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Fatores de morbimortalidade na cirurgia eletiva do aneurisma da aorta abdominal infra-renal: experiência de 134 casos

Resumos

CONTEXTO: O tratamento cirúrgico convencional do aneurisma da aorta abdominal (AAA) infra-renal pode resultar em complicações graves. A fim de otimizar os resultados na evolução do tratamento, é importante que sejam identificados os pacientes predispostos a determinadas complicações e instituídas condutas preventivas. OBJETIVOS: Avaliar a taxa de mortalidade operatória precoce, analisar as complicações pós-operatórias e identificar os fatores de risco relacionados com a morbimortalidade. MÉTODO: Foram analisados 134 pacientes com AAA infra-renal submetidos a correção cirúrgica eletiva no período de fevereiro de 2001 a dezembro de 2005. RESULTADOS: A taxa de mortalidade foi de 5,2%, sendo secundária principalmente a infarto agudo de miocárdio (IAM) e isquemia mesentérica. As complicações cardíacas foram as mais freqüentes, seguidas das pulmonares e renais. A presença de diabetes melito (DM), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), insuficiência coronariana (ICO) e cintilografia miocárdica positiva para isquemia estiveram associadas às complicações cardíacas. A idade avançada, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a capacidade vital forçada reduzida aumentaram os riscos de atelectasia e pneumonia. História de nefropatia, tempo de pinçamento aórtico prolongado e níveis de uréia elevados aumentaram os riscos de insuficiência respiratória aguda (IRA). A isquemia dos membros inferiores esteve associada ao tabagismo e à idade avançada, e a maior taxa de mortalidade, à presença de coronariopatia, tempos prolongados de pinçamento aórtico e de cirurgia. CONCLUSÃO: A taxa de morbimortalidade esteve compatível com a literatura nacional e internacional, sendo secundária às complicações cardíacas, respiratórias e renais. Os fatores de risco identificados no pré e transoperatório estiveram relacionados com essas complicações.

Aneurisma da aorta abdominal; morbidade; mortalidade; procedimentos cirúrgicos eletivos; fatores de risco


BACKGROUND: Conventional surgical treatment of infrarenal abdominal aortic aneurysm (AAA) can result in serious complications. To optimize treatment outcome it is important to identify patients at risk of having complications and implement prophylaxis. OBJECTIVES: To analyze early surgical mortality rate and postsurgical complications, and to identify risk factors related to morbidity and mortality. METHOD: A total of 134 patients with infrarenal AAA submitted to elective surgical correction from February 2001 to December 2005 were analyzed. RESULTS: The mortality rate (5.2%) was secondary mainly to acute myocardial infarction and intestinal ischemia. Heart-related complications were the most frequent, followed by lung and kidney complications. Presence of diabetes mellitus, congestive heart failure, coronary artery disease, and scintigraphy suggestive of ischemia were related to cardiac complications. Advanced age, chronic obstructive lung disease and reduced forced vital capacity were related to higher risks of atelectasis and pulmonary infection. Presence of renal failure, prolonged aortic clamping and high urea rates were related to acute renal failure. Smoking and advanced age were associated with lower limb ischemia. Presence of obstructive coronary insufficiency and prolonged aortic clamping and surgery time were associated with higher mortality rate. CONCLUSION: The morbidity and mortality rate was compatible with data found in the national and international literature, secondary to cardiac, pulmonary and kidney complications. Identified risk factors before and during the surgery were related to these complications.

Abdominal aortic aneurysm; morbidity; mortality; elective surgical procedures; risk factors


ARTIGO ORIGINAL

Fatores de morbimortalidade na cirurgia eletiva do aneurisma da aorta abdominal infra-renal: experiência de 134 casos

Aquiles Tadashi Ywata de CarvalhoI; Vanessa Prado dos SantosII; Álvaro Razuk FilhoIII; Walter KarakhaianIII; Henrique Jorge Guedes NetoIII; Valter Castelli Jr.III; Roberto Augusto CaffaroIV

IMestre em Medicina, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP. Especialista em Cirurgia Vascular e Endovascular, Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Membro efetivo, SBACV

IIDoutora em Medicina, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP

IIIDoutor. Professor adjunto, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP

IVDoutor. Professor adjunto e chefe, Disciplina de Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Faculdade de Ciências Médicas, Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP

Correspondência Correspondência: Aquiles Tadashi Ywata de Carvalho Rua Oito de Dezembro, 291/601, Graça CEP 40150-000 - Salvador, BA Email: aquiles_tadashi@yahoo.com.br

RESUMO

CONTEXTO: O tratamento cirúrgico convencional do aneurisma da aorta abdominal (AAA) infra-renal pode resultar em complicações graves. A fim de otimizar os resultados na evolução do tratamento, é importante que sejam identificados os pacientes predispostos a determinadas complicações e instituídas condutas preventivas.

