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Infestação natural de moscas frugívoras (Diptera: Tephritoidea) em café arábica, sob cultivo orgânico arborizado e a pleno sol, em Valença, RJ

Natural infestation by frugivorous flies (Diptera: Tephritoidea) in shaded and unshaded arabic coffee under organic management in Valença, RJ, Brazil

Resumos

As moscas frugívoras vêm assumindo grande importância econômica em cafezais por provocarem queda prematura de frutos e redução significativa da qualidade da bebida. O café é um repositório natural de espécies de Tephritidae que infestam frutas de importância econômica. Este estudo avaliou a influência dos sistemas de café sombreado e a pleno sol, sob manejo orgânico, na infestação natural de frutos de Coffea arabica L. Icatu Amarelo por moscas frugívoras. Um experimento inteiramente casualizado foi instalado em Valença, RJ, com dois tratamentos (café sombreado com Musa sp. e Erithrina verna Vell. e solteiro a pleno sol) e quatro repetições. Uma amostra de 1 kg de frutos maduros por parcela foi colhida em março de 2004 para avaliar a infestação e identificar as espécies infestantes. O índice médio de infestação dos frutos foi significativamente maior no sistema sombreado. Quatro espécies de Tephritidae (Ceratitis capitata (Wiedemann), Anastrepha fraterculus (Wiedemann), Anastrepha obliqua (Macquart) e Anastrepha sororcula Zucchi) e seis de Lonchaeidae (Neosilba pendula (Bezzi), Neosilba pseudopendula (Korytkowski and Ojeda), Neosilba certa (Walker), Neosilba glaberrima (Wiedemann), Neosilba n.sp.9 e Neosilba n.sp.10) foram obtidas dos frutos de café. Nove espécies de parasitóides foram identificadas, das quais seis pertencem a Braconidae (Asobara anastrephae (Muesebeck), Doryctobracon areolatus (Szépligeti), Doryctobracon brasiliensis (Szépligeti), Utetes anastrephae (Viereck), Opius bellus Gahan e Opius sp.) e três a Figitidae (Aganaspis pelleranoi (Brèthes), Dicerataspis flavipes (Kieffer) e Odontosema anastrephae Borgmeier). A percentagem de parasitismo total foi de 8,8% e 12,4% em café sombreado e a pleno sol, respectivamente.

Tephritidae; Lonchaeidae; Coffea arabica; índice de infestação; parasitismo larval


Frugivorous flies have been acquiring great economic importance in coffee crop because they cause premature dropping of coffee beans and significantly decrease the quality of the beverage. The coffee plant is also a natural reservoir of Tephritidae species that infest fruits of economic importance. This study evaluated the influence of the shaded and unshaded coffee systems, under organic management, on the natural infestation of fruits of Coffea arabica L. var. Icatu Amarelo by frugivorous flies. An experiment in completely randomized design was carried out in Valença, RJ, Brazil, with two treatments (shaded coffee with Musa sp. and Erithrina verna Vell. and unshaded coffee monoculture) and four replicates. A 1kg-sample of maturing fruits per plot was harvested in Mach 2004 to evaluate infestation and identify the flies. The mean infestation index was significantly higher in the shaded coffee system. Four species of Tephritidae (Ceratitis capitata (Wiedemann), Anastrepha fraterculus (Wiedemann), Anastrepha obliqua (Macquart) and Anastrepha sororcula Zucchi), and six of Lonchaeidae (Neosilba pendula (Bezzi), Neosilba pseudopendula (Korytkowski and Ojeda), Neosilba certa (Walker), Neosilba glaberrima (Wiedemann), Neosilba n.sp.9 and Neosilba n.sp.10) were recovered from coffee fruits. Nine parasitoid species were obtained, six belonging to Braconidae (Asobara anastrephae (Muesebeck), Doryctobracon areolatus (Szépligeti), Doryctobracon brasiliensis (Szépligeti), Utetes anastrephae (Viereck), Opius bellus Gahan and Opius sp.), and three to Figitidae (Aganaspis pelleranoi (Brèthes), Dicerataspis flavipes (Kieffer) and Odontosema anastrephae Borgmeier). The total percent parasitism was 8.8% and 12.4% in the shaded and unshaded coffee systems, respectively.

