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Uso do portal de periódicos da Capes por pesquisadores em um programa de pós-graduação estudo de caso em uma instituição federal de ensino superior

RESUMO

O trabalho discute os fatores que influenciam o uso do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo corpo docente de um Programa de Pós-Graduação na área das ciências sociais aplicadas da Universidade Federal da Bahia, identificando a fase atual do processo de institucionalização do uso da ferramenta, como instrumento de acesso à informação. Resulta de um estudo descritivo de natureza qualitativa, com base em revisão da literatura e observação direta não-participante. Objetiva analisar como os fatores intraorganizacionais influenciam o uso do Portal de Periódicos. Baseado nos estudos de Pamela Tolber e Richard Hall, o texto remete à reflexão de como os fatores organizacionais podem influenciar na adoção do sistema informativo. Os resultados encontrados indicam que o processo de institucionalização não atingiu sua plenitude e apontam para uma necessidade de aprimorar os processos organizacionais para que o uso da ferramenta seja sedimentado no Programa.

PALAVRAS-CHAVE:
Sociedade da informação; Redes de comunicação e informação; Produtividade científica

ABSTRACT

The paper discusses the factors that influence the use of the Journal Portal of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel by the faculty of a Postgraduate Program in the field of applied social sciences at the Federal University of Bahia, identifying the current phase of the process institutionalizing the use of the tool as an instrument of access to information. It results from a qualitative descriptive study, based on literature review and direct non-participant observation. It aims to analyze how intraorganizational factors influence the use of the Journal Portal. Based on the studies of Pamela Tolber and Richard Hall, the text refers to the reflection of how organizational factors can influence the adoption of the information system. The results found indicate that the institutionalization process has not reached its fullness and point to a need to improve the organizational processes so that the use of the tool is consolidated in the Program.

KEYWORDS:
Information society; Communication and information networks; Scientific productivity

1 INTRODUÇÃO

A pesquisa na pós-graduação brasileira possui nuances na busca do conhecimento, em distintos contextos e dinâmicas, que enseja um olhar crítico sobre a estética e as múltiplas possibilidades de significação de um fenômeno (MELLO, 2014MELLO, Ricardo Coutinho. Difusão de Saberes sobre Doenças Crônicas nãotransmissíveis: um estudo sobre a asma. 2014. Tese (Doutorado em Difusão do Conhecimento) - Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.). É próprio das chamadas “ciências naturais” uma percepção pautada na objetividade, na estruturação e interpretações pautadas em valores, atributos, usos e valores de uma pretensa base comum. O valor “universal” atribuído a práticas, ou a recursos a estas associados, levam em conta as “regras” designadas pela coletividade e são passíveis de decodificação. Compreendendo que interpretações de práticas neste contexto evocam uma análise de aspectos internos e externos a estruturas e às incorporadas pelos indivíduos, mas que não é unânime entre os usuários e campos científicos (PINUDO, 2013PINUDO, Fabíola da Silva. Padrões e motivações para o uso do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.), investiga-se neste trabalho variações na realidade do uso de um instrumental de pesquisa, o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na área de ciências sociais aplicadas.

Desde a sua criação no ano 2000, a coleção do Portal de Periódicos tem sido significativamente ampliada, visando atender às demandas dos cursos de pós-graduação brasileiros e tornou-se um dos principais mecanismos de atualização da comunidade acadêmica em relação à produção científica nacional e estrangeira. O Portal é considerado como um dos mais importantes mecanismos de acesso à literatura científica e tecnológica ofertado aos programas de pós-graduação brasileiros, possuindo a maior capilaridade de alcance, se comparada a outras iniciativas internacionais (PORTAL..., 2020).

Embora represente um recurso indispensável à pesquisa, poucos são os trabalhos que versam sobre o Portal da Capes na perspectiva da institucionalização do uso da ferramenta. Esta pesquisa visa atender uma lacuna na produção científica, partindo do pressuposto de que o processo de institucionalização não atingiu sua plenitude. O objetivo da pesquisa é analisar como os fatores intraorganizacionais influenciam o uso do Portal de Periódicos da Capes por docentes de um Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Bahia, na área das ciências sociais aplicadas. Diferentemente de outras investigações voltadas para a avaliação da usabilidade, estudos de usos e usuários, cientometria, comunicação científica, ou para o uso por egressos de programas de pós-graduação, o estudo discute a existência de fatores intraorganizacionais que possam influenciar a adoção do Portal por parte dos pesquisadores, que tendem a contribuir na formação de hábitos de pesquisa.