OBJETIVOS: Avaliar a taxa de mortalidade operatória precoce, analisar as complicações pós-operatórias e identificar os fatores de risco relacionados com a morbimortalidade.

MÉTODO: Foram analisados 134 pacientes com AAA infra-renal submetidos a correção cirúrgica eletiva no período de fevereiro de 2001 a dezembro de 2005.

RESULTADOS: A taxa de mortalidade foi de 5,2%, sendo secundária principalmente a infarto agudo de miocárdio (IAM) e isquemia mesentérica. As complicações cardíacas foram as mais freqüentes, seguidas das pulmonares e renais. A presença de diabetes melito (DM), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), insuficiência coronariana (ICO) e cintilografia miocárdica positiva para isquemia estiveram associadas às complicações cardíacas. A idade avançada, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a capacidade vital forçada reduzida aumentaram os riscos de atelectasia e pneumonia. História de nefropatia, tempo de pinçamento aórtico prolongado e níveis de uréia elevados aumentaram os riscos de insuficiência respiratória aguda (IRA). A isquemia dos membros inferiores esteve associada ao tabagismo e à idade avançada, e a maior taxa de mortalidade, à presença de coronariopatia, tempos prolongados de pinçamento aórtico e de cirurgia.

CONCLUSÃO: A taxa de morbimortalidade esteve compatível com a literatura nacional e internacional, sendo secundária às complicações cardíacas, respiratórias e renais. Os fatores de risco identificados no pré e transoperatório estiveram relacionados com essas complicações.

Palavras-chave: Aneurisma da aorta abdominal, morbidade, mortalidade, procedimentos cirúrgicos eletivos, fatores de risco.

Introdução

O aneurisma da aorta abdominal (AAA) representa uma enfermidade importante na prática do cirurgião vascular, atingindo de 2 a 4% da população geral, em uma proporção de cinco homens para cada mulher1,2. Com o aumento da expectativa de vida, observa-se uma maior incidência do AAA3-5: na população acima de 65 anos, a prevalência é de 6%1,2,chegando a 10%6 na população acima de 80 anos.

Estima-se que a incidência anual de ruptura do AAA seja de oito casos por 100.000 habitantes7 e que o AAA seja responsável por 2% das mortes na população acima de 60 anos5. A mortalidade desses pacientes pode estar relacionada com a ruptura do AAA, atingindo taxas entre 23 e 63%2,8, enquanto a mortalidade operatória eletiva situa-se entre 3 e 5%2,9.

O tratamento cirúrgico convencional caracteriza-se pela substituição do segmento aneurismático da aorta abdominal por prótese de material sintético. O acesso cirúrgico utilizado para a correção do AAA pode ser através das vias transperitoneal ou extraperitoneal10,11,dependendo das características anatômicas e clínicas de cada caso, com vantagens e desvantagens de acordo com a literatura12,13.

Atualmente, um procedimento menos invasivo, através da colocação de endopróteses, encontra-se cada vez mais presente na literatura, apresentando bons resultados para um determinado grupo de pacientes14-19.

As complicações pós-operatórias podem ser divididas em precoces e tardias. Entre as complicações precoces, algumas estão relacionadas com o procedimento cirúrgico, e há também complicações clínicas. As complicações imediatas mais comuns, observadas ainda durante o procedimento cirúrgico, compreendem sangramento persistente com consumo de fatores da coagulação (coagulação intravascular disseminada), lesões vasculares (principalmente lesões venosas), lesão das vísceras parenquimatosas ou ocas, lesão dos ureteres, embolia distal, trombose distal, entre outras. As complicações tardias caracterizam-se por pseudo-aneurismas anastomóticos, fístulas aorto-entéricas, trombose e infecção do enxerto14,20-22.

