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Mais fontes de informação especializada em africanidades subsídios para novas e radicais epistemologias

RESUMO

Introdução:

As fontes de informação especializada são artefatos construídos por seres humanos que agenciam uma série de elementos informacionais sobre determinado recorte / especialidade da existência cotidiana. Esses artefatos se prestam a sanar uma demanda informacional específica e, não obrigatoriamente, podem apontar novos caminhos em virtude do que resultar o ato de compulsar esses mecanismos.

Objetivo:

Apresentar novo conjunto de fontes de informação especializada em africanidades almejando contribuir para ampliar o conhecimento sobre a existência dessas fontes através da reunião de informações essenciais sobre cada uma delas, mediante parâmetros biblioteconômicos.

Método:

Os procedimentos metodológicos adotados foram: a) contato com pesquisadores do campo das africanidades; b) identificação de textos teóricos para delimitação do conceito africanidades; c) verificação da disponibilidade de acesso às fontes; d) recolha de informações para descrição das fontes de informação selecionadas; e) agrupamento, quando possível, das fontes por área temática; e f) consolidação dos resultados em forma de guia de fontes.

Resultados:

Foram identificadas, reunidas e descritas 23 fontes de informação, distribuídas em cinco categorias.

Conclusão:

Acredita-se que o rol de artefatos informacionais apresentado funciona como um estratégico guia a subsidiar o fortalecimento de epistemologias novas e radicais, fundamentadas em preceitos éticos e acolhedores dos saberes erigidos, prioritariamente, em espaços contra-hegemônicos.

PALAVRAS-CHAVE:
Fontes de informação especializada - África; Guia de fontes de informação - africanidades; Ciência da Informação

ABSTRACT

Introduction:

Specialized information sources are artifacts constructed by human beings that organize a series of informational elements about a particular cutout/specialty of everyday existence. These artifacts serve to solve a specific informational demand and, not necessarily, can point out new paths as a result of the act of enforcing these mechanisms.

Objective:

To present a new set of specialized information sources on Africanities, aiming to contribute to increasing knowledge about the existence of these sources by gathering essential information about each one of them, through librarianship parameters.

Method:

The methodological procedures adopted were: a) contact with researchers in the field of Africanities; b) identification of theoretical texts to delimit the concept of Africanities; c) verification of availability of access to sources; d) collection of information to describe the selected information sources; e) grouping, when possible, of sources by subject area; and f) consolidation of results in the form of a source guide.

Results:

23 sources of information were identified, gathered and described, distributed into five categories.

Conclusion:

It is believed that the list of informational artifacts presented works as a strategic guide to support the strengthening of new and radical epistemologies, based on ethical and welcoming precepts of knowledge erected primarily in counter-hegemonic spaces.

KEYWORDS:
Expert information sources - Africa; Guide to information sources - Africanities; Information Science

1 INTRODUÇÃO

[...] “não proclamaríamos a Africanidade se ela não tivesse sido negada ou degradada...”

Archie Mafeje, antropólogo e cientista social sul-africano (2000)

Em agosto de 2019 foi publicado no periódico PontodeAcesso, do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), especificamente no volume 13, número 2, artigo que comunicava os resultados de extensa pesquisa realizada, no âmbito da Biblioteconomia e Ciência da Informação, com o objetivo de identificar fontes de informação especializada em africanidades.1 1 O artigo intitulado “Fontes de informação especializada em africanidades” pode ser consultado no endereço https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/30464.

Naquela ocasião foram retomados teóricos brasileiros referência para o entendimento do conceito de fontes de informação, tais como Paulo da Terra Caldeira (2008), Beatriz Valadares Cendón (2003CENDÓN, Beatriz Valadares. Bases de dados de informação para negócios no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 2, p 17-36, maio/ago. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12906.pdf. Acesso em: 29 dez. 2020.
https://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12906...
) e Murilo Bastos da Cunha (2010CUNHA, Murilo Bastos da. Manual de fontes de informação. Brasília: Briquet de Lemos, 2010. 182 p.), dentre outros, que forneceram substrato para a propositura do que nomeamos de fontes de informação especializada. Ancorados em parte das reflexões daqueles teóricos, chegamos à seguinte delimitação conceitual:

as fontes de informação especializada são artefatos construídos por seres humanos que agenciam uma série de elementos informacionais sobre determinado recorte / especialidade da existência cotidiana. Esses artefatos se prestam, pelo menos para isso é que foram concebidos, a sanar uma demanda informacional específica e, não obrigatoriamente, podem apontar novos caminhos em virtude do que resultar o ato de compulsar esses mecanismos. (CARVALHO; REZENDE; GOMES, 2019CARVALHO, Wellington Marçal de; REZENDE, Angerlânia; GOMES, Gracielle Mendonça Rodrigues. Fontes de informação especializada em africanidades. PontodeAcesso, Salvador, v.13, n.1, p. 174-201, ago. 2019. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/30464/20054. Acesso em: 12 out. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
, p. 175).

Essa conceitualização foi pensada com a intenção de ampliar, o quanto possível, a incorporação de artefatos de quaisquer naturezas, desde que os mesmos tivessem a sua reunião em coleções, na perspectiva biblioteconômica, fomentados por uma temática, as africanidades.

Tão necessário quanto bem delinear o que se entendia por fontes de informação especializada, era o fato de demarcar, com maior precisão, o que a noção de africanidades pretendia significar. Para esse fim foram revisitadas, ainda no artigo já mencionado, informações compartilhadas pela Professora Dra. Maria Nazareth Soares Fonseca, estudiosa brasileira das literaturas africanas de língua portuguesa, bem como dos pesquisadores Valéria Aparecida Algarve (2004ALGARVE, Valéria Aparecida. Cultura negra na sala de aula: pode um cantinho de africanidades elevar a autoestima de crianças negras e melhorar o relacionamento entre crianças negras e brancas? Orientadora: Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. 2004. 271 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.) e Paulo César Antonini de Souza (2010SOUZA, Paulo César Antonini de. Educar-se ao mundo: percepções acerca das africanidades. Revista Espaço Acadêmico, n. 106, p. 149-159, mar. 2010. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7760. Acesso em: 20 dez. 2020.
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.p...
), que permitiram alinhavar a seguinte explanação:

A expressão “africanidades” reportaria “ao modo de ser, de viver, [...] às marcas da cultura africana que [...] fazem parte de seu dia-a-dia” (SILVA, 2003, p. 26 citado por SOUZA, 2010SOUZA, Paulo César Antonini de. Educar-se ao mundo: percepções acerca das africanidades. Revista Espaço Acadêmico, n. 106, p. 149-159, mar. 2010. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7760. Acesso em: 20 dez. 2020.
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.p...
, p 149-150). O termo quer traduzir a multiplicidade cultural do continente africano e enfatizar a existência de culturas diferentes e não de uma cultura única. O conceito “tem uma dimensão cultural de produção de conhecimento e, por isso mesmo, política. [...] As africanidades tomam como base a cultura e a história dos povos africanos e seus descendentes” (ALGARVE, 2004ALGARVE, Valéria Aparecida. Cultura negra na sala de aula: pode um cantinho de africanidades elevar a autoestima de crianças negras e melhorar o relacionamento entre crianças negras e brancas? Orientadora: Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. 2004. 271 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004., p. 46, 48) e, poderia ser acrescentado, os múltiplos desdobramentos dessas manifestações na produção de conhecimento em todas as áreas do saber. (CARVALHO; REZENDE; GOMES, 2019CARVALHO, Wellington Marçal de; REZENDE, Angerlânia; GOMES, Gracielle Mendonça Rodrigues. Fontes de informação especializada em africanidades. PontodeAcesso, Salvador, v.13, n.1, p. 174-201, ago. 2019. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/30464/20054. Acesso em: 12 out. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
, p. 178).

