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Análise da contaminação microbiológica de diferentes dentifrícios

Microbiological contamination evaluation of different dentrifices

Resumo

Introdução

A avaliação microbiológica em produtos de higiene pessoal constitui uma etapa importante no que se refere à segurança do usuário e à qualidade do produto, visto que a carga microbiana elevada pode acarretar problemas de saúde, especialmente em pessoas imunocomprometidas.

Objetivo

Verificar o cumprimento das exigências acerca da qualidade microbiológica de cremes e géis dentais adquiridos comercialmente.

Material e método

Realizou-se a contagem de bactérias e fungos viáveis totais e pesquisa dos patógenos E. coli, Salmonella sp., S. aureus e P. aeruginosa em 21 amostras.

Resultado

Das amostras analisadas, 52,0% apresentaram crescimento microbiano e 28,6% e 0,21% apresentaram contaminação fúngica e bacteriana, respectivamente, acima dos limites descritos na Farmacopeia Brasileira para preparações de uso tópico (máximo permitido 2 × 102 UFC/g de bactérias e 2 × 101 UFC/g de fungos). Nenhuma amostra apresentou os patógenos pesquisados E. coli, Salmonella sp., S. aureus e P. aeruginosa.

Conclusão

Estes resultados indicam que muitos produtos disponíveis no mercado apresentam qualidade inadequada, demonstrando falhas no controle de qualidade. Para prevenir esta situação, faz-se necessária fiscalização rigorosa e adoção de medidas regulamentadoras e educacionais aliadas ao seguimento das Boas Práticas de Fabricação pelas indústrias fabricantes.

Descritores:
Contaminação microbiológica; controle de qualidade; cremes dentais; géis dentais

Abstract

Introduction

Microbiological evaluation in personal care products is important to guarantee user safety and product quality since microbial contamination elicits health problems especially in immunocompromised patients.

Objective

To verify the compliance with the requirements regarding the microbiological quality of creams and dental gels acquired commercially.

Material and method

Microbiological contamination was performed through total bacterial and fungal viable count and research of E. coli, Salmonella sp., S. aureus and P. aeruginosa in twenty-one samples.

Result

52.0% of sample presented microbial growth, and 28.6% and 0.21% presented fungal and bacterial contamination, respectively, exceeding the limits described in Brazilian Pharmacopoeia for topical preparations (maximum allowable 2 × 102 CFU / g of bacteria and 2 × 101 CFU / g yeast). None of the researched pathogens E. coli, Salmonella sp., S. aureus and P. aeruginosa were found.

Conclusion

These results indicate that many products available in the market present inadequate quality, demonstrating quality control failures. Rigorous inspection and adoption of regulatory and educational measures aligned with the compliance of Good Manufacturing Practices by manufactures are needed to prevent this situation.

Descriptors:
Microbiological contamination; quality control; toothpastes; dental gels

INTRODUÇÃO

A higiene bucal é a melhor forma de manter a saúde, prevenir e reduzir o biofilme dental, a remineralização dentária, as cáries, as placas, a halitose, as doenças bucais e as periodontais11 Abegg C. Hábitos de higiene bucal de adultos porto-alegrenses. Rev Saude Publica. 1997 Dec;31(6):586-93. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101997000700007. PMid:9629714.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101997...

2 Pion FLB, Araujo MWB, Feres M, Cortelli SC. Condição periodontal de um subgrupo populacional do município de Guarulhos, SP. Rev Bras Epidemiol. 2006 Set;9(3):335-45. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006000300008.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2006...

