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Prescrição de caminhada não supervisionada, risco cardiovascular e aptidão física

Unsupervised walking prescription, cardiovascular risk and physical fitness

Resumos

OBJETIVO: Avaliar, numa situação real de atuação prática, o efeito da prescrição individualizada de caminhada sem supervisão da prática sobre o risco cardiovascular e a aptidão física de usuários de um parque público. MÉTODOS: 186 sujeitos (62 ± 10 anos) foram orientados a caminhar pelo menos 3x/sem, por 30 min, com intensidade de 50 a 80% da frequência cardíaca de reserva e a fazer alongamentos antes e após a caminhada. A aptidão física e os fatores de risco cardiovascular foram avaliados pré e pós-intervenção. A análise dos dados foi dividida em duas fases: 1) análise na amostra total; 2) análise nos indivíduos com fatores de risco alterados. Os dados foram comparados pelo teste t pareado. RESULTADOS: Na amostra total, a aptidão física melhorou nos testes de marcha estacionária (+8,1 ± 14,5 passos, p < 0,05), impulsão vertical (+0,5 ± 2,7 cm, p < 0,05), flexibilidade lombar (+1,1 ± 4,7 cm, p < 0,05) e flexibilidade de ombro (+1,2 ± 2,1 cm, p < 0,05). Não ocorreram alterações nos fatores de risco cardiovascular, com exceção da redução da pressão arterial diastólica (-0,9 ± 6,0 mmHg, p < 0,05). Entretanto, nos subgrupos com fatores alterados, observou-se reduções significantes das pressões arteriais sistólica e diastólica (-13,3 ± 16,9 e -5,8 ± 8,3 mmHg, p < 0,05, respectivamente) nos hipertensos, da colesterolemia total (-19,5 ± 33,5 mg/dl, p < 0,05) nos hipercolesterolêmicos e da circunferência da cintura (-1,0 ± 4,7 cm, p < 0,05) e do índice cintura-quadril (-0,01 ± 0,04, p < 0,05) nos com obesidade central. CONCLUSÃO: Numa situação real de atuação, a prescrição de caminhada sem supervisão da prática foi efetiva em melhorar a aptidão física da amostra geral e em diminuir o risco cardiovascular específico dos indivíduos com fatores de risco.

Treinamento não supervisionado; Fatores de risco; Capacidade física


OBJECTIVE: To evaluate, at a real practical condition, the effects of individualized prescription of walking without supervision of practice on cardiovascular risk and fitness in users of a public park. METHODS: One hundred, eighty six subjects (62 ± 10 years) were instructed to walk at least 3 times/week, during 30min, at an intensity of 50-80% of heart rate reserve and encouraged to realize stretching exercises before and after walking. Physical fitness and cardiovascular risk factors were evaluated pre and post-intervention. Data analyze was divided in 2 phases: 1) role sample analysis; and 2) analysis on subjects with altered cardiovascular risk factors. Data were compared by paired t test. RESULTS: Considering the whole sample, physical fitness improved in the following tests: stationary gate (8.1 ± 14.5 paces, p < 0.05), vertical jump (0.5 ± 2.7 cm, p < 0.05), lumbar flexibility (1.1 ± 4.7 cm, p < 0.05) and shoulder flexibility (1.2 ± 2.1 cm, p < 0.05). No significant change was observed in cardiovascular risk factors, excepted by a reduction on diastolic blood pressure (-0.9 ± 6.0 mmHg, p < 0.05). On the other hand, considering the subjects with altered cardiovascular risk factors, a significant reduction was observed on systolic and diastolic blood pressures (-13.3 ± 16.9 and -5.8 ± 8.3 mmHg, p < 0.05, respectively) in hypertensive subjects, on total cholesterol (-19.5 ± 33.5 mg/dl, p < 0.05) in hypercholesterolemic subjects, and on waist circumference (-1.0 ± 4.7 cm, p < 0.05) and waist-hip index (0.01 ± 0.04, p < 0.05) in subjects with central obesity. CONCLUSION: Under real practical circumstances, the prescription of unsupervised walking was effective in improving physical fitness in general sample and in reducing the specific cardiovascular risk in subjects who have altered cardiovascular risk factors.