A continuidade do movimento de pesquisa empreendido nos levou até as reflexões produzidas pela escritora nigeriana-britânica, feminista e acadêmica Amina Mama, professora de Estudos Étnicos, desde 2008, do Mills College, em Oakland, Califórnia, Estados Unidos. Em capítulo intitulado “Será ético estudar a África?: considerações preliminares sobre pesquisa acadêmica e liberdade”, que integra a obra Epistemologias do Sul, organizada por Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses, Mama, ao problematizar os desafios de se compreender processos identitários, apresenta interessante elaboração refinada do conceito de africanidades, pelas lentes dos africanos. De acordo com Amina Mama:

Hoje os africanos entendem a ‘africanidade’ como algo que é múltiplo, fluido, histórica e institucionalmente construído de acordo com as diversas dimensões da diferença, e constantemente contestado e redefinido em resultado dos processos e lutas sociais. Vêem-se como sendo o produto, simultaneamente, de divisões culturais e dinâmicas ‘internas’ (relacionadas com a diferença sexual, a sexualidade, a classe, a etnicidade, a religião etc.) e de influências ‘externas’ originárias de um espaço cultural global que, não obstante a forma problemática como constrói os africanos, lhes garantiu uma história cosmopolita. (MAMA, 2010MAMA, Amina. Será ético estudar a África? considerações preliminares sobre pesquisa académica e liberdade. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 604-637., p. 622.623).

De igual modo pensamos ser interessante revisitar trechos do artigo publicado em 2000 pelo antropólogo e cientista social sul-africano, Archie Mafeje, inspirado na obra Out of one, many Africas, de 1999, editada por William Martin e Michael West, em que pode ser cotejado o sentido abarcado pelo conceito aqui perseguido, como pode ser visto adiante:

[...] a Africanidade tem força emotiva. Suas conotações são ontológicas e, portanto, exclusivistas [...]. Africanidade desenvolveu-se em algo maior do que um simples estado social e espiritual de ser. Tornou-se uma ontologia penetrante que confunde tempo e espaço. Em vez de se limitar a africanos continentais, estende-se a todos os descendentes de africanos na diáspora, especialmente os afroamericanos. [...] seu projeto intelectual é muito mais amplo. Entre outras coisas, busca angariar respeitabilidade e reconhecimento para africanos estabelecendo a verdadeira identidade do africano histórico e cultural. [...] refere-se ao que se considera ser a essência da África, por oposição às imagens distorcidas impostas ao continente por outros (ou seja, europeus e americanos). O ponto de referência é a história e a cultura subjacentes das sociedades africanas contemporâneas. Espera-se que um entendimento genuíno desse patrimônio permita a intelectuais africanos desenvolver teorias e paradigmas que auxiliem os africanos em geral a combater a dominação estrangeira e forjar uma identidade panafricana independente. Em outras palavras, a ênfase na Africanidade é a luta por uma segunda independência da África ou uma renascença africana, e tem mais a ver com o metanacionalismo africano do que com raça ou cor da pele. [...] Africanidade é a afirmação de uma identidade que foi negada; é uma repulsa panafricanista à imposição externa ou a recusa à ditadura dos outros. Nesse sentido, é um reflexo político e ideológico dedicado a inaugurar uma renascença africana. (MAFEJE, 2008, p. 318, 319, 320).

Muito embora as elaborações anteriormente apresentadas provavelmente não esgotem a discussão em torno do conceito, consideramos primordial a contribuição que esse conjunto de pensadores, de diferentes áreas e espaços do mundo, oferece para enfrentar a complexidade inerente ao campo de significação que o termo “africanidade” carrega. Tal desafio já havia sido apontado por Henning Melber, cientista político germano-namibiano:

To no surprise, the issues of [...] “Africanity” provoke a wide range of views and convictions. [...] The notion and concepto of “Africanity” brings us back to the early days of Pan-Africanism and Negritude, as well as “Afrocentris”, and the criticism of such concepts and ideologies from both within and outside the continent. (MELBER, 2001MELBER, Henning. Beyond africanity: an introduction. In: DIAGNE, S. B. et al. Identity and beyond: rethinking africanity. Uppsala: Nordiska Afrikainstitutet, 2001. p. 5-8. Disponível em: https://www.files.ethz.ch/isn/102628/12.pdf. Acesso em: 20 abr. 2021.
https://www.files.ethz.ch/isn/102628/12....
, p. 6)

Resta constatado, ainda, ao retomar a perspectiva de Souleymane Bachir Diagne que, de fato, a noção de africanidade é uma questão em aberto. Nos termos de Diagne, filósofo senegalês:

[...] under the title “Conversation: Race and Identity in Africa”, [no CODESRIA BULLETIN] Archie Mafeje’s “Africanity: a Combative Ontology” appears to be the perfect counterpoint to Mbembe’s text. Thus, on the one hand, Africanity is thought of as substance by Archie Mafeje, who uses the philosophical category of ontology to define it, while, on the other hand, Achille Mbembe’s contention is to de-sub stantialise it, to say that Africanity is not a pre-constituted self expressed after wards in writing, but rather is continuously created through the very process of writing. To use an analogy (which is not an identification) with Negritude and Creoleness, this opposition is reproduced in different terms. And in this debate, the issue of language is known to be central. [...]The notion of Africanity as performed (after the notion of its creation through the poetical experience of language) appears as characteristic of Ngugi wa Thiongo’s positions on what authentic self-writing means. Ngugi would agree with Sartre on two essential points. First he would applaud what Sartre says about Irish nationalism and would draw the conclusion that to be Kikuyu is to think Kikuyu, and that means, above all, to think in Kikuyu. Second, in some ways and on his own terms, he agrees also that identity is less a datum, some preconstituted self, than a dynamic construction. His decision not to write any more fiction except in his own “mother” tongue, Kikuyu, is an effect of his discovering the fact that the literary act is also the construction of a moving identity. (DIAGNE, 2001DIAGNE, Souleymane Bachir. Africanity as na open question. In: DIAGNE, S. B. et al. Identity and beyond: rethinking africanity. Uppsala: Nordiska Afrikainstitutet, 2001. p. 19-24. Disponível em: https://www.worldcat.org/title/identity-and-beyond-rethinking-africanity/oclc/48839671. Acesso em: 03 abr. 2021.
https://www.worldcat.org/title/identity-...
, p. 19, 22, destaques no original).

Como se vê na amostragem acima apresentada, ao se pensar a categoria conceitual “africanidades” opera-se em uma dimensão notadamente política, afrocentrada. Deve-se atentar para o caráter dinâmico da noção resultante de sua permanente multiplicidade, fluidez e acoplamento a intensos embates sociais que se desdobrarão em projeto/programa reflexivo de largo espectro. Nesse sentido, no presente trabalho postula-se a relevância do quadro de profissionais da informação, principalmente bibliotecários, em conhecerem artefatos informacionais sobre africanidades à medida que a familiaridade com essas ferramentas os permitirá o alinhamento, no campo da produção científica, ao conhecimento que subsidie o renascimento africano e, ao mesmo tempo, um combate à dominação epistemológica.2 2 Ademais, ao travar contato e ganhar familiaridade com tais fontes de informação especializada, acredita-se ser possível agregar ao escopo de atuação de bibliotecários, em sua atividade de mediação, uma faceta negritudinista que muito poderá contribuir para alterar o olhar da sociedade em geral e de parte da academia, em particular, sobre os povos do continente africano. Essa nuance na postura profissional é um ato político e configura uma tomada de partido negritudinista, nos termos do martiniquense Aimé Césaire. Para esse teórico, a Negritude: “Resulta de uma atitude proativa e combativa do espírito. Ela é um despertar; despertar de dignidade. Ela é uma rejeição, rejeição da opressão. Ela é uma luta, isto é, luta contra a desigualdade. Ela é também revolta. [...] contra aquilo que eu chamava de reducionismo europeu.” (CÉSAIRE, 2010, p. 109-110).

