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Doenças crônicas

EDITORIAL EDITORIAL

Doenças crônicas

As doenças crônicas são as principais causas de morte no mundo, às quais foram atribuídas 35 milhões de óbitos em 2005, quase 60% da mortalidade mundial e 45,9% da carga global de doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se essa tendência for mantida, elas deverão responder por 73% dos óbitos e 60% da carga de doenças no ano 2020.

Nos países das Américas e no Caribe, as doenças crônicas chegam a ser a causa de 75% dos óbitos, sendo que as doenças cardiovasculares (DCV) são responsáveis por aproximadamente 30% das mortes, cujos principais fatores de risco são a hipertensão arterial, o tabagismo, o colesterol elevado, a obesidade, os hábitos alimentares não-saudáveis e o sedentarismo. Em 2000, estimativas indicaram que, nesses locais, a prevalência da hipertensão variou de 14% a 40% entre indivíduos na faixa de 34 a 64 anos, perfazendo um total de 140 milhões de hipertensos. Estimaram-se também, nas Américas e no Caribe, cerca de 35 milhões de pessoas com diabetes e calcula-se que serão 64 milhões até o ano de 2025. Essas duas condições acarretam um aumento constante na prevalência de DCVs, em particular a doença isquêmica do coração e o acidente vascular cerebral (AVC), bem como insuficiência renal, cegueira, entre outras.

A rápida ascensão das doenças não-transmissíveis representa um grande desfio para o setor de saúde em relação ao desenvolvimento global. Em países desenvolvidos já se reconhecem, há décadas, as ameaças dessas doenças, sendo cada vez mais preocupante a sua predominância nos países em desenvolvimento.

Na tentativa de modificar os comportamentos de risco, as intervenções inicialmente eram direcionadas apenas para os indivíduos. No início dos anos 1970, os programas de prevenção das doenças crônicas já começaram a tomar forma de projetos de intervenções comunitárias, que continuaram a se intensificar na década seguinte. Assim foram implementados alguns projetos sobre essas doenças, através da redução concomitante dos fatores de risco comuns.

As evidências obtidas mostram que o campo da prevenção é um ponto fundamental a ser abordado e que precisa ser aprofundado à medida que os programas são implementados e avaliados em cada contexto específico.

Programas bem-sucedidos são aqueles que adotam um modelo multidimensional e incorporam diversos níveis de ação, como políticas nacionais, ações comunitárias e melhoria do acesso aos serviços de saúde e aumento da resolubilidade.

Considerando-se que a população mundial está envelhecendo e as doenças crônicas são altamente prevalentes nos idosos, se nossos gestores em saúde, sejam eles públicos ou privados, não investirem seriamente em ações de promoção e prevenção, os custos dessas enfermidades ficarão impossíveis de serem pagos.

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), tendo conhecimento da sua importância e responsabilidade como uma instituição que promove apoio aos serviços da saúde auxiliando o diagnóstico, a prevenção, o tratamento e o controle das doenças que hoje têm grande impacto em nossa população, no seu 40º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, dará ênfase especial à abordagem das doenças cônicas e ao envelhecimento.

Antonia M. O. Machado

Vice-diretora científica da SBPC/ML

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jun 2006
  • Data do Fascículo
    Fev 2006
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