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O Impacto das Pressões Institucionais na Adoção e Manutenção do E-Commerce em Micro e Pequenas Empresas (MPEs) Brasileiras

Resumo

Objetivo

O estudo tem como objetivo verificar o impacto das pressões institucionais na percepção de obstáculos e benefícios nas micro e pequenas empresas brasileiras quando da adoção e manutenção do e-commerce.

Referencial teórico

O estudo foi realizado com base nos preceitos da teoria institucional, com foco na abordagem das pressões institucionais. Por fim, verificou a orientação e a adaptação das ações das MPEs para o uso do e-commerce como prática organizacional.

Metodologia

O estudo foi realizado a partir de uma pesquisa envolvendo 120 gestores de empresas que utilizam o e-commerce. A pesquisa era composta por 28 questões referentes a pressões, benefícios e obstáculos institucionais percebidos pelos gestores, além de aspectos relacionados à adoção e manutenção do e-commerce. A modelagem de equações estruturais foi utilizada para a análise dos dados.

Implicações práticas e sociais da pesquisa

O resultado deste estudo mostrou que as pressões institucionais miméticas e normativas propiciam a percepção de benefícios e auxiliam na superação de obstáculos relativos ao e-commerce, obrigando as empresas a adotarem e aprimorarem essa modalidade de negócio. Por outro lado, as pressões coercitivas não estavam associadas à percepção de benefícios, mas atenuaram a percepção de obstáculos, o que sugere que as pressões coercitivas são motivadas de acordo com o contexto local do qual fazem parte.

Contribuições

Há um aumento no debate em torno da teoria institucional, e é possível verificar que as pressões institucionais influenciam as MPEs a adotarem e manterem novas formas de negócios online. Assim, os resultados orientam o desenvolvimento de estratégias por parte da gestão utilizando as tecnologias digitais como ferramentas que permitem a competição.

Palavras-chave:
E-commerce; MPEs; adoção e manutenção; pressões institucionais; obstáculos e benefícios

Abstract

Purpose

The study aims to verify the impact of institutional pressures on the perception of obstacles and benefits of the adoption and maintenance of e-commerce in Brazil’s micro and small companies.

Theoretical framework

The study was conducted based on the precepts of Institutional Theory, focused on the institutional pressures approach. It verified the orientation and adaptation of actions taken by MSEs towards the use of e-commerce as an organizational practice.

Design/methodology/approach

The research was conducted based on a survey involving 120 managers of companies that use e-commerce. The survey was composed of 28 questions concerning institutional pressures, benefits, and obstacles perceived by managers, in addition to aspects related to the adoption and maintenance of e-commerce. Structural equation modeling was used for the data analysis.

Practical & social implications of research

The outcome of this study demonstrated that institutional mimetic and normative pressures provide the perception of benefits and help overcome obstacles concerning e-commerce, which compels companies to adopt and improve this business modality. On the other hand, coercive pressures showed no association with the perception of benefits, but mitigated the perception of obstacles, which suggests that coercive pressures are motivated according to the local context they form part of.

Originality/value

There is increased discussion of Institutional Theory, in which it is possible to verify that institutional pressures influence MSEs to adopt and maintain new forms of online business. Thus, the results orientate the development of strategies by management using digital technologies as tools that allow competition.

Keywords:
E-commerce; MSEs; adoption and maintenance; institutional pressures; obstacles and benefits

1 Introdução

O uso do comércio eletrônico (e-commerce) está alterando a forma como os modelos de negócios são executados nas empresas, principalmente naquelas consideradas tradicionais (Choshin & Ghaffari, 2017Choshin, M., & Ghaffari, A. (2017). An investigation of the impact of effective factors on the success of e-commerce in small-and medium-sized companies. Computers in Human Behavior, 66, 67-74. http://dx.doi.org/10.1016/j.chb.2016.09.026.
http://dx.doi.org/10.1016/j.chb.2016.09....
). O crescimento desse modelo de comércio tem redirecionado as estratégias de negócios para atender às expectativas dos clientes (Jai et al., 2013Jai, T. M. C., Burns, L. D., & King, N. J. (2013). The effect of behavioral tracking practices on consumers’ shopping evaluations and repurchase intention toward trusted online retailers. Computers in Human Behavior, 29(3), 901-909. http://dx.doi.org/10.1016/j.chb.2012.12.021.
http://dx.doi.org/10.1016/j.chb.2012.12....
) e melhorar as relações com os fornecedores. De acordo com a literatura, alguns benefícios decorrentes do uso do e-commerce são: aumento do potencial de expansão do mercado, adaptação ao ambiente externo, aumento da confiabilidade, minimização de incertezas, redução de custos, aumento de visibilidade e redução da necessidade de espaço físico (Cheng & Yu, 2008Cheng, H. L., & Yu, C. M. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: Evidence from Taiwanese small-and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331-348. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008.01.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008...
; Felipa, 2017Felipa, P. B. (2017). Marketing+ internet= e-commerce: Opportunities and challenges. Revista Finanzas y Política Económica, 9(1), 41-56. http://dx.doi.org/10.14718/revfinanzpolitecon.2017.9.1.3.
http://dx.doi.org/10.14718/revfinanzpoli...
; Nohara et al., 2008Nohara, J., Acevedo, C., Zilber, S., & Parisotto, I. (2008). Inovação tecnológica e competitividade: Os desafios das pequenas e médias empresas em participar no comércio electrónico. Revista de Administração e Inovação, 5(2), 132-149. http://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79114
http://www.revistas.usp.br/rai/article/v...
; Yu et al., 2018Yu, Y., Li, M., Li, X., Zhao, J. L., & Zhao, D. (2018). Effects of entrepreneurship and IT fashion on SMEs’ transformation toward cloud service through mediation of trust. Information & Management, 55(2), 245-257. http://dx.doi.org/10.1016/j.im.2017.07.001.
http://dx.doi.org/10.1016/j.im.2017.07.0...
). No entanto, as empresas enfrentam obstáculos quanto à adaptação tecnológica às inovações, à ampla utilização de ativos em sistemas de informação, à falta de funcionários qualificados, à ausência de segurança de dados, a modificações de processos e a ativos financeiros limitados (Yu et al., 2018Yu, Y., Li, M., Li, X., Zhao, J. L., & Zhao, D. (2018). Effects of entrepreneurship and IT fashion on SMEs’ transformation toward cloud service through mediation of trust. Information & Management, 55(2), 245-257. http://dx.doi.org/10.1016/j.im.2017.07.001.
http://dx.doi.org/10.1016/j.im.2017.07.0...
).

De acordo com dados da pesquisa da Ebit Nielsen (2019)Nielsen, E. (2019). O webshoppers (Vol. 1, No. 40, pp. 1-27). São Paulo: Ebit. https://reports.ebit.com.br/webshoppers/webshoppersfree
https://reports.ebit.com.br/webshoppers/...
, no Brasil, o e-commerce cresceu 12% no primeiro semestre de 2019. No segundo, esse crescimento representou R$ 26,4 bilhões de receita. O primeiro semestre de 2019 teve um crescimento de 20% no volume de pedidos no e-commerce, representando R$ 65,2 milhões. As vendas por meio do comércio via dispositivos móveis (mobile-commerce ou m-commerce) tiveram maior destaque em bens não duráveis, com destaque para produtos de consumo imediato, como alimentos e bebidas (Nielsen, 2019Nielsen, E. (2019). O webshoppers (Vol. 1, No. 40, pp. 1-27). São Paulo: Ebit. https://reports.ebit.com.br/webshoppers/webshoppersfree
https://reports.ebit.com.br/webshoppers/...
). Ao ampliar seu alcance e consequentemente suas vendas, o e-commerce pode ser uma opção estratégica para as micro e pequenas empresas (MPEs) que buscam a sobrevivência no mercado. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), existem 6,4 milhões de estabelecimentos comerciais no país, dos quais 99% são micro e pequenas empresas que respondem por 52% dos empregos formais no setor privado (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2020Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. (2020). Pequenos negócios em números.https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/pequenos- negocios-em-numeros,12e8794363447510VgnVCM1000004c00210aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSe...
). Além disso, a participação das MPEs representa 27% do produto interno bruto (PIB).

