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Quality of Communication Questionnaire para pacientes com DPOC em cuidados paliativos: tradução e adaptação cultural para uso no Brasil

RESUMO

Objetivo:

Realizar a tradução para a língua portuguesa e a adaptação cultural para uso no Brasil do Quality of Communication Questionnaire (QOC) para pacientes com DPOC em cuidados paliativos.

Métodos:

Após a aprovação do autor do questionário e do comitê de ética da instituição, a versão original do QOC com 13 itens foi traduzida, de forma independente, por dois tradutores brasileiros com fluência na língua inglesa. Uma síntese das duas traduções foi realizada por uma médica bilíngue e os dois tradutores, que chegaram a um consenso, gerando uma versão na língua portuguesa. Essa versão foi retraduzida por dois tradutores nativos de países de língua inglesa com fluência na língua portuguesa. Para resolver quaisquer discrepâncias, um comitê de especialistas comparou a versão original com todas as versões produzidas e, assim, obteve-se a versão pré-final do QOC. O pré-teste foi aplicado em 32 pacientes internados em UTIs de três hospitais públicos da grande Florianópolis (SC) para avaliar a clareza e a aceitabilidade cultural da versão pré-final do QOC.

Resultados:

A média de idade dos pacientes foi de 48,5 ± 18,8 anos. A maioria dos itens foi bem compreendida e aceita, recebendo pontuações ≥ 8. Um item, sobre morte, suscitou dificuldades na compreensão dos participantes do pré-teste. Ao submeter a retradução ao autor do QOC, ele solicitou alterações em dois itens, que foram acatadas. Após essas alterações, a versão final foi aprovada.

Conclusões:

A tradução e a adaptação cultural do QOC para uso no Brasil foi concluída com sucesso.

Descritores:
Doença pulmonar obstrutiva crônica; Inquéritos e questionários; Comunicação; Unidades de terapia intensiva

ABSTRACT

Objective:

To translate the Quality of Communication Questionnaire (QOC) to Portuguese and adapt it for use in Brazil in COPD patients receiving palliative care.

Methods:

After approval from the first author of the original QOC and the local research ethics committee, the original, 13-item version of the questionnaire was independently translated to Brazilian Portuguese by two Brazilian translators fluent in English. The two translations were analyzed by a bilingual physician and the two Brazilian translators, who reached a consensus and produced another Portuguese version of the QOC. That version was back-translated to English by two translators originally from English-speaking countries and fluent in Portuguese. In order to resolve any discrepancies, an expert panel compared the original version of the QOC with all five versions produced up to that point, the “prefinal” version of the QOC for use in Brazil being thus arrived at. A total of 32 patients admitted to any of three public hospital ICUs in the greater metropolitan area of Florianopolis, in southern Brazil, participated in the pretesting phase of the study, which was aimed at assessing the clarity and cultural acceptability of the prefinal version of the QOC for use in Brazil.

Results:

Mean patient age was 48.5 ± 18.8 years. Most of the items were well understood and accepted, being rated 8 or higher. One item, regarding death, was considered difficult to understand by the participants in the pretesting phase. After analyzing the back-translated version of the QOC, the first author of the original questionnaire requested that the items “Caring about you as a human being” and “Talking about what death might be like” be changed to “Caring about you as a person” and “Talking about how dying might be”, respectively. The final version of the QOC for use in Brazil was thus arrived at.

Conclusions:

The QOC was successfully translated to Portuguese and adapted for use in Brazil.

Keywords:
Pulmonary disease, chronic obstructive; Surveys and questionnaires; Communication; Intensive care units

INTRODUÇÃO

A importância da comunicação médico-paciente já está bem estabelecida11 Grosseman S, Stoll C. O Ensino-aprendizagem da relação médico-paciente: estudo de caso com estudantes do último semestre do curso de medicina. Rev Bras Educ Med. 2008;32(3):301-8. https://doi.org/10.1590/S0100-55022008000300004
https://doi.org/10.1590/S0100-5502200800...
,22 Zill JM, Christalle E, Müller E, Härter M, Dirmaier J, Sholl I. Measurement of physician-patient communication--a systematic review. PLoS One. 2014;9(12): e112637. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0112637
https://doi.org/10.1371/journal.pone.011...
e tem sido comprovada em diversos estudos que demonstram sua associação com desfechos positivos na saúde do paciente.33 Claramita M, Utarini A, Soebono H, Van Dalen J, Van der Vleuten C. Doctor-patient communication in a Southeast Asian setting: the conflict between ideal and reality. Adv Health Sci Educ Theory Pract. 2011;16(1):69-80. https://doi.org/10.1007/s10459-010-9242-7
https://doi.org/10.1007/s10459-010-9242-...