Essas incursões são de muita valia para o trabalho de busca, identificação e descrição de fontes de informação especializada na temática e, como esse é um ramo da ciência biblioteconômica, não há como não pesquisar e refletir, aprofundadamente, a respeito.

Foi com esse cuidado que no artigo publicado no periódico da UFBA analisaram-se, naquela ocasião, 19 fontes, agrupadas por cobertura de área do conhecimento, nas seguintes categorias: informação social e humanidades com 9 fontes (Africa Resources - Dag Hammarskjold Library; Africa-Wide Information; Portal de Memórias de África e do Oriente; Slave Voyages - Banco de Dados do Tráfico de Escravos; Centro de Estudos Africanos - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Coleção História Geral da África - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); African Online Journals (AJOL); African American Biographical Database (AABD); African Education Research Database); finanças, estatística e indicadores econômicos com 4 fontes (African Business Guide - Library of Congress; DataBank Africa - The World Bank; Council for Scientific and Industrial Research (CSIR); Index to South African Periodicals (Sabinet)); desenvolvimento ambiental sustentável com 5 fontes (The Nordic Africa Institute; The Essential Electronic Agriculture Library (TEEAL); The Mediterranean Ammophiletea Database; African Plant Database; The Northern African Natural Products Database (NANPDB)) e, por fim, saúde com 1 fonte (African Index Medicus Database (AIM)).

A despeito de ter sido um resultado bem razoável, nos incomodava o fato de apenas 4 fontes, do conjunto de 19 analisadas, serem de responsabilidade de países africanos, especificamente África do Sul e Congo. Assim, desde meados de 2019, decidimos continuar a pesquisa em busca de mais fontes, com reforçado empenho para identificar aquelas gestadas e mantidas por massa crítica africana, obviamente não excluindo as que pertencessem a outros espaços do mundo.

Dito isso, o presente artigo objetiva apresentar novo conjunto de fontes de informação especializada em africanidades almejando contribuir para ampliar o conhecimento sobre a existência dessas fontes através da reunião de informações essenciais sobre cada uma delas, mediante parâmetros descritivos biblioteconômicos. Acredita-se que o rol de artefatos informacionais que será apresentado pode funcionar como um estratégico guia a subsidiar o fortalecimento de epistemologias novas e do tipo radical, fundamentadas em preceitos éticos e acolhedores dos saberes erigidos, prioritariamente, em espaços contra-hegemônicos (MAMA, 2010MAMA, Amina. Será ético estudar a África? considerações preliminares sobre pesquisa académica e liberdade. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 604-637., p. 633).

1.1 Repercussão do artigo da PontodeAcesso na academia e além

Parece-nos bem providencial relatar, ainda que brevemente, a boa acolhida que o artigo publicado no periódico da UFBA angariou, tanto na esfera da Biblioteconomia e Ciência da Informação, como também extramuros dessa comunidade de prática. Salvo melhor juízo, essa reverberação, notadamente para outro público que não o dos profissionais e pesquisadores da área de formação e desenvolvimento de acervos reforça a urgência de fazer do movimento de pesquisa e descrição dessas fontes uma ação perene3 3 O caráter pouco usual trabalhado nesta pesquisa ensejou o convite a um dos autores para integrar a programação científica do XXI Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, previsto para acontecer em dezembro de 2021, em “roda de conversa” no eixo temático “Inovação” com o título “A biblioteca universitária e as africanidades: reflexões sobre fontes de informação não-hegemônicas”. O XXI SNBU é presidido pela bibliotecária diretora do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás, Maria de Souza Lima Santos e disponibiliza todas as informações sobre o evento no endereço eletrônico www.snbu2020.com.br. .

O artigo, tão logo foi publicado, motivou a procura de parte da equipe do site Biblioo Cultura Informacional para entrevista com os autores. A matéria resultante, intitulada “Conheça dezenove fontes de informação seguras sobre África e africanidades” foi publicada em 27 de janeiro de 2020 e, conforme verificação realizada em fevereiro de 2021, já foi visualizada mais de 3.800 vezes e alcançou 94 compartilhamentos em redes sociais.4 4 A reportagem que foi produzida pela equipe desse importante veículo pode ser acessada em https://biblioo.info/conheca-dezenove-fontes-de-informacao-seguras-sobre-africa-e-africanidades/. Essa

reportagem foi reproduzida no blog do Conselho Regional de Biblioteconomia da 8ª Região (jurisdição Estado de São Paulo) e, também, nos perfis do Instagram do “Biblioteconomia para Concurseiros”, da “Estante Bibliotecária” e de Ana Patrícia responsável pelo “Estratégia Concurso Biblioteconomia”.

Houve menção do artigo, também, no site mantido pelo bibliotecário professor Pedro Andretta, do Departamento de Ciência da Informação / Biblioteconomia da Universidade Federal de Rondônia (DEPCI/UNIR), em postagem datada de 21 de novembro de 2019, dentro do projeto de curadoria de conteúdo “Informe-CI”, cujo objetivo é informar profissionais da informação e estudantes sobre temas relacionados ao campo da Ciência da Informação.5 5 De acordo com o professor e pesquisador brasileiro Andretta (2020) “o Informe-CI é uma iniciativa de integração de plataformas digitais e redes sociais para a mediação da informação, sob a forma da curadoria de conteúdo, em prol da (in)formação dos bibliotecários e também de arquivistas e museólogos. Esse projeto busca levar novos conhecimentos e experiências aos profissionais da informação, por meio da divulgação selecionada de informes diários para mantê-los bem informados sobre as notícias, matérias e publicações atuais relacionadas à Ciência da Informação, com abrangência nacional e internacional. Nessa expectativa, o próprio nome: “Informe-CI”, vale dizer, brinca com o sentido e sons de “Informe-se” e ao mesmo tempo, com a ideia de comunicação “Informe” e a sigla da Ciência da Informação.” Acesso pelo endereço https://www.pedroandretta.info/index/?page_id=3585.

Identificamos rebatimento também nos seguintes veículos: perfil no FaceBook do “Quilombo Intelectual”, que compartilha informações científicas sobre temas da população negra, LGBTQI+, indígenas e direitos humanos, de responsabilidade da bibliotecária e doutoranda em Ciência da Informação no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Escola de Ciência da Informação da UFMG, a brasileira Franciéle Carneiro Garcês da Silva 6 6 Acesso pelo endereço https://www.facebook.com/quilombointelectual/about. ; no perfil no FaceBook da “Comissão Pró-Índio de São Paulo”, uma

organização não-governamental, com mais de 30 anos de existência, que luta para garantir direitos territoriais, culturais e políticos a índios e quilombolas7 7 Acesso pelo endereço https://www.facebook.com/cpisp/. ; no perfil no FaceBook do “Papo de Preta Saúde e bem estar da mulher negra”, um canal criado para falar sobre temas de interesse a mulheres negras8 8 Acesso pelo endereço https://www.facebook.com/canalpapodepreta/. ; no perfil no Twitter do “Combate Racismo”, coletivo que luta para redução das injustiças socioambientais dirigidas a grupos étnicos e comunidades vulnerabilizadas por conta de sua raça, origem ou cor9 9 Acesso pelo endereço https://twitter.com/combateracismo. .

