Acessibilidade / Reportar erro

Oswaldo Cruz

NOSSA CAPA

OUR MAGAZINE COVER

Oswaldo Cruz

Oswaldo Cruz, médico e sanitarista brasileiro, fundador da medicina experimental no Brasil, nasceu em São Luís do Paraitinga (SP), em 5 de agosto de 1872. Seu nome completo era Oswaldo Gonçalves Cruz. Aos 14 anos ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Durante os seis anos em que freqüentou o curso, não demonstrou grande interesse pela clínica, mas sentiu-se completamente fascinado pelo mundo microscópico, que começava a ser revelado pelas descobertas de Louis Pasteur, Robert Koch e outros investigadores. A chamada revolução pausteuriana estava promovendo uma transformação radical na medicina. Doutorou-se em 1892, defendendo a tese A Veiculação Microbiana pelas Águas.

Em janeiro de 1893, logo após a conclusão do curso de medicina, Oswaldo Cruz casou-se com Emília da Fonseca. Dessa união, nasceriam seis filhos: Elisa, Bento, Hercília, Oswaldo, Zahra e Walter. Clinicou no Rio de Janeiro até meados de 1896, quando viajou para a França. Em Paris, estagiou no Instituto Pasteur e, em seguida, na Alemanha.

Regressou ao Brasil em 1899, quando foi designado para organizar o combate ao surto de peste bubônica em Santos (SP) e em outras cidades portuárias. Nomeado em 1902 para dirigir o Instituto Soroteápico, atual Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conseguiu reunir uma excelente equipe de jovens pesquisadores, com os quais fez a instituição atingir elevado nível como centro de fabricação de vacinas e de medicina experimental.

Em 26 de março de 1902, foi nomeado diretor geral da Saúde Pública, com o objetivo de erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola no Rio de Janeiro. Iniciou um rigoroso programa de combate ‹s moléstias, com isolamento dos doentes, vacinação obrigatória e suas famosas brigadas de "mata-mosquitos", guardas sanitários que percorriam as residências eliminando focos do mosquito transmissor da febre amarela.

Teve que enfrentar cerrada oposição de parte dos positivistas, de políticos e de vários jornais cariocas, entre eles o Correio da Manhã, que o ridicularizavam em caricaturas. Mesmo diante da antipatia popular, Oswaldo Cruz não cedeu em nenhum momento, graças ao apoio do presidente da República, Rodrigues Alves, que enfrentou até uma revolta popular, que passou para a história como a Revolta da Vacina, causada pela ação do sanitarista.Graças à sua determinação, em 1906 só se registraram 39 casos de febre amarela no Rio de Janeiro, quatro casos em 1907 e nenhum em 1908. Outras medidas preventivas acabaram com as epidemias de peste bubônica e de varíola.

Em 19 de agosto de 1909, deixou a direção da Saúde Pública por motivo de saúde. Em 26 de junho de 1913 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, na vaga do poeta Raimundo Correia. Em 18 de agosto de 1916 assumiu o cargo de prefeito de Petrópolis (RJ), mas, cada vez mais doente, renunciou em janeiro do ano seguinte. Morreu logo depois, na mesma cidade de Petrópolis, em 11 de fevereiro de 1917.

Oswaldo Cruz, Brazilian doctor and sanitarist, founder of experimental Medicine in Brazil, was born in São Luís do Paraitinga, SP, on August 5, 1872. His complete name was Oswaldo Gonçalves Cruz. He was 14 years old when he went into Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. During the six years in which he attended the course, he did not show much interest in clinic, but felt completely fascinated by the microscopic world, that was beginning to be revealed by the discoveries of Louis Pasteur, Robert Koch and other researchers. The so-called Pasteur revolution promoted a radical transformation in Medicine. He graduated in 1892, presenting the thesis "Microbe dissemination through water".

In January, 1893, right after graduation, Oswaldo Cruz married Emília da Fonseca. Six children resulted from this marriage: Elisa, Bento, Hercília, Oswaldo, Zahra and Walter. He practiced Medicine in Rio de Janeiro until the middle of 1896, when he Medicine in Rio de Janeiro until the middle of 1896, when he Instituto Pasteur and, after that, in German

Oswaldo Cruz returned to Brazil in 1899, when he was designated to organize the fight against the outbreak of bubonic plague in Santos, SP, as well as in other ports. Named in 1902 to direct the Instituto Soroterápico, currently Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), he managed to assemble an excellent group of young researchers with whom he made the institution achieve a high level as a center of vaccine manufacturing and of experimental Medicine.

On March 26, 1902, Cruz was named general-director of Public Health, aiming to eradicate yellow fever, bubonic plague and smallpox in Rio de Janeiro. He started a rigorous program to fight diseases, with the sick people's isolation, obligatory vaccination and the famous brigades of employees of the Sanitary and Hygiene Department who kill mosquito larvae and destroy their breeding places, while going from door to door.

He had to face strong opposition by positivists, politicians and several newspapers in Rio, among which was the Correio da Manhã, that used to make fun of him in caricatures. Even in the face of popular dislike, Oswaldo Cruz did not yeld in any moment, supported by President Rodrigues Alves, who faced even a popular revolt that entered History as "The Vaccination Revolt", caused by the sanitarist's action

Thanks to his determination, in 1906 only 39 cases of yellow fever were registered in Rio de Janeiro; four cases in 1907 and none in 1908. Other preventive measures put an end to the epidemics of bubonic plague and smallpox.

On August 19, 1909, Cruz quit the direction of Public Health because of health problems. On June 26, 1913, he was elected in Academia Brasileira de Letras, to the vacancy of poet Raimundo Correia. On August 18, 1916, he took over as the mayor of Petrópolis, but, sicker and sicker, resigned in the following January. He died right after that, in the same town of Petrópolis, on January 11, 1917.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Ago 2002
  • Data do Fascículo
    2002
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica, Rua Dois de Dezembro,78/909 - Catete, CEP: 22220-040v - Rio de Janeiro - RJ, Tel.: +55 21 - 3077-1400 / 3077-1408, Fax.: +55 21 - 2205-3386 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: jbpml@sbpc.org.br