As complicações pós-operatórias precoces são, muitas vezes, as responsáveis pelas taxas de morbimortalidade do AAA eletivo, e por serem um reflexo do preparo pré-operatório e do estado geral do doente, merecem especial atenção em nosso estudo. Pacientes com indicação cirúrgica devem ser submetidos a avaliação pré-operatória, com identificação dos fatores de risco, doenças associadas, medicações em uso e cirurgias prévias, visando à compensação das condições clínicas. A fim de otimizar o tratamento desses pacientes, acreditamos ser essencial identificar grupos de risco para determinadas complicações e avaliar a taxa de morbimortalidade, instituindo-se condutas preventivas específicas para as possíveis complicações.

Os objetivos do presente estudo foram avaliar a taxa de mortalidade operatória precoce, analisar as principais complicações (morbidades) pós-operatórias dos pacientes e identificar os fatores de risco relacionados com a morbidade e a mortalidade.

Método

Foram incluídos no estudo, consecutivamente, pacientes portadores de AAA infra-renal, submetidos a tratamento cirúrgico eletivo pela Disciplina de Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo, São Paulo, SP.

Os pacientes tiveram os aneurismas operados quando o seu diâmetro transverso superior atingiu 5 cm ou quando um crescimento > 0,5 cm foi observado em 6 meses. Não foram submetidos a tratamento cirúrgico eletivo por via convencional pacientes de risco cirúrgico muito elevado acompanhados ambulatorialmente devido a quadro de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) de difícil tratamento, infarto agudo do miocárdio (IAM) há menos de 6 meses, angina pectoris, insuficiência renal crônica terminal, dispnéia em repouso, pacientes dependentes de oxigênio e outras enfermidades com expectativa de vida inferior a 2 anos.

Para os fins desta investigação, foram feitos registros de informações obtidas do grupo de pacientes com relação aos períodos pré, trans e pós-operatórios. Procedeu-se ao acompanhamento ambulatorial até 2 meses após a alta hospitalar.

Realizamos então a correlação entre os fatores presentes no pré e no transoperatório e a ocorrência de complicações ou óbito no pós-operatório, buscando determinar os fatores que implicavam maior mortalidade e maior morbidade local e sistêmica.

Com relação às complicações intra e pós-operatórias, utilizou-se a técnica de regressão logística23, onde a variável de resposta é a probabilidade de um determinado paciente ter ou não uma determinada complicação, e as variáveis explicativas compreendem os diversos possíveis fatores de risco. Na análise, foram testadas variáveis de possíveis complicadores, e foram reportados apenas aqueles fatores que resultaram estatisticamente significantes. Um nível de significância de 0,05 foi utilizado para diferenciar fatores fortemente relevantes.

Casuística

No período de fevereiro de 2001 a dezembro de 2005, foram analisados os dados de 134 pacientes com diagnóstico de AAA infra-renal submetidos consecutivamente a correção cirúrgica eletiva, realizada na Disciplina de Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo. A idade média foi de 66,1 anos (54 e 85), e o sexo masculino representou 76,1% (n = 102) dos pacientes.

A maioria dos pacientes (73,1%) era assintomática no momento do diagnóstico, sendo a dor abdominal a sintomatologia mais referida, presente em 26,9% dos casos (n = 36).

As comorbidades associadas mais freqüentes foram: hipertensão arterial sistêmica (73,9%), doença arterial oclusiva periférica (64,2%), tabagismo (56%), diabetes melito (39,6%), dislipidemia (20,1%), doença pulmonar obstrutiva crônica (15,7%), insuficiência cardíaca congestiva (14,9%), coronariopatia (14,2%), obesidade (9,7%) e nefropatia (9%).

O diâmetro transverso médio do aneurisma foi de 6 cm (4,5 a 10), e o tempo da internação variou entre 3 e 60 dias.

Utilizamos como acesso cirúrgico a via extraperitoneal esquerda em 88% dos casos, seguida da transversa transperitoneal em 5,3%, a extraperitoneal direita em 4,5% e a mediana em 2,2%.

O enxerto aorto-aórtico foi realizado em 43,2% dos casos, seguido do enxerto aorto-biilíaco comum em 25,4%, enxerto aorto-ilíaco comum e ilíaco externo em 15% e aorto-bifemoral em 9%. Pelo menos uma das artérias ilíacas internas foi preservada em 97% dos pacientes.