4 Ting X, Yong B, Yin L, Mi T. Patient perception and the barriers to practicing patient-centered communication: A survey and in-depth interview of Chinese patients and physicians. Patient Educ Couns. 2016;99(3):384-69. https://doi.org/10.1016/j.pec.2015.07.019
https://doi.org/10.1016/j.pec.2015.07.01...
-55 Simpson M, Buckman R, Stewart M, Maguire P, Lipkin M, Novack D, et al. Doctor-patient communication: the Toronto consensus statement. BMJ. 1991;303(6814):1385-7. https://doi.org/10.1136/bmj.303.6814.1385
https://doi.org/10.1136/bmj.303.6814.138...
Entre esses estão a melhor resposta ao tratamento, a maior facilidade na tomada de decisões,66 Moritz RD, Lago PM, Souza RP, Silva NB, Meneses FA, Othero JC, et al. End of life and palliative care in intensive care unit. Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(4):422-8. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2008000400016
https://doi.org/10.1590/S0103-507X200800...
o maior bem-estar emocional do paciente e, consequentemente, sua maior satisfação com a atenção recebida.77 Moritz RD. How to improve the communication and to prevent the conflicts at terminality situations in Intensive Care Unit [Article in Portuguese]. Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(4):485-9.,88 Zandbelt LC, Smets EM, Oort FJ, Godfried MH, de Haes HC. Medical specialist's patient-centered communication and patient-reported outcomes. Med Care. 2007;45(4):330-9. https://doi.org/10.1097/01.mlr.0000250482.07970.5f
https://doi.org/10.1097/01.mlr.000025048...

Estudos mostram, entretanto, que a qualidade atual dessa comunicação tem sido deficiente,99 Curtis JR, Ciechanowski PS, Downey L, Gold J, Nielsen EL, Shannon SE, et al. Development and evaluation of an interprofessional communication intervention to improve family outcomes in the ICU. Contemp Clin Trials. 2012;33(6):1245-54. https://doi.org/10.1016/j.cct.2012.06.010
https://doi.org/10.1016/j.cct.2012.06.01...
e que os médicos, muitas vezes, desconhecem as preferências de seus pacientes.99 Curtis JR, Ciechanowski PS, Downey L, Gold J, Nielsen EL, Shannon SE, et al. Development and evaluation of an interprofessional communication intervention to improve family outcomes in the ICU. Contemp Clin Trials. 2012;33(6):1245-54. https://doi.org/10.1016/j.cct.2012.06.010
https://doi.org/10.1016/j.cct.2012.06.01...
,1010 Visser M, Deliens L, Houttekier D. Physician-related barriers to communication and patient- and family-centred decision-making towards the end of life in intensive care: a systematic review. Crit Care. 2014;18(6):604. https://doi.org/10.1186/s13054-014-0604-z
https://doi.org/10.1186/s13054-014-0604-...
Um estudo realizado na Alemanha,1111 Buecken R, Galushko M, Golla H, Strupp J, Hahn M, Ernstmann N, et al. Patients feeling severely affected by multiple sclerosis: how do patients want to communicate about end-of-life issues? Patient Educ Couns. 2012;88(2):318-24. https://doi.org/10.1016/j.pec.2012.03.010
https://doi.org/10.1016/j.pec.2012.03.01...
com pacientes com esclerose múltipla, e outro na Austrália,1212 De Morgan S, Redman S, D'Este C, Rogers K. Knowledge, satisfaction with information, decisional conflict and psychological morbidity amongst women diagnosed with ductal carcinoma in situ (DCIS). Patient Educ Couns. 2011;84(1):62-8. https://doi.org/10.1016/j.pec.2010.07.002
https://doi.org/10.1016/j.pec.2010.07.00...
com pacientes com carcinoma ductal in situ, constataram que muitos dos pacientes estavam insatisfeitos com a comunicação dos médicos e sentiam necessidade de mais informações sobre a evolução de sua doença.

