 17-19 anos, também pode contribuir para desfechos negativos no bebê, enquanto aquelas com peso pré-gestacional adequado apresentam melhores desfechos neonatais, como peso adequado ao nascer (p=0,018), tal como constatado em uma pesquisa realizada em uma maternidade pública no Rio de Janeiro com 542 puérperas adolescentes.22 Santos MMA de S, Baião MR, Barros DC de, Pinto A de A, Pedrosa PLM, Saunders C. Estado nutricional pré-gestacional, ganho de peso materno, condições da assistência pré-natal e desfechos perinatais adversos entre puérperas adolescentes. Rev Bras Epidemiol. 2012; 15 (1): 143-54.

Uma metanálise, que englobou estudos cujos primeiros partos eram entre mães jovens tanto pela idade ginecológica baixa (≤2 anos desde a menarca) quanto pela idade cronológica (≤16 anos), relacionou variáveis da nutrição materna (anemia, peso pré/pós gestacional e medidas antropométricas) com desfechos neonatais (baixo peso ao nascer, muito baixo peso ao nascer e trabalho de parto prematuro). As mães mais jovens, principalmente as menores de 16 anos, apresentaram maior chance de ter desfechos neonatais negativos como prematuridade (OR=1,68; IC95%=1,34-2,11).55 Gibbs CM, Wendt A, Peters S, Hogue CJ. The Impact of Early Age at First Childbirth on Maternal and Infant Health. Paediatr Perinatal Epidemiol. 2012; 26: 259-84. Em Bradford, norte da Inglaterra, mulheres adolescentes apresentaram maior chance de ter parto extremamente prematuro (com idade gestacional <28 semanas) em comparação ao grupo de adultas (OR=5,06; IC95%=1,23-20,78).2626 Marvin-Dowle K, Kilner K, Burley VJ, Soltani H. Impact of adolescent age on maternal and neonatal outcomes in the Born in Bradford cohort. BMJ Open. 2018; 8: e016258.

A prematuridade foi mais frequentemente espontânea, conforme já relatado por Almeida (2018). As adolescentes precoces (12-16 anos) apresentaram maior chance de prematuridade espontânea quando comparadas às adolescentes tardias (OR = 1,49; IC95%=1,07-2,06) e às adultas jovens (OR = 2,38; IC95%=1,82-3,12).99 Almeida, AHV de. Gravidez e parto em adolescentes no Brasil: desigualdades raciais e socioeconômicas na assistência pré-natal e associação com nascimento prematuro [tese]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz; 2018. Estudo em Maringá (RS), Brasil, apresentou uma tendência crescente para o parto prematuro (idade gestacional menor que 37 semanas) de puérperas adolescentes, entre 2013-2015.2727 Lopes MCL, Oliveira RR, Silva MAP, Padovani C, Oliveira NLB, Higarashi IH. Temporal trend and factors associated to teenage pregnancy. Rev Esc Enferm USP. 2020; 54:e03639. Uma possível explicação do motivo pelo qual bebês de mães adolescentes estão sujeitos a esse desfecho é a competição feto-materna por nutrientes.55 Gibbs CM, Wendt A, Peters S, Hogue CJ. The Impact of Early Age at First Childbirth on Maternal and Infant Health. Paediatr Perinatal Epidemiol. 2012; 26: 259-84.

O Ministério da Saúde preconiza que a mulher tenha pelo menos seis consultas pré-natal, além disso, a adesão precoce, no primeiro trimestre, reduz a chance de morbimortalidade materna e neonatal.4 No entanto, as adolescentes, principalmente as mais jovens, podem postergar o início do pré-natal e fazêlo de forma inadequada devido à demora do diagnóstico da gestação, incerteza da aceitação da gravidez, falta de apoio e/ou dificuldade no relacionamento com os familiares e/ou o pai da criança. Além dos obstáculos para acessar o serviço de saúde, principalmente por motivo social e econômico.66 Domingues RMSM, Viellas EF, Dias MAB, Torres JA, Theme-Filha MM, Gama SGN, et al. Adequação da assistência pré-natal segundo as características maternas no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2015; 37 (3):140–7., 1212 Santos NLAC, Costa COM, Amaral MTR, Vieira GO, Bacelar EB, Almeida AHV. Gravidez na adolescência: análise de fatores de risco para baixo peso, prematuridade e cesariana. Ciênc Saúde Coletiva. 2014; 19 (3): 719-26.

A peregrinação durante o trabalho de parto, que é um marcador de qualidade na assistência à parturiente, mostrou associação com as adolescentes mais jovens, podendo ocasionar desfechos desfavoráveis. Estudo realizado em municípios de médio e pequeno porte do Vale do Jequitinhonha (MG) e regiões Nordeste e Norte do Brasil mostrou associação entre não estar vinculada à maternidade durante o prénatal e o óbito infantil (OR=1,28; IC95%=1,02– 1,61).2828 Leal MC, Bittencourt SD de A, Torres RMC, Niquini RP, Souza Jr PRB de. Determinants of infant mortality in the Jequitinhonha Valley and in the North and Northeast regions of Brazil. Rev Saúde Pública. 2017; 51 (12).

