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Distribuição espacial e variação temporal da composição de espécies de borrachudos (Diptera: Simuliidae) em uma microbacia situada no norte do Paraná

Spatial distribution and temporal variation in composition of black fly species (Diptera: Simuliidae) in a small watershed located in the Northern of Paraná State, Brazil

Resumo

In this work, the survey of simuliid species and the study of their spatial distribution in four streams of a small watershed situated in Londrina, Paraná State, were carried out from January to October 2007. Changes in the species composition of the breeding sites were also checked along the sampling months. Seventeen black fly species were found, being Simulium botulibranchium Lutz, Simulium travassosi d'Andretta & d'Andretta, Simulium anamariae Vulcano, Simulium brachycladum Lutz & Pinto and Simulium metallicum s. l. Bellardi new records for Paraná State. The Canonical Correspondence Analysis showed that the environmental variables most correlated to the species distribution among sample sites were water conductivity and those linked to physical dimensions of the breeding sites, like width, depth and water velocity. The matrix of faunistic similarity among collecting dates was negatively correlated to the time interval of sampling matrix for three of the water bodies studied, showing the existence of temporal changes in the species composition. According to Multiple Regression Analysis, temporal abundance variation of Simulium perflavum Roubaud, Simulium inaequale Paterson & Shannon and Simulium lutzianum s. l. Pinto was not linked to air temperature, photoperiod and rainfall, suggesting the influence of other factors, probably those directly associated to specific breeding site conditions. The results indicate that differences in physical and chemical characteristics among water bodies may affect the taxonomic composition of simuliids in this watershed.

Aquatic insect; Simulium; ecology; Neotropical region


Aquatic insect; Simulium; ecology; Neotropical region

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Distribuição espacial e variação temporal da composição de espécies de borrachudos (Diptera: Simuliidae) em uma microbacia situada no norte do Paraná

Spatial distribution and temporal variation in composition of black fly species (Diptera: Simuliidae) in a small watershed located in the Northern of Paraná State, Brazil

Rachel B dos SantosI; José LopesI; Karen B dos SantosII

IDepto de Biologia Animal e Vegetal, Univ Estadual de Londrina, CP 6001, 86051-970 Londrina, PR, Brasil; rachbianc@gmail.com; jea@uel.br

IIDepto Agronomia, Univ Estadual de Londrina, CP 6001, 86051-990, Londrina, PR, Brasil; karbinchi@gmail.com

ABSTRACT

In this work, the survey of simuliid species and the study of their spatial distribution in four streams of a small watershed situated in Londrina, Paraná State, were carried out from January to October 2007. Changes in the species composition of the breeding sites were also checked along the sampling months. Seventeen black fly species were found, being Simulium botulibranchium Lutz, Simulium travassosi d'Andretta & d'Andretta, Simulium anamariae Vulcano, Simulium brachycladum Lutz & Pinto and Simulium metallicum s. l. Bellardi new records for Paraná State. The Canonical Correspondence Analysis showed that the environmental variables most correlated to the species distribution among sample sites were water conductivity and those linked to physical dimensions of the breeding sites, like width, depth and water velocity. The matrix of faunistic similarity among collecting dates was negatively correlated to the time interval of sampling matrix for three of the water bodies studied, showing the existence of temporal changes in the species composition. According to Multiple Regression Analysis, temporal abundance variation of Simulium perflavum Roubaud, Simulium inaequale Paterson & Shannon and Simulium lutzianum s. l. Pinto was not linked to air temperature, photoperiod and rainfall, suggesting the influence of other factors, probably those directly associated to specific breeding site conditions. The results indicate that differences in physical and chemical characteristics among water bodies may affect the taxonomic composition of simuliids in this watershed.

Key words: Aquatic insect, Simulium, ecology, Neotropical region

Os simulídeos, borrachudos ou piuns são dípteros nematóceros pertencentes à família Simuliidae. Possuem ampla distribuição geográfica, com exceção do continente Antártico, do extremo Pólo Norte e de ilhas oceânicas desprovidas de córregos, uma vez que seus imaturos habitam ecossistemas lóticos (Crosskey 1990).