O tempo cirúrgico variou entre 4 e 8 horas, com média de 5 horas, e o tempo de anestesia variou entre 4,5 e 8,5 horas, com média de 5,9 horas. Observou-se uma média de pinçamento aórtico de 1 hora (0,5 a 1,8).

Resultados

As morbidades pós-operatórias encontram-se listadas na Tabela 1.

A complicação isolada mais freqüente foi a atelectasia, acometendo 36 pacientes (26,9%), seguida da arritmia cardíaca em 21 pacientes (15,7%) e da crise hipertensiva em 20 pacientes (14,9%). Por outro lado, as complicações cardíacas foram as mas prevalentes (43,2%).

Dois pacientes que apresentaram IAM (28,5% dos óbitos) evoluíram para choque cardiogênico e óbito, e o terceiro teve boa resolução, recebendo alta após 28 dias de internação hospitalar. Observamos que 66% dos indivíduos que sofreram complicações com IAM evoluíram para o óbito.

A análise estatística revelou que os doentes com antecedentes de diabetes melito (p = 0,032), coronariopatia (p = 0,014), insuficiência cardíaca congestiva (p = 0,008) e alterações eletrocardiográficas no segmento ST, sugestivas de isquemia miocárdica (p = 0,033), apresentaram taxas elevadas de arritmia cardíaca no pós-operatório. Da mesma maneira, pacientes que apresentaram fração de ejeção < 40 (p = 0,011), cintilografia miocárdica positiva para isquemia (p = 0,02) e insuficiência cardíaca congestiva (p = 0,045) foram associados com maiores taxas de edema agudo de pulmão no pós-operatório (Tabela 2).

As complicações respiratórias foram muito freqüentes, acometendo 57 doentes (42,5%). Os fatores de risco para essas complicações encontram-se registrados na Tabela 3.

Nessa série, 11 pacientes (8,2%) evoluíram com insuficiência renal aguda não-dialítica, e nove pacientes (6,7%) com insuficiência renal aguda, necessitando diálise. A análise estatística mostrou que os indivíduos com história de nefropatia, ou seja, com níveis de creatinina e uréia > 1,6 mg/dL e 55 mg/dL, respectivamente (p = 0,001), apresentaram maior risco de desenvolver disfunção renal, necessitando diálise no pós-operatório. Sendo assim, pacientes com níveis elevados de uréia (> 55 mg/dL) no pré-operatório (p = 0,001), com tempo de pinçamento aórtico > 1,5 hora (p = 0,014) e com diurese < 40 mL/ hora no intra-operatório (p = 0,014) apresentaram maior risco de desenvolver disfunção renal não-dialítica no pós-operatório.

Complicações da ferida operatória presentes em 17 indivíduos (12,7%) ocorreram principalmente em pacientes com acesso operatório envolvendo a região inguinal (p < 0,05), fato que atingiu significância estatística. Quanto às possíveis correlações, o índice de massa corporal (IMC) > 30 kg/m2 (p = 0,004) e o tempo de cirurgia > 5 horas (p = 0,045) estiveram associados à infecção da ferida cirúrgica (3,7%). O IMC > 30 kg/m2 (p = 0,001) foi relacionado com a presença de hematoma na ferida operatória (Tabela 4).

Observamos isquemia dos membros inferiores em oito pacientes (6,0%). As causas foram embolia em cinco (3,7%) e trombose em três (2,3%). Os pacientes com embolia de membro inferior foram tratados com embolectomia, com boa resolução da isquemia. Dois doentes com trombose arterial de membro inferior apresentaram isquemia leve e distal (pé e pododáctilos), optando-se por tratamento clínico, com boa evolução. O terceiro paciente com trombose arterial apresentava isquemia grave do membro inferior, sendo realizada revascularização local através de enxerto fêmoro-poplíteo. Esse paciente evoluiu com trombose do enxerto e isquemia irreversível e subseqüente perda da extremidade.

Na casuística em referência, idade > 70 anos (p = 0,043) e histórico de tabagismo (p = 0,045) estiveram relacionados com maior risco de complicações isquêmicas das extremidades inferiores, fato este que atingiu significância estatística.

A taxa de mortalidade no estudo foi de 5,2% (n = 7), de acordo com a seguinte especificação: dois pacientes foram a óbito por IAM, dois pacientes por isquemia mesentérica, um paciente por isquemia dos membros inferiores, um paciente por insuficiência renal aguda e um paciente por broncopneumonia.