Unsupervised training; Risk factors; Physical capacity


BIODINÂMICA

Prescrição de caminhada não supervisionada, risco cardiovascular e aptidão física

Unsupervised walking prescription, cardiovascular risk and physical fitness

Andréia Cristiane Carrenho QueirozI; Leandro Campos de BritoI; Mayara Alves dos SantosI; Rafael Yokoyama FecchioI; Ana Luiza Bonilha StoccoI; Alan Irwin BezerraI; Andreza Aguida Pereira CavaliI; Bruno Timóteo ModestoI; Crivaldo Gomes Cardoso JuniorII; Teresa BartholomeuI; Tais TinucciI; Claudia Lúcia de Moraes ForjazI

IEscola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo

IICentro de Educação Física e Esporte, Universidade Estadual de Londrina

Endereço Endereço: Andreia Cristiane Carrenho Queiroz Escola de Educação Física e Esporte - USP Av. Prof. Mello Moraes, 65 05508-030 - São Paulo - SP - BRASIL e-mail: andreiaqueiroz@usp.br

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar, numa situação real de atuação prática, o efeito da prescrição individualizada de caminhada sem supervisão da prática sobre o risco cardiovascular e a aptidão física de usuários de um parque público.

MÉTODOS: 186 sujeitos (62 ± 10 anos) foram orientados a caminhar pelo menos 3x/sem, por 30 min, com intensidade de 50 a 80% da frequência cardíaca de reserva e a fazer alongamentos antes e após a caminhada. A aptidão física e os fatores de risco cardiovascular foram avaliados pré e pós-intervenção. A análise dos dados foi dividida em duas fases: 1) análise na amostra total; 2) análise nos indivíduos com fatores de risco alterados. Os dados foram comparados pelo teste t pareado.

RESULTADOS: Na amostra total, a aptidão física melhorou nos testes de marcha estacionária (+8,1 ± 14,5 passos, p < 0,05), impulsão vertical (+0,5 ± 2,7 cm, p < 0,05), flexibilidade lombar (+1,1 ± 4,7 cm, p < 0,05) e flexibilidade de ombro (+1,2 ± 2,1 cm, p < 0,05). Não ocorreram alterações nos fatores de risco cardiovascular, com exceção da redução da pressão arterial diastólica (-0,9 ± 6,0 mmHg, p < 0,05). Entretanto, nos subgrupos com fatores alterados, observou-se reduções significantes das pressões arteriais sistólica e diastólica (-13,3 ± 16,9 e -5,8 ± 8,3 mmHg, p < 0,05, respectivamente) nos hipertensos, da colesterolemia total (-19,5 ± 33,5 mg/dl, p < 0,05) nos hipercolesterolêmicos e da circunferência da cintura (-1,0 ± 4,7 cm, p < 0,05) e do índice cintura-quadril (-0,01 ± 0,04, p < 0,05) nos com obesidade central.

CONCLUSÃO: Numa situação real de atuação, a prescrição de caminhada sem supervisão da prática foi efetiva em melhorar a aptidão física da amostra geral e em diminuir o risco cardiovascular específico dos indivíduos com fatores de risco.

Palavras-chave: Treinamento não supervisionado; Fatores de risco; Capacidade física.

ABSTRACT

OBJECTIVE: To evaluate, at a real practical condition, the effects of individualized prescription of walking without supervision of practice on cardiovascular risk and fitness in users of a public park.

METHODS: One hundred, eighty six subjects (62 ± 10 years) were instructed to walk at least 3 times/week, during 30min, at an intensity of 50-80% of heart rate reserve and encouraged to realize stretching exercises before and after walking. Physical fitness and cardiovascular risk factors were evaluated pre and post-intervention. Data analyze was divided in 2 phases: 1) role sample analysis; and 2) analysis on subjects with altered cardiovascular risk factors. Data were compared by paired t test.

