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Efeito da terapia antirretroviral e dos níveis de carga viral no complexo médio-intimal e no índice tornozelo-braço em pacientes infectados pelo HIV

Resumos

OBJETIVOS: Identificar precocemente a prevalência de aterosclerose, por causa do espessamento do complexo médio-intimal das carótidas comuns e do índice tornozelo-braço. Essas medidas foram relacionadas com os fatores de risco clássicos de aterosclerose e os específicos dos infectados pelo HIV (tempo de doença, tempo de tratamento, tipo de tratamento, tipo de terapia antirretroviral utilizada, CD4 e carga viral). MÉTODOS: Setenta casos infectados com o HIV foram avaliados pela medida automática do complexo médio-intimal nas carótidas e do índice tornozelo-braço. Consideraram-se os fatores de risco clássicos de aterosclerose (idade, sexo, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, obesidade e história familiar de evento cardiovascular), as medidas antropométricas e as variáveis relacionadas ao HIV. O nível de significância assumido foi de 5%. RESULTADOS: O tempo médio de diagnóstico do HIV foi de 104,9 meses e de tratamento foi de 97,9 meses. Quanto ao tipo de tratamento, 47 (67,1%) fizeram uso de inibidor de protease por mais de seis meses e 36 (51,4%) estão em uso atualmente. O índice tornozelo-braço estava aumentado em um único paciente (0,7%) e não se evidenciou espessamento do complexo médio-intimal em nenhum indivíduo. Não existiu associação significante da medida do complexo médio-intimal da carótida comum direita com nenhuma das variáveis analisadas. CONCLUSÕES: Indivíduos jovens, sob o uso de terapia antirretroviral por cinco anos ou mais, não apresentaram espessamento do complexo médio-intimal ou aumento do índice tornozelo-braço. Não houve diferença do espessamento do complexo médio-intimal associada ao tipo de esquema antirretroviral utilizado ou nível de carga viral.

aterosclerose; índice tornozelo-braço; anti-retrovirais


OBJECTIVES: To precociously identify the prevalence of atherosclerosis caused by thickening of the intima-media complex of the common carotid arteries and of the ankle brachial index. These measurements were associated with the classical risk factors of atherosclerosis and the specific factors of those infected by HIV (duration of disease, length of treatment, kind of treatment, kind of antiretroviral therapy used, CD4 and viral load). METHODS: Seventy cases infected by HIV were assessed by automatic measurement of the intima-media complex in the carotids and of the ankle brachial index. The classical risk factors of atherosclerosis (age, gender, systemic arterial hypertension, smoking, hypercholesterolemia, hypertriglyceridemia, obesity, and family history of cardiovascular events), anthropometric measurements and the variables related to HIV were taken into consideration. The adopted level of significance was 5%. RESULTS: The mean time of HIV diagnosis was 104.9 months, mean duration of treatment was 97.9 months. As regard to the type of treatment, 47 (67.1%) used protease inhibitor for more than six months and 36 (51.4%) are using it recently. The ankle brachial index was increased in one patient (0.7%), and the intima-media complex was not thickened in any individual. There was no significant association of the measurement of the intima-media complex of the right common carotid with any of the variables analyzed. CONCLUSIONS: Young individuals under the use of antiretroviral therapy for five years or more did not show increase in thickness of the intima-media complex or increase in the ankle brachial index, and there was no difference in the intima-media complex thickness associated with the therapeutical scheme of antiretroviral used or the viral load level.

atherosclerosis; ankle brachial index; anti-retroviral agent


ARTIGO ORIGINAL

Efeito da terapia antirretroviral e dos níveis de carga viral no complexo médio-intimal e no índice tornozelo-braço em pacientes infectados pelo HIV

Antirretroviral therapy effect in the intima-medio complex and ankle-brachial index in patients infected by HIV

Emmanuelle Tenório Albuquerque Madruga GodoiI; Carlos Teixeira BrandtII; Jocelene Tenório Albuquerque Madruga GodoiIII; Heloísa Ramos LacerdaIV; Valéria Maria Gonçalves de AlbuquerqueV; Josefina Cláudia ZirpoliVI; Juannicelle Tenório Albuquerque Madruga GodoiVII; Camila SarteschiVIII

