Acessibilidade / Reportar erro

Hipertensão pulmonar tromboembólica crônica: o impacto dos avanços nas técnicas perioperatórias nos resultados dos pacientes* * Tese defendida no Programa de Cirurgia Torácica e Cardiovascular, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.

RESUMO

Objetivo

A endarterectomia pulmonar (EAP) é o tratamento padrão ouro para hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC). O objetivo deste estudo foi relatar a evolução de pacientes com HPTEC submetidos a EAP em 10 anos, com foco nos avanços nas técnicas anestésicas e cirúrgicas.

Métodos

Foram avaliados 102 pacientes submetidos à EAP entre janeiro de 2007 e maio de 2016 no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Mudanças nas técnicas incluíram circulação extracorpórea, tempos de aquecimento e resfriamento mais longos e tempo médio de hipotermia profunda com parada circulatória e tempo de reperfusão reduzido. Os pacientes foram estratificados de acordo com as mudanças temporais nas técnicas anestésicas e cirúrgicas: grupo 1 (janeiro de 2007 a dezembro de 2012), grupo 2 (janeiro de 2013 a março de 2015) e grupo 3 (abril de 2015 a maio de 2016). Os desfechos clínicos foram qualquer ocorrência de complicações durante a hospitalização.

Resultados

Os grupos 1, 2 e 3 incluíram 38, 35 e 29 pacientes, respectivamente. No geral, 62,8% eram mulheres (idade média, 49,1 anos) e 65,7% estavam em classe funcional III-IV da New York Heart Association. As complicações pós-operatórias foram menos frequentes no grupo 3 do que nos grupos 1 e 2: complicações cirúrgicas (10,3% vs. 34,2% vs. 31,4%, p=0,035), sangramento (10,3% vs. 31,5% vs. 25,7%, p=0,047) e acidente vascular cerebral (0 vs. 13,2% vs. 0, p=0,01). Entre 3 e 6 meses após a alta, 85% estavam na classe I-II da NYHA.

Conclusão

Melhorias nos procedimentos anestésicos e cirúrgicos foram associadas a melhores resultados em pacientes com HPTEC submetidos a EAP durante o período de 10 anos.

Descritores:
Embolia pulmonar; Hipertensão pulmonar; Endarterectomia; Mortalidade hospitalar; Análise de sobrevivência; Complicações pós-operatórias

ABSTRACT

Objectives

Pulmonary endarterectomy (PEA) is the gold standard treatment for chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH). This study aimed at reporting outcomes of CTEPH patients undergoing PEA within 10 years, focusing on advances in anesthetic and surgical techniques.

Methods

We evaluated 102 patients who underwent PEA between January 2007 and May 2016 at the Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Changes in techniques included longer cardiopulmonary bypass, heating, and cooling times and mean time of deep hypothermic circulatory arrest and shortened reperfusion time. Patients were stratified according to temporal changes in anesthetic and surgical techniques: group 1 (January 2007–December 2012), group 2 (January 2013–March 2015), and group 3 (April 2015–May 2016). Clinical outcomes were any occurrence of complications during hospitalization.

Results

Groups 1, 2, and 3 included 38, 35, and 29 patients, respectively. Overall, 62.8% were women (mean age, 49.1 years), and 65.7% were in New York Heart Association functional class III–IV. Postoperative complications were less frequent in group 3 than in groups 1 and 2: surgical complications (10.3% vs. 34.2% vs. 31.4%, p=0.035), bleeding (10.3% vs. 31.5% vs. 25.7%, p=0.047), and stroke (0 vs. 13.2% vs. 0, p=0.01). Between 3 and 6 months post-discharge, 85% were in NYHA class I–II.

Conclusion

Improvements in anesthetic and surgical procedures were associated with better outcomes in CTEPH patients undergoing PEA during the 10-year period.

Keywords:
Pulmonary embolism; Pulmonary hypertension; Endarterectomy; Hospital mortality; Survival analysis; Postoperative complications

INTRODUÇÃO

A hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC) é uma doença vascular pulmonar grave com altas taxas de morbidade e mortalidade.(11 Simonneau G, Torbicki A, Dorfmüller P, Kim N. The pathophysiology of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160112-25. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0112-2016. PMid:28356405.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0112-...

2 Pengo V, Lensing AW, Prins MH, Marchiori A, Davidson BL, Tiozzo F, et al. Incidence of chronic thromboembolic pulmonary hypertension after pulmonary embolism. N Engl J Med. 2004;350(22):2257-64. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa032274. PMid:15163775.
http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa032274...
-33 Gopalan D, Delcroix M, Held M. Diagnosis of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160108. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0108-2016. PMid:28298387.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0108-...
) A HPTEC foi recentemente reconhecida como uma condição clínica, e sua incidência após embolia pulmonar varia entre 0,6% e 3%.(44 Ende-Verhaar YM, Cannegieter SC, Vonk Noordegraaf AV, Delcroix M, Pruszczyk P, Mairuhu AT, et al. Incidence of chronic thromboembolic pulmonary hypertension after acute pulmonary embolism: a contemporary view of the published literature. Eur Respir J. 2017;49(2):1601792. http://dx.doi.org/10.1183/13993003.01792-2016. PMid:28232411.
http://dx.doi.org/10.1183/13993003.01792...
) Assim, as artérias pulmonares são expostas a altas pressões por um período significativo de tempo, o que influencia o desenvolvimento de doença microvascular ou arteriopatia vascular secundária.(55 Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS. PMid:27571005.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...
,66 Kim NHS, Fesler P, Channick RN, Knowlton KU, Ben-Yehuda O, Lee SH, et al. Preoperative partitioning of pulmonary vascular resistance correlates with early outcome after thromboendarterectomy for chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Circulation. 2004;109(1):18-22. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111841.28126.D4. PMid:14699009.
http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111...
) O prognóstico dessa condição depende do grau de disfunção ventricular direita associada e hipertensão pulmonar (HP) subjacente. A taxa de sobrevida em 5 anos de pacientes com HPTEC sem tratamento é de 30%, enquanto a pressão média da artéria pulmonar (PAPm) está entre 40 e 50 mmHg. Essa taxa é ainda menor, em torno de 10%, quando a PAPm está acima de 50 mmHg, o que evidencia a gravidade da doença e a necessidade de terapias eficazes.(77 Riedel M, Stanek V, Widimsky J, Prerovsky I. Longterm follow-up of patients with pulmonary thromboembolism. Late prognosis and evolution of hemodynamic and respiratory data. Chest. 1982;81(2):151-8. http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151. PMid:7056079.
http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151...
,88 Lewczuk J, Piszko P, Jagas J, Porada A, Sobkowicz B, Wrabec K, et al. Prognostic factors in medically treated patients with chronic pulmonary embolism. Chest. 2001;119(3):818-23. http://dx.doi.org/10.1378/chest.119.3.818. PMid:11243963.
http://dx.doi.org/10.1378/chest.119.3.81...
)