RESULTS: Considering the whole sample, physical fitness improved in the following tests: stationary gate (8.1 ± 14.5 paces, p < 0.05), vertical jump (0.5 ± 2.7 cm, p < 0.05), lumbar flexibility (1.1 ± 4.7 cm, p < 0.05) and shoulder flexibility (1.2 ± 2.1 cm, p < 0.05). No significant change was observed in cardiovascular risk factors, excepted by a reduction on diastolic blood pressure (-0.9 ± 6.0 mmHg, p < 0.05). On the other hand, considering the subjects with altered cardiovascular risk factors, a significant reduction was observed on systolic and diastolic blood pressures (-13.3 ± 16.9 and -5.8 ± 8.3 mmHg, p < 0.05, respectively) in hypertensive subjects, on total cholesterol (-19.5 ± 33.5 mg/dl, p < 0.05) in hypercholesterolemic subjects, and on waist circumference (-1.0 ± 4.7 cm, p < 0.05) and waist-hip index (0.01 ± 0.04, p < 0.05) in subjects with central obesity.

CONCLUSION: Under real practical circumstances, the prescription of unsupervised walking was effective in improving physical fitness in general sample and in reducing the specific cardiovascular risk in subjects who have altered cardiovascular risk factors.

Key words: Unsupervised training; Risk factors; Physical capacity.

Introdução

O avanço tecnológico, industrial e a praticidade do mundo moderno propiciam que o homem contemporâneo adote, cada vez mais, um estilo de vida sedentário1. No Brasil, o inquérito populacional (VIGITEL) conduzido por telefone pelo Ministério da Saúde demonstrou que 14% da população adulta pratica menos de 10 min por dia de atividade física de qualquer tipo (lazer, ocupacional ou de locomoção)2. A redução da prática física, no entanto, tem sido atribuída, principalmente, à redução acentuada das atividades físicas de lazer3. Neste sentido, no VIGITEL, apenas 30,3% dos adultos brasileiros relataram atingir os níveis de atividade física recomendados em atividades de lazer (150 min/semana de atividade física leve a moderada ou 75 min/semana de atividade vigorosa)2.

A adoção do comportamento sedentário, além de influenciar negativamente os componentes da aptidão física, reduzindo a flexibilidade, a capacidade aeróbica, a força e a resistência muscular4-5, está diretamente associada à maior prevalência de doenças crônico-degenerativas e dos fatores de risco que as determinam5. Por este motivo, a prática de atividade física tem sido recomendada para prevenir e tratar estes fatores, ajudando na redução da obesidade6, da pressão arterial (PA)7, do colesterol total (CT)8 e da glicemia9.

Para que estes benefícios sejam conseguidos é necessário que a população se torne ativa. Assim, discute-se como proporcionar esta prática à grande massa populacional sem, no entanto, onerar em demasiado o Estado e a população praticante, e sem submeter esta população a um eventual risco advindo da prática. Nesse sentido, os exercícios físicos não supervisionados aparecem como uma importante estratégia10. A caminhada, em especial, destaca-se como opção devido a sua praticidade, fácil execução, baixo custo e baixo risco para a saúde5.

Embora os benefícios da caminhada supervisionada sobre a melhora da aptidão física e o controle dos fatores de risco cardiovascular (FRC) já estejam bem demonstrados11 e os benefícios da caminhada não supervisionada também tenham sido observados em estudos especificamente desenhados para este fim12, é importante verificar se estes efeitos são efetivamente verificados numa situação real de intervenção, ou seja, num projeto populacional de incentivo à prática de atividade física, no qual as variáveis intervenientes não são controladas. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a efetividade da prescrição individualizada de caminhada, sem a supervisão da execução, sobre os FRC e a aptidão física de frequentadores de um parque público.