As fêmeas adultas da maioria das espécies apresentam hábito hematófago, com picadas que podem provocar reações alérgicas, sendo também capazes de veicular agentes patogênicos a seres humanos e outros animais (Cunha 2001). Devido a sua importância médico-veterinária, os borrachudos têm sido alvo de estudos de ordem bionômica, ecológica e taxonômica, como também sobre métodos de controle químico e bacteriológico e técnicas de manejo mecânico (Lozovei et al 2004).

A distribuição e a abundância das espécies de borrachudos em uma bacia hidrográfica podem ser influenciadas por diversos fatores como dimensão e vazão dos cursos d'água, disponibilidade de substratos para a fixação das formas imaturas (ovos, larvas e pupas), substâncias dissolvidas na água, disponibilidade de alimento, composição da vegetação ripária, altitude, como também, interferências antrópicas nas áreas limítrofes (Hamada & McCreadie 1999, Kuvangkadilok et al 1999, Figueiró et al 2006, Strieder et al 2006). A distribuição dos simulídeos resulta tanto de sua capacidade adaptativa ao ambiente quanto de sua origem ancestral (Coscarón & Coscarón-Arias 1995).

Existem poucos trabalhos sobre a ecologia de simulídeos neotropicais (Hamada et al 2002, McCreadie et al 2004, Figueiró et al 2006) se comparados ao número existente de estudos sobre espécies de regiões temperadas (Rubtsov 1990, McCreadie & Adler 1998, Malmqvist et al 1999, Burgherr et al 2001), principalmente quando dizem respeito aos padrões temporais e sazonais do grupo (Shipp & Procunier 1986, McCreadie & Colbo 1993, McCreadie & Adler 1998, Burgherr et al 2001).

No Brasil, a maior parte dos trabalhos que contribuem para o conhecimento da fauna e da ecologia de simulídeos concentra-se, principalmente, no Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo (Araújo-Coutinho et al 1988, Pepinelli et al 2003, Pepinelli et al 2005, Pepinelli et al 2006), no Sul, principalmente no Rio Grande do Sul (Strieder 2002, 2004, Strieder et al 2002, 2006), e na Região Amazônica (Hamada & McCreadie 1999, Hamada & Grillet 2001, Hamada et al 2002). No Paraná, os estudos voltados à fauna de simulídeos restringem-se praticamente à região metropolitana de Curitiba e à planície litorânea (Lozovei et al 1989, 2004, Dellome Filho 1991, Cunha et al 1998), com registros parcos ou inexistentes nas demais regiões do estado.

Considerando os poucos estudos sobre padrões de distribuição de simulídeos em córregos na região Neotropical, este trabalho propôs-se a examinar a composição da simuliofauna do baixo curso do ribeirão Guaravera e de três de seus afluentes situados no distrito de Guaravera, município de Londrina, Norte do Paraná. Com base na hipótese de que a riqueza e a abundância de simulídeos é influenciada por condições ambientais e fisico-químicas, elaboraram-se as seguintes questões: (i) Qual a riqueza de espécies dos cursos d'água estudados? (ii) Quais os fatores ambientais que exercem influência sobre a distribuição espacial dos imaturos das espécies nos criadouros estudados? (iii) Existem mudanças na composição da simuliofauna dos criadouros ao longo dos meses de coleta?

Material e Métodos

Local de estudo. A área de estudo compreende o baixo curso do ribeirão Guaravera e três de seus afluentes (Fig 1), localizados no município de Londrina, Norte do Paraná (23º35' - 23º36' S, 51º09' - 51º10' O). Dois dos afluentes não apresentam nomes oficiais e, portanto, foram designados neste trabalho como afluentes 1 e 3. O segundo afluente, o córrego do Aleixo, forma uma represa logo antes de desaguar no ribeirão Guaravera. O relevo do local de estudo é acidentado, apresentando variação de altitude entre 480 m e 510 m a.s.l. O ribeirão Guaravera e os afluentes estudados situam-se em área de intensa atividade agropecuária.


