EDITORIAL
O cuidado com pessoas portadoras de epilepsia envolve muito mais do que trata as crises epilépticas. O fato é conhecido e representa um claro subproduto da multiplicidade de aspectos sociocomportamentais relacionados a essa condição, sobejamente discutidos nesta e outras publicações.
Inegavelmente, contudo, os fármacos antiepilépticos constituem a primeira abordagem terapêutica após o estabelecimento do diagnóstico. Neste número do JECN três artigos são dirigidos a aspectos diretamente relacionados ao manejo medicamentoso da epilepsia. Fagiolino e colaboradores discutem vantagens e desvantagens das formulações de liberação lenta do divalproato de sódio. Lin e colaboradores avaliam hiperplasia gengival associada ao uso de drogas, com ênfase a não-exclusividade da fenitoína neste efeito colateral. Finalmente, Dias e colaboradores discutem potenciais efeitos adversos psiquiátricos relacionados ao uso do topiramato, em dois pacientes.
No manejo clínico destaca-se a extensa série de Tedrus e Fonseca, em que a análise de 1162 crianças permitiu discutir a correlação clínico-eletrencefalográfica em crises febris. A abordagem cirúrgica em epilepsia trás os promissores resultados de Melo e colaboradores em um seleto grupo de epilepsias refratárias relacionadas a presença de tumores cerebrais de crescimento lento.
Artigos de "consenso em manejo" são sempre bem-vindos e este em particular, enfocando o conceito de "episódios de possível ameaça a vida" e seu diagnóstico diferencial com a primeira crise convulsiva certamente não é exceção, pontuando a interessante contribuição de Rivarola e Nunes (aqui representando o Comitê de Síndrome da Morte Súbita do Lactente – Associação Latino Americana de Pediatria).
A todos, boa leitura!
Luciano De Paola
Editor
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
23 Jun 2008 -
Data do Fascículo
Jun 2007