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O fator de impacto do Jornal Vascular Brasileiro

EDITORIAL

O fator de impacto do Jornal Vascular Brasileiro

Winston B. Yoshida

Editor-chefe, J Vasc Bras.

Uma das formas de se avaliar objetivamente a produção científica de determinado país, instituição ou mesmo autor é através do volume numérico de suas publicações. A citação dessas publicações por outros autores apontam para a sua repercussão e importância no cenário científico nacional ou mundial. Através da relação numérica publicação/citações é que se calcula o fator de impacto (FI).

O cálculo é feito dividindo-se o número de citações no Science Citation Index pelo número de artigos publicados nos 2 anos precedentes. Somente as publicações indexadas no Institute of Scientific Information (ISI), que por sua vez são indexadas no MEDLINE, têm esse fator calculado periodicamente1. A importância desse cálculo vem crescendo, desde que o FI passou a ser adotado por inúmeras instituições, governamentais ou não, como diferencial na avaliação das revistas científicas e dos autores no concorrido palco da pesquisa mundial.

No Brasil, o FI tem sido usado como parâmetro de avaliação de qualidade da produção científica dos autores e dos periódicos, inclusive por comissões e órgãos governamentais, como é o caso da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que classifica os nossos cursos de pós-graduação e seus orientadores, a partir das publicações de teses geradas, conforme o FI das revistas.

As publicações em revistas nacionais indexadas no SciELO (Qualis A Nacional) pontuam apenas os cursos, e não os orientadores. A impressão é de que os dirigentes dessas instituições acreditam que tudo o que é publicado no Brasil é ruim ou de qualidade inferior1. Deve-se considerar que, algumas vezes, os números do FI não refletem a qualidade do artigo, pois muitos podem ter um número grande de citações exatamente por seus aspectos negativos. Além disso, muitas pesquisas regionais publicadas em revistas nacionais são importantes para o país, mas não geram FI, apesar da alta qualidade1.

As revistas nacionais indexadas no MEDLINE tendem a apresentar baixos FI, por variados motivos: pela pouca disponibilidade dessas revistas nas bibliotecas da Europa e EUA; porque os autores nacionais preferem ou são obrigados a publicar seus melhores trabalhos em revistas internacionais; pela prática existente entre os autores nacionais de não citarem seus colegas brasileiros e latino-americanos1,2.

O Jornal Vascular Brasileiro vem insistindo no sentido de que, em nossos artigos, sejam citados esses autores2,3, sendo essa uma recomendação expressa na lista de verificação das normas da revista. Acredito que este esforço tem gerado resultados, pois nos indicadores do SciELO (www.scielo.br/jvb) e Scopus (www.scimagojr.com), as citações de nossos artigos vêm crescendo aos poucos (Figuras 1 e 2).



De acordo com o SciELO, o FI de nossa revista já subiu de 0,2308 para 0,2436 entre 2007 e 2008, sendo que o ano de 2008 ainda está em curso. Entretanto, esse crescimento ainda é muito pequeno. Como observado por Costa Val et al.2 e Bonamigo3, ainda há que se trabalhar muito para mudar o pernicioso hábito dos autores brasileiros de não citarem as ótimas publicações de seus conterrâneos e colegas latino-americanos presentes nesta revista ou em outros periódicos nacionais ou da América Latina.

Apesar das limitações já apontadas, o FI está consagrado como indicador de qualidade de uma revista, e quanto maior for esse índice, mais procurada será a revista pelos autores, que, dessa forma, terão as suas contribuições atingindo um público maior e conseqüentemente, dando origem a novas citações, como um ciclo virtuoso, importante para nossa revista.

Para tanto, precisamos do engajamento dos colegas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, enviando seus artigos, bem como fazendo as referidas citações. Essas medidas trarão maior pontualidade e qualidade à revista, fatores importantes para pleitearmos a indexação MEDLINE e, conseqüentemente, a medição do FI de forma regular.

Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste editorial.

  • 1. Pinto AC, Andrade JB. Fator de impacto de revistas científicas: qual o significado deste parâmetro? Quim Nova. 1999;22:448-53.
  • 2. Costa-Val R, Sousa Fş JC. A produção científica do J Vasc Bras: conquistas e desafios. J Vasc Bras. 2008;7:6-17.
  • 3. Bonamigo TP. A produção científica do J Vasc Bras. J Vasc Bras. 2008;7:1-2.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    08 Dez 2008
  • Data do Fascículo
    Set 2008
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