A região apresenta tipo climático Cfa-Subtropical Úmido Mesotérmico com verões quentes. Não há estação seca bem definida e as chuvas tendem a se concentrar nos meses de verão, enquanto que no inverno ocorre redução das precipitações que coincide com a queda térmica sazonal. A temperatura média anual é de aproximadamente 21ºC e a precipitação média anual de 1.600 mm. A vegetação original do Norte paranaense é a floresta estacional semidecidual que, atualmente, se encontra extremamente fragmentada em função de atividades antrópicas (Maack 1981, Mendonça 2000).

Coleta, processamento e identificação. As coletas de imaturos de borrachudos foram realizadas em pontos com diferentes graus de conservação de vegetação ripária, classificados neste trabalho em um gradiente de 1 a 4, da seguinte forma: 1 - ponto rodeado por pastagem em ambas as margens e diretamente exposto à luz solar; 2 - pastagem em uma das margens e vegetação arbórea e arbustiva na outra, cobertura de dossel ausente; 3 - vegetação arbórea e arbustiva em ambas as margens, cobertura de dossel ausente; 4 - mata ciliar em ambas as margens, proporcionando sombreamento total ou parcial (Tabela 1).

Em cada ponto foi selecionado um trecho de 5 m de extensão onde foram estimadas três medidas de largura com uma trena e três séries de medidas de profundidade com um bastão métrico. Medidas de pH, condutividade elétrica (µS/cm) e temperatura da água (ºC), utilizando aparelhos de medição portáteis, também foram tomadas nos sítios de amostragem (Tabela 1).

As coletas mensais foram conduzidas entre os meses de janeiro e outubro de 2007 no ribeirão Guaravera e no afluente 1. No córrego do Aleixo e no afluente 3, as coletas foram realizadas entre os meses de abril e outubro do mesmo ano. Nesses dois córregos, as coletas foram iniciadas três meses depois das amostragens iniciadas nos dois primeiros cursos d'água porque foi verificada, visualmente, a segregação espacial das espécies de simulídeos entre os criadouros, determinando a inclusão desses dois córregos no estudo.

As amostragens mensais foram feitas com a utilização de substrato artificial (fitas de polietileno e polipropileno com 2,1 x 110 cm) para a fixação das larvas. A cada mês, seis fitas com larvas e pupas eram retiradas de cada sítio de coleta e substituídas por fitas novas para a recolonização e coleta no próximo mês. As fitas eram dispostas longitudinalmente no mesmo sentido da correnteza. Ao serem retiradas, as amostras de fitas com imaturos de borrachudos eram colocadas em recipientes e fixadas em etanol 70%. Nos meses de julho e outubro, além da coleta em substrato artificial, também foram realizadas coletas em substratos naturais. A vegetação pendente sobre a linha d'água e submersa na corrente contendo imaturos de simulídeos foi coletada manualmente em uma extensão de 5 m de comprimento do sítio de coleta, colocada em sacos plásticos e fixada em etanol 90%. Para a coleta de imaturos aderidos ao leito, foi utilizado um amostrador do tipo Surber com área amostral de 900 cm e malha coletora de 500 µm. A amostragem de imaturos com o amostrador do tipo Surber foi realizada em triplicata. A coleta de simulídeos em substratos naturais e em fitas foi adotada a fim de abranger todos os substratos possíveis de serem utilizados pelos imaturos.

Em laboratório, as amostras de fitas e de substrato vegetal foram colocadas em bandejas plásticas e lavadas em água para a retirada dos imaturos. Pupas e larvas de último estádio com histoblasto branquial totalmente formado foram selecionadas e utilizadas na identificação das espécies. Após a retirada dos imaturos, a vegetação foi seca em estufa a 60ºC por 48h e pesada para a obtenção do peso seco, a fim de determinar a densidade de simulídeos. As amostras coletadas com o amostrador tipo Surber foram colocadas em bandejas e os indivíduos foram retirados com auxílio de uma pinça. Para as amostras contendo muito sedimento e outros materiais foi utilizado o método da flutuação, o qual consiste da adição de solução supersaturada de açúcar (250 g/l água) à amostra, facilitando a triagem (Silveira et al 2004).