A endarterectomia pulmonar (EAP) é o tratamento padrão ouro para HPTEC.(55 Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS. PMid:27571005.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...
,99 Jamieson SW, Kapelanski DP, Sakakibara N, Manecke GR, Thistlethwaite PA, Kerr KM, et al. Pulmonary endarterectomy: experience and lessons learned in 1,500 cases. Ann Thorac Surg. 2003;76(5):1457-62, discussion 62-4. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)00828-2. PMid:14602267.
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)...

10 Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004. PMid:22626752.
http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2...

11 Thistlethwaite PA, Kaneko K, Madani MM, Jamieson SW. Technique and outcomes of pulmonary endarterectomy surgery. Ann Thorac Cardiovasc Surg. 2008;14(5):274-82. PMid:18989242.
-1212 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...
) A EAP remove cirurgicamente o material tromboembólico obstrutivo, resultando em melhorias significativas na hemodinâmica e função do ventrículo direito. Nos últimos anos, a seleção adequada de pacientes, anestesia avançada e técnicas cirúrgicas e cuidados pós-operatórios têm sido associados a melhores resultados em pacientes com HPTEC.(55 Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS. PMid:27571005.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...

6 Kim NHS, Fesler P, Channick RN, Knowlton KU, Ben-Yehuda O, Lee SH, et al. Preoperative partitioning of pulmonary vascular resistance correlates with early outcome after thromboendarterectomy for chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Circulation. 2004;109(1):18-22. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111841.28126.D4. PMid:14699009.
http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111...

7 Riedel M, Stanek V, Widimsky J, Prerovsky I. Longterm follow-up of patients with pulmonary thromboembolism. Late prognosis and evolution of hemodynamic and respiratory data. Chest. 1982;81(2):151-8. http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151. PMid:7056079.
http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151...
-88 Lewczuk J, Piszko P, Jagas J, Porada A, Sobkowicz B, Wrabec K, et al. Prognostic factors in medically treated patients with chronic pulmonary embolism. Chest. 2001;119(3):818-23. http://dx.doi.org/10.1378/chest.119.3.818. PMid:11243963.
http://dx.doi.org/10.1378/chest.119.3.81...
,1111 Thistlethwaite PA, Kaneko K, Madani MM, Jamieson SW. Technique and outcomes of pulmonary endarterectomy surgery. Ann Thorac Cardiovasc Surg. 2008;14(5):274-82. PMid:18989242.

12 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...
-1313 Jenkins D, Madani M, Fadel E, D’Armini AM, Mayer E. Pulmonary endarterectomy in the management of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160111. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-2016. PMid:28298388.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-...
) Considerando a evidente curva de aprendizado para a operação e importantes mudanças nas técnicas operatórias ao longo dos anos, as taxas de mortalidade diminuíram de aproximadamente 20% para 4% nos centros de referência para EAP.(55 Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS. PMid:27571005.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...
,66 Kim NHS, Fesler P, Channick RN, Knowlton KU, Ben-Yehuda O, Lee SH, et al. Preoperative partitioning of pulmonary vascular resistance correlates with early outcome after thromboendarterectomy for chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Circulation. 2004;109(1):18-22. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111841.28126.D4. PMid:14699009.
http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111...
,99 Jamieson SW, Kapelanski DP, Sakakibara N, Manecke GR, Thistlethwaite PA, Kerr KM, et al. Pulmonary endarterectomy: experience and lessons learned in 1,500 cases. Ann Thorac Surg. 2003;76(5):1457-62, discussion 62-4. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)00828-2. PMid:14602267.
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)...

10 Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004. PMid:22626752.
http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2...

11 Thistlethwaite PA, Kaneko K, Madani MM, Jamieson SW. Technique and outcomes of pulmonary endarterectomy surgery. Ann Thorac Cardiovasc Surg. 2008;14(5):274-82. PMid:18989242.

12 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...

13 Jenkins D, Madani M, Fadel E, D’Armini AM, Mayer E. Pulmonary endarterectomy in the management of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160111. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-2016. PMid:28298388.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-...

14 Jenkins D. Pulmonary endarterectomy: the potentially curative treatment for patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2015;24(136):263-71. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000815. PMid:26028638.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000...
-1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
)

O objetivo deste estudo foi relatar a experiência de 10 anos de realização de EAP em pacientes com HPTEC encaminhados em um único hospital universitário no Brasil, enfatizando a influência dos avanços nos resultados cirúrgicos, perioperatórios e pós-operatórios, incluindo a taxa de sobrevida em 2 anos de seguimento.

MÉTODOS

Desenho de estudo e participantes

Trata-se de um estudo retrospectivo de pacientes com HPTEC submetidos à EAP entre janeiro de 2007 e maio de 2016 no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HCFMUSP), centro de referência em EAP. O protocolo foi submetido e aprovado pela Comissão Científica (Parecer nº 495631) do InCor-HCFMUSP. Este estudo seguiu as recomendações da iniciativa Fortalecimento do Relato de Estudos Observacionais em Epidemiologia.(1616 von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP. The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. PLoS Med. 2007;4(10):e296. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.0040296. PMid:17941714.
http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.0...
)

A seleção do paciente seguiu critérios predefinidos para inclusão nesta análise: i) informações completas nos prontuários eletrônicos, ii) ambos os sexos e sem restrição de idade, iii) diagnóstico de HPTE e iv) submetido a circulação extracorpórea (CEC) e hipotermia profunda com parada circulatória (HPPC) durante o tratamento cirúrgico. Os pacientes eram excluídos se HPTEC não fosse confirmada durante um procedimento cirúrgico.