Um estudo em oito países da Europa,1313 CoBaTrICE Collaboration. The views of patients and relatives of what makes a good intensivist: a European survey. Intensive Care Med. 2007;33(11):1913-20. https://doi.org/10.1007/s00134-007-0799-4
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investigando as características esperadas de um bom médico intensivista por pacientes internados em UTI e por seus familiares, constatou que essas características envolviam conhecimentos e habilidades médicas, seguidas por suas habilidades de comunicação.

No Brasil, a maior parte dos estudos sobre a comunicação com profissionais da saúde tem sido em relação à comunicação paciente e equipe de enfermagem.1414 Rennó CS, Campos CJ. Comunicação interpessoal: valorização pelo paciente oncológico em uma unidade de alta complexidade em oncologia. Rev Mineira Enferm. 2014;18(1):106-15. http://www.dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20140009
http://www.dx.doi.org/10.5935/1415-2762....

15 Rodrigues MV, Ferreira ED, Menezes TM. Comunicação da enfermeira com pacientes portadores de câncer fora de possibilidade de cura. Rev Enferm UERJ. 2010;18(1):86-91.

16 de Araújo MM, da Silva MJ. Communication with patients in palliative care: favoring cheerfulness and optimism [Article in Portuguese]. Rev Esc Enferm USP. 2007;41(4):668-74.
-1717 Razera AP, Braga EM. The importance of communication during the postoperative recovery period. Rev Esc Enferm USP. 2011;45(3):630-5. Na área médica, encontramos apenas um estudo descritivo1818 Santos MF, Bassit DP. End of life in intensive care: family members' acceptance of orthotanasia. Rev Bras Ter Intensiva. 2011;23(4):448-54. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2011000400009
https://doi.org/10.1590/S0103-507X201100...
cujo objetivo foi avaliar a opinião de familiares de pacientes em situação terminal de vida e internados em UTI em relação à ortotanásia, considerando as preferências dos pacientes e a satisfação da comunicação pela equipe médica. O estudo revelou que 53,3% desses pacientes discutiam com suas famílias suas perspectivas de cuidados de final de vida, mas não com seus médicos.

Para avaliar a qualidade da comunicação médico-paciente em cuidados paliativos, Curtis et al.1919 Curtis JR, Patrick DL. Barriers to communication about end-of-life care in AIDS patients. J Gen Intern Med. 1997;12(12):736-41. https://doi.org/10.1046/j.1525-1497.1997.07158.x
https://doi.org/10.1046/j.1525-1497.1997...
) desenvolveram o Quality of Communication Questionnaire (QOC) a partir de estudos qualitativos que envolveram grupos focais, com a participação de pacientes com AIDS e médicos com expertise nessa doença. Esse instrumento foi validado em uma coorte também com pacientes com AIDS e seus médicos,2020 Curtis JR, Patrick DL, Caldwell E, Greenlee H, Collier AC. The quality of patient-doctor communication about end-of-life care: a study of patients with advanced AIDS and their primary care clinicians. AIDS. 1999;13(9):1123-31. https://doi.org/10.1097/00002030-199906180-00017
https://doi.org/10.1097/00002030-1999061...
e, em 2002,2121 Curtis JR, Wenrich MD, Carline JD, Shannon SE, Ambrozy DM, Ramsey PG. Patients' perspectives on physician skill in end-of-life care: differences between patients with COPD, cancer, and AIDS. Chest. 2002;122(1):356-62. https://doi.org/10.1378/chest.122.1.356
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foi adaptado a partir de estudos qualitativos com a participação de grupos focais que envolveram pacientes com AIDS, câncer e DPOC. Em 2006,2222 Engelberg R, Downey L, Curtis JR. Psychometric characteristics of a quality of communication questionnaire assessing communication about end-of-life care. J Palliative Med. 2006;9(5):1086-98. https://doi.org/10.1089/jpm.2006.9.1086
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foi realizada a análise dos componentes principais do QOC, sendo identificadas duas subescalas que apresentaram boa consistência interna para a comunicação geral (α = 0,91) e para a comunicação em situações de término de vida (α = 0,79); a validade de conteúdo apresentou associações significativas (p < 0,01).