Alguns portais, sites e blogs também noticiaram ou repercutiram o trabalho, como por exemplo: o “Notícia Preta”, cuja missão é reportar notícias através de uma perspectiva antirracista e não-violenta da informação, após entrevista com os autores veiculou, em 02 de fevereiro de 2020, matéria intitulada “Pesquisadores brasileiros fornecem acervo com dezenove fontes de informação seguras sobre África e africanidades”10 10 Acesso ao texto completo da reportagem produzida pela equipe do Notícia Preta pode ser obtido em https://noticiapreta.com.br/pesquisadores-brasileiros-fornecem-acervo-com-dezenove-fontes-de-informacao-seguras-sobre-africa-e-africanidades/. ; o “Geledés”, espaço em que se celebra contribuições “de africanos/as, negros/as e/ou afrodescendentes, nas mais variadas modalidades de expressões culturais” (OLIVEIRA, 2021OLIVEIRA, Maria Sylvia Aparecida de. Sobre o Portal Geledés. Portal Geledés. [s.l.], 2021. Disponível em: www.geledes.org.br. Acesso em: 20 fev. 2021.
www.geledes.org.br...
), por seu turno, replicou a reportagem do site Biblioo Cultura Informacional e recebeu, entre os comentários ao pé da matéria, o da Professora Dra. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva11 11 Acesso ao texto completo da reportagem e comentários pode ser obtido em https://www.geledes.org.br/conheca-dezenove-fontes-de-informacao-seguras-sobre-africa-e-africanidades/. ; o portal “Outras Palavras”, que procura resgatar e reinventar o jornalismo também reproduziu a matéria do Biblioo12 12 Acesso pelo endereço https://outraspalavras.net/outrasmidias/guia-para-aprender-e-pesquisar-africanidades/. ; o mesmo foi feito pelo portal de notícias “Ao Corrente”13 13 Acesso pelo endereço https://aocorrente.com/31/01/2020/guia-para-aprender-e-pesquisar-africanidades/. e pelo site do “Projeto Saúde Pop Rua”. Por fim, o blog “Navegações nas fronteiras do pensamento”, de responsabilidade do Professor Dr. José de Sousa Miguel Lopes, moçambicano vinculado ao mestrado em Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais, cujo veículo pretende estabelecer diálogos e enfrentamentos ao lugar comum, também realizou apontamentos sobre o artigo14 14 Acesso pelo endereço http://navegacoesnasfronteirasdopensamento.blogspot.com/2020/01/fontes-de-informacao-especializada-em.html .

2 METODOLOGIA

2.1 Estratégia para busca, coleta e tratamento dos dados

O percurso adotado para busca e coleta de dados perpassou as seguintes etapas: a) contato com pesquisadores do campo das africanidades de diferentes partes do mundo que fizeram indicações de artefatos que posteriormente foram enquadrados enquanto fontes de informação especializada, no presente trabalho; b) identificação de possíveis fontes através de leitura de textos teóricos de africanistas, independentemente do campo acadêmico a que se vinculam. A título de ilustração destacamos o capítulo de autoria da Professora Amina Mana (2010), já citado na parte introdutória do presente trabalho; c) verificação de disponibilidade de acesso às fontes de informação, prioritariamente através da internet; d) recolha de informações para preenchimento do conjunto de etiquetas definidas para descrição de cada fonte; e) agrupamento, quando possível, das fontes de informação por área temática principal abrangida; e, por fim, f) consolidação dos resultados em forma de guia de fontes de informação especializada em africanidades.

2.2 Critérios para identificação e descrição das fontes de informação

Conforme já explicitado na primeira parte do presente trabalho, o movimento de pesquisa e os resultados que serão apresentados na próxima seção podem ser lidos como um novo esforço para encontrar mais fontes de informação especializada em africanidades, na perspectiva proposta desde a publicação, em 2019, na PontodeAcesso da UFBA. O conjunto de fontes dessa última publicação foi obtido em período de pesquisa cujo início se deu em meados de 2019 e se estendeu até fevereiro de 2021. Isso justifica o fato de utilizarmos, mais uma vez, o quadro construído a partir de Cendón (2003CENDÓN, Beatriz Valadares. Bases de dados de informação para negócios no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 2, p 17-36, maio/ago. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12906.pdf. Acesso em: 29 dez. 2020.
https://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12906...
), como se vê adiante:

Quadro 1
Critérios para identificação e descrição das fontes de informação

3 GUIA DE FONTES DE INFORMAÇÃO ESPECIALIZADA EM AFRICANIDADES

As fontes de informação coletadas foram organizadas em cinco categorias denominadas:

1) Fontes de Informação em Estudos Genderizados; 2) Fontes de Informação em Literatura Afro-Brasileira e Epistemologias Negras; 3) Fontes de Informação em Ciências Agrárias; 4) Fontes de Informação em Cultura, História, Memória e Filosofia; e 5) Fontes de Informação em Ciências Sociais.

3.1 Categoria 01 - Fontes de Informação em Estudos Genderizados

Na categoria 01, foram encontradas 03 fontes contendo informações sobre Estudos Genderizados. São fontes que mostram a luta de mulheres africanas e afro-brasileiras pelos seus direitos e empoderamento dentro da ciência, bem como o desenvolvimento de políticas sociais e o enfrentamento ao machismo e outras formas de violência nessas regiões.

Quadro 2
Centre for Women Studies and Intervention - CWSI

No Centre for Women Studies and Intervention - CWSI, sediado em Abuja, na Nigéria, os trabalhos sociais são realizados em parceria com vários outros países da África como Moçambique, Quênia e Serra Leoa com a finalidade de fomentar o empoderamento feminino.

Quadro 3
Women's & Gender Studies Research Network - WGSRN

O Women's & Gender Studies Research Network - WGSRN é, no presente trabalho, visto como uma fonte de informação dedicada à criação de ferramentas que aprimoram o fluxo de trabalho e a produtividade de pesquisadoras negras femininas. Os temas são variados e voltam-se para refletir sobre gênero e, também, a luta por direitos igualitários de mulheres africanas.

Quadro 4
Biografia de Mulheres Africanas - UFRGS

A Biografia de Mulheres Africanas - UFRGS resulta da criação de um projeto de iniciação científica, com a finalidade de tornar visíveis as informações sobre a vida do maior número possível de mulheres nascidas no continente africano, em diferentes tempos, de modo a oferecer subsídios de ensino e pesquisa sobre a história dessas mulheres africanas em todos os níveis de educação, em língua portuguesa.

3.2 Categoria 02 - Fontes de Informação em Literatura Afro-Brasileira e Epistemologias Negras

Na categoria 02, foram encontradas 05 fontes contendo informações sobre Literatura Afro-Brasileira e Epistemologias Negras, construídas para evidenciar e potencializar a visibilidade do conhecimento elaborado por pesquisadores/as negro/as e, também, de escritores/as da diáspora negra, notadamente afro-brasileiros/as.

Quadro 5
Literafro - NEIA - UFMG

A Literafro - NEIA - UFMG resulta do grupo Interinstitucional de Pesquisa Afrodescendências na Literatura Brasileira, constituído em 2001 e sediado no Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (NEIA), da Faculdade de Letras da UFMG. A página é bem completa quanto a sua arquitetura e organização. Em dezembro de 2020 foi inserida nova aba no Portal Literafro, denominada “LiterÁfricas”, sobre responsabilidade do Grupo de Estudos Estéticas Diaspóricas (GEED), coordenado pela pesquisadora Maria Nazareth Soares Fonseca15 15 “Em 2020, o GEED assumiu a Aba - LiterÁfricas, no portal do Literafro administrado pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (NEIA), da FALE/UFMG. Nesse novo local de atuação, o GEED se responsabilizará pela postagem de textos sobre as literaturas africanas de língua portuguesa, em particular, e sobre outras literaturas do continente africano, bem como sobre obras de autores e autoras afrodescendentes, oriundos de diferentes países, procurando não interferir nos objetivos do Literafro, que é responsável pela publicação de textos críticos sobre a literatura afro-brasileira. Devido ao forte vínculo do GEED com as literaturas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, optou-se por postar na Aba/Seção LiterÁfricas, a partir de 2021, textos mais gerais sobre a história das literaturas africanas escritas em português, bem como artigos específicos sobre autores e autoras dessas literaturas. Serão também postados textos críticos de autoria dos integrantes do GEED, já publicados em periódicos nacionais e estrangeiros sobre os temas e questões discutidos pelos pesquisadores. Com o propósito de oferecer on-line textos que auxiliem estudantes e pesquisadores das literaturas africanas de língua portuguesa, mas também das literaturas do continente africano escritas em inglês e francês, a aba LiterÁfricas procurará produzir e divulgar as pesquisas que expressam a seriedade e o entusiasmo que fomentam as várias atividades do GEED ao longo de sua trajetória” (FONSECA; ALVES; CARVALHO, 2021). Para saber mais sobre a primeira década de trabalho do GEED ver (FONSECA, 2020) e, também, (ALVES; CARVALHO, 2020). .