Duas melhorias foram feitas nas técnicas cirúrgicas e foram implementadas ao longo de 10 anos (Figura 1). A primeira foi implantada em janeiro de 2013 e consistiu em mudanças na gestão do CEC e no HPPC. A segunda foi implementada em abril de 2015 e consistiu em mudanças adicionais no manejo da CEC e modificações nas técnicas cirúrgicas e anestésicas (Tabela 1). Neste estudo, os pacientes foram estratificados em três grupos de acordo com o tempo de realização da EAP. O grupo 1 cobre o período de janeiro de 2007 a dezembro de 2012 e inclui 38 pacientes. O grupo 2 incluiu 35 pacientes submetidos a EAP entre janeiro de 2013 e março de 2015, após a implantação das primeiras modificações nas técnicas cirúrgicas. O grupo 3 incluiu 29 pacientes submetidos a EAP entre abril de 2015 e maio de 2016 após a segunda modificação das técnicas cirúrgicas.

Figura 1
População do estudo estratificada em grupos de acordo com o tempo e os avanços nas técnicas anestésicas e cirúrgicas.
Tabela 1
Descrição dos avanços implementados durante o período de estudo.

Não houve cálculo do tamanho da amostra, considerando que todos os pacientes foram incluídos no período estudado.

Coleta de dados

A coleta de dados foi realizada em banco de dados criado no sistema Research Electronic Data Capture. Em relação à fase pré-operatória, coletamos características clínicas como dados laboratoriais e de imagem, comorbidades, estadiamento vascular e parâmetros hemodinâmicos. Em relação à fase intraoperatória, foram coletados CEC, HPPC, métodos de resfriamento e aquecimento, reperfusão e tempo de parada cardíaca.

Resultados clínicos

Desfechos imediatos após a cirurgia, incluindo mortalidade, foram analisados como taxa de sobrevida de 2 anos e avaliação funcional. Os resultados pós-operatórios foram definidos como a ocorrência de complicações(1717 Murray JF, Matthay MA, Luce JM, Flick MR. An expanded definition of the adult respiratory distress syndrome. Am Rev Respir Dis. 1988;138(3):720-3. http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm/138.3.720. PMid:3202424.
http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm/138.3.7...

18 Kerr KM, Auger WR, Marsh JJ, Comito RM, Fedullo RL, Smits GJ, et al. The use of cylexin (CY-1503) in prevention of reperfusion lung injury in patients undergoing pulmonary thromboendarterectomy. Am J Respir Crit Care Med. 2000;162(1):14-20. http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm.162.1.9712142. PMid:10903213.
http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm.162.1.9...

19 Mehta RL, Kellum JA, Shah SV, Molitoris BA, Ronco C, Warnock DG, et al. Acute Kidney Injury Network: report of an initiative to improve outcomes in acute kidney injury. Crit Care. 2007;11(2):R31. http://dx.doi.org/10.1186/cc5713. PMid:17331245.
http://dx.doi.org/10.1186/cc5713...

20 Despotis GJ, Skubas NJ, Goodnough LT. Optimal management of bleeding and transfusion in patients undergoing cardiac surgery. Semin Thorac Cardiovasc Surg. 1999;11(2):84-104. http://dx.doi.org/10.1016/S1043-0679(99)70002-X. PMid:10378853.
http://dx.doi.org/10.1016/S1043-0679(99)...

21 Weitzman LB, Tinker WP, Kronzon I, Cohen ML, Glassman E, Spencer FC. The incidence and natural history of pericardial effusion after cardiac surgery--an echocardiographic study. Circulation. 1984;69(3):506-11. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.69.3.506. PMid:6692512.
http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.69.3.50...

22 Unsworth-White MJ, Herriot A, Valencia O, Poloniecki J, Smith EE, Murday AJ, et al. Resternotomy for bleeding after cardiac operation: a marker for increased morbidity and mortality. Ann Thorac Surg. 1995;59(3):664-7. http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(94)00995-3. PMid:7887708.
http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(94)0...

23 El Oakley RM, Wright JE. Postoperative mediastinitis: classification and management. Ann Thorac Surg. 1996;61(3):1030-6. http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(95)01035-1. PMid:8619682.
http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(95)0...

24 Dellinger RP, Levy MM, Rhodes A, Annane D, Gerlach H, Opal SM, et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Severe Sepsis and Septic Shock, 2012. Intensive Care Med. 2013;39(2):165-228. http://dx.doi.org/10.1007/s00134-012-2769-8. PMid:23361625.
http://dx.doi.org/10.1007/s00134-012-276...

25 Young J, Inouye SK. Delirium in older people. BMJ. 2007;334(7598):842-6. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.39169.706574.AD. PMid:17446616.
http://dx.doi.org/10.1136/bmj.39169.7065...

26 Leon MB, Smith CR, Mack M, Miller DC, Moses JW, Svensson LG, et al. Transcatheter aortic-valve implantation for aortic stenosis in patients who cannot undergo surgery. N Engl J Med. 2010;363(17):1597-607. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa1008232. PMid:20961243.
http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa1008232...
-2727 Condliffe R, Kiely DG, Gibbs JS, Corris PA, Peacock AJ, Jenkins DP, et al. Improved outcomes in medically and surgically treated chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Am J Respir Crit Care Med. 2008;177(10):1122-7. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200712-1841OC. PMid:18292468.
http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200712-18...
) durante a internação.

A descrição detalhada dos resultados clínicos é fornecida no material suplementar.

Técnicas cirúrgicas realizadas após abril de 2015 (grupo 3)

O acesso cirúrgico foi realizado por esternotomia mediana para permitir a endarterectomia bilateral. A CEC foi instalada após canulação da aorta ascendente e veias cava superior e inferior e resfriamento progressivo até 15 °C com neuroproteção. Posteriormente, foi realizada arteriotomia pulmonar direita para iniciar a dissecção do trombo. A parada circulatória foi realizada em período limitado a 20 min de cada vez, com reperfusão em intervalo de 10 min.

