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A doação após morte circulatória é necessária no Brasil? Em caso afirmativo, quando?

A doação após morte circulatória (DMC), anteriormente conhecida como doação após morte cardíaca ou doação sem batimento cardíaco, refere-se à captação de órgãos para fins de transplante de pacientes cuja morte é diagnosticada e confirmada por critérios cardiorrespiratórios.11 Thuong M, Ruiz A, Evrard P, Kuiper M, Boffa C, Akhtar MZ, et al. New classification of donation after circulatory death donors definitions and terminology. Transpl Int. 2016;29(7):749-759. https://doi.org/10.1111/tri.12776
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Neste número do Jornal Brasileiro de Pneumologia, Reck dos Santos et al.22 Reck dos Santos PA, Teixeira PJZ, Neto DMM, Cypel M. Donation after circulatory death and lung transplantation. J Bras Pneumol. 2022;48(2):e20210369. https://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20210369
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apresentam um artigo de revisão e atualização sobre DMC e transplante pulmonar. A DMC tornou-se uma prática aceita em muitos países e continua sendo foco de intenso interesse na comunidade de transplantes. No entanto, não é uma atividade nova e apresenta alguns aspectos éticos, legais, culturais e econômicos que dificultam sua utilização em alguns países.

Desde o primeiro transplante de rim humano, realizado em 1933 por Yurii Y Voronoy, em Kherson, na Ucrânia,33 Voronoy YY. Sobre el bloqueo del aparato reticuloendotelial del hombre en algunas formas de intoxicación por el sublimado y sobre la transplantación del riñón cadavérico como método de tratamiento de la anuria consecutiva a aquella intoxicación. Siglo Med. 1937,97:290-297. até o final da década de 1960, quase todos os órgãos transplantados de doadores falecidos eram provenientes de doadores sem batimentos cardíacos, com resultados desfavoráveis, principalmente em virtude do dano renal causado pela isquemia quente, mas também em virtude de outros fatores, como técnica cirúrgica não refinada, preservação inadequada, imunossupressão insuficiente e inexperiência no manejo pós-operatório.

Naquela época, apenas Guy Alexandre, cirurgião belga, com base nos estudos de Mollaret & Goulon44 MOLLARET P, GOULON M. The depassed coma (preliminary memoir) [Article in French]. Rev Neurol (Paris). 1959;101:3-15. PMID: 14423403. em Paris e de Wertheimer et al.55 WERTHEIMER P, JOUVET M, DESCOTES J. Diagnosis of death of the nervous system in comas with respiratory arrest treated by artificial respiration [Article in French]. Presse Med. 1959;67(3):87-8. PMID: 13633814. em Lyon publicados em 1959 - sugerindo que a falha irreversível das funções cerebrais pode ser considerada morte - não só adotou critérios neurológicos para determinar a morte, mas também aplicou esses critérios na realização do primeiro transplante de órgão de doador em morte encefálica em 1963, procedimento que muitos de seus colegas consideraram eticamente inaceitável.66 Machado C. The first organ transplant from a brain-dead donor. Neurology. 2005;64(11):1938-1942. https://doi.org/10.1212/01.WNL.0000163515.09793.CB
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Apenas após o primeiro transplante cardíaco do mundo, realizado em 3 de dezembro de 1967, por Christiaan Barnard na Cidade do Cabo, utilizando o coração de uma jovem com traumatismo cranioencefálico grave após acidente de trânsito e declarada morta por critérios neurológicos,77 Hoffenberg R. Christiaan Barnard: his first transplants and their impact on concepts of death [published correction appears in BMJ 2002 Feb 23;324(7335):465]. BMJ. 2001;323(7327):1478-1480. https://doi.org/10.1136/bmj.323.7327.1478
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foram publicados o relatório do Comitê Ad Hoc da Harvard Medical School88 A definition of irreversible coma. Report of the Ad Hoc Committee of the Harvard Medical School to Examine the Definition of Brain Death. JAMA. 1968;205(6):337-340. https://doi.org/10.1001/jama.1968.03140320031009
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e a Declaração de Sidney, resultado da 22ª Assembléia Médica Mundial,99 Machado C, Korein J, Ferrer Y, Portela L, García Mde L, Chinchilla M, et al. The Declaration of Sydney on human death. J Med Ethics. 2007;33(12):699-703. https://doi.org/10.1136/jme.2007.020685
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ambos em 1968, para a determinação da morte com base em critérios neurológicos. Desde então, quase todos os centros de transplante abandonaram a utilização de doadores sem batimento cardíaco, utilizando órgãos de doadores em morte encefálica, pois o tempo de isquemia quente próximo a zero proporcionava melhores resultados.