No entanto, o uso do e-commerce nem sempre está relacionado a uma questão estratégica. As empresas buscam atender às pressões dos diversos perfis de clientes e analisar o comportamento de outros agentes do campo organizacional. Para atender às pressões do ambiente de negócios e às demandas de seus clientes, as empresas têm demonstrado crescente preocupação ao adotar práticas pré-estabelecidas que as tornarão mais apreciadas e reconhecidas no mercado em que atuam. Isso leva empresas de um mesmo ambiente a se tornarem semelhantes entre si, construindo um cenário conhecido como isomorfismo institucional (DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
; Meyer & Rowan, 1977Meyer, J. W., & Rowan, B. (1977). Institutionalized organizations: Formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, 83(2), 340-363. http://dx.doi.org/10.1086/226550.
http://dx.doi.org/10.1086/226550...
). Além disso, as instituições externas tornam-se líderes por meio de pressões miméticas, coercitivas e normativas (DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
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; Scott, 2008Scott, W. R. (2008). Institutions and organizations: Ideas and interests. Atlanta: SAGE.).

O isomorfismo mimético ocorre devido à percepção de ações bem-sucedidas realizadas por outras empresas do mesmo campo institucional. Ele pode ser alcançado pela incorporação de elementos tecnológicos, inovações ou reações a situações de crise, como a pandemia de Covid-19, que impacta diretamente as estratégias comerciais dos pequenos empreendedores (Cheng & Yu, 2008Cheng, H. L., & Yu, C. M. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: Evidence from Taiwanese small-and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331-348. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008.01.006.
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; Lin et al., 2019Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
). O isomorfismo coercitivo ocorre por meio da relação de dependência de uma empresa em relação a outras, enquanto o isomorfismo normativo ocorre devido à profissionalização (Cheng & Yu, 2008Cheng, H. L., & Yu, C. M. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: Evidence from Taiwanese small-and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331-348. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008.01.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008...
; DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
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; Lin et al., 2019Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
).

MPEs e grandes empresas apresentam aspectos diferentes na percepção de benefícios e obstáculos relacionados às inovações tecnológicas, e a pressão diferenciada que sofrem do meio ambiente, uma vez que há um intervalo de tempo entre a adoção de tecnologias devido a condições sociais, econômicas, tecnológicas e políticas. No entanto, com a introdução da internet e a rápida mudança nos requisitos dos clientes, as pressões institucionais se intensificaram (Rahayu & Day, 2015Rahayu, R., & Day, J. (2015). Determinant factors of e-commerce adoption by SMEs in developing country: Evidence from Indonesia. Procedia: Social and Behavioral Sciences, 195, 142-150. http://dx.doi.org/10.1016/j.sbspro.2015.06.423.
http://dx.doi.org/10.1016/j.sbspro.2015....
). Para as MPEs, acompanhar as novas tecnologias, as demandas do mercado e as mudanças no comportamento dos clientes é essencial para sua sobrevivência devido aos seus recursos financeiros e tecnológicos limitados, bem como à capacidade física (Baggio et al., 2019Baggio, D., Gavronski, I., & Lima, V. Z. (2019). Inovação aberta: Uma vantagem competitiva para pequenas e médias empresas. Revista Ciências Administrativas, 25(3), 1-14. http://dx.doi.org/10.5020/2318-0722.2019.7507.
http://dx.doi.org/10.5020/2318-0722.2019...
). O conhecimento e o uso do e-commerce auxiliam essas empresas a acessar diferentes marketplaces, aplicando economias de escala e alcançando efeitos de rede, o que facilita seu desenvolvimento e as torna competitivas e sustentáveis ​​(Kabanda & Brown, 2017Kabanda, S., & Brown, I. (2017). A structuration analysis of Small and Medium Enterprise (SME) adoption of E-Commerce: The case of Tanzania. Telematics and Informatics, 34(4), 118-132. http://dx.doi.org/10.1016/j.tele.2017.01.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tele.2017.01...
; Lestari, 2019Lestari, D. (2019). Measuring e-commerce adoption behaviour among gen-Z in Jakarta, Indonesia. Economic Analysis and Policy, 64, 103-115. https://doi.org/10.1016/j.eap.2019.08.004.
https://doi.org/10.1016/j.eap.2019.08.00...
).

Considerando as perspectivas das empresas e o crescimento do e-commerce, o objetivo deste estudo é verificar o impacto das pressões institucionais na percepção de obstáculos e benefícios no uso e manutenção do e-commerce pelas MPEs brasileiras. Após consultar os gestores das MPEs e coletar dados por meio de uma pesquisa, utilizou-se a modelagem de equações estruturais para analisar e destacar a conexão entre as pressões institucionais e a percepção dos obstáculos e benefícios pelas MPEs que levaram à adoção e manutenção do e-commerce.

A abordagem institucional nas MPEs tem sido explorada a partir de diferentes perspectivas nas pesquisas em ciências sociais. Kurnia et al. (2015)Kurnia, S., Choudrie, J., Mahbubur, R. M., & Alzougool, B. (2015). E-commerce technology adoption: A Malaysian grocery SME retail sector study. Journal of Business Research, 68(9), 1906-1918. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2014.12.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2014...
examinaram a influência da prontidão organizacional, da indústria e nacional e da pressão ambiental na adoção de tecnologias distintas de e-commerce por MPEs no setor de varejo em países em desenvolvimento, com base no setor de supermercados da Malásia. Williams e Spielmann (2019)Williams, C., & Spielmann, N. (2019). Institutional pressures and international market orientation in SMEs: Insights from the French wine industry. International Business Review, 28(5), 101582. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2019.05.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2019...
analisaram de que forma as pressões institucionais externas influenciam a orientação para o mercado internacional em MPEs. Ramaswamy et al. (2017)Ramaswamy, K., Purkayastha, S., & Petitt, B. S. (2017). How do institutional transitions impact the efficacy of related and unrelated diversification strategies used by business groups? Journal of Business Research, 72, 1-13. http://dx.doi.org/10.1016/j.jbusres.2016.11.005.
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examinaram grupos empresariais indianos e suas estratégias de diversificação no momento das reformas institucionais pró-mercado, destacando as opções de diversificação no nível do grupo e as consequências de seu desempenho nessas escolhas durante um período de mudança institucional. No Brasil, estudos institucionais sobre MPEs foram realizados com ênfase na internacionalização e na adoção de padrões contábeis. Garcia et al. (2019)Garcia, E. L. M., Almeida, E. M., Sanches, S. L. R., & Faia, V. S. (2019). A adoção do CPC PME é fonte de legitimidade organizacional? Análise sob a perspectiva da teoria institucional. Revista Ambiente Contábil, 11(1), 21-41. http://dx.doi.org/10.21680/2176-9036.2019v11n1ID14189.
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analisaram os mecanismos de institucionalização do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) para pequenas e médias empresas (PMEs) e sua resistência à legitimidade das MPEs. Silva et al. (2014)Silva, V. A., Scherer, F. L., Borges, D. E., & de Moura Carpes, A. (2014). Análise dos fatores institucionais inerentes ao processo de internacionalização de empresas gaúchas do setor de máquinas e equipamentos. Revista Administração em Diálogo, 16(2), 167-188. http://dx.doi.org/10.20946/rad.v16i2.13632.
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estudaram os fatores institucionais e os mecanismos isomórficos apresentados no processo de internacionalização, bem como os mecanismos miméticos na abordagem de gestores de diferentes organizações. Nesse sentido, tornam-se mais relevantes os estudos que buscam verificar como as MPEs se adaptam às dinâmicas institucionais e às mudanças decorrentes da implantação do e-commerce em seu campo organizacional, além de analisar aspectos ainda não abordados nos estudos brasileiros.

Os efeitos da pandemia de Covid-19 no e-commerce são notáveis ​​e é possível que o impacto das pressões coercitivas tenha se intensificado em termos de compradores, vendedores e regulações (Agus et al., 2021Agus, A. A., Yudoko, G., Mulyono, N., & Imaniya, T. (2021). E-commerce performance, digital marketing capability and supply chain capability within e-commerce platform: Longitudinal study before and after COVID-19. International Journal of Technology, 12(2), 360. http://dx.doi.org/10.14716/ijtech.v12i2.4122.
http://dx.doi.org/10.14716/ijtech.v12i2....
; Machová et al., 2021Machová, R., Korcsmáros, E., Esseová, M., & Marča, R. (2021). Changing trends of shopping habits and tourism during the second wave of COVID-19: International comparison. Journal of Tourism and Services, 22(12), 131-149. http://dx.doi.org/10.29036/jots.v12i22.256.
http://dx.doi.org/10.29036/jots.v12i22.2...
). Devido à expansão do campo, as pressões miméticas relacionadas a novos negócios também foram intensificadas (Wang, 2021Wang, N. (2021, March). Research on the influence of the cross-border e-commerce development of small and medium-sized enterprises in Dongguan in the post-epidemic era. In 2021 2nd International Conference on E-Commerce and Internet Technology (ECIT) (pp. 176-180). New York: IEEE. http://dx.doi.org/10.1109/ECIT52743.2021.00047.
http://dx.doi.org/10.1109/ECIT52743.2021...
).