A identificação das espécies foi realizada sob microscópio estereoscópico e, quando necessário, em microscópio óptico, com o auxílio dos trabalhos de Py-Daniel et al (1988), Coscarón (1991), Strieder et al (1992), Strieder & Py-Daniel (1999), Hamada & Grillet (2001), Hamada & Fouque (2001) e Gil-Azevedo et al (2005).

Análises estatísticas. Antes da execução das análises, os dados sofreram transformação logarítmica [ln (x+1)]. Foi utilizada a análise de correspondência canônica (ACC) para analisar a distribuição espacial das abundâncias das espécies em função das características físicas e químicas dos cursos d'água. A significância dos eixos de ordenação obtida na ACC foi verificada pelo teste de permutação (1000 permutações). Para essa finalidade, foram utilizados os dados de coleta levantados nos meses de julho e outubro, uma vez que as amostragens realizadas nestes dois meses englobaram substratos naturais e artificiais (fitas).

O afluente 1 apresenta regime intermitente, de modo que durante a estação seca seu fluxo de água superficial cessou quase que totalmente. No mês de outubro, o ponto Aflu 1 apresentou largura e profundidade média de 8 cm e 6 mm, respectivamente, o que impossibilitou a medição da velocidade da água pelo método do flutuador proposta por Amrine (1983). Por essa razão, o ponto de coleta Aflu1 foi excluído da ACC do mês de outubro por não apresentar os dados completos (Fig 2).




O teste de Mantel com 1000 permutações foi empregado para verificar a influência de autocorrelação espacial sobre as variáveis ambientais e os dados biológicos obtidos nos meses de julho e outubro. A distância de Canberra foi calculada utilizando os dados das variáveis ambientais e de abundância de espécies para a obtenção de matrizes de dissimilaridade que, em seguida, foram relacionadas com a matriz de distância entre os sítios de coleta pelo teste de Mantel.

A análise de regressão múltipla foi utilizada para as espécies que apresentaram variações acentuadas de abundância ao longo dos meses de coleta a fim de verificar se essas oscilações estão relacionadas às flutuações de variáveis ambientais estacionais, como fotoperíodo, precipitação e temperatura atmosférica.

O teste de Mantel com 1000 permutações foi utilizado para conferir a existência de relação entre a diversidade β (medida como índice de similaridade de Sorenson para dados quantitativos) e o tempo decorrido entre as amostragens de fitas realizadas nos sítios de amostragem ao longo dos meses.

O cálculo do índice de similaridade de Sorenson foi obtido pelo software Bio-Dap (Thomas 1988), enquanto que as demais análises foram realizadas pelo software XLStat 2008 (Addinsoft 2008). Os dados de fotoperíodo do município de Londrina foram fornecidos pelo Anuário Interativo do Observatório Nacional (ON), e os registros de precipitação foram obtidos na propriedade rural São João, localizada no distrito de Guaravera (Fig 3).


Resultados e Discussão

Foram identificados 11.822 imaturos de simulídeos amostrados em 14 sítios de coleta durante 10 meses. Desse total, 9.161 indivíduos foram coletados em fitas (750 unidades) e 2.661 em substratos naturais. Ao todo, foram amostradas 17 espécies: Simulium anamariae Vulcano, S. botulibranchium Lutz, S. travassosi d'Andretta & d'Andretta, S. distinctum Lutz, S. inaequale Paterson & Shannon, S. incrustatum Lutz, S. lutzianum s. l. Pinto, S. nigrimanum Macquart, S. orbitale Lutz, S. rubrithorax Lutz, S. perflavum Roubaud, S. pertinax Kollar, S. spinibranchium Lutz, S. subnigrum Lutz, S. subpallidum Lutz, S. brachycladum Lutz & Pinto e S. metallicum s. l. Bellardi. As três primeiras espécies citadas acima representam novos registros para o Paraná e as duas últimas, para o Sul do Brasil, baseado em Adler & Crosskey (2009). Das 17 espécies amostradas, 11 ocorreram em julho e 16 no mês de outubro (Tabela 2).