Tephritidae; Lonchaeidae; Coffea arabica; infestation index; larval parasitism


CROP PROTECTION

Infestação natural de moscas frugívoras (Diptera: Tephritoidea) em café arábica, sob cultivo orgânico arborizado e a pleno sol, em Valença, RJ

Natural infestation by frugivorous flies (Diptera: Tephritoidea) in shaded and unshaded arabic coffee under organic management in Valença, RJ, Brazil

Silvana A.S. SouzaI; André L.S. ResendeII; Pedro C. StrikisIII; Janaína R. CostaIV; Marta S.F. RicciIV; Elen L. Aguiar-MenezesIV

IGraduanda do Curso de Ciências Agrícolas, Bolsista IC-FAPERJ, UFRuralRJ/Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ

IIGraduando do Curso de Agronomia, Bolsista IC, UFRuralRJ/Embrapa Agrobiologia, Seropédica, RJ

IIIPós-graduando da Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Depto. Parasitologia, 13083-970 Campinas, SP

IVEmbrapa Agrobiologia. Rod. BR 465, km 7. C. postal 74505, 23890-000 Seropédica, RJ, menezes@cnpab.embrapa.br

RESUMO

As moscas frugívoras vêm assumindo grande importância econômica em cafezais por provocarem queda prematura de frutos e redução significativa da qualidade da bebida. O café é um repositório natural de espécies de Tephritidae que infestam frutas de importância econômica. Este estudo avaliou a influência dos sistemas de café sombreado e a pleno sol, sob manejo orgânico, na infestação natural de frutos de Coffea arabica L. Icatu Amarelo por moscas frugívoras. Um experimento inteiramente casualizado foi instalado em Valença, RJ, com dois tratamentos (café sombreado com Musa sp. e Erithrina verna Vell. e solteiro a pleno sol) e quatro repetições. Uma amostra de 1 kg de frutos maduros por parcela foi colhida em março de 2004 para avaliar a infestação e identificar as espécies infestantes. O índice médio de infestação dos frutos foi significativamente maior no sistema sombreado. Quatro espécies de Tephritidae (Ceratitis capitata (Wiedemann), Anastrepha fraterculus (Wiedemann), Anastrepha obliqua (Macquart) e Anastrepha sororcula Zucchi) e seis de Lonchaeidae (Neosilba pendula (Bezzi), Neosilba pseudopendula (Korytkowski and Ojeda), Neosilba certa (Walker), Neosilba glaberrima (Wiedemann), Neosilba n.sp.9 e Neosilba n.sp.10) foram obtidas dos frutos de café. Nove espécies de parasitóides foram identificadas, das quais seis pertencem a Braconidae (Asobara anastrephae (Muesebeck), Doryctobracon areolatus (Szépligeti), Doryctobracon brasiliensis (Szépligeti), Utetes anastrephae (Viereck), Opius bellus Gahan e Opius sp.) e três a Figitidae (Aganaspis pelleranoi (Brèthes), Dicerataspis flavipes (Kieffer) e Odontosema anastrephae Borgmeier). A percentagem de parasitismo total foi de 8,8% e 12,4% em café sombreado e a pleno sol, respectivamente.

Palavras-chave: Tephritidae, Lonchaeidae, Coffea arabica, índice de infestação, parasitismo larval

ABSTRACT

Frugivorous flies have been acquiring great economic importance in coffee crop because they cause premature dropping of coffee beans and significantly decrease the quality of the beverage. The coffee plant is also a natural reservoir of Tephritidae species that infest fruits of economic importance. This study evaluated the influence of the shaded and unshaded coffee systems, under organic management, on the natural infestation of fruits of Coffea arabica L. var. Icatu Amarelo by frugivorous flies. An experiment in completely randomized design was carried out in Valença, RJ, Brazil, with two treatments (shaded coffee with Musa sp. and Erithrina verna Vell. and unshaded coffee monoculture) and four replicates. A 1kg-sample of maturing fruits per plot was harvested in Mach 2004 to evaluate infestation and identify the flies. The mean infestation index was significantly higher in the shaded coffee system. Four species of Tephritidae (Ceratitis capitata (Wiedemann), Anastrepha fraterculus (Wiedemann), Anastrepha obliqua (Macquart) and Anastrepha sororcula Zucchi), and six of Lonchaeidae (Neosilba pendula (Bezzi), Neosilba pseudopendula (Korytkowski and Ojeda), Neosilba certa (Walker), Neosilba glaberrima (Wiedemann), Neosilba n.sp.9 and Neosilba n.sp.10) were recovered from coffee fruits. Nine parasitoid species were obtained, six belonging to Braconidae (Asobara anastrephae (Muesebeck), Doryctobracon areolatus (Szépligeti), Doryctobracon brasiliensis (Szépligeti), Utetes anastrephae (Viereck), Opius bellus Gahan and Opius sp.), and three to Figitidae (Aganaspis pelleranoi (Brèthes), Dicerataspis flavipes (Kieffer) and Odontosema anastrephae Borgmeier). The total percent parasitism was 8.8% and 12.4% in the shaded and unshaded coffee systems, respectively.