2 Pressões institucionais e a percepção de obstáculos e benefícios na adoção do e-commerce

As instituições são sistemas que podem estruturar interações sociais por meio de regras e convenções sociais de longa data que já estão estabelecidas e incorporadas. Linguagem, dinheiro, lei, sistemas de pesos e medidas, modos à mesa, negócios, entre outros, são exemplos de instituições (Scott, 2008Scott, W. R. (2008). Institutions and organizations: Ideas and interests. Atlanta: SAGE.). As instituições são fundamentais para as interações sociais, pois podem moldar e mudar as vontades e aspirações individuais, bem como exercer pressões sobre o comportamento das organizações. Essas pressões são decorrentes do ambiente, como forças reguladoras e forças sociais, que transacionam com as organizações, e relações de controle direto (DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
; Guarido & Costa, 2012Guarido, E. R. Fo., & Costa, M. C. (2012). Contabilidade e institucionalismo organizacional: Fundamentos e implicações. Revista Contabilidade e Controladoria, 4(1), 20-41. http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v4i1.26685.
http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v4i1.26685...
; Scott, 1994Scott, W. R. (1994). Institutions and organizations: Toward a theoretical synthesis. In W. R. Scott & J. W. Meyer (Eds.), Institutional environments and organizations: Structural complexity and individualism (pp. 55-78). Thousand Oaks: SAGE., 2008Scott, W. R. (2008). Institutions and organizations: Ideas and interests. Atlanta: SAGE.).

Do ponto de vista institucional, a interação entre organizações e instituições externas orienta e molda as ações que devem ser tomadas em relação às novas práticas organizacionais (DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
; Guarido & Costa, 2012Guarido, E. R. Fo., & Costa, M. C. (2012). Contabilidade e institucionalismo organizacional: Fundamentos e implicações. Revista Contabilidade e Controladoria, 4(1), 20-41. http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v4i1.26685.
http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v4i1.26685...
; Williams & Spielmann, 2019Williams, C., & Spielmann, N. (2019). Institutional pressures and international market orientation in SMEs: Insights from the French wine industry. International Business Review, 28(5), 101582. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2019.05.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2019...
). As mudanças no comportamento organizacional e a adesão às novas tecnologias ocorrem no âmbito institucional, mediadas por pressões formais e informais (DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
; Oliver, 1991Oliver, C. (1991). Strategic responses to institutional processes. Academy of management review, 16(1), 145-79. https://doi.org/10.5465/amr.1991.4279002.
https://doi.org/10.5465/amr.1991.4279002...
).

De acordo com Fonseca (2003)Fonseca, V. D. (2003). A abordagem institucional nos estudos organizacionais: Bases conceituais e desenvolvimentos contemporâneos. In M. M. F. Vieira & C. A. Carvalho (Eds.), Organizações, instituições e poder no Brasil (pp. 47-66). Rio de Janeiro: Editora FGV., a teoria institucional se baseia em três pilares – cognitivo, regulatório e normativo – que podem formar o pano de fundo da relação entre instituições e organizações. As pressões miméticas estão relacionadas ao pilar cognitivo, as pressões coercitivas ao pilar regulatório e as pressões normativas ao pilar normativo. O isomorfismo ocorre por meio de pressões institucionais e, embora esteja relacionado ao contexto empírico, apresenta-se de três formas distintas: mimético, coercitivo e normativo (DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
; Lai et al., 2006Lai, K. H., Wong, C. W., & Cheng, T. E. (2006). Institutional isomorphism and the adoption of information technology for supply chain management. Computers in Industry, 57(1), 93-98. http://dx.doi.org/10.1016/j.compind.2005.05.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.compind.2005...
), como pode ser visto no Quadro 1.

Quadro 1
Pressões institucionais

As pressões miméticas são reforçadas em ambientes com alto nível de incertezas e quando seus integrantes não possuem objetivos claros, além de surgirem das desvantagens percebidas em relação aos seus concorrentes (Alsaad & Taamneh, 2019Alsaad, A., & Taamneh, A. (2019). The effect of international pressures on the cross-national diffusion of business-to-business e-commerce. Technology in Society, 59, 101158. http://dx.doi.org/10.1016/j.techsoc.2019.101158.
http://dx.doi.org/10.1016/j.techsoc.2019...
; DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
; Oyadomari et al., 2008Oyadomari, J. C., Cardoso, R. L., Mendonça No., O. R., & de Lima, M. P. (2008). Fatores que influenciam a adoção de artefatos de controle gerencial nas empresas brasileiras: Um estudo exploratório sob a ótica da teoria institucional. Revista de Contabilidade e Organizações, 2(2), 55-70. http://dx.doi.org/10.11606/rco.v2i2.34705.
http://dx.doi.org/10.11606/rco.v2i2.3470...
). Assim, as empresas buscam replicar ações válidas e bem-sucedidas de outras organizações. Segundo DiMaggio e Powell (1983)DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
, não é incomum que as organizações enfrentem demandas e dificuldades desconhecidas, facilitando essa prática para essas empresas.

Segundo Haveman (1993)Haveman, H. A. (1993). Follow the leader: Mimetic isomorphism and entry into new markets. Administrative Science Quarterly, 38(4), 593-627. http://dx.doi.org/10.2307/2393338.
http://dx.doi.org/10.2307/2393338...
, no campo tecnológico, o mimetismo torna-se eficiente quando as empresas diversificam para um novo segmento de mercado e passam a utilizar novas ferramentas tecnológicas. À medida que essas inovações são incluídas como parte da empresa, outros atores sociais as reconhecem e as copiam, minimizando a incerteza, diminuindo custos e aumentando os benefícios (Cheng & Yu, 2008Cheng, H. L., & Yu, C. M. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: Evidence from Taiwanese small-and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331-348. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008.01.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008...
; Haveman, 1993Haveman, H. A. (1993). Follow the leader: Mimetic isomorphism and entry into new markets. Administrative Science Quarterly, 38(4), 593-627. http://dx.doi.org/10.2307/2393338.
http://dx.doi.org/10.2307/2393338...
). Nesse sentido, é possível que as MPEs reconheçam benefícios ao copiarem outras empresas que adotaram tais práticas antes.

No e-commerce, reduzir incertezas por meio do estudo da forma de trabalho e da operacionalização de empresas similares pode fazer com que elas superem obstáculos. Isso permite uma melhor coleção de tecnologia e um maior foco em outros desafios, como a necessidade de se destacar no mercado (Cheng & Yu, 2008Cheng, H. L., & Yu, C. M. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: Evidence from Taiwanese small-and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331-348. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008.01.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008...
; Piris et al., 2004Piris, L., Fitzgerald, G., & Serrano, A. (2004). Strategic motivators and expected benefits from e-commerce in traditional organizations. International Journal of Information Management, 24(6), 489-506. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2004.08.008.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
). Dessa forma, formulou-se a primeira hipótese da pesquisa:

  • H1a: As pressões miméticas estão positivamente associadas aos benefícios do e-commerce percebidos pelas MPEs.

  • H1b: As pressões miméticas estão negativamente associadas aos obstáculos do e-commerce percebidos pelas MPEs.