O QOC foi utilizado nos EUA em pacientes com DPOC em cuidados paliativos2121 Curtis JR, Wenrich MD, Carline JD, Shannon SE, Ambrozy DM, Ramsey PG. Patients' perspectives on physician skill in end-of-life care: differences between patients with COPD, cancer, and AIDS. Chest. 2002;122(1):356-62. https://doi.org/10.1378/chest.122.1.356
https://doi.org/10.1378/chest.122.1.356...
,2222 Engelberg R, Downey L, Curtis JR. Psychometric characteristics of a quality of communication questionnaire assessing communication about end-of-life care. J Palliative Med. 2006;9(5):1086-98. https://doi.org/10.1089/jpm.2006.9.1086
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e também em estudos com uma variedade de pacientes com diferentes condições clínicas. Na Alemanha, foi utilizado para avaliar a comunicação do médico com pacientes com esclerose múltipla1111 Buecken R, Galushko M, Golla H, Strupp J, Hahn M, Ernstmann N, et al. Patients feeling severely affected by multiple sclerosis: how do patients want to communicate about end-of-life issues? Patient Educ Couns. 2012;88(2):318-24. https://doi.org/10.1016/j.pec.2012.03.010
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; nos EUA2323 Slatore CG, Cecere LM, Reinke LF, Ganzini L, Udris EM, Moss BR, et al. Patient-clinician communication: associations with important health outcomes among veterans with COPD. Chest. 2010;138(3):628-34. https://doi.org/10.1378/chest.09-2328
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24 Dickson RP, Engelberg RA, Back AL, Ford DW, Curtis JR. Internal medicine trainee self-assessments of end-of-life communication skills do not predict assessments of patients, families, or clinician-evaluators. J Palliat Med. 2012;15(4):418-26. https://doi.org/10.1089/jpm.2011.0386
https://doi.org/10.1089/jpm.2011.0386...
-2525 Smith-Howell ER, Hickman SE, Meghani SH, Perkins SM, Rawl SM. End-of-Life Decision Making and Communication of Bereaved Family Members of African Americans with Serious Illness. J Palliat Med. 2016;19(2):174-82. https://doi.org/10.1089/jpm.2015.0314
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e no Canadá,2626 Abdul-Razzak A, Sherifali D, You J, Simon J, Brazil K. 'Talk to me': a mixed methods study on preferred physician behaviours during end-of-life communication from the patient perspective. Health Expect. 2016:19(4):883-96. https://doi.org/10.1111/hex.12384
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) com pacientes gravemente enfermos com chance de mortalidade igual ou maior que 50%; e, na Holanda, em pacientes com insuficiência renal em fase terminal e em diálise,2727 Janssen DJ, Spruit MA, Schols JM, van der Sande FM, Frenken LA, Wouters EF. Insight into advance care planning for patients on dialysis. J Pain Symptom Manage. 2013;45(1):104-13. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2012.01.010
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bem como naqueles com DPOC em estágio avançado, doença cardíaca crônica e doença renal crônica.2828 Houben CH, Spruit MA, Schols JM, Wouters EF, Janssen DJ. Patient-Clinician Communication About End-of-Life Care in Patients With Advanced Chronic Organ Failure During One Year. J Pain Symptom Manage. 2015;49(6):1109-15. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2014.12.008
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A necessidade de estudos no Brasil para avaliar a comunicação médico-paciente com um instrumento confiável e válido, não só em pacientes em cuidados paliativos e em situação de término de vida, mas também naqueles em cuidados intensivos, nos levou a consultar o autor do questionário quanto à possibilidade de sua tradução e adaptação cultural em pacientes admitidos em UTI. Após sua concordância, desenvolvemos então o presente estudo, cujo objetivo foi realizar a tradução do QOC para a língua portuguesa e sua adaptação cultural para uso no Brasil.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo para a tradução e a adaptação cultural de um instrumento que avalia a comunicação entre médicos e pacientes com DPOC em cuidados paliativos.