Key words: Tephritidae, Lonchaeidae, Coffea arabica, infestation index, larval parasitism

A importância do café para o Brasil é indiscutível, uma vez que se trata do principal produto agrícola brasileiro de exportação, agregando considerável volume de recursos à balança comercial. Em 2000, as exportações de café alcançaram cerca de 1,6 bilhões de dólares, e em termos de produção, a Região Sudeste do Brasil concentra a maior produção nacional de café (IBGE 2000). O modelo de cafeicultura adotado no estado do Rio de Janeiro, desde o início do século XIX, caracteriza-se pelo monocultivo de café a pleno sol, não se considerando a idéia de se cultivar o café abaixo do dossel das florestas e, portanto, com baixo nível de diversidade; após a segunda guerra mundial, adota-se o pacote tecnológico industrial, destacando-se o uso de agroquímicos sintéticos (Matiello & Siqueira 1999). Todavia, esse modelo tem-se mostrado insustentável do ponto de vista econômico e ambiental, especialmente para os cafeicultores descapitalizados (Fernandez & Muschler 1999, Haggar et al. 2001).

Nesse contexto, as pesquisas vêm sendo impulsionadas para busca de soluções mais ecológicas e economicamente viáveis, especialmente para os pequenos e médios produtores. Ademais, cresce em todo mundo, o número de consumidores exigindo alimentos isentos de resíduos de agrotóxicos. Por essa razão, novos nichos de mercado para o café estão surgindo, são os cafés especiais, dentre eles, destaca-se o café orgânico. Abordagens agroecológicas, como a agricultura orgânica, pressupõem o desenho dos sistemas agrícolas mais diversificados no tempo e no espaço, tais como consórcios, cobertura verde nos pomares ou mais complexos, como as agroflorestas. Uma vasta literatura mostra que sistemas agrícolas diversificados podem reduzir a incidência de pragas e/ou aumentar a atividade de inimigos naturais (Andow 1991).

Na cafeicultura orgânica, a diversificação do sistema pode ser obtida pela incorporação de árvores, que proporcionam sombra, matéria orgânica, nutrientes, conservam o solo, facilitam a penetração de água e hospedam grande diversidade de organismos; além de serem fontes de alimento, lenha e madeira para as famílias rurais. Todavia, a presença de árvores no sistema reduz a entrada de luz, a temperatura e aumenta a umidade no ambiente, que tem influência sobre as pragas, embora grande parte da ocorrência e do impacto das pragas nos cultivos sombreados de café esteja relacionada ao manejo das árvores associadas aos cafeeiros (Guharay et al. 2000, 2001).

Moscas frugívoras, especialmente as da família Tephritidae (Diptera), têm sido registradas em culturas de café em diferentes regiões do mundo, que atuam como repositórios naturais de espécies pragas que danificam frutas de importância econômica (Puzzi & Orlando 1965, Parra et al. 1982, Eskafi & Cunningham 1987). Todavia, moscas frugívoras, especialmente Ceratitis capitata (Wiedemann), são também pragas de café em outros países e vêm assumindo grande importância econômica em cafezais no Brasil, principalmente na Bahia e Minas Gerais (Gibson 1970, Abasa 1973, Cividanes et al. 1993, Baeta Neves et al. 2002). Essas constatações têm incentivado pesquisas sobre o comportamento de diferentes variedades de café em relação à infestação das moscas (Raga et al. 1996, 2002; Torres 2004).

Este estudo teve o objetivo de avaliar a influência de dois sistemas de cultivo de café, com e sem arborização, no nível de infestação natural de frutos de café arábica var. Icatu Amarelo por moscas frugívoras, no município de Valença, RJ.