As pressões coercitivas são expressas pela dependência dentro do campo empresarial, no qual as ações das empresas estão de acordo com as organizações dominantes (Hwang & Choi, 2017Hwang, K., & Choi, M. (2017). Effects of innovation-supportive culture and organizational citizenship behavior on e-government information system security stemming from mimetic isomorphism. Government Information Quarterly, 34(2), 183-198. http://dx.doi.org/10.1016/j.giq.2017.02.001.
http://dx.doi.org/10.1016/j.giq.2017.02....
). As empresas dependem de outras organizações detentoras de recursos e regulamentações, e clientes que são os “líderes do jogo”, pois se tornaram mais exigentes com a abertura dos mercados online, dada a sua grande oferta. Como resultado, a competição se acirrou e as empresas começaram a implementar medidas para garantir a sua participação no mercado (Hwang & Choi, 2017Hwang, K., & Choi, M. (2017). Effects of innovation-supportive culture and organizational citizenship behavior on e-government information system security stemming from mimetic isomorphism. Government Information Quarterly, 34(2), 183-198. http://dx.doi.org/10.1016/j.giq.2017.02.001.
http://dx.doi.org/10.1016/j.giq.2017.02....
; Lin et al., 2019Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
). As MPEs também podem discernir pressões coercitivas de empresas intermediárias em suas vendas, como marketplaces, que funcionam como shoppings virtuais, oferecendo plataformas online, segurança, diversos serviços, meios de pagamento, entre outras conveniências, além de aumentar o alcance das empresas (Serrentino, 2015Serrentino, A. (2015). Varejo e Brasil: Reflexões estratégicas: Pensar simples em ambiente complexo. São Paulo: Varese.). Além disso, as agências reguladoras exercem notável pressão coercitiva sobre a regulação do e-commerce das MPEs.

Considerando o isomorfismo coercitivo percebido no campo organizacional, algumas organizações passam a agir de forma semelhante, adotando determinadas práticas devido à coerção exercida pelas agências reguladoras. As empresas buscam cumprir o que lhes é imposto para aproveitar os benefícios ou evitar as penalidades do mercado. Ao atender a pressões coercitivas, as MPEs minimizam sua percepção de obstáculos no e-commerce. Assim, quanto mais recompensas as organizações coercitivas atribuem, maior a força de transformação exercida sobre as empresas, atribuindo uma percepção positiva dos benefícios do uso do e-commerce (Lin et al., 2019Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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). Assim, apresenta-se a segunda hipótese da pesquisa:

  • H2a: As pressões coercitivas estão positivamente associadas aos benefícios do e-commerce percebidos pelas MPEs.

  • H2b: As pressões coercitivas estão negativamente associadas aos obstáculos do e-commerce percebidos pelas MPEs.

Diversas organizações e redes de funcionários moldam as formas de atuação de uma empresa, devido a profissionais que já trabalharam em outros lugares e ainda utilizam as mesmas técnicas de outras empresas, tornando-as parecidas entre si (Tsamenyi et al., 2006Tsamenyi, M., Cullen, J., & González, J. M. G. (2006). Changes in accounting and financial information system in a Spanish electricity company: A new institutional theory analysis. Management Accounting Research, 17(4), 409-432. http://dx.doi.org/10.1016/j.mar.2006.02.002.
http://dx.doi.org/10.1016/j.mar.2006.02....
). A utilização do e-commerce por fornecedores (Quaddus & Hofmeyer, 2007Quaddus, M., & Hofmeyer, G. (2007). An investigation into the factors influencing the adoption of B2B trading exchanges in small businesses. European Journal of Information Systems, 16(3), 202-215. http://dx.doi.org/10.1057/palgrave.ejis.3000671.
http://dx.doi.org/10.1057/palgrave.ejis....
), clientes (Perini et al., 2020Perini, M. N., Lazzari, F., Eberle, L., & Milan, G. S. (2020). Análise dos fatores que influenciam a intenção de uso do m-commerce por americanos da geração millennial. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, 19(1), 134-157. http://dx.doi.org/10.21529/RECADM.2020006.
http://dx.doi.org/10.21529/RECADM.202000...
) e órgãos reguladores levanta a necessidade de as empresas adotarem também esse tipo de comércio. Os envolvidos no campo organizacional disseminam essas normas por meio de canais de interação e compartilham as competências profissionais adquiridas entre as organizações (Lin et al., 2019Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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; Zaguir, 2017Zaguir, N. A. (2017). Adoção da computação em nuvem: Questões organizacionais e ambientais com o uso do modelo TAM-TOE em empresas de grande porte [Doctoral dissertation]. Universidade de São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-22062017-140341
https://www.teses.usp.br/teses/disponive...
).

O cumprimento das normas por meio de pressões normativas confere identidade cultural às empresas, contribuindo para sua credibilidade e influência nas questões de profissionalização (Lin et al., 2019Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
). Conforme revelado por Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
, as MPEs de um local em que a maioria das organizações utilizam o e-commerce estão mais propensas a considerá-lo uma prática válida, quando as pressões normativas ganham força e efeito na adoção de tal prática. Para Quaddus e Hofmeyer (2007)Quaddus, M., & Hofmeyer, G. (2007). An investigation into the factors influencing the adoption of B2B trading exchanges in small businesses. European Journal of Information Systems, 16(3), 202-215. http://dx.doi.org/10.1057/palgrave.ejis.3000671.
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e Zaguir (2017)Zaguir, N. A. (2017). Adoção da computação em nuvem: Questões organizacionais e ambientais com o uso do modelo TAM-TOE em empresas de grande porte [Doctoral dissertation]. Universidade de São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-22062017-140341
https://www.teses.usp.br/teses/disponive...
, essas práticas validadas ajudam as organizações a melhorarem a sua posição no mercado, bem como a maximizarem as suas transações. Esses fatores contribuem para reduzir a percepção de obstáculos para a adoção e a manutenção do e-commerce pelas MPEs. A terceira hipótese de pesquisa foi formulada considerando estes aspectos:

H3a: As pressões normativas estão positivamente associadas aos benefícios do e-commerce percebidos pelas MPEs.

H3b: As pressões normativas estão negativamente associadas aos obstáculos do e-commerce percebidos pelas MPEs.

As pressões institucionais têm o poder de mudar todo o campo organizacional. Assim, ao perceber que as pressões proporcionam maiores benefícios do que obstáculos, as empresas tendem a se transformar e se moldar de acordo com os outras devido ao isomorfismo (DiMaggio & Powell, 1983DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
http://dx.doi.org/10.2307/2095101...
). Os negócios eletrônicos permitem que as MPEs participem de um vasto mercado e concorram com empresas maiores, pois utilizam as mesmas ferramentas tecnológicas, alcançando a mesma eficiência (Nohara et al., 2008Nohara, J., Acevedo, C., Zilber, S., & Parisotto, I. (2008). Inovação tecnológica e competitividade: Os desafios das pequenas e médias empresas em participar no comércio electrónico. Revista de Administração e Inovação, 5(2), 132-149. http://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79114
http://www.revistas.usp.br/rai/article/v...
).

A adesão a um marketplace digital traz inúmeros benefícios em termos de custo e desempenho, como um maior número de transações virtuais, aceleração de negócios, redução de tarefas administrativas em função de uma equipe menor, aumento da visibilidade da empresa devido ao maior volume de vendas, aumento da abrangência de clientes e fornecedores por meio da quebra de limitações geográficas. Outros benefícios que podem ser percebidos pelas MPEs são: atuação em mercados internacionais, parcerias especializadas, redução de espaço físico, otimização de infraestrutura, redução de custos com equipamentos, flexibilidade de horário de trabalho e acesso constante por parte dos clientes (Felipa, 2017Felipa, P. B. (2017). Marketing+ internet= e-commerce: Opportunities and challenges. Revista Finanzas y Política Económica, 9(1), 41-56. http://dx.doi.org/10.14718/revfinanzpolitecon.2017.9.1.3.
http://dx.doi.org/10.14718/revfinanzpoli...
; Nohara et al., 2008Nohara, J., Acevedo, C., Zilber, S., & Parisotto, I. (2008). Inovação tecnológica e competitividade: Os desafios das pequenas e médias empresas em participar no comércio electrónico. Revista de Administração e Inovação, 5(2), 132-149. http://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79114
http://www.revistas.usp.br/rai/article/v...
; Piris et al., 2004Piris, L., Fitzgerald, G., & Serrano, A. (2004). Strategic motivators and expected benefits from e-commerce in traditional organizations. International Journal of Information Management, 24(6), 489-506. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2004.08.008.
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).