Padrões espaciais. No mês de julho, a ACC estabeleceu dois eixos principais (F1 e F2) que em conjunto explicaram 78,23% (1000 permutações; P < 0,05) da distribuição das espécies nos corpos d'água estudados, enquanto que na análise de outubro os eixos F1 e F2 explicaram 84,09% (1000 permutações, P < 0,01). A ACC realizada com os dados do mês de julho mostra que as variáveis condutividade, pH, largura, temperatura e velocidade da água estão correlacionadas ao eixo F1, e a profundidade, ao eixo F2. A ACC do mês de outubro aponta que a condutividade foi a variável mais correlacionada ao eixo F1, enquanto que a largura, profundidade, velocidade e temperatura da água estiveram associadas ao eixo F2 (Tabela 3, Fig 2). Em diversos estudos, o tamanho dos criadouros é relatado como variável determinante na distribuição espacial de imaturos de espécies de simulídeos (Malmqvist et al 1999, Hamada et al 2002, McCreadie et al 2004, Figueiró et al 2006). Alguns trabalhos também mostram a influência das características químicas da água dos córregos, expressas em medidas de pH e condutividade, sobre a composição das assembléias de simulídeos (McCreadie et al 2006, Grillet & Barrera 1997).

A projeção das espécies nos diagramas de ordenação dos meses de julho e outubro mostra forte relação entre S. inaequale e S. perflavum, e que pode ser verificada pela sobreposição dos pontos de projeção de ambas as espécies (Fig 2a, b). As duas espécies coexistem nos mesmos criadouros, sendo muito representativas nos sítios de coleta rasos, estreitos, modificados e expostos à luz solar, como os pontos Aflu 1 e CA(e). Simulium inaequale e S. perflavum são comuns em criadouros pequenos e rasos, como também em vertedouros e escoadouros de represas, onde geralmente ocorrem em altas densidades (Coscarón 1991, Strieder & Py-Daniel 1999, Hamada & McCreadie 1999).

Simulim distinctum, S. metallicum s. l. e S. travassosi mostraram forte associação com criadouros de condutividade da água e pH baixos, como também de menores dimensões físicas e de correntes lentas que caracterizam os pontos de coleta do Afluente 3. Segundo Py-Daniel et al (1988), os imaturos de S. distinctum colonizam áreas com ou sem incidência de luz solar. Os imaturos de S. travassosi geralmente se desenvolvem em mananciais temporários ou filetes de água com correnteza considerável e expostos à luz solar direta (Strieder & Py-Daniel 1999). No presente estudo, essas três espécies ocorreram em pontos com e sem incidência de luz solar direta, apresentando maior associação com os pontos de maior cobertura vegetal.

Simulium subpallidum esteve associada aos sítios de coleta de menor temperatura da água e de dimensões físicas e velocidade de corrente maiores, que se referem aos pontos do ribeirão Guaravera. As espécies S. incrustatum, S. lutzianum s. l. e S. orbitale, coletadas no mês de outubro, mostraram-se correlacionadas às mesmas características que S. subpallidum. Na Guiana, Shelley et al (2004) coletaram pupas de S. subpallidum em rios de 3 m a 50 m de largura e de leito rochoso, características semelhantes ao do ribeirão

Guaravera, onde a espécie foi amplamente amostrada. Simulum lutzianum s. l. também foi coletada por Shelley et al (2004) em rios largos que mediam 15 m de largura e por Pepinelli et al (2005), em criadouros de águas turbulentas. Ao contrário do observado no presente estudo, Figueiró et al (2006) verificaram a associação de S. incrustatum com criadouros pequenos e de baixa vazão.