Material e Métodos

O estudo foi conduzido em áreas experimentais de café arábica (Coffea arabica L., Rubiaceae), sob manejo orgânico: uma com monocultivo de café a pleno sol e a outra com cafeeiros associados a árvores para sombreamento, instaladas a 610 m de altitude na Fazenda Santa Mônica, pertencente à Embrapa Gado de Leite, situada em Barão de Juparanã, Valença, RJ (22º11'S de latitude, 43º41'W de longitude). Segundo a classificação de Köppen, o clima é do tipo Aw, ou seja, tropical quente, com chuva periódica e inverno seco. A fazenda, com a maioria de sua área cultivada com pastagem, possui um fragmento de 1.000 ha de Mata Atlântica que margeia as áreas experimentais (Spolidoro 2001).

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com dois tratamentos (café solteiro a pleno sol e café sombreado com árvores) e quatro repetições. Cada parcela experimental possuía 27,3 m de comprimento e 10 m de largura e era constituída de quatro linhas de cafeeiros, que foram plantados em fevereiro de 2001 no espaçamento de 2,5 x 7 m. Como parcela útil foram consideradas as duas linhas centrais. No experimento com café sombreado, utilizou-se a bananeira (Musa sp. var. Prata Comum) no espaçamento de 3 x 5 m e a Erithrina verna Vell. (Leguminosae) no espaçamento de 9 x 5 m, como árvores de sombra.

Frutos de café da variedade Icatu Amarelo foram obtidos no final da estação de frutificação (março de 2004), sendo coletada uma amostra de 1 kg de frutos por parcela. Foram colhidos frutos no estágio de cereja, nos quatro quadrantes das regiões do terço superior e mediano das plantas. As amostras foram transportadas em sacos de papel para o Laboratório de Controle Biológico da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), onde os frutos de cada parcela foram acondicionados separadamente em bandejas plásticas de 40 x 30 x 6 cm, tendo no fundo uma camada de areia umedecida e autoclavada como substrato para as larvas das moscas empuparem.

Decorridos 15 a 25 dias após a coleta dos frutos, o substrato foi peneirado para a coleta de pupas. Nessa ocasião, os frutos já se encontravam apodrecidos, sendo dissecados para a retirada de pupas que se formaram em seu interior. Para cada parcela, as pupas de Tephritidae e Lonchaeidae foram recolhidas, contadas e acondicionadas, separadamente, em copos plásticos transparentes (250 ml) contendo uma camada de areia umedecida e autoclavada (± 2 cm), os quais, por sua vez, foram acondicionados em potes plásticos de 2 L e tampados com organza para ventilação e prevenção da fuga dos adultos emergidos. Os potes foram mantidos em condições de temperatura e umidade ambiente (25 ± 3ºC e 80% UR) e inspecionados diariamente para verificar a necessidade de umedecer o substrato e observar a emergência das moscas e de parasitóides por 30 dias após o início da formação das pupas.

Os insetos foram mantidos vivos por dois a três dias, sendo alimentados com mel e água para que fixassem sua coloração. Findo esse período, foram acondicionados e distribuídos de acordo com a parcela experimental em frascos de vidro contendo álcool hidratado a 70% para posterior contagem e identificação específica.

Espécimes de moscas Tephritidae e dos parasitóides Braconidae e Figitidae foram identificados baseando-se em Zucchi (2000a), Canal & Zucchi (2000) e Guimarães et al. (2000), respectivamente. Lonchaeidae foram enviados ao M.Sc. Pedro Strikis (Depto. Parasitologia, UNICAMP, Campinas, SP) para identificação. Os seguintes parâmetros foram determinados: 1) índice de infestação, que foi estimado como o número de pupários por quilo de fruto, 2) viabilidade pupal, que foi calculada como a percentagem de pupário com emergência de mosca sobre o total de pupários, e 3) percentagem de parasitismo total, que foi definida como número de pupas parasitadas dividido pelo número total de pupários e multiplicado por 100. Os pupários sem emergência de adultos foram dissecados para verificação da causa da mortalidade.