Apesar dos inúmeros benefícios desse modelo de negócios, alguns obstáculos podem dificultar a adoção do e-commerce pelas MPEs, tais como: dificuldades para vincular investimentos com retornos, entender o ambiente eletrônico dos negócios, operar em escala global, trabalhar com parceiros e intermediários, restrições financeiras, entre outros (Felipa, 2017Felipa, P. B. (2017). Marketing+ internet= e-commerce: Opportunities and challenges. Revista Finanzas y Política Económica, 9(1), 41-56. http://dx.doi.org/10.14718/revfinanzpolitecon.2017.9.1.3.
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; Nohara et al., 2008Nohara, J., Acevedo, C., Zilber, S., & Parisotto, I. (2008). Inovação tecnológica e competitividade: Os desafios das pequenas e médias empresas em participar no comércio electrónico. Revista de Administração e Inovação, 5(2), 132-149. http://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79114
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).

Bouwman et al. (2007)Bouwman, H., Carlsson, C., Molina-Castillo, F. J., & Walden, P. (2007). Barriers and drivers in the adoption of current and future mobile services in Finland. Telematics and Informatics, 24(2), 145-160. http://dx.doi.org/10.1016/j.tele.2006.08.001.
http://dx.doi.org/10.1016/j.tele.2006.08...
e Rana et al. (2019)Rana, N. P., Barnard, D. J., Baabdullah, A. M., Rees, D., & Roderick, S. (2019). Exploring barriers of m-commerce adoption in SMEs in the UK: Developing a framework using ISM. International Journal of Information Management, 44, 141-153. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2018.10.009.
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apontam o custo como um dos principais entraves à adoção do e-commerce, devido à preocupação do empreendedor com o custo final de implantação da nova tecnologia, e o prazo de retorno esperado do investimento realizado. Para Rana et al. (2019)Rana, N. P., Barnard, D. J., Baabdullah, A. M., Rees, D., & Roderick, S. (2019). Exploring barriers of m-commerce adoption in SMEs in the UK: Developing a framework using ISM. International Journal of Information Management, 44, 141-153. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2018.10.009.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
, as ameaças à rede também podem criar mais obstáculos, como riscos financeiros e de privacidade de dados. Outros obstáculos destacados incluem falta de conhecimento tecnológico, mudanças nas estratégias e processos da empresa, falta de conhecimento do cliente sobre e-commerce e desconhecimento dos benefícios futuros de tais implementações. Dessa forma formulou-se a quarta hipótese de pesquisa:

H4a: Os benefícios percebidos estão positivamente associados à adoção e manutenção do e-commerce pelas MPEs.

H4b: Os obstáculos percebidos estão negativamente associados à adoção e manutenção do e-commerce pelas MPEs.

Com base nas hipóteses, a Figura 1 apresenta o modelo teórico proposto nesta pesquisa.

Figura 1
Modelo teórico e hipóteses de pesquisa

A literatura sugere que pressões miméticas, coercitivas e normativas influenciam a percepção das MPEs brasileiras sobre benefícios e obstáculos para a adoção e manutenção do e-commerce (Figura 1).

3 Procedimentos metodológicos

Esta pesquisa foi baseada em um questionário de 40 perguntas de múltipla escolha, divididas em duas seções. A primeira seção foi composta por 28 perguntas sobre as pressões institucionais sobre o e-commerce e os benefícios percebidos e os obstáculos à sua adoção. A segunda versava sobre informações demográficas da empresa e dos participantes, além de questões de gestão, como os tipos de recursos utilizados para o e-commerce e o número de funcionários, conforme classificação do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2020Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. (2020). Pequenos negócios em números.https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/sebraeaz/pequenos- negocios-em-numeros,12e8794363447510VgnVCM1000004c00210aRCRD
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSe...
).

Para cada pergunta, os participantes indicaram sua percepção de acordo com as práticas da organização em uma escala Likert de cinco pontos, em que (1) correspondia a “discordo totalmente” e (5) a “concordo totalmente”. Para validar a pesquisa e diminuir as dificuldades de compreensão ou as ambiguidades, foi realizado um pré-teste com três doutorandos. As questões foram formuladas com base nos instrumentos utilizados em estudos anteriores e no referencial teórico, conforme o Anexo A.

A população do estudo foi composta por gestores de MPEs brasileiras que utilizam o e-commerce. Essa escolha justifica-se por sua posição estratégica na definição dos planos de negócios, no tratamento das oportunidades e ameaças ao meio ambiente e, portanto, no atendimento aos requisitos de atuação objeto deste estudo.

A amostra foi estimada utilizando o software G*PowerWin3.1.9.2 (Faul et al., 2009Faul, F., Erdfelder, E., Buchner, A., & Lang, A. G. (2009). Statistical power analyses using G* Power 3.1: Tests for correlation and regression analyses. Behavior Research Methods, 41(4), 1149-1160. http://dx.doi.org/10.3758/BRM.41.4.1149. PMid:19897823.
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). Para avaliar as variáveis, considerou-se o poder do teste como 0,95, o nível de significância como α = 0,05 e o tamanho do efeito mediano como f2 = 0,15 (Cohen, 2013Cohen, J. (2013). Statistical power analysis for the behavioral sciences. New York: Routledge. http://dx.doi.org/10.4324/9780203771587.
http://dx.doi.org/10.4324/9780203771587...
). Considerando que o número de preditores para “obstáculos percebidos” e “benefícios percebidos” é igual a 3 (Figura 2), e que a amostra mínima a ser utilizada na modelagem de equações estruturais com mínimos quadrados parciais (PLS-PM) é determinada pelo software, o número mínimo de casos necessários a serem analisados ​​para este estudo é igual a 119. Das 130 respostas recebidas, 10 foram excluídas: 7 por inadequação dos participantes quanto aos requisitos anteriores e 3 por respostas inválidas. A amostra final foi composta por 120 gestores adequados para testar as hipóteses. A pesquisa estava disponível no Google Forms e buscou incluir diferentes modelos de negócios. Em um primeiro momento, a pesquisa foi enviada às empresas que foram previamente contatadas pelo e-mail fornecido pelos seus sites corporativos. Devido à baixa adesão, também foram enviados formulários para empresas que possuem anúncios profissionais em plataformas online, como Olx, iFood (marketplaces brasileiros), Instagram e Facebook (redes sociais). A coleta de dados ocorreu entre os dias 2 e 24 de março de 2020.

Figura 2
Modelo proposto com valores R2. Tradução da figura: Pressões miméticas, Pressões coercitivas, Pressões normativas, Benefícios percebidos, Obstáculos percebidos, Adoção e manutenção do e-commerce

Antes de analisar o modelo teórico, o viés do método comum foi investigado usando o método de fator único de Harman. A análise fatorial não mostrou quaisquer elementos, e nenhum fator removeu a maior parte da variância do conjunto de variáveis (Harman, 1976Harman, H. H. (1976). Análise fatorial moderna. Chicago: Universidade de Chicago.). Além disso, foi utilizado um método de correlação parcial, no qual foi inserida uma variável independente adicional que remove as maiores variâncias da análise fatorial. Essa variável não causou uma mudança considerável na variância entre as variáveis dependentes. Portanto, os testes sugerem um baixo nível de viés de método comum nesta pesquisa.

Para testar as hipóteses, foi utilizada a técnica de modelagem de equações estruturais por meio do software SmartPLS v. 3.2.9. Assumindo a combinação de elementos teóricos, a modelagem por mínimos quadrados parciais (PLS) é adequada para construir relações complexas com múltiplas dependências e independências entre variáveis ​​latentes (Brei & Liberali, 2006Brei, V. A., & Liberali No., G. (2006). O uso da técnica de modelagem em equações estruturais na área de marketing: Um estudo comparativo entre publicações no Brasil e no exterior. Revista de Administração Contemporânea, 10(4), 131-151. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552006000400007.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552006...
; Nascimento e Macedo, 2016Nascimento, J. C. H. B., & Macedo, M. A. S. (2016). Modelagem de equações estruturais com mínimos quadrados parciais: Um exemplo da aplicação do SmartPLS® em pesquisas em contabilidade. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 10(3), 289-313. http://dx.doi.org/10.17524/repec.v10i3.1376.
http://dx.doi.org/10.17524/repec.v10i3.1...
; Neves, 2018Neves, J. A. B. (2018). Modelo de equações estruturais: Uma introdução aplicada. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública. http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3334
http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/...
). Além disso, a PLS pode estimar modelos complexos usando poucas observações e sem estabelecer suposições sobre a distribuição estatística do conjunto de dados (Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-01...
).