O QOC é um questionário composto por 13 itens e que engloba dois domínios: habilidades de comunicação geral (itens 1 a 6) e habilidades de comunicação sobre término de vida (itens 7 a 13), com pontuações que variam de 0 a 10, sendo 0 (o pior que poderia imaginar) e 10 (o melhor que poderia imaginar). Há também duas opções de respostas adicionais: uma indicando que o médico não realizou tal comunicação (não fez) e outra para quando o paciente fica em dúvida sobre como avaliar um item (não sabe).

O autor do instrumento concedeu permissão via correio eletrônico para a tradução, adaptação cultural e validação do QOC para uso no Brasil. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, sob o protocolo nº 938.326, e o estudo obedeceu a todos os preceitos éticos.

As etapas do processo de tradução e adaptação cultural do QOC seguiram a metodologia proposta por Beaton et al.2929 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. https://doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
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) Inicialmente, foi realizada a tradução da versão original do QOC por dois tradutores brasileiros e com fluência na língua inglesa: o primeiro tradutor estava ciente sobre o conceito a ser examinado pelo questionário, e o segundo tradutor não tinha ciência e nenhuma formação na área da saúde; de forma independente, elaboraram a tradução do QOC (T1 e T2). Posteriormente, os dois tradutores e uma médica bilíngue reuniram-se, compararam as traduções com a versão original, resolveram todas as discrepâncias observadas no processo de tradução e, após chegarem a um consenso, realizaram uma síntese das traduções na versão em língua portuguesa (T12).

Dois tradutores nascidos em países de língua inglesa com fluência na língua portuguesa, sem qualquer formação na área da saúde, sem ciência dos conceitos explorados no questionário e sem acesso à versão original, trabalharam a partir da versão T12 e produziram duas versões retraduzidas (RT1 e RT2) de forma independente. Com o objetivo de assegurar as equivalências semântica, idiomática, conceitual e cultural entre todas as versões produzidas (T1, T2, T12, RT1 e RT2), um comitê de especialistas foi composto por duas médicas intensivistas bilíngues, os dois tradutores que participaram da elaboração das versões T1 e RT1, uma professora de língua portuguesa e uma professora de metodologia, os quais revisaram cada item do instrumento traduzido gerando então a versão pré-final do instrumento. Essa versão pré-final foi utilizada no pré-teste.

Segundo Beaton et al.,2929 Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976). 2000;25(24):3186-91. https://doi.org/10.1097/00007632-200012150-00014
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o pré-teste deve ser aplicado em 30-40 participantes. Em nosso estudo, a amostra foi de conveniência, com pacientes internados em UTI. Os critérios de inclusão foram: estar internado em UTI por mais de 24 h, ter idade superior a 18 anos e estar acordado e lúcido. Foram excluídos pacientes que estivessem em coma, que apresentassem distúrbio neurológico ou psiquiátrico, surdez ou qualquer outra condição que impedisse uma comunicação mínima adequada, bem como pacientes em uso de medicamentos que afetassem seu nível de consciência.

A coleta de dados foi realizada entre outubro e dezembro de 2015 em horários previamente combinados junto às chefias das UTIs. A decisão de realizar o estudo com pacientes que não estavam em situação de término de vida levou em consideração que sua inclusão possibilitaria também futuros estudos em pacientes com doenças graves em cuidados intensivos. O autor da escala original foi consultado quanto a esta possibilidade e concedeu sua autorização para o estudo com esses pacientes.

Após a explicação dos objetivos do estudo e de seus preceitos éticos, os pacientes foram convidados para participar da avaliação da clareza e da adequação cultural do instrumento. Aqueles que aceitaram participar do estudo receberam o termo de consentimento livre e esclarecido e o assinaram após sua leitura. Participaram do estudo 32 pacientes internados em UTIs de três hospitais públicos da grande Florianópolis (SC), no sul do Brasil.