3 Macgregor ID, Balding JW. Toothbrushing frequency and personal hygiene in 14-year-old schoolchildren. Dent Health (London). 1988 Apr-May;27(2):12-5. PMid:3215374.
-44 Soares EFS, Novais TO, Freire MCM. Hábitos de higiene bucal e fatores relacionados em adultos de nível socioeconômico baixo. Rev Odontol UNESP. 2009 Jul-Ago;38(4):228-34.. As infecções periodontais aumentam o risco de doenças cardiovasculares, especialmente infarto do miocárdio e cerebrovasculares, bem como a endocardite bacteriana55 Tsutsumi C, Kakuma T. Regular tooth brushing is associated with a decreased risk of metabolic syndrome according to a medical check-up database. Kurume Med J. 2015 Mar;61(3-4):43-52. http://dx.doi.org/10.2739/kurumemedj.MS64004. PMid:25810422.
http://dx.doi.org/10.2739/kurumemedj.MS6...
,66 Zeigler CC, Wondimu B, Marcus C, Modéer T. Pathological periodontal pockets are associated with raised diastolic blood pressure in obese adolescents. BMC Oral Health. 2015;15(1):41. http://dx.doi.org/10.1186/s12903-015-0026-6. PMid:25884594.
http://dx.doi.org/10.1186/s12903-015-002...
.

Os dentifrícios são utilizados para realizar a higiene bucal e é fundamental que estes produtos apresentem qualidade, eficácia e segurança para o usuário. São classificados como produtos grau 2, pois possuem indicações específicas e suas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como cuidados, modo e restrições de uso77 Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº 07, de 10 de fevereiro de 2015. Dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 11 de fevereiro de 2015 [citado em 2016 Jan 12]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2015/rdc0007_10_02_2015.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis...
.

A contaminação microbiana é um problema que afeta tanto a segurança do usuário quanto a qualidade química e física do produto, inviabilizando sua comercialização88 Eguchi SY. Controle microbiológico em cosméticos. Rev Racine. 2001 Set-Out;64:14-20.,99 Moreira MF, Marques ML. Análises microbiológicas de protetor solar manipulado nas farmácias magistrais do município de Ipatinga/MG. Rev Bras Farm. 2009;90(2):137-43. pois acarreta em alterações, como quebra da estabilidade, alteração do pH e das características organolépticas (cor, odor, sabor e textura), e inativação das substâncias ativas e excipientes da formulação1010 Kabara JJ. Cosmetic and drug preservation: principles and practice. New York: Marcel Dekker; 1984.. Produtos farmacêuticos constituem uma fonte rica em nutrientes para o crescimento de microrganismos devido às suas composições. Produtos contendo matérias-primas de origem natural e com elevado teor de água são os que apresentam maior susceptibilidade à contaminação99 Moreira MF, Marques ML. Análises microbiológicas de protetor solar manipulado nas farmácias magistrais do município de Ipatinga/MG. Rev Bras Farm. 2009;90(2):137-43..

O risco de infecção associado aos produtos deve ser avaliado considerando-se a finalidade de uso, as condições sob as quais o produto será utilizado, a população exposta, a frequência e o tempo de exposição. Em indivíduos saudáveis, o contato com produtos contaminados, normalmente, não representa sérios problemas. Entretanto, em pacientes imunodeficientes (leucemia, diabetes, AIDS) ou de extrema idade (crianças ou idosos), pode ocorrer infecção. A indução de uma infecção depende de fatores, como a quantidade de microrganismos disponível e o seu grau de patogenia. Para preparações tópicas, inóculos de 106 Unidades Formadoras de Colônias (UFC) são necessários para produção de processos infecciosos (pus) em pele íntegra, mas apenas 102 UFC são suficientes quando a pele apresenta-se traumatizada ou sob oclusão1111 Pinto TJA, Kaneko TM, Ohara MT. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos, correlatos e cosméticos. São Paulo: Atheneu; 2000.

12 Bugno A, Buzzo AA, Pereira TC. Avaliação da qualidade microbiológica de produtos saneantes destinados à limpeza. Rev Bras Ciênc Farm. 2003 Set;39(3):335-40. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-93322003000300013.
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-1313 De Lorenzo JL. Microbiologia para o estudante de odontologia. São Paulo: Atheneu; 2004.. Os organismos frequentemente encontrados em produtos farmacêuticos são os patogênicos oportunistas e incluem Pseudomonas, enterobactérias, Flavobacterium e Staphylococcus1111 Pinto TJA, Kaneko TM, Ohara MT. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos, correlatos e cosméticos. São Paulo: Atheneu; 2000..