As modificações para identificar o plano de endarterectomia adequado permitiram que os cirurgiões realizassem a operação em pacientes com doença tromboembólica nos ramos segmentar distal e subsegmentar. Após a endarterectomia de ambos os lados, foi iniciada a circulação com reaquecimento. Durante essa manobra, foi realizada arteriorrafia direita e esquerda nas artérias pulmonares, seguida da retomada dos batimentos cardíacos. Quando a temperatura corporal atingiu 36 °C, a ventilação mecânica e o preparo para a desconexão da CEC foram iniciados. Após a retirada da CEC, foram realizadas hemostasia, drenagem pericárdica e síntese por toracotomia. Uma vez estabilizado, o paciente foi transportado para a UTI.

Técnicas anestésicas realizadas após abril de 2015 (grupo 3)

Durante a indução da anestesia, a hipotensão foi evitada com o uso de agentes não associados à instabilidade hemodinâmica. Cetamina, fentanil e pancurônio foram usados ​​com sucesso. O óxido nítrico foi iniciado por ventilação mecânica a 10 p.p.m. A fenilefrina foi prescrita preferencialmente como vasopressor nesses pacientes, por causa de seus efeitos no desempenho do ventrículo direito, mantendo o DC, a pressão arterial média e a perfusão da artéria coronária.

Durante a cirurgia, a hiperidratação foi evitada, usando avaliação dinâmica do estado de fluidos através da análise da variação do pulso de pressão, ecocardiografia e DC. Usamos Cell Saver, antifibrinolítico intravenoso (ácido aminocaproico durante a cirurgia) e terapias direcionadas a objetivos, como complexo de protrombina, concentrado de fibrinogênio e transfusão de plaquetas até o diagnóstico da causa do sangramento, e raramente foi necessária a transfusão de hemácias, mas em casos com hematócrito <22% durante a CEC com sinais de hipóxia tecidual.

A descrição detalhada das técnicas anestésicas realizadas é fornecida no material suplementar.

Análise estatística

A análise descritiva dos dados categóricos foi expressa por meio de frequências absolutas e relativas para avaliar se os grupos eram homogêneos. As diferenças entre os grupos foram avaliadas pelo teste do qui-quadrado (Mantel-Haenszel). A análise de variância ou teste de Kruskal-Wallis foi aplicado para analisar as diferenças dos grupos. Os dados contínuos foram expressos em médias e desvios-padrão.

Os resultados pós-operatórios (complicações cirúrgicas, complicações infecciosas e mortalidade intra-hospitalar) foram analisados ​​por meio de modelos de regressão logística univariada e multivariada. Neste estudo, os parâmetros avaliados no modelo univariado são apresentados nos materiais suplementares.

Após a análise univariada, as variáveis ​​com p<0,10 foram incluídas no modelo de regressão logística multivariada (Tabelas 1 S, 2S do suplemento de dados apenas online). Na análise multivariada, um valor de p<0,05 foi considerado significativo, calculando-se a razão de prevalência (RP) e o intervalo de confiança (IC) de 95%. Para a avaliação da mortalidade intra-hospitalar, uma análise de correlação de Pearson foi realizada usando o PAPm, pressão arterial pulmonar sistólica (PSAP), resistência vascular pulmonar (RVP) e DC. Como a RVP mostrou correlação (p<0,010) com o PMAP, PSAP e DC, foi usado no modelo multivariado.

Tabela 2
Resultados pós-operatórios.

A análise de sobrevida foi calculada pelo método não paramétrico de Kaplan-Meier, e as curvas de sobrevida dos três grupos foram comparadas pelo teste de log-rank, considerado significativo se p<0,05. Os dados foram analisados ​​no SPSS para Windows versão 17 (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA).

RESULTADOS

Características do participante

Um total de 110 pacientes foram submetidos a EAP durante este período. Foram excluídos oito pacientes: cinco não foram confirmados com HPTE durante a cirurgia e três foram submetidos a outro procedimento cirúrgico. Portanto, incluímos um total de 102 pacientes neste estudo (Figura 1S do suplemento de dados apenas online).

Dos 102 pacientes, 62,8% eram do sexo feminino, e a média de idade foi de 49,1 ± 14,8 anos (Tabela 1S). De todos os pacientes que apresentaram dispneia, 57,8% apresentaram edema em membros inferiores, 33,3% dor torácica, 23,5% síncope e 7,8% fadiga. Aproximadamente 66% dos pacientes estavam em classe funcional III-IV da New York Heart Association (NYHA). Embolia pulmonar única ou recorrente anterior foi confirmada em mais de 80% dos pacientes em cada grupo, e um histórico de TVP foi documentado em mais de 40% dos pacientes. Trombofilia foi diagnosticada em 45 casos (44,1%).

O cateterismo do ventrículo direito indicou HP significativa com PAPm elevada (média, 53,2 mmHg e 53,2 ± 13,1 mmHg, respectivamente) e RVP (869,5 ± 380,2 din.s.cm-5). Não foram observadas diferenças nas características clínicas e parâmetros hemodinâmicos entre os três grupos.

Cirurgia

Os grupos 2 e 3 apresentaram maior tempo de CEC e maior tempo de resfriamento e aquecimento do que o grupo 1 (Tabela 2S). Além disso, os grupos 2 e 3 tiveram mais tempo de HPPC e menor número de paradas cardíacas do que o grupo 1. Informações sobre a classificação cirúrgica do comprometimento vascular pulmonar (I a IV) não estavam disponíveis.

Resultados pós-operatórios

As complicações cirúrgicas foram menos frequentes no grupo 3 (10,3%) do que nos grupos 1 e 2 (34,2% e 31,4%, respectivamente, p=0,035) (Tabela 2). Grupo 3 teve uma menor incidência de sangramento torácico (10,3%) do que os grupos 1 e 2 (31,5% e 25,7%, respectivamente, p=0,047) e uma tendência a menos reoperação (10,3%) do que os grupos 1 e 2 (29,0% e 17,1%, respectivamente, p=0,055). Observamos também uma tendência de menor incidência de complicações neurológicas no grupo 3 (6,9%) do que nos grupos 1 e 2 (22,8% e 26,3%, respectivamente, p=0,055) (Tabela 3). Os pacientes dos grupos 2 e 3 apresentaram taxas mais baixas de AVC do que os do grupo 1 (0 vs. 0 vs. 13,2%, p=0,01). Não foram observadas diferenças entre os grupos com relação à ocorrência de reperfusão pulmonar, lesão renal aguda ou complicações infecciosas.