Após a avaliação do modelo de mensuração, o procedimento analítico em duas etapas e as relações estruturais foram testados para avaliar o modelo teórico. O principal objetivo da análise do modelo de mensuração é verificar se os itens operacionais utilizados para mensurar os construtos são significativos e se eles realmente cumprem sua função (Brei & Liberali, 2006Brei, V. A., & Liberali No., G. (2006). O uso da técnica de modelagem em equações estruturais na área de marketing: Um estudo comparativo entre publicações no Brasil e no exterior. Revista de Administração Contemporânea, 10(4), 131-151. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552006000400007.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552006...
; Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-01...
). O modelo estrutural foi estimado pelos coeficientes de caminho utilizando regressões lineares entre construtos (modelos estruturais) (Brei & Liberali, 2006Brei, V. A., & Liberali No., G. (2006). O uso da técnica de modelagem em equações estruturais na área de marketing: Um estudo comparativo entre publicações no Brasil e no exterior. Revista de Administração Contemporânea, 10(4), 131-151. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552006000400007.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552006...
; Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-01...
).

4 Análise dos dados

Nesta seção são apresentadas as características da amostra, a avaliação do modelo de mensuração, a avaliação do modelo estrutural e o teste de hipóteses. Por fim, as hipóteses são discutidas.

4.1 Características da amostra

De acordo com a Tabela 1, sobre o perfil dos participantes, há uma distribuição homogênea quanto ao gênero, em que os participantes do sexo masculino representaram 51,67%, e 48,33% do sexo feminino. A faixa etária de 21 a 35 anos foi predominante, representando 64,17% da amostra. Esse resultado mostra que as empresas pesquisadas são gerenciadas por membros da “geração Y”, conhecidos como filhos da tecnologia (Zomer et al., 2018Zomer, L. B., Santos, A. R., & Costa, K. C. O. (2018). O perfil de alunos do curso de administração: Um estudo com base nas gerações x, yez. Revista Gestão Universitária na América Latina, 11(2), 198-221. http://dx.doi.org/10.5007/1983-4535.2018v11n2p198.
http://dx.doi.org/10.5007/1983-4535.2018...
).

Tabela 1
Perfil dos participantes

Dentre os participantes, 70,83% possuem nível superior e 22,50% são pós-graduados. Cerca de 63,09% dos cursos de graduação são na área de negócios, como Administração, Ciências Contábeis e Economia, incluindo cursos voltados à gestão, o que sugere que os participantes possuem certo conhecimento sobre modelos de negócios e planejamento estratégico. A maioria dos participantes corresponde a sócios proprietários de empreendimentos (69,17%). As características das empresas, os recursos utilizados para o e-commerce e o período desde sua adoção são apresentados (Tabela 2) a seguir.

Tabela 2
Características das empresas

De acordo com os dados (Tabela 2), 35% da amostra corresponde a empresas do setor de alimentos e bebidas e 20% são empresas do setor de vestuário e calçados. De acordo com a definição de porte de empresa do Sebrae, que se baseia no número de funcionários nas áreas de comércio e serviços, as empresas com menos de 9 funcionários são classificadas como microempresas (ME), que representam 71,67% da amostra. Por outro lado, as empresas com 10 a 49 funcionários são classificadas como pequenas empresas (PE), representando 23,33% da amostra.

Os recursos tecnológicos mais utilizados no e-commerce são, respectivamente, WhatsApp© (85,33%), mídias sociais (83,33%), sites próprios (53,33%), marketplace (52,5%) e e-mail (51,67%). Em relação ao tempo de trabalho com o e-commerce, aproximadamente 80,83% da amostra aderiu às plataformas digitais há menos de 5 anos, o que mostra que, diferentemente das grandes empresas, as MPEs ainda estão na fase inicial de sua utilização no Brasil.

4.2 Avaliação do modelo de mensuração

A avaliação do modelo de mensuração se deu por meio da análise da matriz de carga cruzada. Nessa análise, das 28 perguntas, 8 apresentaram cargas cruzadas inferiores a 0,50 (VME < 0,50), o que significa que essas perguntas não explicaram de forma satisfatória os construtos relacionados a elas (Ringle et al., 2014Ringle, C. M., Silva, D., & Bido, D. D. S. (2014). Modelagem de equações estruturais com utilização do SmartPLS. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 56-73. http://dx.doi.org/10.5585/remark.v13i2.2717.
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) e, portanto, segundo a literatura, elas devem ser retiradas. Sete perguntas, adaptadas do instrumento de pesquisa proposto por Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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, foram removidas. Dentre eles, os construtos “pressão mimética”, “pressão coercitiva” e “adoção e manutenção do e-commerce” tiveram cada uma das perguntas retiradas, e os construtos “pressão normativa” e “obstáculos percebidos” tiveram duas perguntas retiradas de cada. No entanto, no construto “pressão coercitiva”, foi mantida uma pergunta com carga inferior a 0,50, devido à importância do construto no modelo teórico. Os ajustes das perguntas foram feitos para possibilitar a continuidade da análise quanto ao modelo de mensuração.

Além disso, os índices de adequação do modelo ajustado foram analisados para verificar a validade convergente (variância média extraída, VME), confiabilidade composta e consistência interna (alfa de Cronbach), conforme a Tabela 3.

Tabela 3
Índices de adequação do modelo

Os coeficientes alfa de Cronbach e a confiabilidade composta foram calculados para avaliar a consistência interna. O alfa de Cronbach dos construtos varia de 0 a 1. Não há valor mínimo definido para esse coeficiente segundo a literatura (Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
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), porém, em pesquisas em geral, o limite inferior permanece em torno de 0,70. Para este estudo, em que os construtos “pressões coercitivas”, “pressões normativas” e “pressões miméticas” permaneceram com três perguntas, considerou-se como limite inferior do alfa de Cronbach 0,657. Os construtos devem ter valores iguais ou superiores a 0,70 para que o índice de confiabilidade composta seja considerado válido (Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
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). Todos os construtos apresentaram coeficientes superiores ao limite mínimo (Tabela 3), portanto, os construtos desta pesquisa apresentam consistência interna.

A variância média extraída (VME) indica o grau em que os itens devem estar teoricamente correlacionados (Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-01...
). A validade convergente é alcançada quando todos os valores da VME são iguais ou superiores a 0,50 (Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
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). Os coeficientes de VME para o modelo proposto (Tabela 3) apresentam índices superiores aos relatados na literatura, implicando que os itens estão de fato inter-relacionados.

Foi analisada a validade discriminante, que é determinada como o “[...] grau em que um construto se distingue dos demais por padrões empíricos” (Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
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, p. 104). A validade discriminante pode ser obtida pelo critério de Fornell-Larcker, comparando a raiz quadrada da VME com a correlação entre as variáveis latentes ou os construtos. A raiz quadrada da VME de cada construto deve ser maior que sua maior correlação com outro construto para ter validade discriminante. Na Tabela 4, destacam-se as validades discriminantes entre os construtos.

Tabela 4
Validade discriminante

Após avaliar o modelo de mensuração, pode-se concluir que os indicadores podem avaliar com competência as pressões institucionais, os obstáculos percebidos e os benefícios percebidos, bem como a adoção ou manutenção do e-commerce. Portanto, o modelo de mensuração permite estimar a relação causal do modelo estrutural.

4.3 Avaliação do modelo estrutural e testagem de hipóteses

Os valores de R2 foram avaliados para validar o modelo estrutural (Figura 2). Tais valores representam a porcentagem de variância de uma variável latente explicada por outras (Hair et al., 2014Hair Jr, J., Sarstedt, M., Hopkins, L., & Kuppelwieser, V. (2014). Partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM): An emerging tool in business research. European Business Review, 26(2), 106-121. http://dx.doi.org/10.1108/EBR-10-2013-0128.
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), em que os valores são fornecidos apenas para variáveis endógenas latentes. Isso pode ser visto em “benefícios percebidos”, “obstáculos percebidos” e “adoção e manutenção do e-commerce”.

O valor do R2 para “benefícios percebidos” e “obstáculos percebidos” é de 23,7% e 11%, respectivamente, valores que confirmam o poder explicativo das pressões institucionais (miméticas, coercitivas e normativas) sobre os obstáculos e benefícios do e-commerce percebidos pelas MPEs. O poder de explicação das variáveis “benefícios percebidos” e “obstáculos percebidos” em relação à variável latente “adoção e manutenção do e-commerce” é de 27,9%. Um R2 menor que 0,50 é aceitável em estudos que verificam a percepção humana, mas não em estudos sobre processos físicos. O resultado da testagem de hipótese é apresentado na Tabela 5.