No início da década de 1990, observou-se que o número de potenciais doadores em morte encefálica - 0,5-1,0% das mortes ou 45-65 por milhão de pessoas (pmp) - era insuficiente para atender à crescente demanda de pacientes em lista de espera para transplante de órgãos. Além disso, nos últimos vinte anos, houve uma diminuição da incidência de pacientes com morte encefálica em muitos países desenvolvidos. Na Espanha, por exemplo, comparando-se as taxas de incidência de morte encefálica por meio de auditorias em UTIs entre 2001 e 2010 (65 pmp e 48 pmp, respectivamente), houve queda de 26%, além de um aumento progressivo da média de idade, evidenciando um esgotamento quantitativo e qualitativo de potenciais doadores.1010 Matesanz R, Domínguez-Gil B, Coll E. Uncontrolled non-heart beating donation: need, opportunity and challenge. Med Intensiva. 2013;37(4):221-223. https://doi.org/10.1016/j.medin.2013.01.006
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A diminuição da incidência de mortes diagnosticadas por critérios neurológicos e, portanto, do potencial de doação após morte encefálica (DME), é sobretudo consequência da melhoria da segurança viária e das melhorias no manejo de cuidados neurocríticos e nos desfechos do traumatismo cranioencefálico agudo e da hemorragia intracraniana.1010 Matesanz R, Domínguez-Gil B, Coll E. Uncontrolled non-heart beating donation: need, opportunity and challenge. Med Intensiva. 2013;37(4):221-223. https://doi.org/10.1016/j.medin.2013.01.006
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,1111 Garcia VD, Barboza AP, Dallagnese G, et al. Importância do Processo Doação - Transplante. In: Garcia CD, Pereira JD, Garcia VD, editors. Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos. São Paulo: Segmento Pharma; 2015. p. 61-77. Em alguns países, como o Reino Unido, essa taxa sempre foi baixa (30-35 pmp), pois os pacientes com lesão cerebral devastadora não são encaminhados para a UTI, mas sim para os cuidados paliativos.

Em razão do número insuficiente de doadores em morte encefálica para atender à crescente demanda por transplantes, estudos com doadores em morte circulatória foram resumidos durante o Primeiro Congresso Internacional de Doadores Sem Batimento Cardíaco, realizado em Maastricht em 1995, e foi estabelecido um sistema de classificação: I: parada cardíaca irreversível ocorre antes da chegada ao hospital; II: parada cardíaca irreversível ocorre no hospital; III: parada cardiorrespiratória programada na UTI; e IV: parada cardiorrespiratória antes, durante ou após a confirmação da morte encefálica.1212 Kootstra G, Daemen JH, Oomen AP. Categories of non-heart-beating donors. Transplant Proc. 1995;27(5):2893-2894.

A DMC também é classificada como controlada ou não controlada. A DMC não controlada refere-se à captação de órgãos após parada cardíaca inesperada da qual o paciente não pode ou não deve ser ressuscitado (categorias I, II e IV de Maastricht). A DMC controlada refere-se à captação de órgãos após parada cardíaca esperada que se segue à retirada planejada dos tratamentos de suporte de vida considerados sem benefício geral para um paciente gravemente enfermo (categoria III de Maastricht).1313 D'Alessandro AM, Hoffmann RM, Knechtle SJ, Eckhoff DE, Love RB, Kalayoglu M, et al. Controlled non-heart-beating donors: a potential source of extrarenal organs. Transplant Proc. 1995;27(1):707-709.