No mês de julho, S. pertinax e S. nigrimanum apresentaram associação com sítios de coleta de maiores dimensões físicas, relativos aos pontos do ribeirão Guaravera e ao ponto CA(m) do córrego do Aleixo. Na ACC de outubro, S. nigrimanum e S. pertinax apresentaram projeções próximas à intersecção dos eixos do diagrama, indicando que essas espécies foram mais abundantes em pontos de dimensões maiores, mas que também estiveram presentes, em menor densidade, nos cursos de menores dimensões, como o ponto CA(e) referente ao escoadouro da represa do córrego do Aleixo. O oposto foi observado para S. subnigrum, que foi mais representativa em córregos de menor porte, ocorrendo esporadicamente ou em baixas densidades nos pontos de dimensões maiores.

Os resultados obtidos pelo teste de Mantel indicaram ausência de autocorrelação espacial para os dados biológicos (julho, r = 0,171, P = 0,073; outubro, r = 0,107, P = 0,186) e variáveis ambientais (julho, r = 0,095, P = 0,196; outubro, r = 0,029, P = 0,472). Isso sugere que a composição faunística de simulídeos não foi influenciada pela proximidade entre os sítios de coleta, reforçando a hipótese de que o padrão de distribuição das espécies deu-se em função das variáveis ambientais. Em estudo realizado por McCreadie & Adler (1997) sobre a composição das assembléias de Simuliidae em córregos de uma pequena área geográfica do Parque Yellowstone, EUA, a autocorrelação espacial também não foi observada. A obtenção de resultados que indicam a ausência de autocorrelação espacial é importante, uma vez que sua constatação pode criar um resultado falso positivo nas análises (Diniz-Filho et al 2003). A forte relação entre as características dos criadouros e a distribuição espacial de espécies de simulídeos tem sido demonstrada de forma consistente em diversos trabalhos (McCreadie & Adler 1998, Hamada et al 2002, McCreadie et al 2006), os quais apresentam, inclusive, a possibilidade de predição da ocorrência de espécies em função de variáveis ambientais como temperatura da água, oxigênio dissolvido, grau de preservação da vegetação ripária e tamanho dos criadouros e das partículas de sedimento do leito.

Padrões temporais. A abundância relativa das espécies variou durante o período de amostragem, de modo que a ocorrência se deu de forma permanente ou estacional, dependendo da espécie e do criadouro (Fig 4). No ribeirão Guaravera houve predominância de S. subpallidum em todos os meses de coleta, exceto em setembro, mês em que S. lutzianum s. l. foi a espécie mais abundante (Fig 4a). Esta apresentou ocorrência somente durante o período chuvoso (verão) e a primavera, com presença praticamente restrita ao ribeirão Guaravera. Simulium nigrimanum e S. pertinax apresentaram ocorrência permanente no criadouro, enquanto que S. incrustatum esteve presente em dois períodos distintos, de janeiro a junho e de agosto a outubro, com maior incidência em agosto. As demais espécies encontradas no ribeirão Guaravera (S. inaequale, S. metallicum s. l., S. orbitale S. perflavum, S. spinibranchium, S. subnigrum e S. travassosi) ocorreram em densidades muito baixas ou apresentaram ocorrências esporádicas.





Durante a estação chuvosa (verão), a assembléia de simulídeos do afluente 1 foi composta predominantemente por S. perflavum, seguida de S. subpallidum (Fig 4b). Com o término do período chuvoso e início do outono, S. inaequale substituiu S. perflavum, tornando-se a espécie dominante no criadouro. A partir desse período, S. perflavum passou a ocorrer em baixas densidades, apresentando leve pico em julho, mês em que a precipitação sofreu aumento considerável, registrando 320 mm/mês (Fig 3).