Esses parâmetros e o número de machos e fêmeas de moscas de cada espécie identificada, número total de parasitóides e número de indivíduos de cada espécie de parasitóide identificada nos tratamentos café a pleno sol e café sombreado foram avaliados utilizando programas estatísticos. As variáveis que atenderam às pressuposições da análise de variância (ANAVA), como normalidade e homogeneidade dos erros referentes ao modelo estatístico adotado para a análise dos dados, tiveram seus dados submetidos à ANAVA utilizando o programa SISVAR v.4.3 (Ferreira 2003), sendo as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey. Para as variáveis que não atenderam as pressuposições de normalidade e/ou homogeneidade dos erros, os tratamentos foram comparados por meio do teste não paramétrico Mann-Whitney utilizando o programa STATISTICA (StatSoft 1999). O nível de significância adotado nos dois testes foi de 5%.

Resultados e Discussão

O índice médio de infestação por moscas frugívoras dos frutos de café da variedade Icatu Amarelo com sombreamento foi significativamente maior do que quando cultivada a pleno sol [F(1,6) = 22,7; P = 0,03]; todavia, a sobrevivência média da pupa não diferiu entre os dois tipos de sistema de cultivo do café [F(1,6) = 1,6; P = 0,25] (Tabela 1).

Resultados similares foram encontrados por Torres (2004), que também observou diferenças nos índices médios de infestação por moscas frugívoras infestando frutos coletados diretamente das plantas em sistema sombreado com Grevillea robusta A. Cunn. e a pleno sol em Barra do Choça, BA, alcançando, respectivamente, o máximo de 500,0 e 214,5 pupários/kg de frutos e 75,8% e 70,6% de viabilidade pupal para a variedade Catuaí Amarelo.

No presente estudo, os índices médios de infestação dos frutos de Icatu Amarelo nos dois sistemas foram superiores aos índices médios obtidos por Raga et al. (1996), em Pindorama (SP), e Raga et al. (2002), em diferentes municípios de São Paulo, para a mesma variedade de café (0,25 e 9 pupários/kg de frutos, respectivamente). Essas diferenças podem ser causadas, pelo menos em parte, pelas condições macroclimáticas que pode interferir na densidade populacional das moscas frugívoras (Parra et al. 1982, Aguiar-Menezes & Menezes 2000).

Os índices médios de infestação obtidos no presente estudo foram ainda superiores aos obtidos por Raga et al. (2002) e Torres (2004) para outras variedades de café arábica, e não ultrapassaram 164 pupas/kg de frutos, com exceção de frutos de Catuaí Amarelo coletados por Torres (2004) em sistema a pleno sol no Distrito de Capinal, BA, registrando um índice médio de infestação de 351,5 pupários/kg de frutos. Essas diferenças podem estar relacionadas às características morfológicas e/ou químicas dos frutos das diferentes variedades de café, o que aponta para uma diversidade genética quanto à susceptibilidade de C. arabica às moscas frugívoras.

Os espécimes de moscas frugívoras coletados pertencem a duas famílias de Tephritoidea, sendo a maioria pertencente à família Tephritidae (91,3% e 80% do total de moscas emergidas nos sistemas a pleno sol e sombreado, respectivamente). Os Lonchaeidae foram mais freqüentes no sistema sombreado do que a pleno sol, representando 20% e 8,7% do total de moscas emergidas em cada sistema, respectivamente.

Foram identificadas quatro espécies de Tephritidae: Ceratitis capitata (Wiedemann), Anastrepha fraterculus (Wiedemann), Anastrepha obliqua (Macquart) e Anastrepha sororcula Zucchi (Tabela 2). Essas espécies já foram registradas em café no Brasil (Malavasi et al. 1980, Aguiar-Menezes & Menezes 2000, Raga et al. 2002),na Costa Rica (Wharton et al. 1981), Guatemala (Eskafi & Cunningham 1987), Colômbia (Yepes & Velez 1989) e Venezuela (Katiyar et al. 1995). Os machos de Anastrepha não foram identificados até o nível de espécie, porque na maioria das espécies, os mesmos não apresentam características morfológicas diferenciadoras, sendo as chaves de identificação baseadas nos caracteres morfológicos das fêmeas (Zucchi 2000a).

Todas as espécies de Lonchaeidae pertenceram ao gênero Neosilba McAlpine, totalizando seis espécies, sendo que duas são espécies novas: Neosilba pendula (Bezzi), Neosilba pseudopendula (Korytkowski and Ojeda), Neosilba certa (Walker), Neosilba glaberrima (Wiedemann), Neosilba n.sp.9 e Neosilba n.sp.10. As fêmeas foram identificadas como Neosilba spp. porque na maioria das espécies desse gênero, as mesmas não apresentam características morfológicas diferenciadoras, sendo as chaves de identificação baseadas nos caracteres morfológicos dos machos (Korytkowski & Ojeda 1971, McAlpine & Steyskal 1982).