Para a obtenção de um produto de qualidade microbiológica adequada, torna-se necessário garantir que a carga microbiana seja a menor possível, de acordo com os limites legalmente permitidos, além da ausência de microrganismos patogênicos99 Moreira MF, Marques ML. Análises microbiológicas de protetor solar manipulado nas farmácias magistrais do município de Ipatinga/MG. Rev Bras Farm. 2009;90(2):137-43.. Diante do exposto, este trabalho objetivou avaliar a contaminação microbiológica de dentifrícios por meio da contagem de microrganismos viáveis totais e a pesquisa de patógenos, verificando o cumprimento das regulamentações de qualidade.

MATERIAL E MÉTODO

Amostras

Foram adquiridas, comercialmente, 18 cremes (A1-A18) e três géis dentais (A19-A21) para uso adulto, de diferentes marcas e fabricantes (n = 21 amostras, um exemplar de cada dentifrício).

Todas as formulações apresentaram flúor (monofluorfosfato de sódio) como ingrediente ativo, além de outros compostos auxiliares na atividade antimicrobiana, como, por exemplos: menta, menta e acerola, menta e própolis, eucalipto, cálcio, juá e hortelã, extratos vegetais e bicarbonato de sódio, limoneno e alantoína.

Contagem de Microrganismos Viáveis Totais

Na contagem de microrganismos viáveis totais, foram utilizadas 10 g de cada amostra diluídos em neutralizante universal (lecitina, tween 80, tiossulfato de sódio pentaidratado, L-histidina, peptona pancreática, cloreto de sódio, fosfato monopotássico, fosfato dissódico, água), até as concentrações de 1:10, 1:100 e 1:1.000. As análises para cada diluição foram efetuadas em duplicata. As amostras foram semeadas em profundidade (Pour Plate), onde 1 mL de cada diluição foi adicionado em placas de Petri, seguido da adição de 15 mL de ágar soja-caseína e ágar Sabouraud-dextrose liquefeito (à temperatura de 40 °C), para a contagem de bactérias e fungos, respectivamente. As placas foram incubadas a 35 °C ± 1 °C por cinco dias e, a 25 °C ± 1 °C por sete dias, para a contagem de bactérias e fungos, respectivamente1414 Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Brasília: ANVISA; 2010. v. 1.. Os meios de cultura foram preparados conforme as especificações dos fabricantes. Todos os meios de cultura e vidrarias utilizadas foram esterilizados em autoclave (CS-Prismate) a 121 °C por 20 minutos. Todas as análises foram realizadas em capela de fluxo laminar (DELEO), acompanhadas de controle ambiental e dos meios de cultura, a fim de garantir que a contaminação avaliada procedesse unicamente das amostras.

Pesquisa de Patógenos

Cerca de 1 g de cada amostra foi enriquecido em caldo (contendo peptona de caseína, extrato de levedura, extrato de carne, cloreto de sódio, dextrose, fosfato dipotássico, fosfato monopotássico, tween, água) a 35 °C por 48 h. Após esse período, pelo método de semeadura em superfície, foram realizadas estrias do caldo contendo as amostras enriquecidas, com alça de platina, em meios de cultura seletivos Ágar Mc Conkey, Ágar verde-brilhante, Ágar Vogel-Johsons e Ágar cetrimida, para a pesquisa dos patógenos: E. coli, Salmonella sp., S. aureus e P. aeruginosa, respectivamente.

RESULTADO

Das 21 amostras de cremes e géis dentais, 57,0% apresentaram crescimento microbiológico de fungos e leveduras (Figura 1), sendo que, destas, 28,7% apresentaram contaminação fúngica acima dos limites estabelecidos, estando reprovadas no ensaio de contagem de microrganismos viáveis totais. Os cremes dentais A5 - A7 e A10 - A14, e o gel dental A21 não apresentaram crescimento fúngico.

Figura 1
Crescimento microbiológico de fungos e leveduras nas amostras de cremes e géis dentais.