As resistências e as preferências quanto ao uso de um artefato tecnológico são compreendidas como uma busca de estabilização em face de transformações escalares, por vezes, disruptivas, que modelam o processo produtivo, tornando o processo de habitualização complexo e lento. O desafio para os atores sociais na contemporaneidade não somente é a adaptação ao uso intenso de dispositivos eletrônicos, mas apreender de que forma as mutações, em amplitude e profundidade, afetam as práticas sociais e os comportamentos preexistentes (BERGER; LUCKMANN, 2014BERGER, Peter Ludwig.; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2014.).

A pesquisa está embasada nos estudos de Tolbert e Hall (2015TOLBERT, Pamela; HALL, Richard. Harris. Organizations: structures, processes and outcomes.10 ed. New York: Routledge, 2015.), que propõem um modelo de estudo dos estágios de institucionalização, dividido em três fases: habitualização, objetificação e sedimentação. O ambiente, socialmente construído ou institucionalizado, é um processo que ocorre numa organização ao longo do tempo e reflete as peculiaridades históricas, moldando o curso de ações por parte dos atores sociais (DE PAULA, 2015DE PAULA, Ana Paula Paes. Repensando os estudos organizacionais: para uma nova teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015.). A relação organização/ambiente espelha processos subterrâneos de grupos informais, conflitos intergrupais, valores e a estrutura de poder da comunidade local (ENCARNAÇÃO, 2014ENCARNAÇÃO, Jackeline Ferreira da. O impacto das redes e do ambiente institucional no processo de internacionalização dos periódicos científicos.178 f. Dissertação (Mestrado em Gestão Internacional) - Associação Escola Superior de Propaganda e Marketing, São Paulo, 2014.; MACHADO-DA-SILVA et al., 2010MACHADO-DA-SILVA, Clovis; FONSECA, Valéria Silva da; CRUBELLATE, João Marcelo. Estrutura, agência e interpretação: elementos para uma abordagem recursiva do processo de institucionalização. Rev. Adm. Contemp., Curitiba, v. 14, n. spe, p. 77-107, set. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141565552010000600005&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 jun. 2018
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).

Neste contexto, o trabalho discute como a dinâmica institucional é capaz de alterar o processo constitutivo dos espaços produtivos, pondo em evidência a relação entre os fatores intraorganizacionais e a percepção dos atores organizacionais em um programa de pósgraduação na área de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Bahia.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

As bases de um modelo institucional para interpretar as organizações são a “expressão estrutural da ação racional” que, ao longo do tempo, estão sujeitas às pressões do ambiente social e se transformam em sistemas orgânicos (DE PAULA, 2015DE PAULA, Ana Paula Paes. Repensando os estudos organizacionais: para uma nova teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015.). O autor define este processo como sendo a “institucionalização”, correspondendo a valores que substituem fatores técnicos na determinação das tarefas organizativas.

Para Encarnação (2014ENCARNAÇÃO, Jackeline Ferreira da. O impacto das redes e do ambiente institucional no processo de internacionalização dos periódicos científicos.178 f. Dissertação (Mestrado em Gestão Internacional) - Associação Escola Superior de Propaganda e Marketing, São Paulo, 2014.) na perspectiva institucional, o ambiente representa não apenas a fonte e o destino de recursos materiais (tecnologia, pessoas, finanças, matéria-prima), mas, também, a fonte e destino de recursos simbólicos (reconhecimento social e legitimação). Neste contexto, o ambiente técnico se distancia da complexidade do ambiente socialmente construído ou institucionalizado, sendo sustentados em diferentes racionalidades. Um ambiente técnico ou “racional” é o que permite a organização ser eficiente, produzir bens ou serviços aceitos pelo mercado e, assim, lograr os seus objetivos.