Strikis & Prado (2005) descreveram recentemente Neosilba n.sp.9, que foi registrada apenas em São Bento do Sapucaí, SP, infestando nêspera (Eriobotryia japonica Lindl.). Na Colômbia, N. certa (Walker) foi também registrada em café no município de San Pablo, Antioquia (Yepes & Velez 1989). Todavia, com exceção da Neosilba n.sp.9 e Neosilba n.sp.10, as demais espécies desse gênero identificadas no presente estudo são invasoras secundárias ou oportunistas por atacarem frutos previamente infestados por larvas de outros insetos, especialmente tefritídeos, aproveitando as puncturas causadas inicialmente por esses (McAlpine & Steyskal 1982, Souza et al. 1983, Strikis & Prado 2005).

Um número significativo de machos de Anastrepha [F(1,6) = 14,4; P = 0,01], e de machos Neosilba n.sp.10 [F(1,6) = 8,0; P = 0,03] e de fêmeas desse gênero [F(1,6) = 27,4; P = 0,00] resultou das amostras de frutos colhidos dos cafeeiros sombreados (Tabela 2). Em frutos de café da variedade Catuaí Amarelo colhidos em Barra do Choça (BA), Torres (2004) obteve um número maior de fêmeas de A. fraterculus provenientes das amostras coletadas no sistema sombreado com grevílea do que no pleno sol. No presente estudo, o número de fêmeas dessa espécie não diferiu entre os dois sistemas de cultivo do café, indicando que o sombreamento com bananeira e eritrina não favoreceu sua oviposição.

Entre as moscas frugívoras identificadas nos dois sistemas de cultivo, A. fraterculus foi a mais abundante, seguida por A. sororcula, contrariando a maioria dos resultados obtidos por outros autores, os quais têm verificado a predominância de C. capitata em café, o qual é considerado hospedeiro preferencial dessa espécie (Vargas et al. 1983, Harris & Lee 1986, Kolbe & Eskafi 1989). Em Cordeirópolis (SP), Souza et al. (1975) observaram que Anastrepha spp. predominou sobre C. capitata nas amostras de café Mundo Novo colhidas entre março a junho/1974, ocorrendo o inverso quando colhidas de julho a novembro. Todavia, em Campinas (SP), os autores observaram que C. capitata foi mais freqüente entre as demais espécies obtidas das amostras de café Mundo Novo durante todo a período de coleta (abril a julho/1974). Em Pindorama (SP), Raga et al. (1996) constataram 81,3% de emergência de C. capitata, 11,5% de Lonchaeidae e 7,2% de Anastrepha spp. a partir de frutos de Icatu Amarelo. Raga et al. (2002) em diferentes municípios de São Paulo, também registraram a predominância de C. capitata sobre Anastrepha spp. em diferentes variedades de café; todavia, não houve emergência de Anastrepha da amostra de frutos de Icatu Amarelo (2,7 kg), da qual obteve-se apenas uma fêmea de C. capitata e 17 espécimes de Lonchaeidae. Em Barra do Choça (BA), Torres (2004) observou que 84,6% e 97,5% das moscas obtidas de Catuaí Amarelo em sistema sombreado e a pleno sol, respectivamente, pertenciam a C. capitata, seguida por A. fraterculus em ordem de abundância. Na Guatemala, Eskafi & Kolbe (1990) obtiveram maior número de pupas de C. capitata por quilo de café arábica do que de Anastrepha spp. É possível que os resultados do presente estudo tenham sido influenciados pela proximidade das áreas experimentais ao fragmento de Mata Atlântica. Movimentos de moscas-das-frutas para busca de sítios de oviposição (frutos maduros) entre a vegetação silvestre e pomares comerciais já são bem documentados (Bateman 1972, Prokopy & Roitberg 1984, Aluja 1994, Sugayama et al. 1997, Kovaleski et al. 1999). O levantamento florístico desse fragmento revelou a presença de Myrtaceae, especialmente Psidium guineense Sw. e Campomanesia guaviroba (D.C.) (Spolidoro 2001), cujos frutos normalmente amadurecem de novembro a abril (Lorenzi 1992, 1998), coincidindo com a frutificação da variedade de café estudada. Frutos dessas mirtáceas foram registrados como hospedeiros de A. fraterculus e A. sororcula (Zucchi 2000b) e, em contrapartida, baseando-se na lista de hospedeiros de C. capitata apresentada por Zucchi (2001), nenhuma das espécies arbóreas catalogadas por Spolidoro (2001) é hospedeira dessa espécie. É provável, portanto, que esses fatores tenham limitado a abundância da C. capitata nesse estudo. Ademais, de acordo com Weems Jr. (1981), ausência de frutos por três a quatro meses reduz, a um mínimo, a população dessa espécie.