IDoutoranda em Cirurgia pelo Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE - Recife (PE), Brasil; Especialista em Angiologia pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular; Especialista em USG Doppler pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e pela Universidade Paul Sabatier - Toulouse, França

IIProfessor Titular de Cirurgia Pediátrica do Departamento de Cirurgia do CCS-UFPE - Recife (PE), Brasil

IIIProfessora-associada do Departamento de Medicina Clínica do CCS-UFPE - Recife (PE), Brasil

IVProfessora Adjunta do Departamento de Medicina Clínica do CCS-UFPE - Recife (PE), Brasil

VProfessora-assistente da Universidade de Pernambuco (UPE); Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da UFPE - Recife (PE), Brasil

VICardiologista; Especialista em Epidemiologia pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Doutoranda do Programa de Medicina Tropical - Recife (PE), Brasil

VIIAluna da Graduação do Curso de Medicina da UFPE - Recife (PE), Brasil

VIIIEstatística; Especialista em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) - São Paulo (SP), Brasil

CorrespondênciaCorrespondência: Emmanuelle Tenório Albuquerque Madruga Godoi Rua Marquês de Tamandaré, 162 - apto. 1.402 - Poço da Panela CEP 52061-170 - Recife (PE), Brasil E-mail: godoiemmanuelle@hotmail.com

RESUMO

OBJETIVOS: Identificar precocemente a prevalência de aterosclerose, por causa do espessamento do complexo médio-intimal das carótidas comuns e do índice tornozelo-braço. Essas medidas foram relacionadas com os fatores de risco clássicos de aterosclerose e os específicos dos infectados pelo HIV (tempo de doença, tempo de tratamento, tipo de tratamento, tipo de terapia antirretroviral utilizada, CD4 e carga viral).

MÉTODOS: Setenta casos infectados com o HIV foram avaliados pela medida automática do complexo médio-intimal nas carótidas e do índice tornozelo-braço. Consideraram-se os fatores de risco clássicos de aterosclerose (idade, sexo, hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, obesidade e história familiar de evento cardiovascular), as medidas antropométricas e as variáveis relacionadas ao HIV. O nível de significância assumido foi de 5%.

RESULTADOS: O tempo médio de diagnóstico do HIV foi de 104,9 meses e de tratamento foi de 97,9 meses. Quanto ao tipo de tratamento, 47 (67,1%) fizeram uso de inibidor de protease por mais de seis meses e 36 (51,4%) estão em uso atualmente. O índice tornozelo-braço estava aumentado em um único paciente (0,7%) e não se evidenciou espessamento do complexo médio-intimal em nenhum indivíduo. Não existiu associação significante da medida do complexo médio-intimal da carótida comum direita com nenhuma das variáveis analisadas.

CONCLUSÕES: Indivíduos jovens, sob o uso de terapia antirretroviral por cinco anos ou mais, não apresentaram espessamento do complexo médio-intimal ou aumento do índice tornozelo-braço. Não houve diferença do espessamento do complexo médio-intimal associada ao tipo de esquema antirretroviral utilizado ou nível de carga viral.

Palavras-chave: aterosclerose; índice tornozelo-braço; anti-retrovirais.

ABSTRACT

OBJECTIVES: To precociously identify the prevalence of atherosclerosis caused by thickening of the intima-media complex of the common carotid arteries and of the ankle brachial index. These measurements were associated with the classical risk factors of atherosclerosis and the specific factors of those infected by HIV (duration of disease, length of treatment, kind of treatment, kind of antiretroviral therapy used, CD4 and viral load).

METHODS: Seventy cases infected by HIV were assessed by automatic measurement of the intima-media complex in the carotids and of the ankle brachial index. The classical risk factors of atherosclerosis (age, gender, systemic arterial hypertension, smoking, hypercholesterolemia, hypertriglyceridemia, obesity, and family history of cardiovascular events), anthropometric measurements and the variables related to HIV were taken into consideration. The adopted level of significance was 5%.

RESULTS: The mean time of HIV diagnosis was 104.9 months, mean duration of treatment was 97.9 months. As regard to the type of treatment, 47 (67.1%) used protease inhibitor for more than six months and 36 (51.4%) are using it recently. The ankle brachial index was increased in one patient (0.7%), and the intima-media complex was not thickened in any individual. There was no significant association of the measurement of the intima-media complex of the right common carotid with any of the variables analyzed.