Método

Foram incluídos neste estudo indivíduos adultos e idosos participantes do Projeto "Exercício e Coração", que é realizado no Parque Fernando Costa, no município de São Paulo. Este projeto tem por objetivo estimular e dar subsídios para a prática segura de atividades físicas visando a melhora e manutenção da saúde e da qualidade de vida da população através da orientação de atividade física não supervisionada.

Os indivíduos envolvidos neste estudo permitiram a utilização de seus dados ao assinarem um termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (processo nº 2002/10).

Entre os anos de 2001 e 2010, 1030 voluntários foram avaliados no projeto. Destes, 204 retornaram para uma reavaliação e, dentre eles, 186 compareceram para esta reavaliação no prazo de dois e 18 meses da avaliação inicial (o tempo médio entre a avaliação e a reavaliação foi de 7,5 meses). Estes indivíduos compuseram a amostra total do estudo (FIGURA 1).


Para as avaliações, os indivíduos foram orientados a comparecer em jejum de 12 h e sem praticar exercícios físicos nas 24 h anteriores. Eles responderam uma entrevista sobre seus dados pessoais e de saúde, e fizeram medidas antropométricas, metabólicas e de pressão arterial, além de testes de aptidão física. Ao término da avaliação, receberam uma prescrição para caminhar pelo menos três dias na semana, por pelo menos 30 min, numa intensidade leve a moderada, que poderia ser monitorada mantendo-se a frequência cardíaca entre 50 e 80% da frequência cardíaca de reserva ou caminhando o mais rápido possível desde que conseguissem falar frases longas sem interrupção para respirar. Além disso, os indivíduos foram orientados a fazer exercícios de alongamentos antes e após as caminhadas, o que poderia ser feito em aulas de 20 min oferecidas a todos ou pelo voluntário sozinho sem supervisão. Para isso, o voluntário recebia um folheto com exercícios básicos de alongamento. As três primeiras sessões de caminhada foram monitoradas para orientar a execução correta da prescrição, principalmente o controle da intensidade. Após um período de dois a quatro meses, eles foram convidados a retornar para uma reavaliação. Porém, por se tratar de uma situação real de atuação populacional, muitos não retornaram ou demoraram mais tempo para retornar, como exposto anteriormente.

Medidas

A entrevista foi composta por questões sobre os dados pessoais (sexo, idade), dados clínicos (presença de sintomas, doenças cardiovasculares ou outras doenças, hereditariedade, tabagismo e uso regular de medicamentos) e histórico de atividade física praticada (se praticava alguma atividade, qual, quantas vezes por semana, por quanto tempo e em que intensidade).

As medidas antropométricas constaram da medida de peso (balança portátil, Welmy), estatura (estadiômetro simples) e circunferência da cintura (medida com uma fita métrica na altura da cicatriz umbilical) e do quadril (medida na região de maior diâmetro). O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pelo quociente entre o peso e o quadrado da estatura e, o índice cintura-quadril (ICQ) pelo do quociente entre as circunferências da cintura e do quadril13.

As medidas metabólicas constaram de coleta de sangue para a avaliação do CT e da glicemia de jejum através de amostras sanguíneas obtidas por punção digital e analisadas por monitores automáticos de colesterol (Accutrend® GC - Roche) e de glicose (Advantage II, Roche), respectivamente14-15.

A medida da PA foi realizada pelo método auscultatório, empregando-se um esfigmomanômetro aneroide devidamente calibrado. A medida foi realizada três vezes após 5 min de repouso sentado, seguindo-se as recomendações das Diretrizes Nacionais de Hipertensão16.

A aptidão física foi avaliada por testes de aptidão aeróbica, muscular e de flexibilidade. Os indivíduos que relataram ter sintomas sugestivos de doenças cardiovasculares, os cardiopatas e aqueles com valores de PA sistólica/diastólica > 160/105 mmHg não realizaram os testes de aptidão aeróbica e muscular.

