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Tradução e adaptação cultural do Questionário Aberdeen para Veias Varicosas

Resumos

CONTEXTO: Atualmente há um crescente interesse por instrumentos de avaliação em saúde produzidos e validados em todo o mundo. Apesar disso, ainda não temos no Brasil instrumentos que avaliem o impacto da doença venosa crônica na vida de seu portador. Para utilização dessas medidas torna-se necessária a realização da tradução e da adaptação cultural ao idioma em questão. OBJETIVO: Traduzir e adaptar culturalmente para a população brasileira o Aberdeen Varicose Veins Questionnaire (AVVQ- Brasil). MÉTODOS: O processo consistiu de duas traduções e duas retrotraduções realizadas por tradutores independentes, da avaliação das versões seguida da elaboração de versão consensual e de pré-teste comentado. RESULTADOS: Os pacientes do pré-teste eram do sexo feminino, com média de idade de 49,9 anos, média de tempo de resposta 7,73 minutos, que variou entre 4,55 minutos (tempo mínimo) a 10,13 minutos (tempo máximo). Escolaridade: 20% analfabetismo funcional, 1º grau completo e 2º grau completo; 30% 1º grau incompleto; e 10% 3º grau completo. Gravidade clínica 40% C3 e C6S, 10% C2 e C5, havendo cinco termos incompreendidos na aplicação. CONCLUSÕES: A versão na língua portuguesa do Aberdeen Varicose Veins Questionnaire está traduzida e adaptada para uso na população brasileira, podendo ser utilizada após posterior análise de suas propriedades clinimétricas.

questionários; tradução; comparação transcultural


BACKGROUND: Currently there is a growing interest in health assessment tools produced and validated throughout the world. Nevertheless, it is still inadequate the number of instruments that assess the impact of chronic venous disease in the life of its bearer. To use these measures it is necessary to accomplish the translation and cultural adaptation to the language in question. OBJECTIVE: Translate to Portuguese and culturally adapted for the Brazilian population the Aberdeen Varicose Veins Questionnaire (AVVQ-Brazil). METHODS: The process consisted of two translations and two back-translations performed by freelance translators, then the evaluation versions of the development of consensual version and commented pretest. RESULTS: The patients in the pre-test were female, mean age 49.9 years, average response time of 7.73 minutes, which ranged from 4.55 minutes (minimum) to 10.13 minutes (maximum time). Education: 20% functional illiteracy and first and second complete degrees; 30% first incomplete degree, and 10% third complete degree. Clinical severity: 40% C3 and C6s, 10% C2 and C5, with five misunderstood terms in the application. CONCLUSION: The Portuguese version of the Aberdeen Varicose Veins Questionnaire has been translated and adapted for use in the Brazilian population, and can be used after further analysis of their clinimetric properties, which is underway.

questionnaires; translation; cross-cultural comparison


ARTIGO ORIGINAL

Tradução e adaptação cultural do Questionário Aberdeen para veias varicosas

Flávia de Jesus LealI; Renata Cardoso CoutoI; Guilherme Benjamin Brandão PittaII; Priscilla Tosatti Ferreira LeiteIII; Larissa Maranhão CostaIV; Wesley J. F. HiginoIV; Marina Sandrelle Correia de SousaV

IFisioterapeutas; Pós-Graduandas (Mestrado) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – São Paulo (SP), Brasil; Professoras Auxiliares da Uncisal – Maceió (AL), Brasil

IIDoutor em Cirurgia Cardiovascular pela Unifesp – São Paulo (SP), Brasil; Professor Adjunto da Uncisal – Maceió (AL), Brasil

IIIFisioterapeuta Especialista em Gerontologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Belo Horizonte (MG), Brasil

IVDiscentes do Curso de Fisioterapia da Estácio/FAL – Maceió (AL), Brasil

VEnfermeira do Centro Cirúrgico do Hospital Regional de Trauma de Campina Grande – Campina Grande (PB), Brasil; Enfermeira do CICATRIZA - Clínica de Enfermagem Especializada em Curativos

Correspondência Correspondência Flávia de Jesus Leal Rua Professor Vital Barbosa, 470 – Ponta Verde CEP 57035-400 – Maceió (AL), Brasil E-mail: flaviadjlf@hotmail.com

RESUMO

CONTEXTO: Atualmente há um crescente interesse por instrumentos de avaliação em saúde produzidos e validados em todo o mundo. Apesar disso, ainda não temos no Brasil instrumentos que avaliem o impacto da doença venosa crônica na vida de seu portador. Para utilização dessas medidas torna-se necessária a realização da tradução e da adaptação cultural ao idioma em questão.