CONCLUSIONS: Young individuals under the use of antiretroviral therapy for five years or more did not show increase in thickness of the intima-media complex or increase in the ankle brachial index, and there was no difference in the intima-media complex thickness associated with the therapeutical scheme of antiretroviral used or the viral load level.

Keywords: atherosclerosis; ankle brachial index; anti-retroviral agent.

Introdução

Indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) têm condição de vida diferente da população livre da infecção, no que diz respeito à morbimortalidade por aterosclerose precoce e aos eventos cardiovasculares a ela associados1-4.

A aterosclerose representa uma das maiores causas de morbimortalidade no mundo. A baixa expectativa de vida deve-se, sobretudo, ao infarto agudo do miocárdio (IAM) e ao acidente vascular cerebral (AVC)5,6.

A ultrassonografia permite a identificação das alterações parietais nas artérias e possibilita a avaliação da progressão da doença ateromatosa e da resposta ao tratamento7. Alterações na parede arterial ocorrem insidiosamente e antecedem os eventos clínicos, que são consequência da doença aterosclerótica avançada. As alterações arteriais, mesmo iniciais, podem ser visualizadas no modo-B da ultrassonografia, por meio da avaliação e da medida do complexo médio-intimal (CMI)8,9. Essa é usada em estudos epidemiológicos e de estratificação de risco cardiovascular, como marcador subclínico de aterosclerose. Pode funcionar como importante preditor de eventos mórbidos, tendo como vantagem a reprodutibilidade do método7,10,11.

A terapia antirretroviral potente (TARV) produziu melhora na qualidade e aumento na expectativa de vida dos pacientes infectados pelo HIV12-15. Esta terapia, porém, tem sido associada a uma variedade de efeitos adversos pró-aterogênicos, e suas consequências muitas vezes são fatais3,16-19. A mortalidade aumentada por eventos cardiovasculares em indivíduos jovens com HIV, muitas vezes sem fatores de risco clássicos para a aterosclerose, é motivo de preocupação e objeto de novos estudos1-3,20. A gênese da aterosclerose nesses indivíduos não está completamente esclarecida. Alguns autores sugerem que a classe de medicação, denominada inibidores de proteases (IP), pode estar associada à aterosclerose precoce e a eventos cardiovasculares4,21,22. Não está claro qual a real contribuição da TARV e do HIV no aumento do risco de doença cardiovascular. Possíveis fatores desencadeantes são: o estado pró-inflamatório, determinado pela infecção viral; o efeito direto ou mediado por alterações metabólicas desencadeadas pelos antirretrovirais (ARV), particularmente os IP; estado de imunodeficiência ou ainda a associação destes.

Dentre os ARV, os IP estão mais frequentemente associados à dislipidemia e à resistência à insulina, apesar de medicamentos de outras classes, como inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleotídeos/nucleosídeos (ITRN) e inibidores de transcriptase reversa não-análogos de nucleotídeos/nucleosídeos (ITRNN), estarem implicados em distúrbios metabólicos e eventos coronarianos agudos. Os IP e, em menor importância, os ITRN parecem estar envolvidos nos efeitos metabólicos diretos e indiretamente na lipodistrofia21-25.

O CMI pode ser usado como um preditor de doença aterosclerótica em artérias coronárias, independente dos fatores de risco clássicos: idade, sexo, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, diabetes e história familiar positiva de doença arterial coronariana (DAC)8,26-28. O estudo do CMI também vem sendo realizado em pacientes com HIV/AIDS na investigação de fatores de risco para aterosclerose como marcador precoce, na tentativa de avaliar fatores específicos relacionados à infecção e à terapia29-32.

O índice tornozelo-braço (ITB) é um método não-invasivo, de alto valor preditivo para doença arterial periférica e tem associação significante com o risco de mortalidade cardiovascular; tem custo baixo e já é validado na população geral15,33. A redução do ITB a valores inferiores a 0,9 está associada ao significativo aumento do risco cardiovascular, particularmente por IAM e AVC, independente dos outros fatores de risco34,35. O aumento do ITB (>1,3) deve-se mais à alteração de complacência arterial do que à estenose, que seria responsável por uma diminuição do ITB. A alta prevalência do ITB elevado em pacientes com HIV pode ser mediada pelo envolvimento da elasticidade vascular, assim como pela formação de placas de ateroma15.