Contrariando os resultados de Raga et al. (2002), que não observaram a emergência de parasitóides das pupas de moscas-das-frutas obtidas em frutos de Icatu Amarelo coletados no estado de São Paulo, no presente estudo o parasitismo de larvas das moscas frugívoras ocorreu nos dois sistemas de cultivo dessa variedade de café. Nove espécies de parasitóides foram coletadas, sendo seis espécies de Braconidae (cinco de Opiinae e uma de Alysiinae) e três espécies de Figitidae (Eucoilinae) (Tabela 3). Opius sp. não ocorreu em frutos coletados no sistema sombreado, enquanto que Dicerataspis flavipes (Kieffer) e Odontosema anastrephae Borgmeier não foram encontrados no sistema a pleno sol.

Não houve diferença significativa no número total de espécimes de parasitóides entre os dois sistemas de cultivo de café [F(1,6) = 0,1; P = 0,72] (Tabela 3). Todavia, 89,6% dos exemplares de Aganaspis pelleranoi (Brèthes) foram coletados no sistema sombreado e 66,3% dos exemplares de Doryctobracon areolatus (Szépligeti) foram coletados no sistema a pleno sol. Esses resultados corroboram os obtidos por Sivinski et al. (1999) que afirmaram que D. areolatus possui maior habilidade em buscar larvas de tefritídeos em habitat com diversidade relativamente baixa de hospedeiros de tefritídeos.

Quanto a A. pellenaroi, os resultados obtidos sugerem que o microhabitat mais úmido proporcionado pelas árvores de sombra (banana e eritrina) é mais favorável ao comportamento desse parasitóide na busca por suas larvas hospedeiras. Todavia, embora informações sobre o comportamento de A. pellenaroi estejam disponíveis (Ovruski 1994, Guimarães & Zucchi 2004, Ovruski et al. 2004,) e sua preferência em atacar larvas de moscas frugívoras em frutos caídos no solo tenha sido demonstrada, não há indicação de que o habitat, especialmente em relação às condições microclimáticas e diversidade de plantas hospedeiras, influencie no comportamento de busca e/ou oviposição de A. pellenaroi.

No geral, Utetes anastrephae (Viereck) correspondeu a 35,8% do número total de parasitóides coletados, seguida por D. areolatus (30,6%) e A. pelleranoi (17,7%); as demais espécies somaram 14%. Em Limeira e Piracicaba (SP), Leonel Jr. et al. (1996) observaram que 94,4% dos parasitóides obtidos de amostras de café pertenceram a D. areolatus e 5,6% a Doryctobracon brasiliensis (Szépligeti). Com exceção de Opius bellus Gahan, O. anastrephae e D. flavipes, as demais espécies obtidas no presente estudo já foram registradas como parasitóides de moscas frugívoras infestando café em outros estados brasileiros (Raga et al. 1996, 2002; Guimarães et al. 1999; Torres 2004). Todavia, O. anastrephae foi registrada em café arábica como parasitóide de Anastrepha spp. e C. capitata na Costa Rica por Wharton et al. (1981), sendo responsável, respectivamente, por 0,7% e 0,2% do parasitismo desses tefritídeos. Na Venezuela, parasita A. fraterculus infestando café arábica (Katiyar et al. 1995). Nesses dois países, detectou-se também a presença de A. pelleranoi como parasitóides dos referidos tefritídeos. U. anastrephae parasita larvas de A. fraterculus e C. capitata em frutos de café arábica na Colômbia (Yepes & Velez 1989) e na Guatemala (Eskafi 1990), respectivamente.

