Acessibilidade / Reportar erro

Primeiro registro de Selenothrips rubrocinctus (Giard) (Thysanoptera: Thripidae) atacando lichia no Brasil

First record of Selenothrips rubrocinctus (Giard) attacking lychee in Brazil

Resumos

É registrada pela primeira vez a ocorrência de Selenothrips rubrocinctus (Giard) atacando plantas de lichia (Litchi chinensis Sonn.) (Sapindaceae) no Brasil. A incidência foi constatada em julho de 2003 em Piracicaba, São Paulo (22° 42' 30" Sul, 47° 38' 00" Oeste).

Insecta; Litchi chinensis; ocorrência


The occurrence of Selenothrips rubrocinctus (Giard) attacking leaves of lychee (Litchi chinensis Sonn.) (Sapindaceae) is recorded for the first time in Brazil. The attack was observed in July 2003 in Piracicaba, State of São Paulo (22° 42' 30" S, 47° 38' 00" W) .

Insecta; Litchi chinensis; occurrence


SCIENTIFIC NOTE

Primeiro registro de Selenothrips rubrocinctus (Giard) (Thysanoptera: Thripidae) atacando lichia no Brasil

First record of Selenothrips rubrocinctus (Giard) attacking lychee in Brazil

Saúl Sánchez-SotoI; Octavio NakanoII

ICampus Tabasco, Colegio de Postgraduados, Apdo. postal 24, 86500, H. Cárdenas, Tabasco, México

IIDepto. Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, C. postal 9, 13418-900, Piracicaba, SP

RESUMO

É registrada pela primeira vez a ocorrência de Selenothrips rubrocinctus (Giard) atacando plantas de lichia (Litchi chinensis Sonn.) (Sapindaceae) no Brasil. A incidência foi constatada em julho de 2003 em Piracicaba, São Paulo (22° 42' 30" Sul, 47° 38' 00" Oeste).

Palavras-chave: Insecta, Litchi chinensis, ocorrência

ABSTRACT

The occurrence of Selenothrips rubrocinctus (Giard) attacking leaves of lychee (Litchi chinensis Sonn.) (Sapindaceae) is recorded for the first time in Brazil. The attack was observed in July 2003 in Piracicaba, State of São Paulo (22° 42' 30" S, 47° 38' 00" W) .

Key words: Insecta, Litchi chinensis, occurrence

O tripes-da-faixa-vermelha, Selenothrips rubrocinctus (Giard), é uma espécie polífaga com ampla distribuição no mundo (Entwistle 1972). No Brasil tem sido constatada em mais de vinte espécies de plantas (Silva et al. 1968), sendo registrada como praga do cacaueiro (Theobroma cacao L.), cajueiro (Anacardium occidentale L.) e mangueira (Mangifera indica L.), nas quais pode causar forte desfolha (Gallo et al. 2002).

Uma intensa infestação de S. rubrocinctus foi constatada no inicio do mês de julho de 2003 em plantas jovens de lichia (Litchi chinensis Sonn.) (Sapindaceae) localizadas numa chácara em Piracicaba, SP (22° 42' 30" Sul, 47° 38' 00" Oeste). Ninfas e adultos foram observados danificando aproximadamente 80% da folhagem, especialmente folhas em etapa média de desenvolvimento, as quais apresentavam áreas cloróticas amareladas que posteriormente se tornaram de cor marrom. Em outras frutíferas, S. rubrocinctus ataca a face inferior das folhas (Gallo et al. 2002, Sánchez-Soto & Nakano 2002); em lichia o inseto danificou a face superior das folhas, enquanto na face inferior foram observadas manchas pretas arredondadas originadas possivelmente do excremento líquido expelido pelas ninfas.

O ataque de S. rubrocinctus é maior nos períodos de estiagem podendo provocar a morte de plantas jovens de cajueiro (Gallo et al. 2002). O período no qual foi constatado o ataque desse inseto em lichia corresponde à época de estiagem (1-8 de julho; 18,2°C de temperatura e 0 mm de precipitação). Nessa época, as plantas jovens são mais susceptíveis ao dano possivelmente por estarem debilitadas pela escassez de água no subsolo e dificuldade de assimilar nutrientes.

Este trabalho constitui o primeiro registro de ataque de S. rubrocinctus em lichia no Brasil. A ocorrência dos tripes na frutífera foi constatada também na Flórida, Estados Unidos (Ebeling 1959). Outras espécies de Thysanoptera registradas na cultura de lichia no mundo são: Frankliniella bispinosa (Morgan) e Heliothrips haemorrhoidalis (Bouché) na Flórida (Ebeling 1959), Dendrothripoides ipomoeae Bagnall e Ecacanthothrips sanguineus Bagnall na ilha da Réunion no Oceano Indico (Quilici et al. 1988) . No presente trabalho S. rubrocinctus foi identificada consultando a publicação de Johansen (1974).

Literatura Citada

Received 16/07/03. Accepted 01/12/03.

  • Ebeling, W. 1959. Subtropical fruit pests. California, University of California, 436p.
  • Entwistle, P.F. 1972. Pests of cocoa. London, Longman, 779p.
  • Gallo, D., O. Nakano, S.S. Neto, R.P.L. Carvalho, G.C. Batista, E.B. Filho, J.R.P. Parra, R.A. Zucchi, S.B. Alves, J.D. Vendramim, L.C. Marchini, J.R.S. Lopes & C. Omoto. 2002. Entomologia agrícola. Piracicaba, FEALQ, 920p.
  • Johansen N., R.M. 1974. Cuatro especies de tripes en el cacao de Tabasco, México. Rev. Theobroma 4: 29-38.
  • Quilici, S., B. Verbizier, B. Trahais & R. Manikom. 1988. Notes sur les ravageurs du litchi à Réunion. Fruits 43: 459-464.
  • Sánchez-Soto, S. & O. Nakano. 2002. Ocorrência de Selenothrips rubrocinctus (Giard) em caquizeiro, em Piracicaba, São Paulo. Rev. Agric. 77: 295-298.
  • Silva, A.G.A., C.R. Gonçalves, D.M. Galvão, A.J.L. Gonçalves, J. Gomes, M.N. Silva & L. Simoni. 1968. Quarto catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil. Seus parasitos e predadores. Parte 2, Tomo 1°, insetos, hospedeiros e inimigos naturais. Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura, 622p.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Ago 2004
  • Data do Fascículo
    Jun 2004

Histórico

  • Aceito
    01 Dez 2003
  • Recebido
    16 Jul 2003
Sociedade Entomológica do Brasil Sociedade Entomológica do Brasil, R. Harry Prochet, 55, 86047-040 Londrina PR Brasil, Tel.: (55 43) 3342 3987 - Londrina - PR - Brazil
E-mail: editor@seb.org.br