Considerando que a detecção precoce de aterosclerose nos indivíduos com HIV/AIDS possibilitaria tratar previamente pacientes com maior risco de desenvolver eventos cardiovasculares, o estudo ora proposto visou identificar precocemente a prevalência e a análise de aterosclerose por causa do espessamento do CMI das carótidas comuns e do ITB. Essas medidas foram relacionadas com os fatores de risco clássicos da aterosclerose e os fatores específicos dos infectados pelo HIV (tempo de doença, tempo de tratamento, tipo de tratamento antirretroviral e tipo de terapia antirretroviral utilizada).

Métodos

O estudo foi prospectivo, observacional, analítico, de delineamento transversal e comparativo entre os grupos. Foram selecionados, consecutivamente, 70 indivíduos adultos portadores de AIDS no momento da consulta de rotina. Estes tinham até 50 anos e estavam inscritos no Programa de Prevenção, Controle e Tratamento da AIDS do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A coleta de dados foi realizada no período de agosto a outubro de 2009. Foram incluídos indivíduos com pelo menos cinco anos de tratamento com TARV, sem antecedentes de diabetes ou doenças cardiovasculares - angina do peito, IAM, AVC ou doença da artéria periférica (DAP), nem internamento nos últimos dois meses.

Para todos os pacientes aplicou-se o termo de consentimento livre e esclarecido. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE. O Protocolo de Coleta de Dados foi composto de questionário clínico. O exame ultrassonográfico e a medida do ITB foram realizados por pesquisadora "cega" em relação às informações clínicas dos pacientes.

Participantes do estudo foram interrogados quanto aos fatores de risco clássicos para aterosclerose: HAS, tabagismo, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, história familiar de evento cardiovascular - IAM, angina, AVC ou DAP. Para a avaliação de obesidade, realizou-se o cálculo do índice de massa corpórea (IMC) e da circunferência abdominal (CA)36,37.

A avaliação ultrassonográfica do CMI das artérias carótidas foi realizada no modo B do equipamento Vivid i compacto da General Electric® (GE), com sonda linear (4-10 mHz). As carótidas comuns foram avaliadas antes de suas bifurcações e as internas nos seus 2 cm iniciais, ambas bilateralmente. A medida do CMI foi realizada na parede posterior do vaso estudado em área livre de placa e foi definida como sendo a distância entre duas linhas ecogênicas, representadas pela interface lúmen-íntima e média-adventícia da parede arterial. A medida automática do CMI foi realizada nas carótidas comuns direita e esquerda, com software que determina as medidas média, máxima e mínima (Figura 1). Neste mesmo sítio, foram realizadas três medidas manuais, sendo possível o cálculo da média aritmética da medida manual nas carótidas comuns direita e esquerda, bem como as medidas máxima e mínima (Figura 2). Nas carótidas internas direita e esquerda, realizou-se medida manual. Foi definido como padrão-ouro8,38 a média da medida automática da carótida comum direita (CCD). Como a população estudada tinha até 50 anos, o CMI foi considerado espessado se >0,8 mm39. Considerou-se a presença de placa quando demonstrado um espessamento do CMI>1,5 mm8,40.

O ITB foi calculado após aferição da pressão nos tornozelos direito e esquerdo, que foi realizada sob visão direta das artérias. Para aferição da pressão arterial nos membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), utilizou-se aparelho esfignomanômetro Becton Dickinson® e aparelho de Doppler colorido compacto da marca GE, modelo Vivid i. Em seguida, realizou-se avaliação segmentar, por ultrassonografia Doppler, das artérias tibial posterior e dorsal dos pés, os indivíduos apresentaram fluxo trifásico. Procedeu-se, então, à aferição das pressões nos tornozelos em artérias tibiais posteriores. O ITB foi calculado dividindo a pressão sistólica do tornozelo pela maior pressão sistólica braquial. O valor do ITB considerado normal foi de 0,9 a 1,3; sendo >1,3 artérias incompressíveis e <0,9 DAP34,35.

Para avaliação da reprodutibilidade do método utilizado, a medida do CMI por ultrassonografia foi realizada por dois observadores independentes, que mediram o CMI das carótidas de 20 pacientes.