A aptidão aeróbica foi avaliada no teste de marcha estacionária. Nele, os voluntários realizaram o maior número de passos sem deslocamento num período de 2 min, elevando alternadamente os joelhos na altura do ponto médio entre a crista ilíaca e a patela17.

A aptidão muscular foi avaliada nos membros superiores e inferiores. Para avaliar a força de membros superiores, os indivíduos realizaram o teste de flexão de cotovelo. Para tanto, eles permaneceram sentados em uma cadeira confortável e realizaram, com o braço dominante, o maior número de repetições possíveis do movimento de flexão e extensão de cotovelo num período de 30 segundos. Durante o exercício, as mulheres seguraram um peso de 2 kg e os homens de 4 kg17. A força de membros inferiores foi avaliada através do teste de impulsão vertical, no qual os voluntários realizaram três saltos verticais sem o auxílio dos membros superiores, que permaneceram estendidos e imóveis acima da cabeça. Foi anotada a maior altura saltada18.

Os testes de flexibilidade avaliaram a flexibilidade de ombros e lombar. Para avaliar a flexibilidade de ombros os voluntários posicionaram a mão de preferência atrás do ombro correspondente com a palma da mão direcionada para as costas, buscando-se atingir o ponto mais baixo. Ao mesmo tempo, apoiaram o dorso da mão oposta nas costas por baixo da axila, tentando juntar as duas mãos nas costas. Foi considerada a distância existente entre as pontas dos dedos médios alinhados, que recebeu sinal negativo quando as mãos não se encontraram e positivo quando houve sobreposição dos dedos17. A flexibilidade lombar foi avaliada pelo teste de sentar e alcançar de Wells e Dillon. Os indivíduos sentaram com os joelhos e braços estendidos e flexionaram o tronco à frente, deslizando as mãos sobre uma fita métrica até o ponto mais distante. Foi considerado o maior valor alcançado em três tentativas19.

Análise dos dados

Os dados foram analisados em duas etapas (FIGURA 1):

1ª análise - Nesta análise, foi avaliado o efeito da caminhada não supervisionada sobre as variáveis hemodinâmicas, metabólicas, antropométricas e de aptidão física da amostra total (n = 186).

Resultados

A amostra total apresentou idade média de 62 ± 10 anos, variando de 33 a 85 anos. As características da amostra estão apresentadas na TABELA 1. Observa-se um alto risco cardiovascular na população avaliada devido à alta prevalência de doenças e fatores de risco cardiovasculares relatados pelos voluntários.

Os efeitos da caminhada não supervisionada sobre os FRC e a aptidão física na amostra total (1ª análise) estão apresentados na TABELA 2. Com relação aos FRC, apenas a PA diastólica diminuiu significantemente entre a avaliação e a reavaliação. Por outro lado, todas as variáveis relacionadas à aptidão física, com exceção da força de membros superiores, melhoraram significantemente na reavaliação.

2ª análise - Nesta análise, foi avaliado o efeito da caminhada não supervisionada em subgrupos de indivíduos que apresentavam determinado FRC alterado na avaliação. A análise do efeito da caminhada, em cada subgrupo, abrangeu, exclusivamente, o fator que estava alterado. Os subgrupos avaliados foram:

a) Indivíduos com PA alterada - PA sistólica e/ou diastólica > 130/85 mmHg 16 - n = 132;

b) Indivíduos com CT alterado - CT de jejum > 200 mg/dl 15 - n = 55;

c) Indivíduos com glicemia alterada - glicemia de jejum > 100 mg/dl 14 - n = 67;

d) Indivíduos com excesso de peso - IMC > 25 kg/m213 - n = 103;

e) Indivíduos com obesidade central - circunferência da cintura > 94 e 80 cm para homens e mulheres, respectivamente 13 - n = 140.

Análise estatística

A distribuição dos dados foi testada pelos testes de Shapiro-Wilk e Kolmogorov-Smirnov, quando a amostra foi inferior ou superior a 50 indivíduos, respectivamente.