Quadro 6
Quilombo Intelectual

O Quilombo Intelectual reúne e divulga teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso, além de lives, documentários e palestras com objetivo de fornecer informações sobre a população negra, LGBTQI+, indígenas e direitos humanos, em sua página do FaceBook. É uma fonte de informação bem relevante e estratégica para a ação de libertar “sujeitos das amarras do pensamento colonial, a partir do momento em que evidencia o pensamento negro-afrodiaspórico e combate ao epistemicídio promovido no meio acadêmico intelectual” (SILVA; GARCEZ; ALMEIDA, 2020SILVA, Franciéle Carneiro Garcês da; GARCEZ, D. C.; ALMEIDA, B. Quilombo Intelectual e a promoção da autoria e protagonismos negros: a experiência do Momento Griôt com pessoas bibliotecárias negras. In: SILVA, F. C. G. da (org.) Bibliotecári@s negr@s: pesquisas e experiências de aplicação da Lei 10.639/2003 na formação bibliotecária e nas bibliotecas. Florianópolis: Nyota, 2020. p. 381-403., p. 399). Está em fase de finalização um sítio eletrônico que pode ser acessado em www.facebook.com/quilombointelectual.

Quadro 7
IdentidÁfrica - Biblioteca Virtual de Literatura Afro e Afins

A IdentidÁfrica disponibiliza várias informações e documentos em seu acervo, abrangendo aspectos das culturas africanas que vão de estudos referentes a alimentação, artes, empoderamento feminino, cultura etc. Possui parceria com países africanos e europeus.

Quadro 8
Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as - ABPN

A Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as - ABPN, aqui entendida enquanto uma fonte de informação especializada, objetiva o desenvolvimento de pesquisa acadêmico-científica e/ou espaços afins, realizada prioritariamente por pesquisadores/as negros/as, sobre temas de interesse direto das populações negras no Brasil e de todos os demais temas pertinentes à construção e à ampliação do conhecimento humano.

Quadro 9
Educação Étnico-Racial

A fonte Educação Étnico-Racial é fruto do mestrado profissional em Educação Profissional e Tecnológica de Germano de Oliveira Menezes (2020MENEZES, Germano de Oliveira. Educação para as relações étnico-raciais: percepção dos professores de história do ensino médio integrado do IF Sudeste MG - campus Muriaé e campus Rio Pomba. Orientador: Natalino da Silva de Oliveira. 2020. 118 f. Dissertação (Mestrado em Educação Técnica e Tecnológica) - Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, 2020.), desenvolvido sob orientação do Prof. Dr. Natalino da Silva de Oliveira, que objetivou verificar qual educação para as relações étnico-raciais é promovida nos cursos técnicos do IF Sudeste de MG, explicitando o olhar de professores de história, bem como, realizando análise de conteúdo dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) de duas unidades daquela instituição. Funciona como um repositório de conteúdo digital, disponibilizando material didático que auxilia na elaboração de novas práticas pedagógicas que permitam a promoção de uma educação para as relações étnico-raciais e, por conseguinte, tragam informações sobre a história e cultura africana e afro-brasileira.

3.3 Categoria 03 - Fontes de Informação em Ciências Agrárias

Na categoria 03, foram identificadas 02 fontes contendo informações sobre Ciências Agrárias. Essas fontes disponibilizam conhecimento para o desenvolvimento agrícola e de áreas correlatas.

Quadro 10
Sam Moyo African Institute of Agrarian Studies - SMAIAS

O Sam Moyo African Institute of Agrarian Studies - SMAIAS, fornece uma análise relevante e rigorosa, apoiada por uma investigação empírica nas diferentes dimensões das questões sociais da produção de alimento. Destaca-se o investimento em movimento de pesquisa que acarreta a formulação de caminhos para enfrentamento de conflitos latifundiários. Cobre, também, as áreas do meio ambiente, mudanças climáticas, saúde e bem estar, ciências naturais, política e governança e ciências sociais e humanidades.

Quadro 11
African Academy of Science - AAS

A African Academy of Science - AAS coloca em perspectiva o melhoramento e desenvolvimento do solo para a produção de alimentos no continente africano, através de intensa elaboração e divulgação de publicações sobre essa temática.

3.4 Categoria 04 - Fontes de Informação em Cultura, História, Memória e Filosofia

Na categoria 04, foram agrupadas 05 fontes contendo produção de conhecimento nas áreas da Cultura, História, Memória e Filosofia. De natureza e pertencimento geográfico distintos, os artefatos informacionais adiante apresentados vinculam-se aos estados brasileiros de Bahia e São Paulo e, também, de Gana, nação africana e dos Estados Unidos.

Quadro 12
Museu Afro-Digital da Memória Africana e Afro-Brasileira

O Museu Afro-Digital da Memória Africana e Afro-Brasileira é uma fonte de informação com o propósito de disponibilizar cópias de documentos reunidos num acervo digital, preservando e conservando a história africana e afro-brasileira, promovendo o reconhecimento da importância desse patrimônio cultural. Possui parceria com a UFBA e disponibiliza assuntos relacionados à publicação da memória e história africana e afro-brasileira.

Quadro 13
African Newspapers

O African Newspapers é uma fonte de informação cujo objetivo é reunir e fornecer acesso a vários títulos de jornais que trazem aspectos da história e memória de vários países africanos, em um acervo digital. São coleções importantes e cuidadosamente selecionadas de fontes primárias pensadas com a temática das africanidades. É possível visualizar alguns recortes dos jornais sem ser assinante, porém, para ter contato com toda a documentação é necessário pagamento.

Quadro 14
Instituto de Estudos Africanos da Universidade de Gana

O Instituto de Estudos Africanos da Universidade de Gana aqui considerado uma fonte de informação, de responsabilidade da Universidade de Gana, reúne e faculta o acesso, gratuito, a vasto conjunto documental de cunho histórico, inclusive de questões relacionadas ao território africano, bem como, ao território e sociedade daquele país e suas relações com outros espaços africanos e do restante do mundo.

Quadro 15
Filosofia Africana - UNB

A fonte Filosofia Africana - UNB objetiva fornecer acesso a textos de filósofos africanos, além de reflexões sobre a filosofia africana gestadas em outros lugares do mundo, sendo de grande valia para desconstruir ilações sobre a não existência desse campo do saber no continente africano.

Quadro 16
Associação Brasileira de Estudos Africanos - AbeÁfrica

A fonte Associação Brasileira de Estudos Africanos - AbeÁfrica evidencia o crescimento do campo de trabalho e de estudos africanos e afro-brasileiros, nos aspectos relacionados às políticas públicas e aos movimentos sociais de afirmação da identidade e dos valores históricos da população afrodescendente no Brasil, suas relações com o continente africano e com a luta contra o racismo e outras formas de discriminação.

