Acessibilidade / Reportar erro

Apresentação

Neste número, contamos com sete artigos que envolvem temas importantes da administração vinculados às seções temáticas da Revista de Administração Mackenzie (RAM).

Iniciamos pela seção Gestão Humana e Social (GHS). Dando continuidade à abordagem temática, essa apresenta três artigos dedicados ao tema aprendizagem, envolvendo diferentes formas, desde a aprendizagem informal à formal, e multiníveis: individual, grupal e organizacional. Buscou-se, nessa seção, dar voz a diferentes abordagens de pesquisa e olhares sobre a aprendizagem no contexto das organizações.

A aprendizagem informal está discutida no que concerne ao aprender com a prática no âmbito do contexto organizacional, em uma filial de uma empresa multinacional, localizada em Porto Alegre. O artigo de autoria de Patricia Kinast de Camillis e Claudia Simone Antonello traz à tona os objetivos, os aspectos facilitadores, os obstáculos e os resultados dos processos de aprendizagem. A pesquisa utilizou o método de estudo qualitativo básico em duas equipes administrativas pertencentes a uma empresa de fertilizantes químicos. Os dados foram estudados com base na análise de conteúdo temática categorial. As autoras concluem pela relevância da interação social, do aprender pela prática e do contexto organizacional nos processos de aprendizagem dos trabalhadores que não exercem função gerencial.

A aprendizagem formal foi contemplada no âmbito das novas tecnologias, tratando de estratégias de aprendizagem adotadas pelos participantes e da satisfação com o treinamento, no artigo de autoria de Gardênia da Silva Abbad, Vinícius Pinto Corrêa e Pedro Paulo Murce Meneses. A pesquisa foi realizada em um órgão público e abarcou 216 participantes de cinco cursos realizados a distância. O estudo dos dados envolveu a análise de correlações bivariadas entre as escalas de reação ao curso e de estratégias de aprendizagem. Com base nos resultados, os autores especulam que cursos adequadamente programados e que contem com tutoria ativa conduzem ao uso de estratégias úteis ao armazenamento, à recuperação e à utilização de informações.

A articulação entre os níveis de aprendizagem ficou por conta do artigo de Diógenes de Souza Bido, Arilda Schmidt Godoy, Bruno Felix von Borell de Araujo e Jones Carlos Louback. Nele, mediante pesquisa quantitativa baseada na técnica de modelagem em equações estruturais com estimação por mínimos quadrados parciais, os autores discutem a influência dos níveis individual e grupal na aprendizagem organizacional. A pesquisa foi realizada em uma indústria de plásticos brasileira, e os resultados obtidos foram comparados aos de estudos similares nas indústrias hospitalar e bancária. A maior correlação nos três estudos foi entre os níveis grupal e organizacional, permitindo que os autores conjecturem que, na percepção dos respondentes, o comportamento da equipe é o "portão de entrada" para a aprendizagem organizacional.

Na seção Finanças Estratégicas (FE), são apresentados dois artigos. Hiron Pereira Farias e Thelma Sáfadi estudaram como os mercados dos países emergentes que fazem parte do Bric, com exceção da Índia, se comportam entre si e em relação aos mercados dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Japão. Buscou-se verificar o grau de dependência dentro e entre cada grupo, e utilizaram-se teste de causalidade de Granger, critérios de seleção de modelos, função resposta a impulso e decomposição da variância do erro de previsão. Os resultados mostram uma forte influência dos mercados brasileiro e americano sobre os demais mercados.

O artigo de Pierre Lucena, Antonio Carlos Figueiredo Pinto e Gerson Lachtermacher examina a utilização da técnica estatística multivariada de análise de clusters em modelos financeiros. Foi aplicada essa ferramenta em 213 ações negociadas na Bolsa de São Paulo (Bovespa), separando os grupos por tamanho e book-to-market, em contraste com a metodologia tradicional de somente ordenar a partir dos quantis. As novas carteiras foram aplicadas no modelo de Fama e French (1996), comparando-se os resultados numa formação de carteira para quantil e análise de cluster. Os autores concluem que a análise de cluster pode ser mais adequada porque tende a formar grupos mais homogeneizados.

Na seção Recursos e Desenvolvimento Empresarial (RDE), dois trabalhos encerram esta edição da RAM. O artigo de Andrea Giovanni Spelta e Alberto Luiz Albertin apresenta um modelo conceitual dos direcionadores da decisão de criação de escritórios de projetos (EP) na área de tecnologia da informação, sugerindo que essa decisão depende dos seguintes fatores: satisfação com a entrega dos projetos de TI, satisfação com o controle da carteira de projetos de TI, importância estratégica da carteira de projetos de TI e opinião da direção da empresa sobre EP. O modelo foi desenvolvido indutivamente com base na revisão da literatura e na técnica de estudo de casos múltiplos em quatro empresas privadas brasileiras de grande porte. A análise dos dados foi feita via análise de conteúdo temática categorial.

Cristiano de Oliveira Maciel e Camila Camargo estudam a relação entre os construtos comportamento empreendedor, lócus de controle e desempenho organizacional. A pesquisa foi realizada via a aplicação de um survey no varejo de vestuário em Curitiba (PR), sendo os dados analisados via a técnica de estatística de modelagem de equações estruturais. Os autores observaram influência negativa do lócus de controle externo sobre o desempenho e influência positiva do lócus interno sobre o comportamento empreendedor, e deste sobre o desempenho organizacional.

Aproveitem a leitura!

WALTER BATAGLIA

Editor acadêmico

  • Apresentação

    Caro leitor,
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Maio 2010
    • Data do Fascículo
      Abr 2010
    Editora Mackenzie; Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896, Edifício Rev. Modesto Carvalhosa, Térreo - Coordenação da RAM, Consolação - São Paulo - SP - Brasil - cep 01302-907 - São Paulo - SP - Brazil
    E-mail: revista.adm@mackenzie.br