Definição das variáveis relacionadas ao HIV

As variáveis estudadas para posterior correlação com a média da medida do CMI em CCD foram: tempo de HIV, tempo de tratamento com ARV, uso de ARV com IP, uso irregular de ARV, uso de IP por mais de seis meses, classe atual de ARV, tipo de esquema ARV atual, carga viral (CV) atual, maior CV, CD4 recente, menor CD4 e número de esquemas utilizados. O tempo de diagnóstico do HIV foi considerado em meses e todos tinham pelo menos 60 meses de diagnóstico, sendo o tempo dividido em quatro períodos (60 a 84, 85 a 108, 109 a 132 e mais de 132 meses). O tempo de tratamento com ARV foi considerado em meses e todos tinham no mínimo 60 meses de tratamento. O uso de ARV com IP, o uso irregular de ARV e o uso de IP por mais de seis meses foram variáveis qualitativas, e as informações foram obtidas nos prontuários e no relatório da farmácia. A classe atual de ARV usada para o tratamento foi dividida em quatro grupos: 2ITRN + 1ITRNN; 2ITRN + 1IP; ITRN + ITRNN + IP e outros. O tipo de esquema atual também pode ser subdividido em esquemas contendo IP com ritonavir (IP/r), outros contendo IP sem ritonavir (IP s/r) e outros sem IP.

Foram consideradas a CV mais elevada e a atual, a qual foi avaliada quantitativamente e dividida em quatro grupos: indetectável (menor que 50 cópias/mL); baixa (menor que 10.000 cópias/mL); moderada (entre 10.000 e 100.000 cópias/mL) e alta (>100.000 cópias/mL).

Foi considerado o CD4 (contagem de linfócitos) mais baixo ao longo da vida do paciente e o atual, que foi avaliado quantitativamente e classificado em risco: baixo (menos de 500 células/mm3); moderado (entre 200 e 500 células/mm3) e grave (menos de 200 células/mm3).

Análise estatística

As variáveis qualitativas foram expressas pela distribuição de frequências e as quantitativas como médias, medianas, desvio padrão, mínimo e máximo.

Para comparação dos valores do CMI na CCD média automática com as variáveis quantitativas, aplicou-se o coeficiente de correlação de Pearson. Para as qualitativas, o teste t de Student e a análise de variância (ANOVA) foram utilizados.

O nível de significância assumido foi de 5%. Os cálculos estatísticos foram realizados no software SPSS for Windows, versão 12.0 - Statistical Package for the Social Science.

Características da amostra

A casuística foi constituída por 70 indivíduos com AIDS. A Tabela 1 apresenta o perfil amostral para variáveis biológicas e socioeconômicas. A população foi predominantemente (60%) do sexo masculino, a média de idade foi de 40,5 anos, todos tinham pelo menos cinco anos de diagnóstico e de tratamento com ARV. O tempo médio de diagnóstico do HIV foi de 104,9 meses (variou de 60 a 228), sendo 25 (35,7%) com tempo de 60 a 84 meses e 9 (12,9%), mais de 132 meses. O tempo médio de tratamento foi de 97,9 meses (variou de 60 a 180). Quanto ao tipo de tratamento, 49 (70,0%) fizeram ou estão em uso de ARV com a classe de IP, sendo que 47 (67,1%) fizeram uso por mais de seis meses e 36 (51,4%) estão em uso de IP atualmente.

Os indivíduos do estudo foram interrogados e avaliados quanto aos fatores de risco clássicos de aterosclerose: HAS, tabagismo, obesidade, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e antecedentes familiares de eventos cardiovasculares: IAM, angina, AVC ou DAOP (Tabela 1). Na avaliação de antecedentes cardiovasculares, 29 (41,4%) evidenciaram história familiar.

Resultados

O ITB encontrava-se aumentado em um único paciente (0,7%) e a alteração foi bilateral. A média do ITB no membro inferior direito (MID) foi de 1,082 (DP=0,089) e no esquerdo (MIE) foi de 1,080 (DP=0,082).

O CMI não se encontrou espessado em nenhum indivíduo estudado, com média na CCD de 0,51 mm (DP=0,08) e na esquerda de 0,52 mm (DP=0,09).

A Tabela 2 apresenta a distribuição de frequências das características clínicas do grupo de 70 pacientes infectados pelo HIV.