OBJETIVO: Traduzir e adaptar culturalmente para a população brasileira o Aberdeen Varicose Veins Questionnaire (AVVQ- Brasil).

MÉTODOS: O processo consistiu de duas traduções e duas retrotraduções realizadas por tradutores independentes, da avaliação das versões seguida da elaboração de versão consensual e de pré-teste comentado.

RESULTADOS: Os pacientes do pré-teste eram do sexo feminino, com média de idade de 49,9 anos, média de tempo de resposta 7,73 minutos, que variou entre 4,55 minutos (tempo mínimo) a 10,13 minutos (tempo máximo). Escolaridade: 20% analfabetismo funcional, 1º grau completo e 2º grau completo; 30% 1º grau incompleto; e 10% 3º grau completo. Gravidade clínica 40% C3 e C6S, 10% C2 e C5, havendo cinco termos incompreendidos na aplicação.

CONCLUSÕES: A versão na língua portuguesa do Aberdeen Varicose Veins Questionnaire está traduzida e adaptada para uso na população brasileira, podendo ser utilizada após posterior análise de suas propriedades clinimétricas.

Palavras-chave: questionários; tradução; comparação transcultural.

Introdução

Um grande número de instrumentos de avaliação em saúde tem sido produzido e validado em todo o mundo, provendo maior precisão às avaliações individuais e coletivas dos estados de saúde, o que demonstra um desenvolvimento marcante, ocorrido a partir do interesse crescente da comunidade científica e áreas da saúde por essas questões1.

Para utilização dessas medidas de avaliação em saúde desenvolvidas e utilizadas em outro idioma é necessária a realização da equivalência transcultural, o processo que envolve a tradução, a adaptação cultural e a validação do instrumento proposto2.

A tradução e a adaptação cultural de questionários em saúde publicados em outras culturas têm importância no contexto internacional, na medida em que proporcionam o uso do instrumento na prática clínica e na pesquisa, uma maior acurácia na mensuração de aspectos de saúde inerentes à população em questão, menores esforços, tempo e recursos financeiros, uma comparação de resultados entre diferentes amostras, assim como a realização de estudos transculturais utilizando o mesmo instrumento. Todo esse processo transforma a aplicação do instrumento em um procedimento mais confiável, compreensível e dentro dos aspectos culturais da população em estudo3.

Os instrumentos de avaliação de doenças venosas existem em menor número em relação a outras condições e estão geralmente disponíveis na língua inglesa, a exemplo do Chronic Venous Insufficiency Questionnaire (CIVIQ) e do Venous Insufficiency Epidemiological and Economic Study (VEINES-QOL/Sym)4.

Na vigência de doenças crônicas, como a doença venosa crônica (DVC), o indivíduo perde componentes envolvidos com a autonomia e a independência, resultando em dificuldades de realização de suas atividades de vida diária (AVD's), a partir de limitações impostas pela doença, o que poderá afetar sua qualidade de vida5,6.

A DVC é uma doença vascular que acomete de 2 a 7% da população mundial7,8, de morbidade importante e que provoca impacto socioeconômico muito grande9, constituindo-se em um grave problema de saúde pública também por sua alta prevalência7,10-12. No ano de 2000, no Brasil, foi causa para 61 mil internações em hospitais públicos e conveniados, gerando para o Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 2004, um custo de R$ 43 milhões em cirurgias de varizes12.

Sabendo-se que, para avaliar o impacto da doença venosa na vida de seu portador, além de utilizar medidas genéricas, é importante fazer uso de uma medida específica, sensível a aspectos inerentes à mesma, focalizando os seus sinais e sintomas, e avaliando dimensões importantes da qualidade de vida que podem estar comprometidas4,13.