A avaliação do ambiente institucional de forma abrangente, permite a apreciação crítica sobre entendimentos e normas compartilhadas. Nesta perspectiva, as variáveis institucionais são investigadas de forma indireta, compreendendo-as de maneira implícita e difusa em relação à dinâmica das interações no espaço organizacional.

Por outro lado, a análise no nível mais imediato, que se situa no momento da ação racional - capaz de proporcionar legitimidade a procedimentos no presente e no futuro da organização -, possibilita o estudo do impacto do ambiente de aspectos de dependência, poder e políticas sobre os atores organizacionais (SCOTT, 2013SCOTT, William Richard. Institutions and organizations. London: Sage, 2013.; MACHADO-DA-SILVA et al., 2010MACHADO-DA-SILVA, Clovis; FONSECA, Valéria Silva da; CRUBELLATE, João Marcelo. Estrutura, agência e interpretação: elementos para uma abordagem recursiva do processo de institucionalização. Rev. Adm. Contemp., Curitiba, v. 14, n. spe, p. 77-107, set. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141565552010000600005&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 jun. 2018
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). O processo de institucionalização tem, pois, uma dinâmica própria para cada organização e depende de fatores que a influenciam, sendo singular para cada grupo de indivíduos. Tolbert e Hall (2015TOLBERT, Pamela; HALL, Richard. Harris. Organizations: structures, processes and outcomes.10 ed. New York: Routledge, 2015.) destacam que o grau de institucionalização pode ser mensurado ao se avaliar os níveis de compartilhamento de valores - adquiridos através da experiência -, e resistência a mudanças por parte dos indivíduos.

Os elementos institucionais podem ser: as formas culturais - normas e leis, expectativas ou tipificações; estruturas sociais - sistemas de poder, sistemas de autoridade ou isomorfismo estrutural; e atividades rotineiras - procedimentos padronizados, conformidade ou execução de programas de ação (SCOTT, 2013SCOTT, William Richard. Institutions and organizations. London: Sage, 2013.). O processo de institucionalização de crenças, valores normativos e cognitivos acontecem em diversos níveis, sendo recomendadas diferentes modalidades de análise. Um modelo para explicar o processo de institucionalização decompõeno em três estágios: habitualização, objetificação e sedimentação (BERGER; LUCKMANN, 2014BERGER, Peter Ludwig.; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2014.; TOLBERT; HAAL, 2015TOLBERT, Pamela; HALL, Richard. Harris. Organizations: structures, processes and outcomes.10 ed. New York: Routledge, 2015.).

A habitualização, que pode ser classificada como um estágio pré-institucional, iniciase com a adoção de novos arranjos estruturais. A organização adota uma nova estrutura em resposta a problemas ou a conjuntos de problemas organizacionais específicos. Neste estágio também ocorre a normalização de novas estruturas para políticas e procedimentos da organização (TOLBERT; HALL, 2015TOLBERT, Pamela; HALL, Richard. Harris. Organizations: structures, processes and outcomes.10 ed. New York: Routledge, 2015.).

A ação humana está sujeita ao hábito na medida em que é frequentemente repetida, transformando-se em um padrão que pode ser novamente utilizado com economia de esforço (BERGER; LUCKMAN, 2014BERGER, Peter Ludwig.; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2014.). O hábito gera também ganho psicológico, pois limita as opções disponíveis para a realização de determinada atividade, evitando a reinterpretação, a todo momento, no curso da ação.

A segunda fase do processo é a objetificação e envolve o desenvolvimento de um grau de consenso entre os atores da organização. Esse processo pode ocorrer por meio de dois mecanismos diferentes, embora não necessariamente desvinculados: as organizações podem colher informações diretamente de uma variedade de fontes, ou de uma estrutura já testada em outros agrupamentos. Este processo minimiza os riscos de adoção da estrutura, sendo resultante de esforços para incrementar a competitividade, ou reciclar velhas invenções sociais. As

estruturas que se encontram nesse estágio são consideradas ‘semiinstitucionalizadas’(TOLBERT; HAAL, 2015TOLBERT, Pamela; HALL, Richard. Harris. Organizations: structures, processes and outcomes.10 ed. New York: Routledge, 2015.).