A clareza e a adequação cultural de todas as partes que compõem o questionário (instruções, itens e opções de resposta) foram avaliadas de acordo com o proposto por Melo3030 Melo SIL. Coeficiente de atrito: um sistema de avaliação. [thesis]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 1994. em uma escala que vai de 1 a 10, em que 1 representa “nada claro/adequado” e 10 representa “totalmente claro/adequado”, sendo considerado satisfatório o item que recebesse uma nota igual ou superior a 8. Quando o item não era considerado claro ou culturalmente inaceitável, solicitava-se ao paciente sua sugestão para que o instrumento pudesse ficar mais compreensível e aceitável culturalmente.

Após essa etapa, foi realizada a análise das respostas e das sugestões fornecidas pelos pacientes, e um comitê revisor, composto por três médicas, duas enfermeiras e uma fisioterapeuta, todas profissionais que atuam em UTIs, realizaram ajustes e elaboraram a versão final, a qual foi retraduzida e enviada ao autor do instrumento. O resumo das fases do presente estudo pode ser visualizado na Figura 1.

Figura 1
Fluxograma do processo de tradução para a língua portuguesa e adaptação cultural para uso no Brasil do Quality of Communication Questionnaire (QOC).

A análise estatística foi descritiva, com medidas de frequência e de tendência central. Foi utilizado o teste t de Student para comparar variáveis contínuas entre grupos e o teste do qui-quadrado para comparar variáveis categóricas. Para a inserção dos dados e análises estatísticas foi utilizado o pacote estatístico IBM SPSS Statistics, versão 19.0 (IBM Corporation, Armonk, NY, EUA).

RESULTADOS

Dos 32 participantes, 21 eram do sexo masculino (65,6%) e 11 do sexo feminino (34,4%). A faixa etária variou de 18 a 82 anos, sendo a média de idade = 48,5 ± 18,8 anos. Quanto à escolaridade, 10 (31,3%) tinham ensino fundamental incompleto; 5 (15,6%) tinham ensino fundamental completo; 4 tinham (12,5%) ensino médio incompleto; e 11 (40,6%) tinham ensino médio completo. A média de tempo de internação foi de 4,8 ± 4,1 dias. As causas da internação na UTI foram clínicas, em 16 pacientes (50%) e cirúrgicas, em 16 (50%; Tabela 1).

Tabela 1
Causas de internação em UTI, por sexo, dos participantes incluídos no processo de tradução para o português e adaptação cultural para o Brasil do Quality of Communication Questionnaire (N = 32).

Na etapa do pré-teste, como pode ser visto na Tabela 2, apenas o item número 10 gerou dificuldade de compreensão e baixa aceitabilidade cultural, com média de 5,59 ± 3,2, e houve a necessidade de revisá-lo. Dos 32 participantes dessa etapa, 62,5% pontuaram esse item com nota ≤ 5, não havendo diferença significativa entre homens e mulheres (p = 0,27). O comitê revisor considerou as sugestões expressas pelos participantes do pré-teste e reformulou o item para “Falar sobre como a morte pode ser”.

Tabela 2
Resultados da clareza e adequação cultural dos itens do Quality of Communication Questionnaire segundo os 32 participantes incluídos no estudo.a

A versão final produzida por esse mesmo comitê revisor foi retraduzida e enviada ao autor do instrumento, que questionou dois itens: “Caring about you as a human being” e “Talking about what death might be like”, que sugeriu as seguintes alterações: “Caring about you as a person” e “Talking about how dying might be”. Foi realizada então a alteração nesses dois itens para “Preocupar-se com você como pessoa” e “Falar sobre como morrer poderia ser”.

No enunciado do questionário, houve alteração quanto à característica da doença, objetivando ampliar a aplicação do instrumento aos mais diversos tipos de condições clínicas. Dessa forma, com a anuência do autor do instrumento original, o enunciado original, que se referia apenas ao médico que cuidava “dos problemas respiratórios” do paciente, foi alterado para abranger outras patologias, substituindo-se os problemas respiratórios por “médico que cuida de seu problema de saúde”; ou seja, o enunciado “We would like to know, in as much detail as possible, how good the doctor taking care of your lung/respiratory problems is at talking with you about your illness. […]” foi modificado para “We would like to know, in as much detail as possible, how good the doctor who takes care of your health problems is at talking with you about your illness […].”