Um questionário doença-específico foi construído e validado no Reino Unido, denominado de Aberdeen Varicose Veins Questionnaire (AVVQ) (Anexo 1 Anexo 1 ). Considerado uma escala de qualidade de vida específica para a DVC e uma medida de gravidade da doença, teve a validez, a consistência e a reprodutibilidade constatadas como boas, em seu país de origem4,14-16, sendo posteriormente utilizado em vários estudos. Instrumento de fácil administração, autoaplicável, consta de 13 artigos que abrangem 3 dimensões que são a física, a sociofuncional e a psicológica. É interpretado por meio de uma pontuação, que pode variar entre 0 e 100, sendo que 0 representa nenhuma evidência de veias varicosas e 100 o mais grave problema associado com as varizes15,16.

Tendo em vista, a rara disponibilidade de instrumentos específicos avaliadores da DVC no Brasil e que dados referentes à qualidade de vida são importantes para a seleção e a interpretação de resultados em estudos clínicos de pacientes acometidos pela mesma, justifica-se este estudo tendo como objetivo traduzir para a língua portuguesa e adaptar culturalmente para a população brasileira o AVVQ-Brasil.

Método

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), por meio do protocolo n.º 835, segundo as normas do Conselho Nacional de Saúde (CNS), referentes à resolução n.º 196/96 sobre pesquisa envolvendo seres humanos, sendo o mesmo realizado na cidade de Maceió (AL), observacional, do tipo avaliativo e de corte transversal.

A técnica de amostragem foi não probabilística por conveniência. Os sujeitos foram selecionados no ambulatório de Fisioterapia, da Faculdade de Fisioterapia da Uncisal, local este onde é desenvolvido o projeto de assistência aos portadores de insuficiência venosa, sendo ainda selecionados pacientes ligados a outros projetos assistenciais aos portadores da doença em questão, vinculados à Uncisal, como os que existem na comunidade Virgem dos Pobres III, no 1º Centro de Saúde, no Hospital de Doenças Tropicais. Os pacientes foram submetidos a uma entrevista inicial, obedecendo aos critérios de inclusão e exclusão.

Foram incluídos os indivíduos de ambos os sexos, com idade >30 anos que tinham DVC, condição comprovada por meio da avaliação de um cirurgião vascular, com base na Classificação CEAP (clínica 1-6).

A Classificação CEAP é um sistema proposto em 1995, baseado em clínica, etiologia, anatomia e fisiopatologia envolvidas com a doença, que vem sendo utilizada em inúmeras investigações vasculares para classificar a apresentação clínica da DVC e para medir mudança na severidade da doença9. A Classificação Clínica CEAP, classifica como C1 para telangiectasias e/ou veias reticulares, C2 para veias varicosas, C3 para edema, C4 para hiperpigmentação e lipodermatoesclerose, C5 para úlcera cicatrizada e C6 para úlcera ativa.

Foram excluídos os indivíduos com faixa etária <30 anos, os que apresentassem alterações cognitivas, os que não quiseram assinar o termo de consentimento, com condições específicas associadas (arterial e linfática), que não falassem ou compreendessem a língua portuguesa.

O estudo teve como variáveis primárias a tradução e a adaptação cultural do questionário em questão, enquanto que, como variáveis secundárias, a Classificação Clínica CEAP. Como dados complementares foram investigados o grau de escolaridade e o gênero. O método estatístico utilizado foi descritivo e de frequências.

As traduções para a língua portuguesa e a adaptação cultural do AVVQ foram realizadas com base nos critérios definidos e recomendados internacionalmente, que foram aplicados em alguns instrumentos já validados e publicados na língua portuguesa17.

Método de tradução e adaptação cultural

O processo de equivalência linguística iniciou-se por meio do contato com os autores do AVVQ original para definição de seus conceitos e autorização para utilização dos mesmos.

Foi realizada a tradução independente da versão inglesa do AVVQ para o português por dois tradutores bilíngues, originando as versões V1 e V2. Em seguida, num encontro, deu-se origem a uma versão consensual (V1,2), que foi retrotraduzida por dois tradutores com inglês como língua nativa, sem conhecimento prévio sobre o questionário, sendo geradas as versões retrotraduzidas R1 e R2, originando posteriormente uma versão retrotraduzida consensual (R1,2).