No início da primavera diminuiu a abundância relativa de S. inaequale no afluente 1, coincidindo com o surgimento de novas espécies, como S. incrustatum, S. lutzianum s. l. e S. rubrithorax, e pelo reaparecimento de outras, como S. nigrimanum, S. pertinax e S. subpallidum, sendo a última a de maior incidência em setembro. Essas espécies não foram amostradas no afluente 1 na coleta do mês seguinte, quando o fluxo superficial de água cessou quase por completo nesse córrego. Assim, S. inaequale, seguida, respectivamente, de botulibranchium e S. subnigrum, foram as espécies que apresentaram maior número de indivíduos coletados em outubro. Isso mostra que a redução acentuada da vazão no afluente 1 permitiu apenas que as espécies características de pequenos criadouros colonizassem o córrego nessas condições. O aumento da incidência de outras espécies no afluente 1 durante a primavera atribui-se a S. incrustatum, S. lutzianum s. l. e S. nigrimanum em setembro, enquanto que no mês de outubro, S. botulibranchium foi a principal espécie responsável pelo aumento. Simulium spinibranchium e S. travassosi apresentaram ocorrências esporádicas no afluente 1 ao longo dos meses de coleta.

O ponto de coleta CA(e), que representa o escoadouro da represa do córrego do Aleixo, apresentou composição de espécies e variações de abundância semelhantes ao afluente 1 (Fig 4c). Simulium inaequale e S. perflavum foram os mais abundantes no escoadouro durante todo o período de amostragem. No mês de abril, S. perflavum foi o de maior incidência, seguido de S. inaequale, que a partir de maio passou a ser predominante, fato também observado no afluente 1 durante o mesmo período. Em julho, mês em que a precipitação sofreu aumento considerável, S. perflavum voltou a ter a maior abundância relativa. Com a chegada da primavera, reapareceu no criadouro S. subpallidum e surgiram pela primeira vez S. nigrimanum e S. pertinax que, juntamente com S. incrustatum, S. lutzianum s. l.e S. subnigrum, representam o restante das espécies coletadas no escoadouro. O aumento da incidência de outras espécies observado em outubro deveu-se, principalmente, a S. nigrimanum e S. pertinax (Fig 4c). No mesmo mês, foi observado aumento acentuado da densidade de S. inaequale e S. perflavum no escoadouro da represa do córrego do Aleixo (Tabela 2).

Mudanças na estrutura da assembléia também foram observadas nos pontos Aflu 3(t) e Aflu 3(p) do afluente 3 ao longo dos meses de coleta em fitas. O outono foi marcado pela maior incidência de S. metallicum s. l., que foi diminuindo gradativamente em ambos os pontos (Fig. 4d). A partir do final do inverno e do início da primavera, ocorreu o aumento gradual de S. pertinax e S. subnigrum. Simulium travassosi ocorreu em baixas densidades em todos os meses de coleta, com exceção do mês de agosto, quando foi a espécie de maior incidência no afluente 3.

O teste de Mantel indicou diminuição da similaridade faunística (coeficiente quantitativo de Sorenson) para o afluente 1 (r = -0,55; P = 0,003), o afluente 3 (r = -0,954; P = 0,001) e ribeirão Guaravera (r = -0,297; P = 0,036) à medida em que se aumenta o tempo entre as coletas, mostrando haver mudança gradativa da composição de espécies de simulídeos nesses criadouros ao longo do tempo, assim como indicado na Fig 4. O mesmo não ocorreu no escoadouro do córrego do Aleixo (r = 0,008; P = 0,556), indicando que a composição de espécies foi mais uniforme nesse criadouro ao longo dos meses de coleta. O teste de Mantel indicou que a composição taxonômica sofreu maior modificação ao longo do tempo no afluente 3 e afluente 1, enquanto que no ribeirão Guaravera as mudanças ocorreram de forma mais discreta. A alteração mais marcante na assembléia dos sítios Aflu3 (t) e Aflu3 (m) foi a redução progressiva da abundância relativa de S. metallicum s. l. ao longo dos meses de coleta, deixando de ser a espécie dominante no afluente 3 com a chegada da primavera (Fig 4d). No afluente 1, a mudança na composição de espécies foi caracterizada principalmente pela troca de dominância entreS. perflavum e S. inaequale entre abril e maio, como também pelo aumento da riqueza observado em setembro (Fig 4b). Segundo os resultados obtidos pela análise de regressão múltipla, as variações de abundância de S. inaequale (r2 = 0,35; F = 1,92; P = 0,21) e S. perflavum (r2 = 0,20; F = 0,87; P = 0,45), no afluente 1, e de S. lutzianum s. l. (r2 = 0,17; F = 0,71; P = 0,52), no ribeirão Guaravera, não estiveram relacionadas às oscilações de precipitação, fotoperíodo e temperatura atmosférica. Isso sugere que outros fatores podem estar envolvidos, particularmente os relacionados às condições específicas dos criadouros, uma vez que a precipitação e temperatura atmosférica atuam indiretamente sobre as comunidades aquáticas por meio de alterações na vazão e na temperatura da água dos cursos d'água (Shipp & Procunier 1986, Pistrang & Burger 1988, Gallardo-Mayenco & Toja 2002, Silk & Ciruna 2005)