Assim, foi elaborada a versão traduzida para a língua portuguesa adaptada para o uso no Brasil e intitulada como Questionário sobre a Qualidade da Comunicação, que está apresentado no Quadro 1.

Quadro 1
Versão do Quality of Communication Questionnaire traduzido para a língua portuguesa e adaptado culturalmente para uso no Brasil.

DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi a tradução para a língua portuguesa e a adaptação cultural do QOC para uso no Brasil. Todas as etapas desse processo foram concluídas com sucesso, e a versão do instrumento poderá ser utilizada, especialmente após sua validação.

No presente estudo, o QOC revelou-se de fácil compreensão, com exceção de apenas um item relativo ao processo de morrer. Como a aplicação da versão pré-final foi realizada em pacientes internados em cuidados intensivos, essa pode ter sido uma das razões para a menor compreensão do item. Outra possibilidade, que não exclui a anterior, é que, no Brasil, os médicos não têm o hábito de discutir a possibilidade de morrer com os pacientes. Isso só poderá ser esclarecido na continuidade de nosso estudo para validar o QOC em pacientes em cuidados intensivos e em pacientes em cuidados paliativos e em término de vida.

O QOC foi desenvolvido para avaliar a qualidade da comunicação entre médicos e pacientes em cuidados paliativos e em término de vida. Porém, por englobar dois domínios ou subescalas (comunicação geral e comunicação sobre término de vida), alguns estudos têm utilizado apenas uma de suas subescalas. A subescala sobre comunicação geral foi utilizada em um estudo nos EUA,2323 Slatore CG, Cecere LM, Reinke LF, Ganzini L, Udris EM, Moss BR, et al. Patient-clinician communication: associations with important health outcomes among veterans with COPD. Chest. 2010;138(3):628-34. https://doi.org/10.1378/chest.09-2328
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e a subescala sobre comunicação sobre término de vida foi utilizada em estudos na Alemanha1111 Buecken R, Galushko M, Golla H, Strupp J, Hahn M, Ernstmann N, et al. Patients feeling severely affected by multiple sclerosis: how do patients want to communicate about end-of-life issues? Patient Educ Couns. 2012;88(2):318-24. https://doi.org/10.1016/j.pec.2012.03.010
https://doi.org/10.1016/j.pec.2012.03.01...
e na Holanda.2828 Houben CH, Spruit MA, Schols JM, Wouters EF, Janssen DJ. Patient-Clinician Communication About End-of-Life Care in Patients With Advanced Chronic Organ Failure During One Year. J Pain Symptom Manage. 2015;49(6):1109-15. https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2014.12.008
https://doi.org/10.1016/j.jpainsymman.20...

A razão de se traduzir e adaptar o QOC decorre do fato de que esse instrumento tem propriedades psicométricas consistentes, que possibilitam a realização de futuros estudos, e permite sua comparação internacionalmente. Portanto, espera-se que a tradução e a adaptação cultural do QOC para uso no Brasil, assim como sua futura validação para analisar suas propriedades psicométricas, possibilitem a realização de estudos brasileiros sobre a qualidade da comunicação entre médicos e pacientes em cuidados paliativos ou com doenças graves em diversas áreas da medicina, possibilitando sua comparação com estudos internacionais. Na área de pneumologia, para a qual o instrumento foi adaptado em 2002,2121 Curtis JR, Wenrich MD, Carline JD, Shannon SE, Ambrozy DM, Ramsey PG. Patients' perspectives on physician skill in end-of-life care: differences between patients with COPD, cancer, and AIDS. Chest. 2002;122(1):356-62. https://doi.org/10.1378/chest.122.1.356
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o processo de tradução e adaptação cultural do COQ, e sua posterior validação, propiciarão seu uso em pacientes com DPOC em cuidados paliativos.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Dr. Jared Randall Curtis e sua equipe a autorização para a tradução e adaptação cultural do QOC para uso no Brasil, assim como aos pacientes que aceitaram participar do estudo.

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    Trabalho realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas - PPGCM - Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - Florianópolis (SC) Brasil.
  • Apoio financeiro:

    Flávia Del Castanhel é bolsista do programa de mestrado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Oct 2017

Histórico

  • Recebido
    04 Jul 2016
  • Aceito
    04 Maio 2017
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