A institucionalização total envolve a sedimentação, um processo que se apoia na continuidade da estrutura e, especialmente, da sua sobrevivência, através de gerações de membros da organização. Assim, o processo depende dos efeitos conjuntos da baixa resistência relativa por parte de grupos de oposição, de promoção e de um apoio cultural contínuo por grupos de defensores dessa estrutura e da correlação positiva com resultados desejados. Esta etapa pode ser considerada como o estágio no qual as práticas adquirem legitimidade.

A legitimação das práticas passa pelo escrutínio não somente dos processos formais, tipificado por ações previsíveis e falas autorizadas, mas, de sobremaneira, pelo que foge ao normativo e, ainda assim, constituem a instituição. Assumir este viés implica reconhecer que a institucionalização não se restringe ao âmbito do organizado e a processos formais de interação. Exige olhar para além das manifestações organizadas, aparentemente coerentes, de modo a atentar para a dinamicidade organizacional, os processos que mantêm a organização distante do equilíbrio, o estado de incerteza e de permanente desorganização/(re)organização (tensões, disputas, perturbações).

As relações entre o sistema macro (estrutura social) e o sistema micro (organização) condicionam e são condicionadas por uma série de fatores ou variáveis, tais como, a valorização do imediato, a urgência das decisões, a velocidade das informações, o aparato tecnológico avançado e a mensuração de processos, entre outros.

As variáveis são representadas por contextos sociais, políticos e econômicos, pela cultura, visões de mundo dos integrantes em confluência com a cultura organizacional vigente, nos quais são mimetizados comportamentos e compartilhados universos cognitivos diferentes. A perquirição do efeito do aspecto relacional na institucionalização permite identificar interferências e condicionamentos variados dos diferentes tipos de interações em distintos contextos sociais (KUNSCH, 2010KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Comunicação organizacional: conceitos e dimensões dos estudos e das práticas. In: MARCHIORI, Marlene. Faces da cultura e da comunicação organizacional. São Caetano do Sul: Difusão, 2010.p.167-190.). Destarte, é válido estudar a conformação de formas de interrelação mais participativas, flexíveis, e a capacidade de se conjugar variados interesses com as condições culturais, econômicas e políticas, nas quais os atores organizacionais se inserem e se desenvolvem.

O processo de adaptação às mudanças leva a reflexão de como transformar o fazer produtivo continuamente, ponderando que normas, regras e padrões institucionalizados não garantem a redução da incerteza presente no espaço social. Em outras palavras, é aquiescer que o processo de formação, desinstitucionalização, institucionalização e reinstitucionalização oscilam dinamicamente, da ordem à desordem, da construção à desconstrução, em busca de um padrão social estabilizado ou aceitável (ABRUTYN; TURNER, 2011ABRUTYN, Seth.; TURNER, James Harvey. The old institutionalism meets the new institutionalism. Sociological Perspectives, v. 54, n. 3, p.283-306, 2011.).

O estudo do processo de institucionalização revela-se, pois, significante para se compreender a transformação das relações na organização, principalmente quando ocorre de forma colaborativa para se estreitar laços e desenvolver a imagem institucionalizada. Em decorrência desta diferenciação, estabelecem-se relações verticais, que acompanham a linha de autoridade, e relações horizontais, que percorrem o processo produtivo ou gerencial existente em um mesmo nível hierárquico, ensejando uma divisão de papéis e funções entre os atores organizacionais.

3 MÉTODO

A pesquisa resulta de um estudo exploratório de natureza qualitativa. A investigação percebe técnicas de pesquisa teórica e empírica, voltadas ao estudo das formas de estruturar o discurso, o envolvimento de conhecimento tácito e os recursos instrumentais. O procedimento metodológico aplicado é o estudo de caso único, por se investigar o fenômeno em um contexto singular. Segundo Yin (2015YIN, Roberto. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2015. ) é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade e pode ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias quanto descritivas. A pesquisa partiu do pressuposto que o processo de institucionalização do uso do Portal não atingiu sua completude dentro do Programa. O universo da pesquisa é composto por 31 docentes do quadro permanente, mais sete docentes colaboradores. Somente foram considerados os docentes do quadro permanente, e o fato de não se encontrarem aposentados no momento da realização da pesquisa.