Tabela 3
Variáveis significativas no modelo multivariado para complicações cirúrgicas e infecciosas e mortalidade intra-hospitalar.

Os resultados da análise multivariada explorando variáveis ​​associadas a complicações cirúrgicas, complicações infecciosas e mortalidade hospitalar são apresentados na Tabela 3. Descobrimos que estar no grupo 3 foi significativamente associado a menos complicações cirúrgicas (RP 0,221 [IC 95% 0,052– 0,939], p=0,034 para a comparação dos grupos 1 e 3), e que a PSAP elevada foi significativamente associada a mais complicações cirúrgicas (RP 1,031 [IC 95% 1,007-1,056], p=0,012). NYHA classe III – IV foi associada a mais complicações infecciosas do que NYHA classe I – II (RP 3,538 [IC 95% 1,107–11,309], p=0,033).

As variáveis ​​associadas com maior mortalidade intra-hospitalar foram idade (RP 1,06 [IC 95% 1,02-1,10], p=0,047) e RVP (RP 1,00 [IC 95% 1,00-1,01], p=0,024). A partir da curva de característica de operação do receptor, após uma análise particionada das variáveis, pacientes com idade ≥60 anos tinham 6,2 vezes mais chance de morrer e pacientes com RVP ≥860 dyn.s.cm-5 tinham 4,1 vezes mais chance de morrer (Tabela 3).

Acompanhamento e mortalidade em 2 anos

Os pacientes foram avaliados de 3 a 6 meses após a cirurgia e > 60% estavam em classe I da NYHA (Tabela 4). Na comparação hemodinâmica pós-operatória, não foi encontrada diferença significativa nos parâmetros avaliados entre os três grupos. Dos 65 pacientes submetidos a cateterismo cardíaco direito, 58,5% desenvolveram HP residual.

Tabela 4
Resultados pós-operatórios de médio prazo.

A probabilidade de sobrevida estimada em 24 meses após a cirurgia entre os três grupos foi de 70% para o grupo 1, 77% para o grupo 2 e 88% para o grupo 3, e essa diferença não foi significativa (p=0,501).

DISCUSSÃO

O tratamento cirúrgico da HPTEC no InCor-HCFMUSP no Brasil teve início em 1981,(2828 Mady C, Barretto AC, Bitencourt D, Macruz R, Pileggi F. Chronic pulmonary embolism. Report of a patient subjected to surgical treatment. Arq Bras Cardiol. 1983;40(3):209-13. PMid:6651560.) mas somente a partir de 1990 é que as operações foram realizadas pela mesma equipe cirúrgica. Em 10 anos, os procedimentos foram padronizados, e este estudo analisou os dados daquele período (de 2007 a 2016) e avaliou a influência das intervenções implementadas nos procedimentos e seus resultados.

Tivemos quatro descobertas principais. Em primeiro lugar, observamos que as complicações cirúrgicas foram menos frequentes depois que avanços adicionais nas técnicas cirúrgicas foram implementados. O sangramento torácico ocorreu menos no grupo 3 do que nos grupos 1 e 2, e houve uma tendência a menos reoperações e complicações neurológicas. Em segundo lugar, além de estar no grupo 3, observamos que a PSAP elevada foi significativamente associada a mais complicações cirúrgicas, e uma classe NYHA mais alta foi associada a mais complicações infecciosas. Terceiro, o aumento da idade e a RVP foram significativamente associados à mortalidade intra-hospitalar. Finalmente, > 60% dos pacientes estavam em classe I 3-6 meses após a cirurgia, mas não observamos diferenças na probabilidade de sobrevida estimada entre os grupos.

A EAP continua sendo o padrão ouro para HPTEC, e um dos fatores que influenciam no resultado pós-cirúrgico é a experiência do centro de referência no manejo da doença. A experiência de clínicos, cirurgiões e radiologistas é essencial para fornecer indicação cirúrgica correta, remoção total da obstrução tromboembólica e manejo preciso do pós-operatório imediato e tardio.(77 Riedel M, Stanek V, Widimsky J, Prerovsky I. Longterm follow-up of patients with pulmonary thromboembolism. Late prognosis and evolution of hemodynamic and respiratory data. Chest. 1982;81(2):151-8. http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151. PMid:7056079.
http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151...
,2929 Pepke-Zaba J, Delcroix M, Lang I, Mayer E, Jansa P, Ambroz D, et al. Chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH): results from an international prospective registry. Circulation. 2011;124(18):1973-81. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.110.015008. PMid:21969018.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
,3030 Kim NH, Simonneau G. Future directions in chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Disease at a crossroads? Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S255-8. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-065AS. PMid:27571007.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...
) Esse nível de experiência foi adquirido pela equipe local do InCor-HCFMUSP, o que provavelmente também influenciou nos resultados positivos deste estudo.

Como a HPTEC raramente ocorre e é difícil de diagnosticar, existem apenas alguns centros especializados em todo o mundo. Os centros mais importantes encontram-se em San Diego (EUA), Reino Unido, França e Alemanha (Europa).(1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
,2929 Pepke-Zaba J, Delcroix M, Lang I, Mayer E, Jansa P, Ambroz D, et al. Chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH): results from an international prospective registry. Circulation. 2011;124(18):1973-81. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.110.015008. PMid:21969018.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
) Nos últimos anos, alguns centros divulgaram seus resultados pós-operatórios,(55 Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS. PMid:27571005.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...
,66 Kim NHS, Fesler P, Channick RN, Knowlton KU, Ben-Yehuda O, Lee SH, et al. Preoperative partitioning of pulmonary vascular resistance correlates with early outcome after thromboendarterectomy for chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Circulation. 2004;109(1):18-22. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111841.28126.D4. PMid:14699009.
http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111...
,99 Jamieson SW, Kapelanski DP, Sakakibara N, Manecke GR, Thistlethwaite PA, Kerr KM, et al. Pulmonary endarterectomy: experience and lessons learned in 1,500 cases. Ann Thorac Surg. 2003;76(5):1457-62, discussion 62-4. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)00828-2. PMid:14602267.
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)...

10 Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004. PMid:22626752.
http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2...

