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EDITORIAL

EDITORIAL

O Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology tem privilegiado – esperamos com algum sucesso – o teor multifacetário em suas publicações, procurando contemplar de forma equânime as várias áreas de interesse em epileptologia. Este número, contudo, pontua dois aspectos recorrentes na submissão contribuições ao nosso jornal.

Primeiramente, chama atenção o crescente interesse dos autores mais jovens e colaboradores tradicionais por aspectos psicossociais, de qualidade de vida e comorbidades, relacionados à condição de viver com epilepsia. Sexualidade (Vicentiis et al.), depressão (Oliveira et al.), exercícios físicos (Vieira et al.) e ações educativas em nível de ensino fundamental (Guilhoto et al.) apareceram com destaque neste volume e endossam de forma clara a idéia de que tratar epilepsia envolve muito mais do que controlar crises. Mais do que uma tendência editorial, é nossa expectativa que essa informação possa ser agregada aos cuidados gerais da pessoa com epilepsia nos consultórios de cada um de nossos leitores.

Finalmente, a Dra. Elza Márcia Yacubian discute os medicamentos genéricos no tratamento da epilepsia. Nada mais oportuno e igualmente prático. Em seu último número, o AES News (boletim informativo da American Epilepsy Society) enfoca com destaque este tema a partir de um questionário encaminhado a seus membros. A grande maioria dos consultados (93%) não acredita na bioequivalência terapêutica das medicações genéricas, a despeito das informações em contrário disponibilizadas pelo FDA. Muitos observaram recorrência de crises ou efeitos colaterais mais significativos com o uso de genéricos. Porém poucos (13% apenas) reportaram este tipo de ocorrência. O lado econômico desta questão, contudo, merece e deve ser apreciado, particularmente em nosso e outros países menos favorecidos. Há ampla margem para o debate. Claramente há também necessidade de informação mais cientificamente embasada e do estabelecimento de estratégias terapêuticas balanceadas em risco e benefício conhecido, como bem conclui a Dra. Yacubian. Em jogo estão a garantia do acesso de nossos pacientes a sua medicação e os reais limites de sua segurança. Ambos precisam estar assegurados.

A todos, boa leitura!

Luciano De Paola

Editor

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Dez 2007
  • Data do Fascículo
    Set 2007
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