Na amostra foram selecionados oito docentes com a proposta de diversificar a faixa etária, gênero e tempo de permanência no Programa, vínculo com grupos de pesquisa e perfil ativo de publicações no biênio 2017-2018. Na investigação, foram utilizadas observação direta não-participante, análise documental e entrevistas semiestruturadas. A observação individual, estruturada e não participante teve como objetivo verificar a rotina dos participantes no espaço de trabalho com relação ao uso de ferramentas de busca. O critério de seleção dos participantes levou em conta a posição/nível na carreira docente, para tanto foram selecionados: um docente Adjunto I, dois docentes Adjunto II, um docente Adjunto III, dois docentes Adjunto IV, um docente Associado 2 e um Titular, sendo que quatro docentes são Dedicação Exclusiva (DE), todos com doutorado. O número de docentes pesquisados e a ausência do corpo discente decorreram da exiguidade de recursos para ampliação do estudo. Os entrevistados foram abordados individualmente, em ambiente reservado no local de trabalho e questionados sobre a frequência e forma de utilização do Portal Capes.

Quanto à técnica de coleta dos dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada, que de acordo com Trivinos (2013TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução a pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação: o positivismo, a fenomenologia, o marxismo. São Paulo, SP: Atlas, 2013., p. 145) “[...] é um dos principais meios que tem o investigador para realizar a coleta de dados”, favorece não só a descrição dos fenômenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade. O roteiro de entrevista foi composto por três eixos, considerados relevantes para o momento da análise e discussão dos resultados e alcance dos objetivos propostos pelo estudo: perfil do participante, produção acadêmica e uso do Portal Capes. Elencaram-se três categorias para análise dos dados: a) Uso do Portal Capes por docentes do Programa de Pós-Graduação (processo de Habitualização), b) Fatores intraorganizacionais que podem interferir na utilização do Portal e, c) Facilidades e dificuldades de uso do Portal na opinião dos docentes.

Para a análise dos dados, utilizou-se o método da análise de conteúdo, pautado na linha de pensamento de Bardin (2011BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 2011.). A análise de conteúdo foi utilizada para o tratamento dos dados, e identificar consistências e significados centrais em dados adquiridos através da observação não participativa, documentos e entrevistas semiestruturadas considerando as realidades subjetivas dos comportamentos percebidos.

Na análise dos depoimentos atentou-se para a convergência ou divergência de significados de todos os envolvidos na pesquisa, desvelando a essência, o que é imutável, particular e constante no fenômeno estudado. Os discursos evidenciados pelos atores deram origem a categorias de análise. A convergência de significados permitiu identificar as qualidades acidentais das essenciais e dissociar as acepções independentes das compartilhadas pelos participantes. A divergência, percebida no que faltava no discurso de um participante em relação a outro - seja pela não-verbalização, seja imprecisão no relato -, elucidou significados implícitos e levou à inferência pelos pesquisadores, fundamentada em evidências, não em meras suposições acríticas. A definição das categorias levou em conta palavras com sentidos semelhantes, além da mensuração da frequência de uso destas. Em seguida, procedeu-se à classificação quanto à frequência, o que levou ao estabelecimento de títulos para as dimensões pesquisadas.

Com o objetivo de manter a autenticidade na transcrição dos dados coletados, com o uso de recurso de áudio (gravação) para a transcrição em suporte textual, utilizou-se a técnica de transcrição verbatim ‘palavra por palavra’ para todas as entrevistas, para tanto adotou-se o modelo de convenções para transcrição proposto por Costa (2011COSTA, Rosalina. Ridendo castigat mores: a transcrição de entrevistas e a (re) construção social da realidade. In: CONGRESSO PORTUGUES DE SOCIOLOGIA, 8, 2011, Évora. Anais eletrônicos... Évora: Universidade de Évora, 2011. Disponível em: http//hdl.handle.net/10174/13403. Acesso em: 02 mar. 2019.
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).

4 RESULTADOS

Para este estudo, foram realizadas entrevistas com oito docentes do Programa de Pósgraduação, sendo três do gênero feminino e cinco, do masculino. As idades dos participantes variaram entre 38 a 65 anos, como retratado no Quadro 1.