No presente estudo, a riqueza de espécies de parasitóides foi maior do a obtida em estudos conduzidos com essa rubiácea em outros estados brasileiros, nos quais registraram-se até cinco espécies associadas às moscas frugívoras em café (Guimarães et al. 1999, Raga et al. 2002, Torres 2004). Provavelmente, a riqueza de espécies tenha sido também influenciada pela proximidade das áreas experimentais ao fragmento de Mata Atlântica, na qual as Myrtaceae foram consideradas de alta relevância ecológica por Spolidoro (2001) e, por exemplo, A. pelleranoi e O. anastrephae buscam suas larvas hospedeiras em diversas espécies frutíferas, porém são mais atraídas por frutos de Myrtaceae (Guimarães et al. 2000).

Não houve diferença significativa na percentagem de parasitismo total de larvas das moscas frugívoras entre os dois sistemas de cultivo de café [F(1,6) = 0,4; P = 0,54] (Fig. 1), sendo os valores superiores aos obtidos por outros autores em outras variedades. Leonel Jr. et al. (1996) observaram 7,9% de parasitismo de moscas-das-frutas infestando café em Limeira e Piracicaba (SP). Raga et al. (2002) registraram percentagens de parasitismo total variando de 0,3% a 0,6%. Torres (2004) obteve a mesma percentagem de parasitismo total das larvas de tefritídeos (4,4%) infestando Catuaí Amarelo para os sistemas sombreado e a pleno sol. Todavia, entre as espécies de parasitóides obtidas no presente estudo, as percentagens de parasitismo variaram de 0,1% a 2, 9% no sistema sombreado e de 0,1% a 6,1% no sistema a pleno sol.


Implicações práticas podem ser assinaladas a partir dos resultados obtidos. É importante salientar que o fato de o café ter-se mostrado mais favorável à infestação por moscas frugívoras em sistema sombreado, não torna o sistema de produção a pleno sol mais adequado para o seu cultivo, uma vez que a sustentabilidade dos sistemas de produção está calcada na diversificação vegetal (Fernandez & Muschler 1999, Haggar et al. 2001). Em sistemas de produção orgânica é permitido o uso de produtos genericamente conhecidos como defensivos alternativos, tal como os extratos de plantas. Dentre esses, o óleo das sementes e/ou extrato das folhas do nim (Azadiractha indica A. Juss, Meliaceae) têm mostrado eficiência no controle de moscas frugívoras, particularmente Tephritidae (Stark et al. 1990, Ilio et al. 1999, Salles & Rech 1999, Singh 2003), com pouco ou nenhum efeito negativo sobre seus parasitóides (Stark et al. 1992). Embora esses produtos estejam disponíveis no mercado, há de se pensar em sistema de produção de baixo aporte de insumos externos. Nesse sentido, se as fêmeas das moscas frugívoras dispersam-se a partir das áreas com vegetação silvestre em direção às áreas cultivadas à procura de sítios de oviposição, a estratégia de instalação de armadilhas na periferia do pomar visando interceptá-las antes de sua entrada no mesmo, conforme proposto por Aluja (1996), seria a mais recomendável para o manejo das moscas frugívoras nas áreas cultivadas com café, independente do sistema de cultivo adotado.

Outro aspecto prático a considerar é que Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) (Hymenoptera: Braconidae), recentemente introduzida no Brasil (Carvalho et al. 1999), pode constituir uma excelente alternativa de controle de populações das espécies-pragas de tefritídeos na área estudada, uma vez que as fêmeas preferem ovipositar em larvas maduras (3º instar) e as procuram, principalmente, em frutos caídos ao solo (Greany et al. 1977, Leyva et al. 1991). Portanto, diminui a chance de competição com as espécies nativas presentes na área estudada, uma vez que demonstraram capacidade de procurar suas larvas hospedeiras em frutos de café ainda presos à planta.

Agradecimentos

À Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) pela concessão da bolsa de iniciação científica ao primeiro autor (processo nº E-26/152.199/2003). Os autores também agradecem à Embrapa Gado de Leite pela concessão da área para o cultivo do café, tornando possível a condução do experimento. Este manuscrito foi aprovado pelo Comitê Local de Publicação da Embrapa Agrobiologia sob o número 212/2004.

Literatura Citada

Received 15/XII/04. Accepted 06/IV/05.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Set 2005
  • Data do Fascículo
    Ago 2005

Histórico

  • Recebido
    15 Dez 2004
  • Aceito
    06 Abr 2005
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