Das 21 amostras, somente a A1 (0,21%) apresentou crescimento bacteriano (3,16 × 102 UFC/g) acima dos limites permitidos pela Farmacopeia.

Em relação à pesquisa de patógenos nos meios seletivos, as amostras estavam isentas de contaminação, ou seja, não houve o aparecimento de colônias suspeitas dos patógenos E. coli, Salmonella sp., S. aureus e P. aeruginosa.

DISCUSSÃO

A maioria das amostras apresentava em sua composição compostos que apresentam atividade antimicrobiana comprovada, como, por exemplos, a menta e a hortelã (ambos do mesmo gênero Mentha)1515 Saeidi S, Hassanpour K, Ghamgosha M, Heiat M, Taheri RA, Mirhosseini A, et al. Antibacterial activity of ethyl acetate and aqueous extracts of Mentha longifolia L. and hydroalcoholic extract of Zataria multiflora Boiss. plants against important human pathogens. Asian Pac J Trop Med. 2014 Sep;7(Supl 1):S186-9. http://dx.doi.org/10.1016/S1995-7645(14)60229-7. PMid:25312118.
http://dx.doi.org/10.1016/S1995-7645(14)...
,1616 Singh R, Shushni MAM, Belkheir A. Antibacterial and antioxidant activities of L. Mentha piperitaArab J Chem. 2015 May;8(3):322-8. http://dx.doi.org/10.1016/j.arabjc.2011.01.019.
http://dx.doi.org/10.1016/j.arabjc.2011....
, o eucalipto1717 Franco J, Nakashima T, Franco L, Boller C. Composição química e atividade antimicrobiana in vitro do óleo essencial de . Eucalyptus cinerea F. Mull. ex Benth., Myrtaceae, extraído em diferentes intervalos de tempoRev Bras Farmacogn. 2005 Set;15(3):191-4. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2005000300004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2005...
,1818 Silveira SM, Cunha A Jr, Scheuermann GN, Secchi FL, Verruck S, Krohn M, et al. Composição química e atividade antibacteriana dos óleos essenciais de Cymbopogon winterianus (citronela), (eucalipto) e . Eucalyptus paniculataLavandula angustifolia (lavanda)Rev Inst Adolfo Lutz. 2012;71(3):471-80., o própolis1919 Gebara ECE, Lima LA, Mayer MPA. Propolis antimicrobial activity against periodontopathic bacteria. Braz J Microbiol. 2002 Dec;33(4):365-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-83822002000400018.
http://dx.doi.org/10.1590/S1517-83822002...
,2020 De Vecchi E, Drago L. Propolis’ antimicrobial activity: what’s new? Infez Med. 2007 Mar;15(1):7-15. PMid:17515670., a acerola2121 Delva L, Goodrich-Schneider R. Antioxidant activity and antimicrobial properties of phenolic extracts from acerola (Malpighia emarginata DC) fruit. Int J Food Sci Technol. 2013 May;48(5):1048-56. http://dx.doi.org/10.1111/ijfs.12061.
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, o juá2222 Silva TCL, Almeida CCBR, Veras Filho J, Peixoto Sobrinho TJS, Amorim ELC, Costa EP, et al. Atividades antioxidante e antimicrobiana de mart. (Rhamnaceae): avaliação comparativa entre cascas e folhas. Ziziphus joazeiroRev Ciênc Farm Básica Apl. 2011;32(2):193-9.,2323 Ribeiro BD, Alviano DS, Barreto DW, Coelho MAZ. Functional properties of saponins from sisal () and juá (Agave sisalanaZiziphus joazeiro): critical micellar concentration, antioxidant and antimicrobial activities. Colloids Surf A Physicochem Eng Asp. 2013 Sep;436:736-43. http://dx.doi.org/10.1016/j.colsurfa.2013.08.007.
http://dx.doi.org/10.1016/j.colsurfa.201...
, extratos vegetais e minerais, como flúor2424 Marquis RE. Antimicrobial actions of fluoride for oral bacteria. Can J Microbiol. 1995 Nov;41(11):955-64. http://dx.doi.org/10.1139/m95-133. PMid:7497353.
http://dx.doi.org/10.1139/m95-133...
, cálcio2525 Gomes BPFA, Ferraz CCR, Vianna ME, Rosalen PL, Zaia AA, Teixeira FB, et al. In vitro antimicrobial activity of calcium hydroxide pastes and their vehicles against selected microorganisms. Braz Dent J. 2002;13(3):155-61. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-64402002000300002. PMid:12428587.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-64402002...
e bicarbonato de sódio2626 Corral LG, Post LS, Montville TJ. Antimicrobial activity of sodium bicarbonate. J Food Sci. 1988 May;53(3):981-2. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2621.1988.tb09005.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2621.19...
. A eficácia de cremes dentais contendo antimicrobianos naturais contra biofilmes orais já foi comprovada2727 Verkaik MJ, Busscher HJ, Jager D, Slomp AM, Abbas F, van der Mei HC. Efficacy of natural antimicrobials in toothpaste formulations against oral biofilms in vitro. J Dent. 2011 Mar;39(3):218-24. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdent.2010.12.007. PMid:21195122.
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. Neste sentido, as composições das formulações analisadas apresenta potencial antibacteriano, prevenindo a contaminação por bactérias.