Quando se analisou a influência dos fatores de risco na mortalidade (Tabela 5), houve aumento estatisticamente significativo da mortalidade em pacientes com antecedentes de coronariopatia (p = 0,029), com tempos de pinçamento aórtico > 1,5 hora (p = 0,014) e de cirurgia > 5 horas (p = 0,013).

Ao se analisar o diâmetro transverso do aneurisma, a escolha da via de acesso cirúrgico, as perdas e a reposição volêmica no intra-operatório, não foi observada relação com taxa de mortalidade.

Discussão

Cinqüenta e oito pacientes (43,2%) apresentaram intercorrências cardíacas, as quais representaram as principais complicações. Esse fato está de acordo com Anacleto et al., que demonstraram altas taxas de morbidade e mortalidade por insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e taquiarritmia, e com Johnston et al., que incluem a isquemia coronariana como principal complicação pós-operatória24,25. Dos 134 pacientes operados na Disciplina de Cirurgia Vascular da Santa Casa de São Paulo no período do estudo, três (2,2%) evoluíram com IAM, sendo que dois evoluíram com choque cardiogênico e óbito (28,5% dos óbitos) e o terceiro teve boa evolução, recebendo alta após 28 dias de internação hospitalar. A análise estatística nos permitiu observar que os doentes com história pregressa de coronariopatia, ICC e alterações eletrocardiográficas no segmento ST apresentaram taxas elevadas de arritmia cardíaca, fato já reportado por Johnston et al., que citam uma maior incidência de arritmias em cardiopatas26.

Segundo Hertzer et al., a história de coronariopatia é fator de risco para o IAM27. Nesse estudo, a presença de IAM não esteve relacionada com fatores pré-operatórios com significância estatística, fato que pode ser explicado pelo tamanho da amostra.

Intercorrências de origem pulmonar são muito freqüentes e contribuem para maiores taxas de complicações no pós-operatório. Johnstonet al. relatam índices de disfunção pulmonar pós-operatória significativa em torno de 9%, incluindo atelectasia, pneumonia e embolia pulmonar26. No presente caso, as complicações respiratórias foram muito freqüentes, acometendo 42,5% dos indivíduos. Um paciente apresentou sepse por infecção respiratória seguida de óbito, ao passo que outro paciente com tromboembolismo pulmonar teve boa evolução, recebendo alta no 8º dia pós-operatório.

Thompson et al. mostraram que a pneumopatia e o tabagismo estiveram associados a uma maior taxa de complicações pulmonares28. Da mesma forma, esse estudo observou que fatores pré-operatórios como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tabagismo e obesidade (IMC > 30 kg/m2) estiveram associados a um maior risco de desenvolver complicações respiratórias no pós-operatório. Esse fato está em sintonia com Goldstone, que considera os tabagistas e os portadores de DPOC com PO2 < 50 e/ou PCO2 elevado29 doentes de alto risco operatório.

As complicações renais são causas importantes no aumento da morbidade e mortalidade no pós-operatório de aneurismas. Pacientes com antecedentes de nefropatia crônica, com níveis elevados de creatinina no pré-operatório ou que necessitam pinçamento aórtico supra-renal no intra-operatório apresentam um maior risco de insuficiência renal30.

A ligadura da veia renal esquerda como tática operatória pode determinar certo grau de perda transitória da função renal e, quando necessária, deve ser realizada com preservação das veias gonadal e adrenal31. No estudo em questão, foi realizada a ligadura da veia renal esquerda em um indivíduo após a ocorrência de lesão inadvertida. Não foi observada piora da função renal pós-operatória.

No caso em estudo, 11 pacientes (8,2%) evoluíram com insuficiência renal aguda não-dialítica, e nove pacientes (6,7%) evoluíram com insuficiência renal aguda, necessitando diálise. A análise estatística mostrou que os indivíduos com história pregressa de nefropatia apresentaram maior risco de desenvolver disfunção renal no pós-operatório, necessitando diálise, fato já reportado por Batt et al., que relataram a presença de maiores taxas de complicações renais nos portadores de insuficiência renal prévia20. Da mesma forma, os pacientes com níveis elevados de uréia no pré-operatório, os com tempo de pinçamento aórtico prolongado e os com diurese reduzida no intra-operatório apresentaram maior risco de desenvolver disfunção renal não-dialítica no pós-operatório, fato já citado na literatura30-32.