3.5 Categoria 05 - Fontes de Informação em Ciências Sociais

Na categoria 05, foram agrupadas 08 fontes contendo informações sobre Ciências Sociais, fornecidas por grupos de pesquisa, agentes elaboradores de políticas públicas e áreas correlatas.

Quadro 17
Forum for Social Studies - FSS

O Forum for Social Studies - FSS é uma instituição independente e sem fins lucrativos dedicada à pesquisa social para o desenvolvimento e a democratização do espaço político local. Destaca-se o caráter bilíngue dos conteúdos: amárico e inglês.

Quadro 18
Arquivo/Biblioteca do INEP - Guiné-Bissau

O Arquivo/Biblioteca do INEP - Guiné-Bissau cumpre a função de ser a Biblioteca Nacional Guineense. O Instituto apresenta um conjunto de informações documental bastante diversificada. Vale registrar que o Instituto, na sede em Bissau, “no piso superior da Biblioteca [mantém] uma seção de acervo dedicada a reunir, tratar, preservar e franquear acesso a publicações das mais variadas tipologias, que tomam como substrato de reflexão facetas do que se poderia denominar “guineidades”” (CARVALHO, 2019CARVALHO, Wellington Marçal de; REZENDE, Angerlânia; GOMES, Gracielle Mendonça Rodrigues. Fontes de informação especializada em africanidades. PontodeAcesso, Salvador, v.13, n.1, p. 174-201, ago. 2019. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/30464/20054. Acesso em: 12 out. 2020.
https://portalseer.ufba.br/index.php/rev...
, p. 162).

Quadro 19
Council for the Development of Social Science Research in Africa - CODESRIA

O Council for the Development of Social Science Research in Africa - CODESRIA é uma fonte com interface amigável em termos de arquitetura e layout, além disso, tem como objetivo principal a pesquisa em Ciências Sociais na África. É reconhecida não apenas como a organização de pesquisa social africana pioneira, mas também como o centro não-governamental de ponta na produção de conhecimento social no continente.

Quadro 20
Southern East African Social Science Research Organization - OSSREA

A Southern East African Social Science Research Organization - OSSREA é uma fonte de informação que disponibiliza uma gama de materiais, tais como artigos, anais de eventos, palestras e os projetos que já ocorreram ou estão ativos e em execução. O objetivo da instituição é a pesquisa e a capacitação de seus membros e apoiada por doadores, cuja missão é promover o diálogo e a interação entre pesquisadores e formuladores de políticas na África Oriental e Austral, com vistas ao seu desenvolvimento

Quadro 21
Associação Angolana de Ciência Política - AACP

A Associação Angolana de Ciência Política - AACP é, neste trabalho, considerada uma fonte de informação que divulga trabalhos e estudos políticos sociais e humanísticos de Angola.

Quadro 22
United Nations Integrated Peacebuilding Office in Guinea-Bissau - UNIOGBIS

O United Nations Integrated Peacebuilding Office in Guiné-Bissau - UNIOGBIS é uma instituição independente e sem fins lucrativos focada em maximizar o impacto individual e coletivo das ações da ONU, concentrando-se nas atividades necessárias para a consolidação da paz. Possui algumas subdivisões temáticas: (1) Seção de Assuntos Políticos; (2) Seção de Estado de Direito e Instituições de Segurança; (3) Seção de Direitos Humanos e Gênero e, que também representa o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (OHCHR) e, por fim, (4) Unidade de Informação da Unidade Pública.

Quadro 23
African Political Science Association - APSA - JSTOR

A African Political Science Association - APSA - JSTOR é uma organização panafricana de acadêmicos cujo objetivo é promover o estudo e a aplicação da ciência política na e sobre a África. Está aberta a "acadêmicos" de ascendência africana especializados em ciências políticas, políticas públicas e disciplinas relacionadas. Acolhe estudantes e admite acadêmicos de ascendência não africana e instituições como membros associados e corporativos, respectivamente.

Quadro 24
Center for Basic Research - CBR

O Center for Basic Research - CBR é um instituto proeminente em Uganda, estabelecido em 1987 como um fundo educacional e, posteriormente, registrado em 1988 como uma Organização Não-Governamental (ONG). Os bolsistas do centro pesquisam diversos temas nas seguintes áreas: movimentos sociais e trabalhistas e lutas democráticas; sociedade civil e governança. O conjunto dessa produção intelectual disponibilizada no sítio eletrônico permite o seu enquadramento, no presente trabalho, enquanto uma fonte de informação especializada.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento deste trabalho possibilitou atender ao objetivo proposto de apresentar um novo conjunto/guia de fontes de informação especializada em africanidades, além disso, deu continuidade a pesquisa iniciada em 2019 que resultou na organização do primeiro guia apresentando fontes de informação especializada em africanidades, que teve uma repercussão relevante e satisfatória tanto na esfera da Biblioteconomia e Ciência da Informação, quanto extramuros dessa comunidade.

A partir deste novo Guia de Fontes de Informação Especializada em Africanidades, descritas neste trabalho, foram organizadas e expostas fontes de informação africanas diversificadas e relevantes para estudantes, pesquisadores, especialistas e o público em geral. Portanto, na categoria 01 - Fontes de Informação em Estudos Genderizados foram apresentadas as fontes (Centre for Women Studies and Intervention - CWSI, Women's & Gender Studies Research Network - WGSR, e Biografia de Mulheres Africanas - UFRGS). Na categoria 02 - Fontes de Informação em Literatura Afro-Brasileira e Epistemologias Negras foram encontradas as fontes (Literafro - NEIA - UFMG, Quilombo Intelectual, IdentidÁfrica, Educação Étnico-Racial e Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as - ABPN). Na categoria 03 - Fontes de Informação em Ciências Agrárias foram identificadas as fontes (Sam Moyo African Institute of Grarian Studies - SMAIAS e African Academy of Science - AAS). Na categoria 04 - Fontes de Informação em Cultura, História, Memória e Filosofia foram apresentadas as fontes (Museu Afro-Digital da Memória Africana e Afro-Brasileira, African Newspapers, Instituto de Estudos Africanos da Universidade de Gana e Filosofia Africana - UNB). Na categoria 05 - Fontes de Informação em Ciências Sociais foram descritas as fontes (Forum for Social Studies - FSS, Arquivo/Biblioteca do INEP - Guiné-Bissau, Council for the Development of Social Science Research in Africa - CODESRIA, Southern East African Social Science Research Organization - OSSREA, Associação Angolana de Ciência Política - AACP, United Nations Integrated Peacebuilding Office in Guiné-Bissau - UNIOGBIS, African Political Science Association - APSA - JSTOR e Center for Basic Research - CBR).

A princípio tinha-se um total de 27 possíveis fontes de informação especializadas em africanidades obtidas na etapa de levantamento, porém, no percurso metodológico de busca e descrição dos dados, foram analisadas 23 fontes, posteriormente organizadas e descritas neste trabalho. As demais não foram incluídas, pois seus endereços eletrônicos estavam indisponíveis, nas diversas tentativas de acessá-los. Isso ocorreu, por exemplo, com a Feminist Studies Network; a Associação das Universidades Africanas; o Centro de Estudos Sociais Avançados de Port Harcout etc.

Cumpre registrar que esse novo conjunto de fontes apresenta artefatos construídos e mantidos pelos seguintes países do continente africano: Nigéria, Zimbábue, Quênia, Gana, Etiópia, Guiné-Bissau, Senegal, Angola, Tanzânia, Uganda e África do Sul. Além de fontes brasileiras e estadunidense. A despeito das dificuldades em localizar esse material, que exige um olhar apurado de pesquisa por caminhos não tão disseminados no espaço acadêmico e na literatura da Ciência da Informação, consolidou-se boa estratégia investigar as reflexões publicadas por africanistas. Ao ler textos produzidos por essa intelectualidade diaspórica foi possível cotejar pistas que levaram à identificação de várias das 23 fontes aqui apresentadas. Acredita-se que a persistência nessa direção acarretará ampliação do conjunto e, para tanto, o trabalho de bibliotecários, com um viés negritudinista em seu movimento de pesquisa, será de grande valia.