Na Tabela 3 estão descritas as variáveis específicas relacionadas ao HIV. A média da CV do valor recente foi calculada apenas em 11 pacientes, pois os demais tinham a CV atual indetectável e esta foi de 7.889,09. Sessenta e três pacientes apresentaram média da maior CV de 153.692,00; os sete restantes sempre apresentaram CV indetectável.

Na Tabela 4 observa-se que não existiu correlação estatisticamente significante da medida do CMI em CCD (média automática) com nenhuma das variáveis analisadas, ou seja, nenhuma dessas variáveis interferiu no valor do CMI no presente estudo.

Observa-se que, nas Tabelas 5 a 7, o tipo de esquema adotado e a CV não interferem no CMI. Considerando que, com p<0,10, existe uma tendência estatística, na Tabela 6 a comparação da média automática do CMI da CCD com a classe atual de ARV utilizada, o CMI foi mais espessado na classe ITRN+ITRNN+IP (0,56 mm) e na classe outros (0,56 mm), tendo como média geral 0,51 mm (p=0,081). As duas classes foram as que tinham menor número de pacientes e, possivelmente, com maior casuística esta tendência estatística poderia ser mais expressiva. Considerando esta mesma tendência estatística na Tabela 7, comparando-se a média automática do CMI da CCD com a CV atual, o CMI foi menos espesso nos grupos de CV baixa (0,46 mm) e moderada (0,44 mm), com p=0,077. Estes grupos também apresentavam menor população em relação ao grupo de CV indetectável e, em uma maior casuística, esta tendência estatística poderia ser mais expressiva.

 

Apenas dois pacientes apresentaram placa ateromatosa em CCD e nenhum na esquerda. Não houve diferença estatisticamente significante quando relacionada a presença de placa com o uso de IP versus sem IP, nem quando consideradas as variáveis relacionadas ao HIV.

Discussão

No presente estudo, a medida automática do CMI nas carótidas comuns direita e esquerda não demonstrou espessamento do complexo. O ITB encontrou-se alterado em apenas um paciente (0,7%) com tendência à incompreensibilidade.

Autores sugerem que a TARV associada à dislipidemia e à resistência à insulina é comum e persiste particularmente em pacientes tratados com IP. A patogênese dessa anormalidade metabólica não é totalmente esclarecida, mas envolve efeitos diretos do IP, lipodistrofia e fatores não-relacionados ao tratamento22. No estudo atual, 25 (35,7%) pacientes apresentaram hipercolesterolemia e 32 (45,7%), hipertrigliceridemia. Quanto ao uso de IP no tratamento, 47 (67,1%) fizeram uso por mais de seis meses e 36 (51,4%) estão em uso de IP atualmente, mas não foi identificado espessamento do CMI. Não foi confirmada a hipótese de que o IP provoca espessamento precoce do complexo no presente estudo, mesmo quando havia dislipidemia presente. Uma possível justificativa para a falta de espessamento do CMI e de alterações no ITB nesta população é o fato dela ser jovem (média de 40,5 anos) e ter menos fatores de risco para aterosclerose do que em outros estudos.

Pesquisadores defendem a hipótese de que a TARV induz a ativação da função endotelial. Desta forma, tanto o HIV, como a resposta imune do organismo de reconstituição e a TARV podem promover ativação prematura do endotélio41-43. Por não ter sido encontrado espessamento do CMI no estudo atual, demonstrou-se que não existe associação do espessamento do complexo com o tempo de tratamento, o tipo de tratamento ou a presença do HIV. Os pacientes tinham diagnóstico de AIDS e tratamento medicamentoso há pelo menos cinco anos. Vale salientar que esta população vem sido tratada há muito tempo (média de 97,9 meses) e que 59 (84,0%) apresentam CV atual indetectável com média de CD4 atual de 670,6, o que demonstra que estes pacientes se encontram, em sua maioria, clinicamente estáveis. Portanto, o endotélio é menos agredido e esta é uma possível justificativa para o CMI não se apresentar espessado.