Tabela 5
Resultados PLS - Coeficientes de caminho - Efeitos totais

Os valores-t foram identificados (Estatísticas T, Tabela 5) para testar as hipóteses de cada modelo de caminho estrutural. Valores-t acima de 2,576 para p < 0,01 e acima de 1,96 para p < 0,05 são estatisticamente significativos (Seward & Doane, 2014Seward, L. E., & Doane, D. P. (2014). Estatística aplicada à administração e economia (4ª ed., pp. 347-348). São Paulo: AMGH Editora., p. 347-348).

4.4 Discussão das hipóteses

As pressões institucionais impactam na percepção dos obstáculos e benefícios do e-commerce, resultando em sua adoção e manutenção nas MPEs. A hipótese H1a buscou verificar se as pressões miméticas estão positivamente associadas à percepção dos benefícios do e-commerce pelas MPEs brasileiras. Quando as empresas verificam o sucesso de outras empresas por se beneficiarem do uso de novas estratégias, o primeiro grupo busca emular essas novas estratégias, pois percebem também potenciais benefícios para o seu negócio (Cheng & Yu, 2008Cheng, H. L., & Yu, C. M. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: Evidence from Taiwanese small-and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331-348. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008.01.006.
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; Haveman, 1993Haveman, H. A. (1993). Follow the leader: Mimetic isomorphism and entry into new markets. Administrative Science Quarterly, 38(4), 593-627. http://dx.doi.org/10.2307/2393338.
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). Os resultados foram significativos (p < 0,01, Tabela 5), significando que as pressões miméticas estão associadas à percepção dos benefícios do e-commerce. Assim, pode-se inferir para esta amostra que a redução das incertezas e o aumento da credibilidade conferida à empresa, estão associados à mudança de seu comportamento em relação ao comportamento organizacional de outras empresas, em conformidade com os resultados de Cheng e Yu (2008)Cheng, H. L., & Yu, C. M. J. (2008). Institutional pressures and initiation of internationalization: Evidence from Taiwanese small-and medium-sized enterprises. International Business Review, 17(3), 331-348. http://dx.doi.org/10.1016/j.ibusrev.2008.01.006.
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.

A hipótese H1b buscou verificar se as pressões miméticas estão negativamente associadas aos obstáculos percebidos no e-commerce. Os resultados não são significativos (p < 0,05), portanto não confirmam que as pressões miméticas estão negativamente associadas à percepção de obstáculos no uso do e-commerce. No entanto, é possível notar alguma evidência de potencial nessa hipótese, uma vez que apresentou um valor de p de 0,075, indicando uma investigação minuciosa sobre a influência das pressões miméticas na percepção de obstáculos à adoção do e-commerce. A tendência de mudança de comportamento organizacional em função da conduta de outras empresas não diminui a percepção de obstáculos tecnológicos ou operacionais pelas MPEs brasileiras. Diante da significância encontrada, esse dado é semelhante ao resultado de Piris et al. (2004)Piris, L., Fitzgerald, G., & Serrano, A. (2004). Strategic motivators and expected benefits from e-commerce in traditional organizations. International Journal of Information Management, 24(6), 489-506. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2004.08.008.
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.

A hipótese H2a verificou se as pressões coercitivas estão positivamente associadas à percepção dos benefícios do e-commerce nas MPEs. Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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afirmam que a maximização das recompensas conferidas por organizações coercitivas fortalece a transformação das organizações, o que culmina em uma percepção positiva dos benefícios do uso do e-commerce. No entanto, este estudo foi influenciado pelo contexto do país em que foi realizado (China), onde instituições como o governo incentivam o e-commerce. A hipótese H2b buscou verificar se as pressões coercitivas estão negativamente associadas aos obstáculos ao e-commerce percebidos pelas MPEs. Os resultados com p < 0,05 foram significativos, o que implica que as pressões coercitivas não estão relacionadas à percepção de obstáculos no uso do e-commerce pelas MPEs (Serrentino, 2015Serrentino, A. (2015). Varejo e Brasil: Reflexões estratégicas: Pensar simples em ambiente complexo. São Paulo: Varese.).

As hipóteses H3a e H3b buscaram, respectivamente, verificar se as pressões regulatórias estão associadas positivamente aos benefícios e negativamente aos obstáculos do e-commerce percebidos pelas MPEs. Os resultados de H3a em p < 0,01 indicam que as pressões regulatórias estão positivamente associadas à percepção dos benefícios do e-commerce pelas MPEs. Os resultados estão de acordo com os estudos de Zaguir (2017)Zaguir, N. A. (2017). Adoção da computação em nuvem: Questões organizacionais e ambientais com o uso do modelo TAM-TOE em empresas de grande porte [Doctoral dissertation]. Universidade de São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-22062017-140341
https://www.teses.usp.br/teses/disponive...
e Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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, em que o uso do e-commerce por instituições relacionadas à organização alertam para a necessidade de as empresas adotarem o e-commerce, bem como maior disseminação de normas e competências. As pressões regulatórias, analisadas pela hipótese H3b, não estão negativamente associadas à percepção de obstáculos ao e-commerce pelas MPEs. Como os resultados com p < 0,05 não foram significativos, a hipótese foi rejeitada.

As hipóteses H4a e H4b buscaram verificar se os benefícios e obstáculos percebidos estão associados positiva ou negativamente à adoção e manutenção do e-commerce pelas MPEs. Na hipótese H4a, os resultados indicam que os benefícios percebidos têm efeito positivo na adoção e manutenção do e-commerce pelas MPEs, portanto, a hipótese H4a não foi rejeitada. Os obstáculos percebidos têm efeito negativo na adoção e manutenção do e-commerce pelas MPEs, portanto, a hipótese H4b também não foi rejeitada, havendo evidências que as sustentam ao nível de significância de 5%. Esses resultados estão de acordo com o estudo de DiMaggio e Powell (1983)DiMaggio, P. J., & Powell, W. W. (1983). The iron cage revisited: Institutional isomorphism and collective rationality in organizational fields. American Sociological Review, 48(2), 147-160. http://dx.doi.org/10.2307/2095101.
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, que afirma que as pressões institucionais trazem maiores benefícios do que obstáculos, resultando na superação de dificuldades em escala global ao operar, por exemplo, com parceiros, intermediários, restrições financeiras, entre outros (Felipa, 2017Felipa, P. B. (2017). Marketing+ internet= e-commerce: Opportunities and challenges. Revista Finanzas y Política Económica, 9(1), 41-56. http://dx.doi.org/10.14718/revfinanzpolitecon.2017.9.1.3.
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; Nohara et al., 2008Nohara, J., Acevedo, C., Zilber, S., & Parisotto, I. (2008). Inovação tecnológica e competitividade: Os desafios das pequenas e médias empresas em participar no comércio electrónico. Revista de Administração e Inovação, 5(2), 132-149. http://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79114
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). Assim, ao nível de significância de 5%, as pressões miméticas e normativas influenciam positivamente a percepção dos benefícios do e-commerce nas MPEs, enquanto os obstáculos não são influenciados nem por pressões institucionais miméticas, nem normativas.

5 Considerações finais

O objetivo do estudo foi verificar o impacto das pressões institucionais na percepção dos obstáculos e benefícios da adoção e manutenção do e-commerce pelas MPEs brasileiras. O estudo descritivo, composto por um questionário, foi respondido por 120 gestores de empresas brasileiras de diversos setores que utilizam o e-commerce em suas operações. A Modelagem de Equações Estruturais foi utilizada para a análise dos dados.

O modelo foi desenvolvido de forma adequada ao objetivo desta pesquisa. Ao testar as hipóteses, H1a foi confirmada no primeiro conjunto (H1a e H1b), resultado consistente com o estudo de Haveman (1993)Haveman, H. A. (1993). Follow the leader: Mimetic isomorphism and entry into new markets. Administrative Science Quarterly, 38(4), 593-627. http://dx.doi.org/10.2307/2393338.
http://dx.doi.org/10.2307/2393338...
. Nesse estudo, o benefício é percebido pela minimização da incerteza, redução dos custos e promoção da boa visibilidade. Embora a hipótese H1b, relativa à associação negativa na percepção de obstáculos, não tenha sido confirmada, há indícios de que outros fatores possam ajudar a explicar esse fenômeno. Isso faz com que as organizações acreditem que, ao adotarem ações idênticas às de outras empresas, ocorre a diminuição dos obstáculos para o e-commerce. Isso decorre do fato de alguns problemas terem sido previamente superados pelas empresas-modelo. No segundo conjunto de hipóteses (H2a e H2b), apenas a hipótese H2b foi confirmada, o que indica que as pressões coercitivas ajudam a minimizar a percepção de obstáculos do e-commerce, mas não estimulam a percepção de benefícios. Isso se opõe aos estudos de Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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que afirmam que as pressões coercitivas conferem benefícios capazes de induzir transformações nas empresas que utilizam o e-commerce.

