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EDITORIAL

Há alguns meses, quando informalmente consultado pelo Dr. Fernando Cendes para assumir a atribuição de Editor do JECN, lembro-me distintamente do inicial efeito lisonjeiro de suas palavras, típico daquele velho traço de vaidade inerente a condição humana. Durou poucos segundos. A reação mais cortical sobreveio e na seqüência, descrevi a ele minha impressão sobre o potencial perfil de um novo Editor para JECN. Claramente não consegui me enquadrar no mesmo. Lembro-me de haver sugerido alguns outros nomes, em minha análise, melhor capacitados. A conversa apenas progrediu para sua versão oficial alguns meses após, quando um telefonema sugeria polidamente a necessidade de uma definição, ao mesmo tempo em que já declinava as exigências do cargo. Percebi então que era realmente este o seu desejo, anui e hoje espero fazer jus à confiança depositada.

O grande número de e-mails enviados nos dias subseqüentes pela nossa secretária Nurma Ramos Pereira deixou claro o grau de envolvimento necessário e, em um aspecto mais ameno, a organização e eficiência de uma estrutura construída ao longo de anos de trabalho árduo de Editores Executivos e Associados. Além do alicerce representado pela própria secretária, coordenando e distribuindo o recebimento de artigos e os inexoráveis "deadlines". Um ótimo ambiente, sem dúvida e sinto-me particularmente honrado com a chance de ampliar minha participação neste esforço. Ainda neste sentido, a seção "Views and Reviews" (anteriormente "Controvérsias em Epilepsia"), a qual tive o privilégio de conduzir por quase 10 anos, à convite do Dr. Jaderson Costa da Costa, deverá ser assumida por um novo Editor Convidado. Seu nome será anunciado no próximo número deste jornal.

Nesta edição do JECN dois artigos originais merecem destaque. No interessante trabalho de Petri Filho e colaboradores fica evidente o direcionamento das técnicas neurocirúrgicas no sentido detecção precoce (e esperançosamente inibição efetiva) de descargas epilépticas via dispositivos implantados. Mantoan e colaboradores enfatizam aspectos de qualidade de vida, precedendo o tratamento cirúrgico de epilepsia, revisitando o efeito devastador desta condição e o potencial de recuperação em vários domínios, nos casos bem sucedidos. Complementando este universo, a oportuna revisão de Fernandes e colaboradores sobre o estigma associado a epilepsia demonstra de forma clara que em adição a técnicas cirúrgicas sofisticadas e instrumentos de detecção do ônus proporcionado pela epilepsia, há um nível de intervenção social absolutamente necessário para a verdadeira (re)inserção destas pessoas na comunidade.

Aproveito para desejar a todos os nossos leitores, votos de um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações.

Luciano De Paola

Editor

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Maio 2007
  • Data do Fascículo
    Dez 2006
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