Acessibilidade / Reportar erro

Hipertensão arterial sistêmica severa em paciente jovem

Severe systemic arterial hypertension in a young patient

DESAFIO TERAPÊUTICO

Hipertensão arterial sistêmica severa em paciente jovem

Severe systemic arterial hypertension in a young patient

Telmo P. BonamigoI; Nilon Erling Jr.II; Márcio Luís LucasIII; Claudia BiancoIV; Ana Lúcia CaetanoV

IProfessor adjunto, Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA). Chefe do Serviço de Cirurgia Vascular, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, RS

IIResidente de Cirurgia Vascular, FFFCMPA, Porto Alegre, RS

IIIMestrando da FFFCMPA. Cirurgião vascular, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, RS

IVMestre. Cirurgiã vascular, Santa Casa de Misericórdia de P. Alegre, RS

VCirurgiã vascular, Hospital de Caridade de Ijuí, RS

Parte I - Caso Clínico

Paciente masculino de 20 anos procurou emergência clínica queixando-se de cefaléia holocraniana. Apresentava esse sintoma há 3 meses, quando também recebeu o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS), sendo medicado com captopril 50 mg/dia. O paciente negava outras queixas ou antecedentes patológicos, mas tinha o hábito do tabagismo nos últimos 5 anos, com consumo de uma carteira/dia.

O paciente foi internado pelo cardiologista e, após tratada a crise hipertensiva, foi solicitada avaliação por cirurgião vascular por apresentar pulsos em membros inferiores com amplitude diminuída.

Ao exame físico, o paciente apresentava edema de face e membros superiores. Os pulsos cervicais e em membros superiores eram normais e não havia sopros. A ausculta cardíaca não apresentava anormalidades, e a pressão arterial braquial era de 170/100 mmHg bilateralmente. A aorta abdominal não era palpável nem se auscultava sopro abdominal. A amplitude dos pulsos femorais era diminuída, mas simétrica. Não se palpavam pulsos distais. A pressão no tornozelo direito e esquerdo era de 105 mmHg (índice tornozelo-braquial: 0,61).

Os exames laboratoriais na internação eram: hemoglobina 12,7 mg/dl, uréia 41 mg/dl, creatinina 1,1 mg/dl. O eletrocardiograma era normal, e o radiografia de tórax mostrava discreto aumento da área cardíaca.

O paciente foi submetido a arteriografia por punção braquial, que evidenciou aorta ascendente, arco aórtico, troncos supra-aórticos e aorta descendente com anatomia preservada (Figura 1) e oclusão da aorta abdominal em seu segmento médio, não se identificando as artérias renais, mas com a presença de rica circulação colateral nessa região (Figura 2). Esse estudo foi complementado por arteriografia por punção femoral, que evidenciou a recanalização da aorta infra-renal sem doença nesse segmento ou nas artérias ilíacas (Figura 3).




Como pode ser visto, trata-se de um caso com alguns desafios diagnósticos e terapêuticos.

Gostaríamos de colocar em discussão:

• Qual o diagnóstico mais provável nesse caso?

• O paciente necessita de alguma intervenção cirúrgica ou pode manter-se em tratamento clínico da hipertensão?

• Qual seria a evolução desse paciente em longo prazo apenas com tratamento clínico?

• Se houver indicação de procedimento cirúrgico, o que você proporia?

• Que tipo de revascularização visceral você indicaria e como a faria?

• Quais os resultados esperados?

Artigo submetido em 17.08.05, aceito em 09.11.05.

Veja a continuação desta seção com a resposta do desafio terapêutico na página 401. (Hipertensão arterial sistêmica severa em paciente jovem - Parte II)

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Maio 2006
  • Data do Fascículo
    2005
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) Rua Estela, 515, bloco E, conj. 21, Vila Mariana, CEP04011-002 - São Paulo, SP, Tel.: (11) 5084.3482 / 5084.2853 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: secretaria@sbacv.org.br