Para as análises inferenciais, os valores absolutos obtidos na avaliação e na reavaliação foram comparados pelo teste t pareado, quando a variável apresentou distribuição normal, ou pelo teste de Wilcoxon, quando sua distribuição não foi normal. Adotou-se o nível de significância de p < 0,05.

Todas as análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS for Windows (Statistical Package for Social Sciences, version 13.0, Chicago, IL, USA). Os resultados estão apresentados como média ± DP.

Na TABELA 3 estão apresentados os resultados da 2ª análise. No subgrupo com PA alterada, tanto a PA sistólica quanto diastólica diminuíram significantemente. No subgrupo com colesterolemia alterada, a concentração de colesterol total diminuiu significantemente. No subgrupo com glicemia alterada, nenhuma modificação significante foi observada. No subgrupo com excesso de peso, a massa corporal e o IMC tenderam a diminuir (p = 0,051 e 0,067, respectivamente) e, no grupo com obesidade central, tanto a circunferência da cintura quanto o índice cintura quadril reduziram significantemente.

Discussão

Os principais resultados deste estudo foram que a prescrição individualizada de caminhada sem supervisão da prática foi efetiva em: a) melhorar a aptidão física da amostra geral; b) proporcionar benefícios específicos sobre os FRC em indivíduos que apresentavam fatores alterados.

Efeito da caminhada não supervisionada sobre a aptidão física

No presente estudo, a intervenção proposta aumentou a capacidade aeróbica, a flexibilidade lombar e de ombros e a força muscular de membros inferiores dos usuários do parque. Estes resultados demonstram que, mesmo em condições reais de intervenção e sem um controle de variáveis intervenientes, a prescrição da prática de caminhada realizada sem supervisão é efetiva para melhorar a aptidão física de uma população que frequenta locais públicos, como um parque.

O aumento da aptidão aeróbica com o treinamento aeróbico supervisionado é a adaptação clássica4. Estudos especificamente desenhados para verificar o efeito de programas não supervisionados de treinamento aeróbico também têm consistentemente demonstrado benefícios sobre a aptidão aeróbica. King et al.20 observaram aumento em torno de 5% nesta aptidão com o treinamento não supervisionado. Este resultado é um pouco menor que o encontrado no presente estudo (8,1%). Cabe destacar, entretanto, que os testes aplicados para avaliar esta capacidade foram diferentes entre os estudos, o que pode limitar a comparação dos resultados.

Quanto à flexibilidade, houve melhora de 5% na flexibilidade lombar e de 1,23 cm na flexibilidade de ombros. Estes valores são um pouco inferiores aos observados em outros estudos empregando programas não supervisionados de exercícios21- 22. Farinatti et al.21 observaram aumento de 13% na flexibilidade lombar após um período de treinamento não supervisionado em casa. De forma semelhante, Panisi et al.22 observaram aumento de 1,66 cm na flexibilidade de ombros. Os menores valores observados no presente estudo podem se dever ao fato da prescrição dada aos voluntários enfatizar a caminhada e não especificamente os exercícios de alongamento, apesar destes exercícios serem estimulados e, inclusive, poderiam ser feitos em aulas. É interessante observar, no entanto, que mesmo sem uma prescrição específica para o ganho de flexibilidade, esta melhora ocorreu, o que sugere que um incentivo já pode trazer benefícios em condições reais de atuação populacional.

Embora a prescrição tenha incluído apenas caminhada e alongamento, foi possível observar melhora da força de membros inferiores. Existem evidências que a prática de caminhada pode aumentar a força de membros inferiores em indivíduos idosos23, embora ganhos maiores sejam obtidos com o treinamento resistido24.

Cabe ressaltar que não houve aumento da resistência de membros superiores, o que já era esperado, visto que a prescrição de caminhada e alongamentos não visava a melhora desta capacidade física. De fato, a variável resistência de membros superiores pode ser considerada uma variável controle neste estudo e, neste sentido, a ausência de efeitos sobre ela fortalece o pressuposto de que os efeitos positivos encontrados nas outras capacidades físicas decorreram da intervenção realizada e não de outros fatores, como a adaptação aos testes ou o passar do tempo, entre outros.

