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Biometria de frutos e sementes, germinação e crescimento do angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul) em diferentes condições de substrato e luminosidade

DISSERTAÇÕES E TESES

Biometria de frutos e sementes, germinação e crescimento do angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul) em diferentes condições de substrato e luminosidade

Ana Carolina da Cunha Rodrigues

Dissertação (Mestrado em Botânica)- Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, BA. , 2005

RESUMO

A maior parte da região Nordeste do Brasil é composta por dois importantes Biomas, a Caatinga e a Mata Atlântica, com características peculiares de clima e fisionomia, possuindo espécies vegetais de grande importância, muitas Fabaceae, que podem levar o Nordestino a superar melhor as dificuldades impostas tanto pela natureza quanto pelos impactos ambientais causados pelo próprio homem. Uma dessas espécies, pouco freqüente mas amplamente difundida pelo Brasil e países vizinhos, é conhecida por angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul) – Fabaceae, Mimosoideae – que possui elevado potencial econômico sendo bastante utilizado como ornamental, medicinal, para o fornecimento de tanino, resina, madeira e mel, e devido a esse uso intenso aliado aos problemas de degradação ambiental, é considerado sob risco de extinção. Baseado nessas relevâncias apresentadas e tendo em vista os problemas de uso inadequado do solo, antropização, pobreza, entre outros ocorrentes no Nordeste, o presente trabalho objetivou desenvolver estudos comparativos, morfométricos, germinativos e de crescimento, de indivíduos procedentes de duas áreas climáticas distintas, para analisar se há diferenças morfológicas entre as populações e a variabilidade dentro delas também quando submetidas a condições de laboratório e de viveiro, com diferentes tipos de solos e luminosidades. Primeiramente frutos e sementes foram medidos e pesados e o teor de água feito em estufa a 60ºC durante 72 horas ou até que o peso fosse estabilizado. Para avaliar comparativamente a germinação, foram observados a porcentagem de germinação (%G), o tempo médio (t) e o índice de velocidade de germinação (IVG) em germinador a 30ºC ± 1 com 12 horas de luz e em viveiros com diferentes tipos de solos e luminosidades. Para avaliar o crescimento, mudas dessas duas populações foram colocadas em um arranjo Fatorial 2X5X3 estruturados em um Delineamento Inteiramente Casualizado e tiveram mensurados a altura da planta (cm), o número de folhas, diâmetro do caule (mm) e matéria seca (g). As médias dos frutos de Cruz das Almas e Tanquinho variaram, respectivamente, entre 21,64 e 17,73cm para comprimento, 1,86 e 1,70cm para largura, e 7,33 e 4,78g para massa. Para as sementes, as médias variaram entre 14,25 e 12,72mm, 13,75 e 10,20mm e 0,18 e 0,11g, respectivamente para comprimento, largura e massa procedentes de Cruz das Almas e Tanquinho. Os graus de umidade se encontraram entre 6,92 e 8,14%. Para germinação, a luminosidade mais adequada é a de 30% de luz na areia. A população de Tanquinho se mostrou mais vigorosa podendo ser explicada como estrategicamente adaptada para rapidez de estabelecimento, aproveitando as condições favoráveis ao subseqüente desenvolvimento. Com relação ao crescimento, os diferentes tipos de solos e luminosidades utilizados interferiram significativamente, causando variações consideráveis nos caracteres mensurados e as diferentes procedências também se comportaram de maneira distinta. O solo 2 sob 30% de luz favoreceu maior crescimento em altura e maior número de folhas. O solo 2 a pleno sol favoreceu maior diâmetro do caule e os tratamentos mantidos nessa luminosidade apresentaram menor peso de matéria seca. Esses comportamentos diferenciados das mudas e as variações morfofisiológicas dos indivíduos das duas populações sugerem diferenças adaptativas de uma mesma espécie a diferentes condições climáticas dos hábitats em que ocorrem, contribuindo para o sucesso ecológico e evolutivo dessa espécie.

Palavras-chave: ecofisiologia, desenvolvimento, produção, adaptação

Orientador : Juan Tomás Ayala Osuna

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Out 2006
  • Data do Fascículo
    2006
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