Por fim, esse aparato informacional sobre fontes de informação especializadas em africanidades, apresentado no guia I, de 2019 e, agora, neste segundo guia, de 2021, almeja funcionar como mecanismo de visibilidade, fortalecimento e resistência epistemológica contra-hegemônica17 17 Ao propor esse guia, articula-se um possível alinhamento ao que problematizou Cláudio Alves Furtado, sociólogo cabo-verdiano, professor da UFBA, em artigo de 2020, do qual se extrai a seguinte passagem: [...] “o conhecimento de África, num contexto sócio-histórico e político novo, ganha dinamismo fora e dentro do continente. Já não se pode dizer que é preciso conhecer para dominar, mas, antes, conhecer para melhor fundamentar as decisões políticas e de investimentos. Mutatis mutandis, é mudar para permanecer! Podemos, contudo, nesse processo, encontrar fissuras e interstícios no sistema de produção de conhecimento que indiciam interesses não vinculados ao sistema hegemónico. Contestações, primeiro, nos Estados Unidos da América e, depois, no Brasil, aos paradigmas teóricos que embasaram os estudos sobre as diásporas africanas e a busca da construção de um novo paradigma que possam embasar os estudos afro-americanos e afro-brasileiros têm possibilitado novos olhares, novos estudos e pesquisas sobre a África e suas múltiplas comunidades diaspóricas, não apenas nas Américas, mas também na Europa e na Ásia” (FURTADO, 2020, p. 20). , ao endossar o acesso de pesquisadores/ras, docentes, estudantes e demais interessados/as em conteúdos informacionais impulsionadores de construção de conhecimento de feição nova e radical.

REFERÊNCIAS

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  • ANDRETTA, Pedro Ivo Silveira. Sobre o Informe-CI. Informe-CI. [s.l.], 2021. Disponível em: https://www.pedroandretta.info/index/?page_id=3585 Acesso em: 20 fev. 2021.
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  • BRAH, Avtar. Cartografías de la diáspora: identidades em cuestión. Tradução de Sergio Ojeda. Madri: Traficantes de Sueños, 2011. 297 p.
  • CAMPELLO, Bernadete Santos; CALDEIRA, Paulo da Terra. Introdução às fontes de informação. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. 184 p.
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  • CARVALHO, Wellington Marçal de; REZENDE, Angerlânia; GOMES, Gracielle Mendonça Rodrigues. Fontes de informação especializada em africanidades. PontodeAcesso, Salvador, v.13, n.1, p. 174-201, ago. 2019. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/30464/20054 Acesso em: 12 out. 2020.
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  • CENDÓN, Beatriz Valadares. Bases de dados de informação para negócios no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 2, p 17-36, maio/ago. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12906.pdf Acesso em: 29 dez. 2020.
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  • CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre a Negritude. Belo Horizonte: Nandyala, 2010. 119 p. (Vozes da diáspora negra, 3).
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  • DIAGNE, Souleymane Bachir. Africanity as na open question. In: DIAGNE, S. B. et al. Identity and beyond: rethinking africanity. Uppsala: Nordiska Afrikainstitutet, 2001. p. 19-24. Disponível em: https://www.worldcat.org/title/identity-and-beyond-rethinking-africanity/oclc/48839671 Acesso em: 03 abr. 2021.
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  • FONSECA, Maria Nazareth Soares. Estéticas diaspóricas e sua força desestabilizante: mobilidades, trânsitos e ressignificações. In: ALVES, R. M. F.; CARVALHO, W. M. de. (org.). Deslocamentos estéticos. Florianópolis: Nyota, 2020. p. 11-28.
  • FONSECA, Maria Nazareth Soares; ALVES, Roberta Maria Ferreira; CARVALHO, Wellington Marçal de. Apresentação aba LiterÁfricas. Belo Horizonte, 2021. Disponível em: www.letras.ufmg.br/literafro/literafricas Acesso em: 03 abr. 2021.
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  • FURTADO, Cláudio Alves. Pesquisa em e sobre África no século XXI: África, africanos e africanistas. AbeÁfrica: Revista da Associação Brasileira de Estudos Africanos, v. 4, n. 4, p. 14-36, out. 2020. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/abeafrica/article/view/39756 Acesso em: 28 nov. 2020.
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  • MAFEJE, Archibald. Africanidade: uma ontologia combativa. Tradução de Paulo Ricardo Müller a partir de: MAFEJE, Archie. Africanity: a combative ontology. CODESRIA Bulletin, n. 3 & 4, 2008, pp. 106-110 [Republicado de CODESRIA Bulletin, n. 1 & 4, 2000, pp. 66-71). AbeÁfrica: Revista da Associação Brasileira de Estudos Africanos, v. 3, n. 3, p. 315-326, out. 2019. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/abeafrica/article/view/36475 Acesso em: 20 nov.2020.
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  • MAMA, Amina. Será ético estudar a África? considerações preliminares sobre pesquisa académica e liberdade. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (org.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 604-637.
  • MELBER, Henning. Beyond africanity: an introduction. In: DIAGNE, S. B. et al. Identity and beyond: rethinking africanity. Uppsala: Nordiska Afrikainstitutet, 2001. p. 5-8. Disponível em: https://www.files.ethz.ch/isn/102628/12.pdf Acesso em: 20 abr. 2021.
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  • MENEZES, Germano de Oliveira. Educação para as relações étnico-raciais: percepção dos professores de história do ensino médio integrado do IF Sudeste MG - campus Muriaé e campus Rio Pomba. Orientador: Natalino da Silva de Oliveira. 2020. 118 f. Dissertação (Mestrado em Educação Técnica e Tecnológica) - Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais, Rio Pomba, 2020.
  • OLIVEIRA, Maria Sylvia Aparecida de. Sobre o Portal Geledés. Portal Geledés. [s.l.], 2021. Disponível em: www.geledes.org.br Acesso em: 20 fev. 2021.
    » www.geledes.org.br
  • RODRIGUES, Tatiane Cosentino; ABRAMOWICZ, Anete. O debate contemporâneo sobre a diversidade e a diferença nas práticas e pesquisas em educação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 15-30, jan./mar. 2013. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/298/29825618002.pdf Acesso em: 20 jun. 2021.
    » https://www.redalyc.org/pdf/298/29825618002.pdf
  • SILVA, Franciéle Carneiro Garcês da; GARCEZ, D. C.; ALMEIDA, B. Quilombo Intelectual e a promoção da autoria e protagonismos negros: a experiência do Momento Griôt com pessoas bibliotecárias negras. In: SILVA, F. C. G. da (org.) Bibliotecári@s negr@s: pesquisas e experiências de aplicação da Lei 10.639/2003 na formação bibliotecária e nas bibliotecas. Florianópolis: Nyota, 2020. p. 381-403.
  • SOUZA, Paulo César Antonini de. Educar-se ao mundo: percepções acerca das africanidades. Revista Espaço Acadêmico, n. 106, p. 149-159, mar. 2010. Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7760 Acesso em: 20 dez. 2020.
    » http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7760
  • TANUS, Gustavo. Literafro: o portal da literatura afro-brasileira e sua reconfiguração, entrevista com o idealizador do projeto, Prof. Dr. Eduardo de Assis Duarte. Signo, Santa Cruz do Sul, v. 43, n. 76, p. 99-102, jan./abr. 2018
  • 17
    JITA: HP. e-resources.
  • RECONHECIMENTOS:

    Não é aplicável.
  • FINANCIAMENTO:

    Não é aplicável.
  • APROVAÇÃO ÉTICA:

    Não é aplicável.
  • DISPONIBILIDADE DE DADOS E MATERIAL:

    Não é aplicável.
  • 1
    O artigo intitulado “Fontes de informação especializada em africanidades” pode ser consultado no endereço https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/30464.
  • 2
    Ademais, ao travar contato e ganhar familiaridade com tais fontes de informação especializada, acredita-se ser possível agregar ao escopo de atuação de bibliotecários, em sua atividade de mediação, uma faceta negritudinista que muito poderá contribuir para alterar o olhar da sociedade em geral e de parte da academia, em particular, sobre os povos do continente africano. Essa nuance na postura profissional é um ato político e configura uma tomada de partido negritudinista, nos termos do martiniquense Aimé Césaire. Para esse teórico, a Negritude: “Resulta de uma atitude proativa e combativa do espírito. Ela é um despertar; despertar de dignidade. Ela é uma rejeição, rejeição da opressão. Ela é uma luta, isto é, luta contra a desigualdade. Ela é também revolta. [...] contra aquilo que eu chamava de reducionismo europeu.” (CÉSAIRE, 2010, p. 109-110).
  • 3
    O caráter pouco usual trabalhado nesta pesquisa ensejou o convite a um dos autores para integrar a programação científica do XXI Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, previsto para acontecer em dezembro de 2021, em “roda de conversa” no eixo temático “Inovação” com o título “A biblioteca universitária e as africanidades: reflexões sobre fontes de informação não-hegemônicas”. O XXI SNBU é presidido pela bibliotecária diretora do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás, Maria de Souza Lima Santos e disponibiliza todas as informações sobre o evento no endereço eletrônico www.snbu2020.com.br.
  • 4
    A reportagem que foi produzida pela equipe desse importante veículo pode ser acessada em https://biblioo.info/conheca-dezenove-fontes-de-informacao-seguras-sobre-africa-e-africanidades/.
  • 5
    De acordo com o professor e pesquisador brasileiro Andretta (2020) “o Informe-CI é uma iniciativa de integração de plataformas digitais e redes sociais para a mediação da informação, sob a forma da curadoria de conteúdo, em prol da (in)formação dos bibliotecários e também de arquivistas e museólogos. Esse projeto busca levar novos conhecimentos e experiências aos profissionais da informação, por meio da divulgação selecionada de informes diários para mantê-los bem informados sobre as notícias, matérias e publicações atuais relacionadas à Ciência da Informação, com abrangência nacional e internacional. Nessa expectativa, o próprio nome: “Informe-CI”, vale dizer, brinca com o sentido e sons de “Informe-se” e ao mesmo tempo, com a ideia de comunicação “Informe” e a sigla da Ciência da Informação.” Acesso pelo endereço https://www.pedroandretta.info/index/?page_id=3585.
  • 6
    Acesso pelo endereço https://www.facebook.com/quilombointelectual/about.
  • 7
    Acesso pelo endereço https://www.facebook.com/cpisp/.
  • 8
    Acesso pelo endereço https://www.facebook.com/canalpapodepreta/.
  • 9
    Acesso pelo endereço https://twitter.com/combateracismo.
  • 10
    Acesso ao texto completo da reportagem produzida pela equipe do Notícia Preta pode ser obtido em https://noticiapreta.com.br/pesquisadores-brasileiros-fornecem-acervo-com-dezenove-fontes-de-informacao-seguras-sobre-africa-e-africanidades/.
  • 11
    Acesso ao texto completo da reportagem e comentários pode ser obtido em https://www.geledes.org.br/conheca-dezenove-fontes-de-informacao-seguras-sobre-africa-e-africanidades/.
  • 12
    Acesso pelo endereço https://outraspalavras.net/outrasmidias/guia-para-aprender-e-pesquisar-africanidades/.
  • 13
    Acesso pelo endereço https://aocorrente.com/31/01/2020/guia-para-aprender-e-pesquisar-africanidades/.
  • 14
    Acesso pelo endereço http://navegacoesnasfronteirasdopensamento.blogspot.com/2020/01/fontes-de-informacao-especializada-em.html
  • 15
    “Em 2020, o GEED assumiu a Aba - LiterÁfricas, no portal do Literafro administrado pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (NEIA), da FALE/UFMG. Nesse novo local de atuação, o GEED se responsabilizará pela postagem de textos sobre as literaturas africanas de língua portuguesa, em particular, e sobre outras literaturas do continente africano, bem como sobre obras de autores e autoras afrodescendentes, oriundos de diferentes países, procurando não interferir nos objetivos do Literafro, que é responsável pela publicação de textos críticos sobre a literatura afro-brasileira. Devido ao forte vínculo do GEED com as literaturas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, optou-se por postar na Aba/Seção LiterÁfricas, a partir de 2021, textos mais gerais sobre a história das literaturas africanas escritas em português, bem como artigos específicos sobre autores e autoras dessas literaturas. Serão também postados textos críticos de autoria dos integrantes do GEED, já publicados em periódicos nacionais e estrangeiros sobre os temas e questões discutidos pelos pesquisadores. Com o propósito de oferecer on-line textos que auxiliem estudantes e pesquisadores das literaturas africanas de língua portuguesa, mas também das literaturas do continente africano escritas em inglês e francês, a aba LiterÁfricas procurará produzir e divulgar as pesquisas que expressam a seriedade e o entusiasmo que fomentam as várias atividades do GEED ao longo de sua trajetória” (FONSECA; ALVES; CARVALHO, 2021). Para saber mais sobre a primeira década de trabalho do GEED ver (FONSECA, 2020) e, também, (ALVES; CARVALHO, 2020).
  • 16
    A noção de espaços da diáspora é tomada de empréstimo de Avtar Brah, socióloga ugandense-britânica, na obra em que discute as cartografias diaspóricas (2011). Esse seria um espaço “imanente e minoritário, no sentido intensivo e não quantitativo. [...] Em outras palavras, o conceito de espaço de diáspora contém genealogias de dispersão emaranhadas àqueles que tendem a ficar onde estão. Ou seja, é o espaço dos que estão e dos que vieram; não mais a ideia de pátria (idealizada e homogênea), mas sim a de lugar, que não tem necessariamente a ver com a pátria. Trata-se de uma inflexão territorial e temporal (em uma concepção de tempo que junta a história dos que vieram com a daqueles que já estão) operada pelos coletivos sociais a partir da racialização, do gênero, da sexualidade e da etnia” (RODRIGUES; ABRAMOWICZ, 2013, p. 28).
  • 17
    Ao propor esse guia, articula-se um possível alinhamento ao que problematizou Cláudio Alves Furtado, sociólogo cabo-verdiano, professor da UFBA, em artigo de 2020, do qual se extrai a seguinte passagem: [...] “o conhecimento de África, num contexto sócio-histórico e político novo, ganha dinamismo fora e dentro do continente. Já não se pode dizer que é preciso conhecer para dominar, mas, antes, conhecer para melhor fundamentar as decisões políticas e de investimentos. Mutatis mutandis, é mudar para permanecer! Podemos, contudo, nesse processo, encontrar fissuras e interstícios no sistema de produção de conhecimento que indiciam interesses não vinculados ao sistema hegemónico. Contestações, primeiro, nos Estados Unidos da América e, depois, no Brasil, aos paradigmas teóricos que embasaram os estudos sobre as diásporas africanas e a busca da construção de um novo paradigma que possam embasar os estudos afro-americanos e afro-brasileiros têm possibilitado novos olhares, novos estudos e pesquisas sobre a África e suas múltiplas comunidades diaspóricas, não apenas nas Américas, mas também na Europa e na Ásia” (FURTADO, 2020, p. 20).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Jun 2023
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    25 Out 2021
  • Aceito
    07 Dez 2021
  • Publicado
    12 Dez 2021
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