Quadro 1
Docentes Participantes

A caracterização da população entrevistada pautou-se no pressuposto de relação direta de influência entre a idade, experiência e produção científica. Destarte, esperava-se que um pesquisador mais experiente possuísse maior publicações, em se tratando de um programa stricto sensu com nota 4, atribuída pela CAPES. Pondera-se que pesquisadores em início de carreira tenham maior propensão/abertura para aprender e utilizar instrumental tecnológico, como é o caso do Portal, em relação a profissionais com mais tempo no programa.

A primeira categoria analisada corresponde à identificação do perfil dos entrevistados e a forma de utilizar o Portal Capes. Nenhum dos entrevistados recebeu treinamento ou orientação quanto ao uso do Portal ou de qualquer outra ferramenta de busca. Quando questionados sobre os recursos oferecidos pelo Portal Capes, os participantes disseram que a utilização de ferramentas para refinar os resultados recuperados, ou a realização de busca, selecionando editores disponíveis, não agregam valor à pesquisa. A respeito do volume de informações recuperadas nas pesquisas, como um fator importante para o uso do Portal, a falta de familiaridade, impede alguns entrevistados de avaliar melhor a ferramenta.

Com relação a frequência de uso do Portal, dois entrevistados - E5 e E7 - afirmaram utilizar quando iniciam uma investigação.

Indico a base de Periódicos da Capes, eventualmente outras bases que tem na área de conferência e também Google e Google Acadêmico, porque tem conferências e trabalhos de pós-graduação, teses e dissertações estrangeiras, mas eu particularmente não uso o buscador da Capes [...], eu uso esse desde do meu PIBIC [ênfase], desde minha iniciação científica, e aí me acostumei a usar o ScienceDirect que é um Portal que acessa uma determinada base que é comum [...] é uma das que a Capes tem acesso e ao SCOPUS [...] basicamente tem tudo nesses dois [ênfase] (Entrevistado 7).

A fala do participante mostra que a habitualização com outros serviços de busca decorre de uma trajetória pessoal, não sendo um processo consolidado pela a organização normativamente. Não há conformidade na construção de política ou de práticas voltadas para a adoção de instrumentos de busca de produção cientifica pelos atores do programa investigado. O hábito resulta de uma economia de esforço, não de políticas e procedimentos arraigados na organização. O desenvolvimento de práticas institucionalizadas é mérito de discussão especialmente por se tratar de um grupo de pesquisadores com perfil ativo de publicações.

O docente com mais publicações no último biênio, o participante E4, alega ser seletivo no uso do sistema pelo fato de não encontrar textos eletrônicos de um determinado período histórico, o que induz a fazer uso de outros serviços de busca. Cabe frisar que parte da coleção de títulos de periódicos da metade do século XX não estão disponíveis no Portal Capes, o que é considerado um ponto negativo para os docentes que trabalham com pesquisas de caráter histórico. A limitação os leva a acessar outras fontes de pesquisa para obtenção de documentos. Os demais docentes, quando questionados sobre limitações não fizeram qualquer menção ao não-acesso por conta de características da base de dados do Portal, mas ressaltaram a importância de uma divulgação intensa do Portal para despertar o interesse de uma parcela de pesquisadores do Programa que ainda não adotaram o Portal como ferramenta de acesso à informação científica.

A pesquisa em ferramentas de busca é um recurso aceitável, num primeiro momento da pesquisa, mas o entrevistado E6 entende que determinados instrumentos não são fontes válidas para realização de pesquisas acadêmicas. Com mais experiência entre os entrevistados, o pesquisador defende o uso do Portal por considerar relevante a qualidade dos resultados das buscas realizadas mediante a Ferramenta se comparada a outras. O uso destas em detrimento do Portal pode ter ocorrido pelo tipo de investigação conduzida pelos pesquisadores-usuários do Programa. É uma possível barreira para a segunda fase do processo de institucionalização de uso do Portal Capes, a objetificação, que envolve um grau de consenso social entre os atores da organização. Neste ponto, os impactos positivos ou resistência de grupos poderiam ser melhor avaliados (ABRUTYN; TURNER, 2011ABRUTYN, Seth.; TURNER, James Harvey. The old institutionalism meets the new institutionalism. Sociological Perspectives, v. 54, n. 3, p.283-306, 2011.), a exemplo das intenções dos atores e dos processos formais e até disciplinadores da fala autorizada, aquilo que a organização seleciona/elege sobre sua identidade, legitimidade, capital simbólico e imagem-conceito.