As complicações referentes à ferida operatória aumentam a morbimortalidade cirúrgica, principalmente quando há envolvimento da prótese vascular. Na infecção da prótese vascular, pode ser necessária a remoção da mesma e a sutura do coto aórtico, com derivação axilo-bifemoral9.

Hallett et al. relatam 1,3% de infecção de prótese vascular e de sangramento anastomótico33. Nessa série, cinco (3,7%) pacientes apresentaram infecção superficial da ferida cirúrgica, quando se optou por tratamento conservador com antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro, com boa evolução. O curto seguimento desses pacientes (2 meses), realizado por exames laboratoriais e de imagem, não revelou o envolvimento da prótese sintética nem indícios de infecção neste plano.

A análise estatística nos permitiu observar que os indivíduos com IMC > 30 kg/m2, com tempo de cirurgia > 5 horas e com incisão cirúrgica envolvendo a região inguinal apresentaram maiores taxas de hematomas e infecção da ferida operatória, fato já relatado por Szilagyi et al.34.

A presença de doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) foi um fato marcante na nossa série (64,2%). Johnston et al. também indicam uma elevada ocorrência de doença vascular periférica em doentes com AAA e enfatizam a possibilidade de complicações isquêmicas das extremidades inferiores, com risco de perda do membro26. Diversos são os fatores que contribuem para a elevada taxa de DAOP e suas complicações nesse estudo; entre eles estão a crescente prevalência de hipertensão arterial sistêmica, diabetes melito, tabagismo, dislipidemia e a idade dos doentes, demonstrando se tratar de uma casuística composta por indivíduos com numerosos fatores de risco para aterosclerose35-37.

Observamos uma ocorrência maior de isquemia dos membros inferiores nos indivíduos com idade avançada (> 70 anos) e nos tabagistas, tanto por embolia como por trombose arterial, sugerindo se tratar de uma população formada por doentes com fatores de risco para fenômenos tromboembólicos38,39. Por outro lado, a presença de DAOP pré-operatória, avaliada através da palpação dos pulsos periféricos, não esteve relacionada com um maior risco de isquemia dos membros inferiores.

Em um estudo realizado por Becker et al., as intercorrências ou óbitos no pós-operatório de AAA de causas gastrointestinais ocorrem basicamente devido à interrupção da vascularização intestinal, sendo que a isquemia mesentérica contribuiu com 10% dos óbitos9. Essa complicação pode ser evitada preservando-se uma das artérias ilíacas internas e com a revascularização do cólon esquerdo por meio do reimplante da artéria mesentérica inferior quando esta apresentar calibre preservado e ausência de refluxo no intra-operatório26,33,40,41.

Observamos isquemia mesentérica em dois pacientes (1,5%), achado compatível com Anacleto et al., que mostraram uma incidência de 2,3% dessa afecção no pós-operatório de AAA24. No entanto, Hallett et al., estudando 307 pacientes, revelaram uma incidência de 0,7% de isquemia do cólon33. Na nossa amostra, não foi realizada a preservação das artérias ilíacas internas nem o reimplante da artéria mesentérica inferior nos dois pacientes citados, situação que pode justificar a evolução desfavorável40,41.

Entre as complicações imediatas mais freqüentes, as lesões vasculares, principalmente as venosas, resultaram num aumento significativo da mortalidade nos pacientes operados de aneurismas de aorta. Johnston et al. reportaram 4,8% de sangramento operatório, necessitando hemotransfusão; Diehl et al. observaram aumento da morbimortalidade em doentes com complicações hemorrágicas intra-operatórias26,30. Visando diminuir a incidência de lesões vasculares, realizamos o controle das artérias ilíacas com mínima dissecção, evitando a manipulação da face posterior e uma possível lesão venosa42.

Relatamos lesões venosas em seis pacientes (4,5%), estando a veia renal esquerda envolvida em um dos casos, a veia cava inferior em dois, e a veia ilíaca comum em três casos. Nessas condições, observamos um aumento nos tempos de cirurgia, anestesia e volume infundido, porém sem acréscimo na taxa de complicações.

A taxa de mortalidade do presente estudo foi de 5,2%, semelhante às taxas relatadas na literatura internacional2,8,20,24,28,30,43,44. No Brasil, Becker et al., estudando 600 pacientes operados eletivamente por AAA infra-renal, encontraram uma taxa de mortalidade precoce de 3,3%9.