A via de parto mais frequente entre as puérperas adolescentes foi a vaginal (62,9%), percentual considerado baixo, uma vez que a Organização Mundial da Saúde afirma não haver redução da morbimortalidade materna e neonatal com taxas de cesariana maior que 15%.11 Gama SGN da, Viellas EF, Schilithz AOC, Theme Filha MM, Carvalho ML de, Gomes KRO, Costa, MCO, Leal MC. Fatores associados à cesariana entre primíparas adolescentes no Brasil, 2011-2012. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (suppl. 1): S117–S127. Evidências científicas têm demonstrado que as cesarianas desnecessárias devem ser evitadas, especialmente,entre as primíparas, mulheres de baixo risco, com bebês a termo e em posição cefálica, assim como nas adolescentes, uma vez que há maiores chances de cesarianas nas gestações posteriores quando essa é a via escolhida no primeiro parto, o que aumenta a chance de complicações placentárias.1717 Nakamura-Pereira M, do Carmo Leal M, Esteves-Pereira AP, Domingues RM, Torres JA, Dias MA, Moreira ME. Use of Robson classification to assess cesarean section rate in Brazil: the role of source of payment for childbirth. Reprod Health. 2016; 13(Suppl. 3): 128.

A baixa proporção de partos em hospitais privados (5,4%) entre as adolescentes brasileiras quando comparadas à população total (19,9%)17 evidencia um contexto socioeconômico desfavorável desse grupo etário. Além disso, entre as próprias adolescentes também há desigualdades, já que puérperas adolescentes de cor da pele branca, com plano de saúde e com escolaridade adequada apresentam maior chance de ter parto cirúrgico, constatando que as cesarianas estão fortemente associadas a melhores condições socioeconômicas.11 Gama SGN da, Viellas EF, Schilithz AOC, Theme Filha MM, Carvalho ML de, Gomes KRO, Costa, MCO, Leal MC. Fatores associados à cesariana entre primíparas adolescentes no Brasil, 2011-2012. Cad Saúde Pública. 2014; 30 (suppl. 1): S117–S127.

A recomendação da Rede Cegonha durante o trabalho de parto vaginal é não realizar a episiotomia, exceto em situações muito indicadas,29 uma vez que tal intervenção contribui para lacerações graves (OR= 3,82; IC95%=1,96-7,42), que, por sua vez, estão associadas à primeira gestação da maioria das adolescentes (OR =3,24; IC95%=2,20-4,76), como mostram os resultados de uma metanálise de estudos internacionais.3030 Pergialiotis V, Vlachos D, Protopapas A, Pappa K, Vlachos G. Risk factors for severe perineal lacerations during childbirth. Int J Gynaecol Obstet. 2014; 125 (1): 6-14. Porém, a literatura científica destaca que quando há inserção de boas práticas durante o trabalho de parto dos hospitais há diminuição do número de episiotomia,29 melhorando, assim, a recuperação e a percepção da experiência em relação ao parto vaginal.

Apesar do conjunto abrangente de dados, o estudo tem limitações. O tempo decorrido desde a coleta de dados (2011-2012) e a não inclusão de hospitais com menos de 500 partos por ano. Entretanto, apresenta como pontos fortes: ser o primeiro estudo nacional com dados primários obstétricos e perinatais, proporcionando ampla visão do trabalho de parto e nascimento no Brasil; abranger todos os estados brasileiros e representar 2.337.475 nascimentos (80%) ocorridos em 2011-2012. Além disso, as puérperas adolescentes representaram quase 20% da amostra em nível nacional, incluindo hospitais públicos, privados e mistos.

O destaque é que a maternidade na adolescência não ocorre de forma homogênea, sendo quase exclusivamente um fenômeno das classes econômicas mais desfavorecidas, em mulheres com a escolaridade defasada e sem intenção de engravidar. Também se difere pelas faixas etárias, tendo a de 12-16 anos apresentado maior vulnerabilidade socio-econômica, de atenção pré-natal e parto e complicação neonatal, sinalizando a necessidade de uma atenção multiprofissional e especializada a essas adolescentes.

A especificidade da gestante adolescente deve ser considerada pelos profissionais de saúde no atendimento pré-natal, parto e puerpério, isto é, considerar suas necessidades, demonstrar empatia e construir relações de vínculo baseado na confiança e na afetividade. Também é recomendado que as adolescentes grávidas encontrem apoio familiar desde o início da gestação, visando aumentar a adesão ao pré-natal e um parto mais seguro.

Por fim, as evidências científicas devem ser consideradas para a elaboração de políticas de saúde sexual e reprodutiva do adolescente, com ênfase em educação sexual compreensiva e de alta qualidade desde cedo. As campanhas para a prevenção da gravidez não planejada precisam de diálogo condizente com a realidade de saúde no Brasil, especialmente, nas adolescentes com maior vulnerabilidade social.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Fev 2022
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2021

Histórico

  • Recebido
    30 Set 2020
  • Revisado
    11 Maio 2021
  • Aceito
    28 Ago 2021
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