Em decorrência da melhor manutenção hemodinâmica, do resfriamento in situ, da rápida retirada de órgãos em bloco, da perfusão pulsátil, de melhores soluções de preservação e, mais recentemente, da utilização de circulação extracorpórea regional, os resultados foram semelhantes aos obtidos com doadores DME, tanto para o rim quanto para outros órgãos, levando a um aumento progressivo do número de DMC, até o ponto em que, em 2020, das 35.368 doações de indivíduos mortos registradas no Observatório Global de Doação e Transplante, 8.061 eram DMC (22,8%).1414 Global Observatory on Donation and Transplantation [homepage on thee Internet]. Madrid: Organización Nacional de Trasplantes; c2016 [cited 2022 Jan 13]. Report Organ Donation and Transplantation Activities 2020. Available from: http://www.transplant-observatory.org
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A contribuição da DMC para o número total de doadores falecidos varia internacionalmente. Diferenças nas práticas médicas, nas atitudes públicas, na legislação e nos recursos entre os países influenciam a prática da DMC.

A Figura 1 mostra as taxas de DMC, de acordo com o Registro Internacional de Doação e Transplante de Órgãos,1515 International Registry on Organ Donation and Transplantation (IRODaT) [homepage on the Internet]. Barcelona: IRODaT; c2022 [cited 2022 Jan 13]. Available from: www.irodat.org
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que relatou que 22 países utilizaram DMC em 2020, com as taxas variando de 0,07 pmp (no Japão) a 13,1 pmp (na Espanha). Em alguns países (Reino Unido, Holanda e EUA), foi dada ênfase à DMC controlada, enquanto em outros (Espanha e França),1616 Savoye E, Legeai C, Branchereau J, Gay S, Riou B, Gaudez F, et al. Optimal donation of kidney transplants after controlled circulatory death. Am J Transplant. 2021,21(7):2424-2436. https://doi.org/10.1111/ajt.16425 https://doi.org/10.1111/ajt.16425
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) o tipo predominante foi a DMC não controlada.

Figura 1
Taxas de doação após morte circulatória em vários países do mundo, medidas por doadores por milhão de pessoas em 2020.

O senso comum pode sugerir que declarar a morte quando o coração para de bater seria mais direto do que quando a declaração de morte é baseada nas funções do tronco cerebral. No entanto, a dificuldade de introdução da DMC está relacionada a questões éticas e legais e à complexidade técnica e organizacional inerente a esse tipo de doação, o que a torna mais complexa do que pode parecer à primeira vista.

Apesar do endosso da prática da DMC por associações profissionais e órgãos reguladores em muitas partes do mundo, persistem as preocupações éticas e legais tanto sobre a DMC controlada quanto sobre a DMC não controlada. Tais preocupações estão relacionadas à legalidade e aceitabilidade das intervenções antes ou após a morte que são necessárias para facilitar a DMC; ao momento, local e forma de retirada do tratamento; e a incertezas quanto ao momento em que a morte pode ser confirmada por critérios circulatórios. As equipes de captação de órgãos mobilizadas para uma potencial DMC “são desmobilizadas” em 40% das ocasiões, pois alguns potenciais doadores não morrem nas primeiras duas horas após a retirada do suporte de vida, causando o sofrimento da família durante a espera, o que também onera a já pressionada equipe da UTI.1717 Manara AR, Murphy PG, O'Callaghan G. Donation after circulatory death. Br J Anaesth. 2012;108 Suppl 1:i108-i121. https://doi.org/10.1093/bja/aer357
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A DMC está se tornando cada vez mais aceita e tem sido realizada em alguns países, contribuindo de forma importante para o número de órgãos disponíveis e proporcionando desfechos pós-transplante aceitáveis.1818 Lomero M, Gardiner D, Coll E, Haase-Kromwijk B, Procaccio F, Immer F, et al. Donation after circulatory death today: an updated overview of the European landscape. Transpl Int. 2020;33(1):76-88. https://doi.org/10.1111/tri.13506
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No entanto, a DMC deve ser considerada um complemento e não um substituto para a DME, que, além de apresentar logística mais simples e custos mais baixos, apresenta maior utilização de órgãos transplantados por doador. Outro aspecto importante é que, apesar do grande investimento em DMC, sua taxa está em torno de 5-6 pmp na maioria dos países que utilizam essa forma de doação, sendo que apenas 4 países ultrapassaram 8 pmp (Figura 1).

