DISSERTAÇÕES E TESES
Morfo-anatomia de sistemas subterrâneos de espécies herbáceo-subarbustivas e arbóreas, enfatizando a origem das gemas caulinares
Adriana Hissae Hayashi
RESUMO
Os estudos sobre a morfologia externa e interna dos sistemas subterrâneos são de extrema importância para a identificação da sua natureza estrutural, pois permitem a utilização correta da terminologia que, muitas vezes, é empregada de maneira errônea. A ocorrência de sistemas subterrâneos gemíferos está estritamente relacionada com a sobrevivência das espécies em condições desfavoráveis do ambiente, favorecendo a regeneração dos ramos aéreos e/ou a propagação vegetativa das plantas. Esses conhecimentos fornecem subsídios para o manejo adequado dessas espécies em áreas perturbadas e para a propagação vegetativa de espécies de interesse econômico. Nesse contexto, este trabalho teve como objetivos: (1) estudar a origem das gemas em estacas radiculares das espécies arbóreas florestais Esenbeckia febrifuga (St. Hil.) Juss. ex Mart. (Rutaceae), Inga laurina (Sw.) Willd. (Mimosaceae) e Bauhinia forficata Link (Caesalpiniaceae) a fim de verificar sua natureza reparativa ou adicional; (2) induzir a formação de gemas nos sistemas radiculares através do corte da parte aérea da planta ou do anelamento ou seccionamento das raízes laterais das espécies arbóreas florestais Esenbeckia febrifuga (St. Hil.) Juss. ex Mart. (Rutaceae) e Hymenaea courbaril L. (Caesalpiniaceae) para entender os possíveis fatores de indução; (3) caracterizar a natureza estrutural dos sistemas subterrâneos gemíferos das espécies herbáceo-subarbustivas Baccharis subdentata DC., Eupatorium maximilianii Schrad. ex DC., E. squalidum DC., Lucilia lycopodioides (Less.) S.E. Freire, Vernonia brevifolia Less., V. grandiflora Less., V. herbacea (Vell.) Rusby e V. platensis (Spreng.) Less. (Asteraceae) ocorrentes no Cerrado para definir a terminologia correta destes sistemas, além de identificar a origem de suas gemas. Os resultados obtidos revelaram que as gemas formadas nas estacas radiculares das três espécies arbóreas são de origem reparativa, visto que são exógenas e se formam a partir do calo ou da proliferação do parênquima floemático, não sendo observados traços vasculares da gema no xilema secundário. Fragmentos da casca da raiz de Bauhinia forficata também formam gemas reparativas a partir do felogênio de cicatrização formado no calo localizado na face interna da casca. No ensaio para induzir a formação de gemas em sistemas radiculares, Hymenaea courbaril não respondeu a nenhum dos testes de indução aplicados enquanto as raízes de Esenbeckia febrifuga formaram brotos quando houve a remoção da parte aérea da planta ou quando as raízes foram seccionadas, isolando-as da planta de origem. Os estudos dos sistemas subterrâneos gemíferos das espécies do Cerrado permitiram verificar a ocorrência de xilopódio em Baccharis subdentata, Eupatorium maximilianii, E. squalidum e Vernonia grandiflora, de raiz tuberosa em Vernonia brevifolia e de rizóforos em Lucilia lycopodioides, Vernonia herbacea e V. platensis. Nessas espécies, as gemas possuem diferentes sítios de iniciação, podendo ser de origem axilar ou a partir do câmbio vascular, do periciclo proliferado ou da proliferação do parênquima cortical.
Palavras-chave: Cerrado, estaca radicular, propagação vegetativa, raiz tuberosa, rizóforo, xilopódio
Orientadora: Beatriz Appezzato-da-Glória
Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
23 Out 2006 -
Data do Fascículo
2005