Todas as versões foram submetidas à análise por um comitê de profissionais da área e pesquisadores com entendimento no assunto e um expert em tradução, para revisar todos os procedimentos, chegando-se a uma versão consensual e pré-final (F1). Após a submissão a esse comitê de revisão dos procedimentos, foi necessária a modificação de alguns termos para melhor facilitação do entendimento por parte dos pacientes a quem o questionário seria aplicado, chegando então à versão consensual e pré-final F1 que foi, então, aplicada aos pacientes (Tabela 1).

Em um próximo momento, foi realizado um contato com o autor do questionário, solicitada aprovação e discutida, caso necessário, a equivalência da adaptação do questionário à língua portuguesa e aos costumes da população brasileira.

A versão pré-final F1 foi, então, aplicada a dez pacientes com DVC e foram investigadas possíveis dúvidas e dificuldades em relação ao texto, tempo necessário para completar o mesmo e, de acordo com os resultados, a tradução foi analisada e, se preciso, modificada e atualizada, gerando uma versão final F2.

No momento de aplicação da versão pré-final (F1), o responsável pela pesquisa detalhou os objetivos da mesma e os sujeitos, quando concordando em participar, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

Resultados

Não houve desvio da amostra. Para o pré-teste, foram recrutados 10 pacientes do sexo feminino (100%), com média de idade de 49,9 anos. Grau de escolaridade: duas eram analfabetas funcionais (20%); três tinham 1º grau incompleto (30%); duas tinham 1º grau completo (20%); duas, 2º grau completo (20%) e uma tinha 3º grau completo (10%) (Tabela 2). No caso do analfabeto funcional, o questionário AVVQ aplicado foi lido em voz alta pelo pesquisador, seguindo rigorosamente as instruções dadas pelo autor do mesmo, a partir de um roteiro de entrevista que incorporava uma forma fixa de colocar as questões, sem interferir no processo de resposta do questionário.

Em relação à gravidade clínica dos portadores da doença em questão, uma (10%) paciente foi classificada CEAP C2, quatro (40%) eram classificação CEAP C3, uma (10%) era CEAP C5 e quatro (40%) eram CEAP C6S.

A média de tempo de resposta ao AVVQ foi de 7,73 minutos, que variou entre o tempo mínimo de 4,55 minutos e o tempo máximo de 10,13 minutos (Tabela 3), tempo este aferido pelo próprio pesquisador por meio de cronômetro que marcava o tempo inicial e final de resposta individual ao questionário, havendo cinco termos incompreendidos na aplicação do mesmo (Tabela 1).

Discussão

A tradução e a adaptação cultural de um questionário é um procedimento complexo, pois, muitas vezes, a melhor palavra de um idioma, como o inglês, para expressar um conceito, pode variar em outros países, a exemplo do Brasil, sendo necessária uma padronização dos critérios a serem seguidos para sua realização, conforme já existente na literatura18 e segundo a qual foi realizado o estudo de tradução e adaptação cultural do AVVQ.

O AVVQ até então não tinha passado por um processo de tradução para a língua portuguesa e nem de adaptação cultural para a população brasileira, havendo apenas uma versão holandesa de adaptação recente19. É possível identificar ainda pouco rigor quanto ao uso de instrumentos de aferição desenvolvidos em outros idiomas, não sendo incomum a tradução informal, a alteração do número e/ou conteúdo dos itens do instrumento, como também a ausência de adaptações linguísticas à população-alvo, podendo comprometer a qualidade da informação20.

No estudo, foram realizadas inicialmente equivalências semânticas, ou seja, modificação de termos existentes no original para termos de mesma correspondência literal, a fim de buscar maior compreensão dos indivíduos a serem estudados no pré-teste e após aplicação do pré-teste, para os termos ainda não compreendidos, sendo modificado somente se houvesse incompreensão de pelo menos 10% dos indivíduos. Isso corrobora o fato de que em um país com raízes culturais heterogêneas, como o Brasil, a proposição de termos coloquiais típicos, facilmente aceitos e compreendidos merece atenção, devendo-se ocorrer, para a adaptação cultural, mudanças linguísticas, a partir do contexto cultural e do estilo de vida da população brasileira20.