Em relação aos fungos, o número de estudos mostrando a eficácia antifúngica dos componentes presentes em cremes dentais é menor. Yigit et al.2828 Yigit N, Aktas E, Ayyildiz A. Antifungal activity of toothpastes against oral Candida isolates. J Mycol Med. 2008;18(3):141-6. http://dx.doi.org/10.1016/j.mycmed.2008.06.003.
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avaliaram o efeito de cremes dentais frente a espécies de Candida e observaram boa atividade, assim como Abirami, Venugopal2929 Abirami CP, Venugopal PV. In vitro evaluation of the antifungal activity of toothpastes. J Mycol Med. 2005 Dec;15(4):247-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.mycmed.2005.06.003.
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e Adwan et al.3030 Adwan G, Salameh Y, Adwan K, Barakat A. Assessment of antifungal activity of herbal and conventional toothpastes against clinical isolates of Candida albicans.Asian Pac J Trop Biomed. 2012 May;2(5):375-9. http://dx.doi.org/10.1016/S2221-1691(12)60059-8. PMid:23569933.
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.

A Farmacopeia Brasileira,1414 Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Brasília: ANVISA; 2010. v. 1. assim como as outras Farmacopeias, estabelece para produtos tópicos que entram em contato com a oromucosa e a gengiva, como os cremes e géis dentais, no máximo 2 × 102 UFC/g e 2 × 101 UFC/g para contagem de bactérias e de fungos/leveduras, respectivamente, além de ausência de Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus em 1 g. Considerando-se estas especificações, pode-se dizer que 28,6% das amostras foram reprovadas, apresentando quantidade de fungos maior que a estabelecida. Entretanto, cita-se como limitação deste estudo o uso de apenas uma amostra de cada lote e estes resultados podem ter sido encontrados ao acaso.

A contaminação microbiana prejudica o consumidor e o produto, e ocasiona prejuízos para as indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia. Mesmo que os produtos apresentem em suas composições conservantes que previnem o crescimento microbiano, elevadas quantidades de microrganismos podem degradar a ação conservante, comprometendo a qualidade e a segurança do produto3131 Hugo WB. The degradation of preservatives by microorganisms. Int Biodeterior. 1991;27(2):185-94. http://dx.doi.org/10.1016/0265-3036(91)90010-O.
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. Ademais, produtos contaminados representam risco de infecção em pacientes imunocomprometidos1111 Pinto TJA, Kaneko TM, Ohara MT. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos, correlatos e cosméticos. São Paulo: Atheneu; 2000.. Portanto, é fundamental evitar esta contaminação, incluindo cuidados, além da matéria-prima, com os ambientes, superfícies e pessoas, e com os equipamentos nas áreas de produção3232 Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria colegiada - RDC Nº 17, de 16 de abril de 2010. Dispõe sobre as boas práticas de fabricação de medicamentos. Diário Oficial da União. Brasília, 19 de abril de 2010 [citado em 2015 Jul 30]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0017_16_04_2010.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis...
.

