Resumos
As glândulas sebáceas ectópicas são achados muito infrequentes no trato genital feminino. Descrevemos um caso que ocorreu em paciente de 42 anos de idade, submetida à histerectomia total, devido à leiomiomatose e ao prolapso uterino.
Glândulas sebáceas; Cérvice uterina
The ectopic sebaceous glands have been extremely rare findings in female genital system. We describe the case of 42 years-old patient with total hysterectomy due to leiomyomatosis and uterine prolapsed.
Sebaceous glands; Uterine cervix
COMUNICAÇÃO BREVE BRIEF COMMUNICATION
Achado incidental de glândula sebácea em colo uterino: provavelmente um processo metaplásico
An incidental finding of sebaceous glands in the uterine cervix: a probable metaplastic process
Daniel Cury OgataI; Elisiário Pereira NetoII; Daiana Paola PerinIII; Bruna Miers MayIV
IMestre em Cirurgia; patologista
IIPatologista; docente do curso de Medicina da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
IIIGraduanda de Medicina na UNIVALI
IVGraduanda de Medicina na UNIVALI
Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Daniel Cury Ogata Rua Expedicionário Marquetti, 65 CEP: 88301-620 Itajaí-SC
RESUMO
As glândulas sebáceas ectópicas são achados muito infrequentes no trato genital feminino. Descrevemos um caso que ocorreu em paciente de 42 anos de idade, submetida à histerectomia total, devido à leiomiomatose e ao prolapso uterino.
Unitermos: Glândulas sebáceas, Cérvice uterina
ABSTRACT
The ectopic sebaceous glands have been extremely rare findings in female genital system. We describe the case of 42 years-old patient with total hysterectomy due to leiomyomatosis and uterine prolapsed..
Key words: Sebaceous glands, Uterine cervix
Recentemente, fomos surpreendidos por um achado inusitado de glândula sebácea ectópica no colo uterino de uma mulher de 42 anos de idade. A referida paciente foi submetida à histerectomia total, devido a um quadro de leiomiomatose, acompanhado de prolapso uterino grau I. Após o encontro da glândula sebácea, foram realizados cortes e recortes adicionais, os quais não revelaram outros focos. Não havia evidência de folículo piloso e a glândula comunicava-se diretamente com a mucosa sobrejacente (Figura). As glândulas sebáceas são estruturas derivadas da ectoderme e sua ocorrência ectópica tem sido descrita na cavidade oral (grânulos de Fordyce), no pênis (glândulas de Tyson) e no mamilo (tubérculos de Montgomery). Algumas dessas lesões são muito comuns e são consideradas corriqueiras(2). A presença de glândulas sebáceas ectópicas também tem sido documentada no trato genital feminino inferior e no esôfago(1, 2). Nessa topografia, pode ocorrer tanto como lesão isolada como na forma de múltiplas lesões(1). Na maioria das vezes, as glândulas sebáceas apresentam-se como estruturas únicas ou formando pequenos lóbulos sebáceos, situados imediatamente abaixo da mucosa, sem evidências de um folículo piloso (glândulas sebáceas "livres")(2). A maioria dos casos de glândulas sebáceas ectópicas de vagina e cérvice relatados na literatura foram achados incidentais(2). Algumas pacientes tinham história de prolapso uterino, biópsias cervicais repetitivas, amputação cervical parcial e pólipo endocervical(2). Todas essas situações têm suportado a origem metaplásica das glândulas sebáceas "livres", havendo respaldo relevante por alguns autores, principalmente nos casos de prolapso uterino(2, 3), como no presente caso. Isso porque a injúria crônica e repetitiva da mucosa poderia induzir a queratinização epitelial e, posteriormente, a formação das glândulas sebáceas "livres". Entretanto, nos casos em que se observa unidade pilo-sebácea, uma substituição congênita poderia ser a causa mais lógica do que a origem metaplásica(2, 3).
Primeira submissão em 13/12/11
Última submissão em 23/12/11
Aceito para publicação em 29/12/11
Publicado em 20/06/12
- 1. BHAT, R. V.; RAMASWAMY, R. R.; YELAGONDAHALLY, K. C. Ectopic sebaceous glands in the esophagus: a case report and review of literature. Saudi J Gastroenterol, v. 14, n. 2, p. 83-4, 2008.
- 2. KAZAROV, D. V. et al Hyperplasia of ectopic sebaceous glands in the uterine cervix: case report. Int J Gynecol Pathol, v. 29, n. 6, p. 605-8, 2010.
- 3. ROMA, A. A. Sebaceous glands in the uterine cervix and vaginal wall: congenital misplacement, metaplastic process, or both? Int J Gynecol Pathol, v. 29, n. 5, p. 488-9, 2010.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
28 Set 2012 -
Data do Fascículo
Jun 2012
Histórico
-
Recebido
13 Dez 2011 -
Aceito
29 Dez 2011 -
Revisado
23 Dez 2011