11 Thistlethwaite PA, Kaneko K, Madani MM, Jamieson SW. Technique and outcomes of pulmonary endarterectomy surgery. Ann Thorac Cardiovasc Surg. 2008;14(5):274-82. PMid:18989242.

12 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...

13 Jenkins D, Madani M, Fadel E, D’Armini AM, Mayer E. Pulmonary endarterectomy in the management of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160111. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-2016. PMid:28298388.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-...

14 Jenkins D. Pulmonary endarterectomy: the potentially curative treatment for patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2015;24(136):263-71. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000815. PMid:26028638.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000...
-1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
) o que nos ajudou a melhorar o manejo pelas equipes cirúrgicas, clínicas e pós-operatórias.

Em nosso estudo (período de 10 anos), os pacientes submetidos a EAP em diferentes períodos de tempo apresentaram características basais, apresentação clínica e parâmetros funcionais e hemodinâmicos semelhantes. Aproximadamente 50% dos pacientes com HPTEC tinham múltiplos fatores de risco, sendo os mais frequentes: tabagismo (20%), insuficiência venosa crônica (13,7%), histórico familiar de tromboembolismo venoso ou embolia pulmonar (10,7%), e essas variáveis ​​principais foram incluídas em nossa análise univariada. Suas taxas foram comparáveis ​​às relatadas por Cannon et al.(1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
) e Pepke-Zaba et al.,(2929 Pepke-Zaba J, Delcroix M, Lang I, Mayer E, Jansa P, Ambroz D, et al. Chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH): results from an international prospective registry. Circulation. 2011;124(18):1973-81. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.110.015008. PMid:21969018.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
) exceto tabagismo, que não foi mencionado. Observou-se PH significativa, com valores médios elevados de RVP e PAPm, semelhantes a relatos anteriores.(1212 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...
,1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
) Durante os procedimentos cirúrgicos, o aumento do tempo total de CEC resultou da padronização dos tempos de resfriamento, aquecimento e reperfusão nos grupos 1 e 2. Assim, houve um aumento progressivo e significativo dos tempos de resfriamento e aquecimento e redução do tempo total de reperfusão sistêmica foi provavelmente associado a um menor número de HPPC. A diminuição do número de HPPC foi possível aumentando o tempo médio de cada HPPC, permitindo a remoção segura de trombos acessíveis das artérias pulmonares. Estudos anteriores(99 Jamieson SW, Kapelanski DP, Sakakibara N, Manecke GR, Thistlethwaite PA, Kerr KM, et al. Pulmonary endarterectomy: experience and lessons learned in 1,500 cases. Ann Thorac Surg. 2003;76(5):1457-62, discussion 62-4. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)00828-2. PMid:14602267.
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)...
,1010 Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004. PMid:22626752.
http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2...
) mostraram avanços nas técnicas cirúrgicas e nos procedimentos anestésicos semelhantes aos realizados em nosso centro, que também produziram melhores resultados.

Em relação às complicações cirúrgicas, o sangramento do campo operatório diminuiu significativamente ao longo do tempo, semelhante aos dados de outros autores.(1212 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...
) Na análise multivariada, estar no grupo 1 associou-se significativamente a mais complicações cirúrgicas do que estar no grupo 3, o que sugere a eficácia de estratégias de melhora como o uso de fios de polipropileno mais finos para a realização de arteriorrafia e cola biológica. A PSAP pré-operatória elevada foi associada a maior incidência de complicações cirúrgicas, que podem estar relacionadas à alta pressão nos vasos lesados ​​e maior incidência de sangramento. Observe que a medida não invasiva da PSAP foi realizada até 3 meses da data da cirurgia (84,67 ± 120,46 dias), e a medida invasiva das pressões pulmonares por cateterismo ventricular direito foi realizada após 3 meses da data da cirurgia (107,06 ± 194,03 dias). O aprimoramento da técnica de arteriorrafia provavelmente contribuiu para a menor ocorrência de complicações cirúrgicas. Em relação às complicações neurológicas, o AVC ocorreu em cinco pacientes do grupo 1, mas não nos grupos 2 e 3. Os resultados mostraram que quanto maior o tempo de HPPC, maior a incidência de complicações neurológicas temporárias.(1212 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...
) Em nosso estudo, o tempo de HPPC não diminuiu ao longo do tempo, mas observamos aumento do tempo médio de HPPC com menor número de HPPC, o que pode ter contribuído para complicações neurológicas menos permanentes, achado original deste estudo. Além disso, a taxa de mortalidade em nosso centro foi comparável à de estudos anteriores, que mostraram taxas de 4,4% a 16%.(22 Pengo V, Lensing AW, Prins MH, Marchiori A, Davidson BL, Tiozzo F, et al. Incidence of chronic thromboembolic pulmonary hypertension after pulmonary embolism. N Engl J Med. 2004;350(22):2257-64. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa032274. PMid:15163775.
http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa032274...
,99 Jamieson SW, Kapelanski DP, Sakakibara N, Manecke GR, Thistlethwaite PA, Kerr KM, et al. Pulmonary endarterectomy: experience and lessons learned in 1,500 cases. Ann Thorac Surg. 2003;76(5):1457-62, discussion 62-4. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)00828-2. PMid:14602267.
http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)...
,1010 Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004. PMid:22626752.
http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2...
,1212 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...
,1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
) Em nosso estudo, maior idade e RVP foram associados com mortalidade intra-hospitalar, o que pode ser explicado pelo desenvolvimento de doença microvascular e/ou arteriopatia vascular secundária, contribuindo para piora do estado hemodinâmico e pior prognóstico após a cirurgia.(55 Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS. PMid:27571005.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...
,66 Kim NHS, Fesler P, Channick RN, Knowlton KU, Ben-Yehuda O, Lee SH, et al. Preoperative partitioning of pulmonary vascular resistance correlates with early outcome after thromboendarterectomy for chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Circulation. 2004;109(1):18-22. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111841.28126.D4. PMid:14699009.
http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111...
,1010 Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004. PMid:22626752.
http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2...
,1111 Thistlethwaite PA, Kaneko K, Madani MM, Jamieson SW. Technique and outcomes of pulmonary endarterectomy surgery. Ann Thorac Cardiovasc Surg. 2008;14(5):274-82. PMid:18989242.,1313 Jenkins D, Madani M, Fadel E, D’Armini AM, Mayer E. Pulmonary endarterectomy in the management of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160111. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-2016. PMid:28298388.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-...
,1414 Jenkins D. Pulmonary endarterectomy: the potentially curative treatment for patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2015;24(136):263-71. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000815. PMid:26028638.
http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000...
)