A idade acima de 80 anos tem sido considerada por Dardik et al. como um fator de maior preocupação nos pacientes operados por AAA, pois acarreta uma taxa de mortalidade em torno de 7 a 10%43. Treiman et al., estudando aneurismectomia abdominal em 52 doentes octogenários, concluíram que os critérios para a indicação cirúrgica devem ser semelhantes em pacientes octogenários com boa capacidade funcional e em pacientes mais jovens45. Na nossa casuística, não houve diferença de mortalidade entre os pacientes octogenários e os mais jovens.

Em nossa série, as principais causas de óbito foram o IAM em dois pacientes e a isquemia mesentérica em outros dois. Em consonância com esse fato, Ruby et al. atribuem ao IAM a principal causa de morte no pós-operatório imediato e a longo prazo46, enquanto que Thompson et al., estudando 108 casos de AAA submetidos a correção cirúrgica eletiva, consideraram as complicações cardíacas e pulmonares28como a principal causa de óbito. Por outro lado, diferentemente de nossa experiência, em que a sepse por broncopneumonia representou uma das causas de morte, Anacleto et al. mostraram que as complicações pulmonares representam uma importante causa de morbidade24.

A presença de insuficiência coronariana é citada por muitos autores como fator de risco para mortalidade8,27,30,47, e nossos achados evidenciaram que a presença de coronariopatia acarretou uma taxa significativamente mais elevada de morte por IAM (choque cardiogênico). Da mesma forma, nesta casuística foi registrada taxa de mortalidade maior para pacientes com tempos de pinçamento aórtico e de cirurgia prolongados, fatos já relatados por Johnston et al., que atribuíram essa ocorrência a uma maior sobrecarga cardíaca26.

Observamos que dois pacientes que não tiveram as artérias ilíacas internas preservadas apresentaram isquemia mesentérica seguida de óbito, situação já relatada por Cronenwettet al. e Longo et al.40,41.Essa ocorrência demonstrou que 100% dos nossos pacientes com isquemia intestinal evoluíram para óbito.Porém, não houve associação com significância estatística, fato atribuído ao tamanho da amostra.

De maneira similar ao que foi observado por Becker et al.,quando era analisada a participação de outros fatores de risco na mortalidade, não houve aumento estatisticamente significante da mortalidade em pacientes com insuficiência renal, hipertensão arterial sistêmica, doença pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo, diabetes melito e acidente vascular encefálico9.

Conclusão

Concluímos que a taxa de mortalidade foi compatível com os dados da literatura, sendo secundária principalmente ao IAM e à isquemia mesentérica; concluímos também que as complicações mais freqüentes foram as cardíacas, seguidas das pulmonares e renais.

Também foi possível observar as seguintes associações:

- Diabetes melito, ICC, ICO, alterações no ECG sugestivas de isquemia, fração de ejeção < 40 e cintilografia miocárdica positiva para isquemia foram associados a complicações cardíacas no pós-operatório, tais como arritmias e edema agudo de pulmão.

- Idade avançada, DPOC, tabagismo, etilismo, IMC > 30 e capacidade vital forçada reduzida aumentam os riscos de atelectasia, derrame pleural e broncopneumonia.

- História de nefropatia, diurese reduzida no intra-operatório, tempo de pinçamento aórtico prolongado e níveis de uréia elevados aumentam os riscos de IRA.

- Incisão envolvendo a região inguinal, IMC > 30 e tempo cirúrgico elevado aumentam as taxas de infecção e hematoma da ferida operatória.

- Tabagismo e idade avançada estão associados a isquemia dos membros inferiores.

- Insuficiência coronariana e tempos prolongados de pinçamento aórtico e de cirurgia mostram-se associados a uma maior taxa de mortalidade.

Artigo submetido em 14.03.07, aceito em 16.04.08.

Este artigo é parte da tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, em 18 de maio de 2007, para a obtenção do título de Mestre em Medicina (membros da banca: Roberto Sacilotto, Walter Karakhanian e Adilson Ferraz Paschoa).

Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste artigo.

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  • Correspondência:
    Aquiles Tadashi Ywata de Carvalho
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      08 Dez 2008
    • Data do Fascículo
      Set 2008

    Histórico

    • Recebido
      14 Mar 2007
    • Aceito
      16 Abr 2008
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