A falta de associação significante entre o espessamento do CMI nos pacientes com HIV em uso de IP, quando comparados com Controles sem uso de IP ou com indivíduos sem HIV, já foi identificada em dados observacionais de algumas coortes29,30,43. Currier et al. sugerem que o espessamento do CMI identificado por ultrassonografia é consequência dos fatores de risco tradicionais de aterosclerose e são mais importantes do que o impacto do uso de IP para o espessamento do complexo29. Autores, que estudaram uma coorte prospectiva e multicêntrica com 423 pacientes com HIV, que tiveram o CMI estudado por ultrassonografia, concluíram que apenas os fatores de risco cardiovasculares clássicos tiveram uma associação independente com o aumento do CMI em pacientes infectados pelo HIV. Na análise multivariada, o efeito da lipodistrofia e da TARV desapareceu após o ajuste para os outros fatores de risco cardiovascular43. Neste estudo foram levados em consideração lipodistrofia, idade, gênero, IMC, tabagismo, uso de bebida alcoólica, HAS, estágio de AIDS, tipo e duração da TARV, CD4, insulina, colesterol total e homocisteinemia. A média do CMI nas carótidas nesta coorte foi de 0,54 mm (variando de 0,50 a 0,60).

Na população do presente estudo, a média do CMI foi de 0,51 mm na CCD e 0,52 mm na CCE. Estas medidas foram semelhantes à de alguns investigadores, quando analisaram fatores de risco semelhantes43. Em outro estudo, os autores avaliaram o CMI de 346 pacientes infectados pelo HIV e seguidos por 12 meses e também concluíram que os fatores de risco cardiovasculares clássicos são os maiores determinantes da evolução do CMI. A ligação entre o status imunológico e o CMI das carótidas necessita de novos estudos30.

Alguns autores concluíram que os fatores preditivos para baixo ITB foram: idade, tabagismo, diabetes e CD4 abaixo de 200 células/µL44. Outros pesquisadores não encontraram significante associação com baixo ITB45,46. Na análise univariada, Gutiérrez et al. observaram que houve diferença significante para baixo ITB quando se tinha quatro fatores de risco cardiovasculares clássicos versus dois (p=0,015) e baixa contagem de CD447. Na análise multivariada de Ollala et al.15, o IP, a dislipidemia e o CD4 baixo foram relacionados ao ITB anormal. Os autores da metanálise concluíram que a prevalência de ITB anormal foi mais alta nos pacientes infectados pelo HIV, que o uso de IP pode estar relacionado a este achado e a utilização do ITB pode ser uma forma de identificar os pacientes com alto risco cardiovascular15. Na amostra do estudo atual, o único paciente que tinha ITB alterado fazia uso de IP. Seria necessária uma maior casuística com ITB alterado para testar a associação do aumento do ITB com o uso de IP.

Conclusão

Os achados permitem concluir que indivíduos jovens, sob uso de TARV por cinco anos ou mais, não apresentaram espessamento do CMI ou alteração do ITB. Não houve diferença do espessamento do CMI associada ao tipo de esquema ARV utilizado ou nível de CV, exceto por maior tendência dos esquemas contendo ITRNN e IP.

Agradecimentos

Ao Professor Carlos Alberto Engelhorn, Titular de Angiologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Submetido em: 25.03.11.

Aceito em: 11.01.12.

Conflito de interesse: nada a declarar.

Fonte de financiamento: nenhuma.

Contribuições dos autores

Concepção e desenho do estudo: ETAMG, CTB, JTAMG, HRL

Análise e interpretação dos dados: ETAMG, CS

Coleta de dados: ETAMG, JTAMG, VMGA, JCZ

Redação do artigo: ETAMG, JTAMG

Revisão crítica do texto: CTB, HRL, JCZ

Aprovação final do artigo*: ETAMG, CTB, JTAMG, HRL, VMGA, JCZ, JTAMG, CS

Análise estatística: ETAMG, CS

Responsabilidade geral pelo estudo: ETAMG

*Todos os autores leram e aprovaram a versão final submetida ao J Vasc Bras.

Trabalho realizado no Programa de Prevenção, Controle e Tratamento da AIDS do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - Recife (PE), Brasil.

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  • Correspondência:

    Emmanuelle Tenório Albuquerque Madruga Godoi
    Rua Marquês de Tamandaré, 162 - apto. 1.402 - Poço da Panela
    CEP 52061-170 - Recife (PE), Brasil
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Jul 2012
    • Data do Fascículo
      Jun 2012

    Histórico

    • Recebido
      25 Mar 2011
    • Aceito
      11 Jan 2012
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