Todos os docentes pesquisados orientavam estudantes, tanto de doutorado como mestrado, além de atuarem como coorientadores. Os entrevistados publicaram, em média, 10 trabalhos no período de 2017-2018, o que revela uma produção profícua. No entanto, no processo de orientação aos discentes, no que tange à indicação de bases de dados bibliográficos para pesquisa, alguns entrevistados responderam que não indicavam sites de pesquisa para os orientandos. Tal prática reafirma que o desenvolvimento das atividades de busca ocorre de forma individualizada, havendo pouca ou nenhuma influência da comunicação intrapares no modo de como eles se organizam. O comportamento fica evidente ao se constatar que os docentes entrevistados, que participaram de Grupos de Pesquisa e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) quando cursaram a graduação, revelaram maior de facilidade domínio ao navegar no site do Portal:

[...] tem que aprender, como toda interface você tem que se acostumar [...] se tem aspas ou não tem aspas [...] os booleanos, os filtros, principalmente [ênfase], como qualquer um, mas uma vez que você entra lá é interessante, você pode fazer login e guardar suas buscas, você pode fazer um trabalho bem focado, então é bem legal, eu achei fácil aprender [ênfase]. (Entrevistado 5).

Por outro lado, três entrevistados - o E3, E6 e E8 - apontam para dificuldades com relação ao acesso e a localização de documentos através do Portal. Outro ponto a se considerar é o fato dos Entrevistados E3 e E8 afirmarem nunca terem acessado o Portal Capes. Pondo em perspectiva a fala do E8, por se tratar de um pesquisador com pouco tempo de exercício profissional, questiona-se sobre a possibilidade de um processo continuado, tipificado como uma fonte de inércia da estrutura organizacional. O grau de consenso entre os atores organizacionais revela a normalização de uma estrutura política, ou a falta dela, com relação a procedimentos da organização (TOLBERT; HALL, 2015TOLBERT, Pamela; HALL, Richard. Harris. Organizations: structures, processes and outcomes.10 ed. New York: Routledge, 2015.), sejam estes formais, através de normas e regulamentos, sejam informais, como a mimetização de comportamentos com mínimo esforço inovativo e inflexão cognitiva-cultural.

Os sistemas informacionais precisam estar integrados à rede humana e aos outros artefatos tecnológicos existentes para serem úteis. Igualmente necessário é se dar atenção à estrutura da organização, às práticas de trabalho e aos aspectos culturais para que a tecnologia introduzida não seja descartada ou subutilizada, como se constata no caso estudado. Com base nos achados da pesquisa, a institucionalização do uso da ferramenta está em estágio inicial, apesar de estar disponível há quase duas décadas. O desconhecimento de funcionalidades e potencialidades do instrumental é evidenciado em comportamentos que vão além da busca e do acesso na organização.

Quando questionados se conheciam e/ou utilizavam o acesso remoto ao Portal, que permite acesso ao conteúdo assinado disponível para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) a partir de qualquer equipamento via Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), alguns entrevistados demonstraram não conhecer os recursos oferecidos pelo Portal, sendo que os usuários costumazes revelaram satisfação em poder usufruir dessa facilidade.

Dois entrevistados acreditam que o Portal possui periódicos que favorecem o desenvolvimento de pesquisas, mas não souberam responder se a criação do Portal Capes influenciou de forma positiva a produção acadêmica do Programa. Esta avaliação poderia ser realizada após uma série de treinamentos oferecidos para o corpo docente e discente do Programa, que tendem a melhorar a disseminação do uso da ferramenta (DE MIRANDA; CARVALHO, 2017DE MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho; CARVALHO, Andrea Vasconcelos. Análise do uso do portal de periódicos da capes: estudo com egressos do PPGA/UFRN. PontodeAcesso, v. 11, n. 1, p. 60-80, 2017.).