A avaliação funcional pós-operatória por meio de avaliação clínica 3-6 meses após a alta hospitalar mostrou que > 94% dos pacientes estavam em classe funcional I-II, sugerindo melhora clínica significativa.(55 Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS. PMid:27571005.
http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.2016...
,1010 Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004. PMid:22626752.
http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2...
,1212 Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024. PMid:21335128.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.1...
,1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
) Embora não tenham sido observadas diferenças significativas entre os três grupos em relação aos parâmetros hemodinâmicos no pós-operatório, houve melhora importante desses valores quando comparados aos valores pré-operatórios, semelhante a relatos anteriores.(1515 Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470. PMid:27052413.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
)

Reconhecemos duas limitações significativas de nosso estudo. Em primeiro lugar, como um estudo retrospectivo observacional unicêntrico, confusão não medida está sempre presente, e nossos resultados devem ser interpretados como pesquisa geradora de hipóteses. Em segundo lugar, as melhorias foram realizadas em intervalos de tempo progressivamente reduzidos (60, 26 e 16 meses para os grupos 1, 2 e 3, respectivamente); no entanto, o número de operações EAP foi semelhante entre esses períodos de tempo. Esses dados revelaram que um maior número de cirurgias foi realizado com o mesmo intervalo de tempo (grupo 1, 0,6 cirurgias/mês; grupo 2, 5, 9 cirurgias/mês; grupo 3, 1, 8 cirurgias/mês).

No período de 10 anos, o InCor, conhecido centro de referência brasileiro em cirurgia de EAP, promoveu avanços nas técnicas anestésicas e cirúrgicas, que estão associadas à menor ocorrência de complicações cirúrgicas e pós-operatórias. Espera-se que novos avanços na área aumentem progressivamente a qualidade de vida e a taxa de sobrevivência após esse procedimento.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos os pacientes e profissionais envolvidos neste trabalho de pesquisa. Gostaríamos de agradecer à Editage (www.editage.com) pela edição em inglês.

  • Trabalho realizado no Instituto do Coração, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.
  • *
    Tese defendida no Programa de Cirurgia Torácica e Cardiovascular, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), Brasil.
  • Apoio financeiro: Nenhum.