A justificativa mais importante para a utilização de DMC é o número insuficiente e decrescente de DME para atender à demanda. Em cada país, de acordo com suas particularidades, são definidos o tipo de DMC (controlada, não controlada ou ambas), quais órgãos serão utilizados desses doadores e como barreiras legais, éticas, logísticas, culturais e financeiras serão abordadas.

No Brasil, a DMC não é utilizada para transplante de órgãos, com exceção de um pequeno número de transplantes renais, utilizando parte do sistema de classificação de Maastricht (tipo IV),1212 Kootstra G, Daemen JH, Oomen AP. Categories of non-heart-beating donors. Transplant Proc. 1995;27(5):2893-2894. ou seja, naqueles casos em que a parada cardíaca irreversível ocorre após a determinação da morte encefálica e a autorização da família antes da retirada dos órgãos, enquanto se aguarda o resultado dos exames laboratoriais ou a chegada das equipes para a retirada dos órgãos.

Ao contrário do que se observa em países desenvolvidos, as taxas de morte encefálica são altas e não estão diminuindo no Brasil. Na década de 1990, estimava-se que haveria aproximadamente 60 mortes encefálicas pmp por ano, e apenas um terço delas (cerca de 20 pmp) foram notificadas como potenciais doadores. Essa taxa de notificação de potenciais doadores, que era de 24,8 pmp em 2000, subiu para 54,7 pmp em 2019, ano anterior à pandemia, que teve um impacto negativo nas taxas de doação e transplante. Em alguns estados brasileiros (Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul) e no Distrito Federal, a taxa anual de notificação de casos de morte encefálica está entre 80 e 100 pmp.1919 Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) [homepage on the Internet]. São Paulo: ABTO; c2022 [cited 2022 Jan 13]. Registro Brasileiro de Transplantes. 2019; ano XXV(4). Available from: https://www.abto.org.br
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Portanto, atualmente estimamos que a taxa de morte encefálica esteja entre 90 e 100 pmp no país, o dobro da observada em países desenvolvidos. Portanto, podemos aumentar em 50% a taxa de notificação de potenciais doadores em morte encefálica no Brasil. Além disso, a taxa de efetividade foi de 33% em 2019, e nossa meta é chegar a 45%, o que já ocorreu em alguns estados (Santa Catarina, Paraná e Ceará).1919 Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) [homepage on the Internet]. São Paulo: ABTO; c2022 [cited 2022 Jan 13]. Registro Brasileiro de Transplantes. 2019; ano XXV(4). Available from: https://www.abto.org.br
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Com base nesses dados, podemos estimar que atingiremos uma taxa de DME de 40 pmp (90 indivíduos em morte cerebral pmp e uma taxa de efetividade de 45%) em 7 anos.

É necessário melhorar a utilização de órgãos de doadores em morte encefálica. As taxas estimadas de demanda anual de transplantes e de utilização ideal (em %) dos seguintes órgãos são, respectivamente: rim (70 pmp; 85%); fígado (30 pmp; 80%); coração (8 pmp; 40%); e pulmão (8 pmp; 20%).2020 Pêgo-Fernandes PM, Pestana JOM, Garcia VD. Transplants in Brazil: where are we?. Clinics (Sao Paulo). 2019;74:e832. https://doi.org/10.6061/clinics/2019/e832
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Em 2019, a taxa geral de doadores efetivos foi de 18,1 pmp - e a faixa de utilização foi de 30,1-71,0% (rim); 10,8-55,0% (fígado); 1,8-10,0% (coração); e 0,5-3,0% (pulmão).2020 Pêgo-Fernandes PM, Pestana JOM, Garcia VD. Transplants in Brazil: where are we?. Clinics (Sao Paulo). 2019;74:e832. https://doi.org/10.6061/clinics/2019/e832
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Acredita-se que, em 2028, 40 doadores pmp serão suficientes para suprir a necessidade estimada de todos os órgãos, exceto o pulmão, caso as necessidades permaneçam nesses níveis. Portanto, embora a utilização da DMC seja uma estratégia importante e necessária em muitos países, outras medidas menos complexas e mais baratas, como a DME, serão suficientes no Brasil nos próximos anos.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Abr 2022
  • Data do Fascículo
    2022
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