A falta de uma campanha de comunicação institucional/organizacional, associada à falta de orientação quanto ao uso do Portal, são fatores intraorganizacionais determinantes para a baixa adesão dos entrevistados à Ferramenta. A oferta de treinamento pode esmaecer a dificuldade de integrar o uso do Portal como ferramenta de busca, ampliando o repertório de pesquisa dos usuários do Programa. Contudo, a sistematização da iniciativa não necessariamente deve partir ou se centrar na Capes, tampouco na coordenação dos programas de pós-graduação. Defende-se que o material pode ser produzido e acedido pelos próprios pesquisadores, no âmbito dos grupos de pesquisa, sob demanda, em consonância com a dinâmica própria da formação profissional. Volta à discussão, pois, a respeito do interesse e habilidade em se fazer uso do instrumental em um contexto de processos longos e com especificidade determinada, como é a formação do pesquisador.

O uso do Portal, no caso, ocorre de forma individualizada, pautada pelo interesse e facilidade do pesquisador-usuário em utilizar a interface, como se evidencia pelos relatos dos participantes. Caracteriza-se o estágio como uma incipiente habitualização, que decorre da pressão exercida por pares, que poderia ser induzido pelo “produtivismo” que permeia o ambiente acadêmico.

Os relatos dos entrevistados coadunam-se aos comportamentos observados ao longo de um período de duas décadas, tempo de envolvimento indireto dos investigadores responsáveis por este trabalho com o programa avaliado. Com base nos achados, pode-se afirmar que os arranjos produtivos no programa denotam práticas que pouco foram alteradas pela introdução do Portal da Capes, estando o processo de institucionalização ainda em estágio inicial, o que confirma o pressuposto do estudo.

No modelo institucional estudado há menor influência de elementos reguladores e normativos na vida dos atores organizacionais, mas é significativa a importância das

“coletividades particulares”, enquanto elos potenciais de conexão entre os indivíduos e o mundo social. No caso, a ambiência em grupos de pesquisa é considerada como uma “unidade significante” que molda o comportamento individual, como sugere Scott (2013SCOTT, William Richard. Institutions and organizations. London: Sage, 2013.). O papel estruturante do ambiente institucional é relativizado, sendo as relações interpessoais mais acentuadas do que as unidades sociais dominantes, a exemplo da Capes ou do corpo diretivo do programa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados do estudo revelam que nem o tempo de permanência, nem o de docência no Programa, interferem na experiência com o uso do Portal. Não há diferença entre os relatos de experiências por parte, tanto nos docentes com mais tempo no Programa, quanto pelos recém-admitidos.

No que se refere à adoção e ao uso do Portal, constata-se que precisa estar integrado às atividades de pesquisas, bem como receber atenção por parte dos docentes. A divulgação é um elemento crucial para que ocorra o processo de habitualização na institucionalização do uso do Portal Capes no Programa. A manifesta preferência por acessar periódicos eletrônicos, em detrimento a versão impressa, pode favorecer o uso do Portal, especialmente, por parte dos estudantes da pós-graduação, uma vez que os docentes entrevistados alegam falta de tempo, ou quiçá, de interesse, para participar de treinamentos, caso fossem ofertados.

As práticas de trabalho não estão institucionalizadas, tipificando-se a subutilização do sistema, que tende a ser minimamente utilizado mesmo por pesquisadores com mais experiência e com produção científica.

Investigações futuras podem se valer de estudo comparativo entre outros programas de pós-graduação para verificar a prevalência dos problemas registrados nesta pesquisa. É válido pôr em discussão os meios para se compreender, em conjunto, as práticas organizacionais e o uso do Portal, especialmente em áreas como da saúde, que tendem a fazer uso de outras bases de dados.

Cabe ainda investigar o simbolismo de poder exercido pelos atores organizacionais, que não foi objeto de estudo deste trabalho, especialmente em áreas nas quais o ator social está em uma estrutura hierarquizada com concentração de relações verticais, que acompanham a linha de autoridade, moldando o processo produtivo, o que projeta uma imagem e gera um ciclo de apoio e legitimação retroalimentado.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Set 2023
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    25 Jun 2020
  • Aceito
    01 Set 2020
  • Publicado
    09 Set 2020
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