Considerou-se de grande valia a submissão das versões à análise do comitê de especialistas no assunto, por terem familiaridade com a doença venosa, facilitando a equivalência entre o original e a versão-alvo. De acordo com Beaton et al.17, a função desse comitê é consolidar todas as versões do questionário, desenvolvendo a versão pré-final a ser aplicada.

O estudo foi realizado com 10 pacientes, pois, com relação ao número de pacientes ao qual a versão pré-final deve ser aplicada para a adaptação cultural, tenta-se normatizar indicando 30 a 40 indivíduos17, mas pode-se perceber, nas publicações atuais, a inexistência de fixação desse número, havendo uma grande variedade de procedimentos descritos21-27.

Orientações são descritas na literatura quanto ao uso de dois ou mais tradutores, visto que várias traduções possibilitam a identificação de erros ou equívocos na tradução17,18,20. No estudo, usar dois tradutores foi importante para confrontar e discutir as duas versões na elaboração da versão consensual, embora não foram identificadas discrepâncias entre as traduções e retrotraduções do AVVQ.

O AVVQ possui tempo de aplicação estimado em aproximadamente 5 minutos15, confirmando a aproximação do tempo de resposta do estudo com média de tempo de 7,73 minutos, demonstrando a aplicabilidade do instrumento. A questão de maior tempo de resposta foi a primeira questão, que envolve um diagrama para representação, por desenho, do local de percepção das varizes em cada membro acometido, por conta da dificuldade de percepção que os mesmos tinham em relação à sua condição. Apesar disso, a maior parte dos pacientes foi capaz de concluí-la, sem maiores problemas, conforme acontecido no estudo original de construção do AVVQ15.

Apesar de utilizar uma amostra diversificada quanto ao grau de escolaridade e idades, foram poucas as questões e os termos com dificuldade de entendimento, a exemplo das questões 7, 8, 9 e dos termos: "descoloração roxa", "eczema", "úlcera de pele", "ferimento" e "marque uma caixa" (Tabela 1), ficando claro que a maioria dos participantes entendeu as situações descritas no questionário. Uma limitação passível de apontar no estudo é o pequeno número de participantes (n=10) da amostra estudada, assim como relatado por estudo semelhante3, a qual foi atenuada com a diversificação que possibilitou discutir a viabilidade da aplicação do questionário em todos os níveis da população brasileira.

Assim, é possível perceber a necessidade urgente de realização de mais estudos de adaptações culturais de instrumentos de avaliação publicados em outros idiomas, como também de avaliação da qualidade das medidas psicométricas dos referidos instrumentos20. A apresentação final do AVVQ (Anexo 2 Anexo 2 ) deverá agora ter suas propriedades clinimétricas avaliadas por estudo em andamento.

Conclusão

A versão brasileira do questionário AVVQ-Brasil encontra-se traduzida para a língua portuguesa e adaptada culturalmente à população brasileira.

Submetido em: 12.08.11.

Aceito em: 07.11.11.

Conflito de interesse: nada a declarar.

Contribuições dos autores

Concepção e desenho do estudo: FJL, RCC, GBBP, PTFL

Análise e interpretação dos dados: FJL, RCC, GBBP, PTFL

Coleta de dados: LMC, WJFH

Redação do artigo: FJL, RCC

Revisão crítica do artigo: PTFL, MSCS.

Aprovação final do artigo*: FJL, RCC, GBBP

Análise estatística: FJL, RCC

Responsabilidade geral do estudo: FJL, RCC, GBBP

Informações sobre financiamento: N/A

*Todos os autores leram e aprovaram a versão final submetida ao J Vasc Bras.

Trabalho realizado na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) - Maceió (AL), Brasil.

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Anexo 1

Anexo 2

  • Correspondência
    Flávia de Jesus Leal
    Rua Professor Vital Barbosa, 470 – Ponta Verde
    CEP 57035-400 – Maceió (AL), Brasil
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Out 2012
    • Data do Fascículo
      Mar 2012

    Histórico

    • Recebido
      12 Ago 2011
    • Aceito
      07 Nov 2011
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