REFERENCES

  • 1
    Simonneau G, Torbicki A, Dorfmüller P, Kim N. The pathophysiology of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160112-25. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0112-2016 PMid:28356405.
    » http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0112-2016
  • 2
    Pengo V, Lensing AW, Prins MH, Marchiori A, Davidson BL, Tiozzo F, et al. Incidence of chronic thromboembolic pulmonary hypertension after pulmonary embolism. N Engl J Med. 2004;350(22):2257-64. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa032274 PMid:15163775.
    » http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa032274
  • 3
    Gopalan D, Delcroix M, Held M. Diagnosis of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160108. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0108-2016 PMid:28298387.
    » http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0108-2016
  • 4
    Ende-Verhaar YM, Cannegieter SC, Vonk Noordegraaf AV, Delcroix M, Pruszczyk P, Mairuhu AT, et al. Incidence of chronic thromboembolic pulmonary hypertension after acute pulmonary embolism: a contemporary view of the published literature. Eur Respir J. 2017;49(2):1601792. http://dx.doi.org/10.1183/13993003.01792-2016 PMid:28232411.
    » http://dx.doi.org/10.1183/13993003.01792-2016
  • 5
    Madani M, Mayer E, Fadel E, Jenkins DP. Pulmonary endarterectomy. Patient selection, technical challenges, and outcomes. Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S240-7. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS PMid:27571005.
    » http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-014AS
  • 6
    Kim NHS, Fesler P, Channick RN, Knowlton KU, Ben-Yehuda O, Lee SH, et al. Preoperative partitioning of pulmonary vascular resistance correlates with early outcome after thromboendarterectomy for chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Circulation. 2004;109(1):18-22. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111841.28126.D4 PMid:14699009.
    » http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.0000111841.28126.D4
  • 7
    Riedel M, Stanek V, Widimsky J, Prerovsky I. Longterm follow-up of patients with pulmonary thromboembolism. Late prognosis and evolution of hemodynamic and respiratory data. Chest. 1982;81(2):151-8. http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151 PMid:7056079.
    » http://dx.doi.org/10.1378/chest.81.2.151
  • 8
    Lewczuk J, Piszko P, Jagas J, Porada A, Sobkowicz B, Wrabec K, et al. Prognostic factors in medically treated patients with chronic pulmonary embolism. Chest. 2001;119(3):818-23. http://dx.doi.org/10.1378/chest.119.3.818 PMid:11243963.
    » http://dx.doi.org/10.1378/chest.119.3.818
  • 9
    Jamieson SW, Kapelanski DP, Sakakibara N, Manecke GR, Thistlethwaite PA, Kerr KM, et al. Pulmonary endarterectomy: experience and lessons learned in 1,500 cases. Ann Thorac Surg. 2003;76(5):1457-62, discussion 62-4. http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)00828-2 PMid:14602267.
    » http://dx.doi.org/10.1016/S0003-4975(03)00828-2
  • 10
    Madani MM, Auger WR, Pretorius V, Sakakibara N, Kerr KM, Kim NH, et al. Pulmonary endarterectomy: recent changes in a single institution’s experience of more than 2,700 patients. Ann Thorac Surg. 2012;94(1):97-103, discussion 103. http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004 PMid:22626752.
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.athoracsur.2012.04.004
  • 11
    Thistlethwaite PA, Kaneko K, Madani MM, Jamieson SW. Technique and outcomes of pulmonary endarterectomy surgery. Ann Thorac Cardiovasc Surg. 2008;14(5):274-82. PMid:18989242.
  • 12
    Mayer E, Jenkins D, Lindner J, D’Armini A, Kloek J, Meyns B, et al. Surgical management and outcome of patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension: results from an international prospective registry. J Thorac Cardiovasc Surg. 2011;141(3):702-10. http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024 PMid:21335128.
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcvs.2010.11.024
  • 13
    Jenkins D, Madani M, Fadel E, D’Armini AM, Mayer E. Pulmonary endarterectomy in the management of chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2017;26(143):160111. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-2016 PMid:28298388.
    » http://dx.doi.org/10.1183/16000617.0111-2016
  • 14
    Jenkins D. Pulmonary endarterectomy: the potentially curative treatment for patients with chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Eur Respir Rev. 2015;24(136):263-71. http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000815 PMid:26028638.
    » http://dx.doi.org/10.1183/16000617.00000815
  • 15
    Cannon JE, Su L, Kiely DG, Page K, Toshner M, Swietlik E, et al. Dynamic risk stratification of patient long-term outcome after pulmonary endarterectomy: results from the United Kingdom National Cohort. Circulation. 2016;133(18):1761-71. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470 PMid:27052413.
    » http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.115.019470
  • 16
    von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP. The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. PLoS Med. 2007;4(10):e296. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.0040296 PMid:17941714.
    » http://dx.doi.org/10.1371/journal.pmed.0040296
  • 17
    Murray JF, Matthay MA, Luce JM, Flick MR. An expanded definition of the adult respiratory distress syndrome. Am Rev Respir Dis. 1988;138(3):720-3. http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm/138.3.720 PMid:3202424.
    » http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm/138.3.720
  • 18
    Kerr KM, Auger WR, Marsh JJ, Comito RM, Fedullo RL, Smits GJ, et al. The use of cylexin (CY-1503) in prevention of reperfusion lung injury in patients undergoing pulmonary thromboendarterectomy. Am J Respir Crit Care Med. 2000;162(1):14-20. http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm.162.1.9712142 PMid:10903213.
    » http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm.162.1.9712142
  • 19
    Mehta RL, Kellum JA, Shah SV, Molitoris BA, Ronco C, Warnock DG, et al. Acute Kidney Injury Network: report of an initiative to improve outcomes in acute kidney injury. Crit Care. 2007;11(2):R31. http://dx.doi.org/10.1186/cc5713 PMid:17331245.
    » http://dx.doi.org/10.1186/cc5713
  • 20
    Despotis GJ, Skubas NJ, Goodnough LT. Optimal management of bleeding and transfusion in patients undergoing cardiac surgery. Semin Thorac Cardiovasc Surg. 1999;11(2):84-104. http://dx.doi.org/10.1016/S1043-0679(99)70002-X PMid:10378853.
    » http://dx.doi.org/10.1016/S1043-0679(99)70002-X
  • 21
    Weitzman LB, Tinker WP, Kronzon I, Cohen ML, Glassman E, Spencer FC. The incidence and natural history of pericardial effusion after cardiac surgery--an echocardiographic study. Circulation. 1984;69(3):506-11. http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.69.3.506 PMid:6692512.
    » http://dx.doi.org/10.1161/01.CIR.69.3.506
  • 22
    Unsworth-White MJ, Herriot A, Valencia O, Poloniecki J, Smith EE, Murday AJ, et al. Resternotomy for bleeding after cardiac operation: a marker for increased morbidity and mortality. Ann Thorac Surg. 1995;59(3):664-7. http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(94)00995-3 PMid:7887708.
    » http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(94)00995-3
  • 23
    El Oakley RM, Wright JE. Postoperative mediastinitis: classification and management. Ann Thorac Surg. 1996;61(3):1030-6. http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(95)01035-1 PMid:8619682.
    » http://dx.doi.org/10.1016/0003-4975(95)01035-1
  • 24
    Dellinger RP, Levy MM, Rhodes A, Annane D, Gerlach H, Opal SM, et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Severe Sepsis and Septic Shock, 2012. Intensive Care Med. 2013;39(2):165-228. http://dx.doi.org/10.1007/s00134-012-2769-8 PMid:23361625.
    » http://dx.doi.org/10.1007/s00134-012-2769-8
  • 25
    Young J, Inouye SK. Delirium in older people. BMJ. 2007;334(7598):842-6. http://dx.doi.org/10.1136/bmj.39169.706574.AD PMid:17446616.
    » http://dx.doi.org/10.1136/bmj.39169.706574.AD
  • 26
    Leon MB, Smith CR, Mack M, Miller DC, Moses JW, Svensson LG, et al. Transcatheter aortic-valve implantation for aortic stenosis in patients who cannot undergo surgery. N Engl J Med. 2010;363(17):1597-607. http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa1008232 PMid:20961243.
    » http://dx.doi.org/10.1056/NEJMoa1008232
  • 27
    Condliffe R, Kiely DG, Gibbs JS, Corris PA, Peacock AJ, Jenkins DP, et al. Improved outcomes in medically and surgically treated chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Am J Respir Crit Care Med. 2008;177(10):1122-7. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200712-1841OC PMid:18292468.
    » http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200712-1841OC
  • 28
    Mady C, Barretto AC, Bitencourt D, Macruz R, Pileggi F. Chronic pulmonary embolism. Report of a patient subjected to surgical treatment. Arq Bras Cardiol. 1983;40(3):209-13. PMid:6651560.
  • 29
    Pepke-Zaba J, Delcroix M, Lang I, Mayer E, Jansa P, Ambroz D, et al. Chronic thromboembolic pulmonary hypertension (CTEPH): results from an international prospective registry. Circulation. 2011;124(18):1973-81. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.110.015008 PMid:21969018.
    » http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.110.015008
  • 30
    Kim NH, Simonneau G. Future directions in chronic thromboembolic pulmonary hypertension. Disease at a crossroads? Ann Am Thorac Soc. 2016;13(Suppl 3):S255-8. http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-065AS PMid:27571007.
    » http://dx.doi.org/10.1513/AnnalsATS.201601-065AS

Disponibilidade de dados

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Set 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    20 Fev 2020
  • Aceito
    27 Maio 2021
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia SCS Quadra 1, Bl. K salas 203/204, 70398-900 - Brasília - DF - Brasil, Fone/Fax: 0800 61 6218 ramal 211, (55 61)3245-1030/6218 ramal 211 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: jbp@sbpt.org.br