No terceiro conjunto de hipóteses (H3a e H3b), apenas H3a foi confirmada, o que mostra que as pressões normativas influenciam a percepção de benefícios. Portanto, a rede de profissionais e a adoção de determinados conhecimentos da área contribuem para essa percepção. Assim, destaca-se que o contexto jurídico em que as empresas estão inseridas tem um impacto fundamental nas pressões coercitivas. A hipótese H3b, por outro lado, não foi confirmada a um nível de significância de 5%. No entanto, tem um potencial instrutivo para a mitigação dos obstáculos do e-commerce.

Os resultados confirmaram que as pressões institucionais exercidas pelos três tipos de isomorfismo têm efeito significativo na adoção e manutenção do e-commerce após a percepção de benefícios e a superação de obstáculos percebidos nas micro e pequenas empresas (H4a e H4b). Assim, os resultados preenchem uma lacuna sobre os fatores que motivam as empresas a adotarem e aprimorarem novas estratégias tecnológicas.

A literatura reforça a importância do debate envolvendo isomorfismo e pressões institucionais nas mais recentes mudanças nas organizações e suas relações com o ambiente, levando em conta o potencial tecnológico e a mudança cultural dos participantes. Nessa linha, tanto os agentes de pressão quanto as MPEs podem identificar como as transformações no cenário se correlacionam entre si, o que possibilita uma melhor gestão das estratégias dentro do campo organizacional.

O estudo demonstrou que a adoção do e-commerce ainda é muito recente para a maioria das MPEs, o que amplia o horizonte para novas pesquisas. Isso está especialmente acentuado diante da atual crise, consequência da pandemia de Covid-19, que afeta diretamente os pequenos empreendedores, que estão sendo forçados a focar suas estratégias no e-commerce. O estudo sugere a realização de pesquisas comparativas entre empresas que não utilizam o e-commerce para entender a percepção dos obstáculos que levam à não adoção da modalidade eletrônica. A amostragem para esta pesquisa foi realizada por disponibilidade de participação. No entanto, estudos futuros podem estar focados em um setor específico.

Anexo A. Variáveis do estudo

Variável Item Premissas Autor e ano Escala original
Pressão mimética (PM) Q1 Nossos principais concorrentes se beneficiam do uso do e-commerce. Adaptado do estudo de Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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Escala Likert de 5 pontos
Q2 Nossos principais concorrentes que utilizam o e-commerce são percebidos positivamente por outras empresas similares.
Q3 Nossos principais concorrentes que utilizam o e-commerce são percebidos positivamente por seus fornecedores.
Q4 Nossos principais concorrentes que utilizam o e-commerce são percebidos positivamente por seus clientes.
Pressão coercitiva (CP) Q5 Nossa empresa usa o e-commerce devido à influência de exigências governamentais. Adaptado do estudo de Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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Escala Likert de 5 pontos
Q6 Nossa empresa utiliza o e-commerce por causa das condições competitivas.
Q7 Nossa empresa utiliza o e-commerce considerando as exigências dos sindicatos, ou organizações às quais a empresa é filiada.
Q8 Nossa empresa utiliza o e-commerce para atender aos requisitos das empresas intermediárias (vendas, publicidade, marketplaces). De acordo com a literatura --
Pressão normativa
(NP)
Q9 O fato de nossos fornecedores realizarem transações em plataformas eletrônicas influencia nossa empresa a utilizar o e-commerce. De acordo com a literatura Escala Likert de 5 pontos
Q10 As tecnologias utilizadas pelos clientes da nossa empresa têm uma influência que nos leva a utilizar o e-commerce.
Q11 O apoio governamental e o incentivo ao uso da tecnologia da informação influenciam nossa empresa a utilizar o e-commerce.
Q12 Os trabalhadores da nossa empresa nos influenciam a usar o e-commerce. --
Q13 O uso de tecnologias pelo setor ao qual nossa empresa pertence nos influencia a utilizar o e-commerce.
Benefícios percebidos (PB) Q14 Nossa empresa está atenta às oportunidades criadas pelo e-commerce. Adaptado do estudo de Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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Escala Likert de 5 pontos
Q15 Nossa empresa entende os benefícios potenciais do e-commerce para nossos negócios.
Q16 Nossa empresa reconhece que o e-commerce é compatível com a cultura, valores, necessidades e práticas de trabalho de nossa organização. De acordo com a literatura --
Q17 Nossa empresa entende os benefícios de uma cobertura de mercado mais ampla fornecida pelo e-commerce.
Q18 Nossa empresa entende a expansão do volume de vendas proporcionada pelo uso do e-commerce.
Obstáculos percebidos (PO) Q19 O e-commerce é um investimento caro para nossa empresa. Adaptado do estudo de Lin et al. (2019)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
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Escala Likert de 5 pontos
Q20 Nossa equipe não está familiarizada com o e-commerce.
Q21 Nossa equipe não possui as habilidades técnicas para usar o e-commerce.
Q22 Não temos certeza se/como o e-commerce pode ajudar nossa empresa.
Q23 Os custos do e-commerce superam os benefícios potenciais para nossa empresa.
Adoção e manutenção do e-commerce Q24 Devemos avançar no e-commerce e nos atualizar com métodos inovadores de posicionamento no mercado digital. Adaptado de Oliveira et al.(2014)Oliveira, T., Thomas, M., & Espadanal, M. (2014). Assessing the determinants of cloud computing adoption: An analysis of the manufacturing and services sectors. Information & Management, 51(5), 497-510. http://dx.doi.org/10.1016/j.im.2014.03.006.
http://dx.doi.org/10.1016/j.im.2014.03.0...
Escala Likert de 5 pontos
Q25 Pretendemos continuar usando o e-commerce. Adaptado do estudo de Lin et al. (2019), Yu et al. (2018)Lin, J., Luo, Z., & Luo, X. (2019). Understanding the roles of institutional pressures and organizational innovativeness in contextualized transformation toward e-business: Evidence from agricultural firms. International Journal of Information Management, 51, 102025. http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2019.10.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.20...
Q26 Há um plano para continuar usando o e-commerce.
Q27 Acreditamos que o e-commerce é um componente da estratégia da organização. De acordo com a literatura --
Q28 O e-commerce é fundamental para o desempenho dos negócios.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer ao Centro de Assessoria de Publicação Acadêmica (CAPA – www.capa.ufpr.br) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pela assistência com a tradução para o idioma inglês e a edição de desenvolvimento.

  • Processo de avaliação:

    Double Blind Review
  • Esse artigo possui dados abertos
  • Como citar: Sousa, H. A., Klein, L., & Voese, S. B. (2022). O impacto das pressões institucionais na adoção e manutenção do e-commerce em micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 24(2), p. 366-382. https://doi.org/10.7819/rbgn.v24i2.4174
  • Agências de fomento:

    Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
  • Ciência aberta:

    Divulgação de dados: Os dados e o questionário utilizados nesta pesquisa estão disponíveis publicamente, em consonância com as políticas de ciência aberta da RBGN em: Sousa, Henrique Adriano de; Klein, Luciana; Voese, Simone Bernardes, 2022, "Supplementary data - The Impact of Institutional Pressures on the Use and Maintenance of E-Commerce in Brazilian Micro and Small Enterprises (MSEs)", https://doi.org/10.7910/DVN/UHBQFQ, Harvard Dataverse, V1
  • Análise de plágio:

    A RBGN realiza análise de plágio em todos os seus artigos no momento da submissão e após a aprovação do manuscrito por meio da ferramenta iThenticate.

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Editor responsável:

Prof. Dr. João Mauricio Gama Boaventura

Revisores:

Ana Carolina Ferreira de Siqueira; Cristina Dai Prá Martens

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2022
  • Data do Fascículo
    Apr-Jun 2022

Histórico

  • Recebido
    01 Maio 2021
  • Aceito
    26 Mar 2022
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