A investigação de um maior número de variáveis associadas direta e indiretamente às condições sazonais dos criadouros poderia definir com maior clareza os fatores que influenciam a composição taxonômica das assembléias de simulídeos ao longo do tempo, particularmente nas regiões tropicais. Além do fotoperíodo, da precipitação e da temperatura atmosférica, fatores ligados aos criadouros como vazão, temperatura da água, oxigênio dissolvido, pH e disponibilidade de recursos alimentares também devem ser analisados, uma vez que podem variar ao longo do tempo, influenciando a composição da fauna de macroinvertebrados (Thompson & Townsend 1999, Robinson et al 2002, Bunn et al 2006, Richardson et al 2009). Interações biológicas como competição e predação também podem estar envolvidas nas alterações de densidades populacionais de espécies de simulídeos ao longo do tempo (Malmqvist 1994). Quanto maior o número de variáveis ambientais consideradas, mais consistente o modelo de análise se torna, desde que as variáveis incluídas tenham potencial de influenciar a dinâmica populacional das espécies da assembléia estudada. Períodos mais longos de amostragem possibilitariam verificar se esses padrões temporais, que refletem mudanças na abundância e na ocorrência das espécies, estabelecem-se periodicamente ao longo dos anos.

Os resultados obtidos apontam que as diferenças nas características físicas e químicas existentes entre cursos d'água podem influenciar a composição taxonômica dos imaturos de espécies de simulídeos em uma bacia. As diferenças naturais entre os criadouros somadas àquelas produzidas por intervenção antrópica, como a construção de escoadouro de represa e a retirada de vegetação ripária, constituíram um gradiente ambiental com diferentes condições para o desenvolvimento dos imaturos de simulídeos. Além de diferenças na composição taxonômica de simulídeos entre criadouros de uma mesma bacia, ocorreram também alterações na constituição de espécies ao longo do tempo em uma mesma assembléia. Como as variáveis sazonais (fotoperíodo, temperatura atmosférica e precipitação) não se mostraram relacionadas com as alterações na composição de espécies de simulídeos ao longo do tempo, sugere-se que fatores diretamente ligados aos criadouros podem ser os que mais influenciaram essas mudanças. Isso se baseia na observação feita de que uma espécie que possui ocorrência permanente em um córrego pode ter presença temporária em outro da mesma microbacia, estando os criadouros sujeitos às mesmas variações sazonais de temperatura atmosférica e fotoperíodo.

Agradecimentos

Ao programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina pelo apoio à realização deste trabalho e ao Prof Dr Milton Norberto Strieder da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) pelo auxílio na confirmação das espécies de simulídeos amostradas neste estudo.

Received 29/VI/08.

Accepted 13/VII/09.

Edited by Neusa Hamada - INPA

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Maio 2010
  • Data do Fascículo
    Abr 2010

Histórico

  • Recebido
    29 Jun 2008
  • Aceito
    13 Jul 2009
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