Aproximadamente 200 espécies de fungos (Aspergillus, Penicillium e Fusarium) são toxinogênicas, pois produzem micotoxinas que podem ocasionar intoxicações. O substrato disponível e as condições do ambiente são determinantes para a produção de micotoxinas. As aflatoxinas são altamente tóxicas e carcinogênicas, tornando-se um contaminante preocupante em produtos farmacêuticos. Intoxicações e problemas, como alterações hepáticas, renais, circulatórias, digestivas e neuronais, podem ocorrer devido à ingestão destas substâncias3333 Vecchia AD, Castilhos-Fortes R. Contaminação fúngica em granola comercial. Rev Ciênc Tecnol Aliment. 2007 Jun;27(2):324-7. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612007000200020.
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. Na literatura, não existem estudos relacionados à presença de micotoxinas em cremes e géis dentais, porém não se pode excluir a possibilidade de encontrá-las, já que em mais da metade das amostras analisadas observou-se o crescimento de fungos e leveduras.

A escovação é o método mais comum de higiene pessoal para a remoção de placa bacteriana e a promoção da saúde oral. As escovas de dente em uso tornam-se rapidamente fontes de contaminação por uma infinidade de microrganismos orais, incluindo bactérias, vírus e fungos3434 Bezirtzoglou E, Cretoiu SM, Moldoveanu M, Alexopoulos A, Lazar V, Nakou M. A quantitative approach to the effectiveness of ozone against microbiota organisms colonizing toothbrushes. J Dent. 2008 Aug;36(8):600-5. http://dx.doi.org/10.1016/j.jdent.2008.04.007. PMid:18502558.
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. Dessa forma, os cremes e géis dentais não devem promover esta contaminação microbiológica ou não devem se contaminar com os microrganismos presentes na escova dental, em virtude de aumentar o risco de infecção. Este trabalho foi realizado com os dentifrícios lacrados e, mesmo assim, observou-se contaminação, o que indica que, após o uso, essa contaminação tende a aumentar.

O seguimento das Boas Práticas de Fabricação, o controle da qualidade microbiológica e o conhecimento das principais fontes de contaminação durante o processo produtivo são imprescindíveis para garantir qualidade e segurança do produto1212 Bugno A, Buzzo AA, Pereira TC. Avaliação da qualidade microbiológica de produtos saneantes destinados à limpeza. Rev Bras Ciênc Farm. 2003 Set;39(3):335-40. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-93322003000300013.
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, que pode ser feito através da implantação de rotinas de limpeza e processos de desinfecção e esterilização, envolvendo os pontos críticos no fluxo de produção, sem excluir as pessoas que interagem com o processo88 Eguchi SY. Controle microbiológico em cosméticos. Rev Racine. 2001 Set-Out;64:14-20..

Os insumos farmacêuticos, os medicamentos e outros produtos sujeitos à vigilância sanitária devem atender às normas e especificações estabelecidas na Farmacopeia Brasileira1414 Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Brasília: ANVISA; 2010. v. 1.. Dessa forma, é importante um controle mais rigoroso na fabricação dos cremes e géis dentais, já que são produtos que entrarão em contato direto com a cavidade oral.

CONCLUSÃO

Estes resultados indicam falhas nas boas práticas de fabricação e no controle de qualidade das indústrias fabricantes, bem como demonstram a necessidade de controle e fiscalização rigorosa, com adoção de medidas regulamentadoras e educativas. Além disso, é necessário definir medidas adequadas de Boas Práticas de Fabricação, rotinas de limpezas e controle para garantir um bom nível de qualidade e segurança deste tipo de produto desde o preparo, a manipulação até o produto final.

REFERÊNCIAS

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Jan 2016
  • Data do Fascículo
    Mar-Apr 2016

Histórico

  • Recebido
    21 Maio 2015
  • Aceito
    28 Out 2015
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