Efeito da caminhada não supervisionada sobre os fatores de risco cardiovascular

Na amostra total, a caminhada não supervisionada não promoveu efeitos sobre os FRC, exceto a PA diastólica que diminuiu após o período de intervenção. A ausência de efeito sobre estes fatores pode estar associada aos baixos níveis iniciais destes fatores quando considerada a amostra como um todo. É sabido que indivíduos que possuem FRC em níveis normais apresentam alterações menos expressivas destes fatores em resposta à prática de exercícios físicos8, 25.

Considerando-se a PA, apenas 17% da amostra apresentavam valores de PA alterados na avaliação. De fato, diversos estudos sobre os efeitos do treinamento aeróbico supervisionado têm demonstrado que os efeitos hipotensores deste treinamento são maiores em indivíduos hipertensos ou com valores mais altos de PA26. Este mesmo comportamento pode ser esperado após o treinamento não supervisionado12 e, neste sentido, a redução significante, tanto da PA sistólica quanto diastólica, no subgrupo que apresentava valores de PA elevados na avaliação corrobora com este conhecimento. De fato, neste subgrupo, o efeito hipotensor teve magnitude de 14 e 6 mmHg para PA sistólica e diastólica, respectivamente, o que é superior ao esperado após o treinamento supervisionado em hipertensos26. Além disso, esta redução reflete uma redução significante no risco de desenvolvimento de doença da artéria coronária e acidente vascular cerebral25.

Considerando-se a colesterolemia, ela também não se alterou na amostra total, mas diminuiu significantemente no subgrupo com CT elevado. Novamente, apenas 30% da amostra total apresentavam valores de colesterol elevados, o que pode explicar a ausência de efeito devido aos baixos níveis iniciais, visto que o efeito do treinamento sobre o colesterol também é maior em sujeitos com níveis alterados27. A redução encontrada no subgrupo com CT elevado foi de 8%, o que pode refletir uma importante cardioproteção, visto que a diminuição de 11% do CT diminui em 49% a chance de eventos coronarianos em cinco anos28.

O programa de exercícios proposto não influenciou os níveis de glicemia nem na amostra total, nem nos indivíduos que possuíam esses níveis elevados. Este resultado pode parecer estranho a princípio, visto que é bastante aceito que programas de exercício aeróbico melhoram a sensibilidade à insulina e a tolerância à glicose, diminuindo a glicemia sanguínea em indivíduos com glicemia alterada9. Porém, outros estudos sem supervisão da atividade também não observaram redução significante da glicemia22, 29. Uma possível explicação para a ausência de efeito pode estar relacionada à forte influência da dieta na glicemia30 o que não foi controlado no presente estudo. Estes resultados, portanto, sugerem que os programas de intervenção devam incluir uma atuação nutricional, principalmente se englobarem indivíduos com glicemia elevada.

Considerando o excesso de peso e a obesidade central, diferentemente dos outros FRC, a prevalência de alteração foi grande na população total (75%). Apesar disso, os efeitos da intervenção não foram observados na amostra total. No entanto, houve uma forte tendência à redução da massa corporal e do IMC nos indivíduos com excesso de peso e houve diminuição significante da circunferência da cintura e do índice cintura-quadril nos sujeitos com obesidade central. Há evidências na literatura que a atividade física realizada com intensidade moderada e volume entre 150 e 250 minutos por semana seja efetiva para a manutenção ou redução do peso corporal6. No presente estudo, o volume de treinamento foi suficiente para manter a massa corporal e diminuir a obesidade central. Possivelmente, a ausência de controle ou orientação dietética tenha impedido um efeito mais expressivo sobre o IMC, visto que o controle da dieta alimentar parece ser imprescindível em programas que almejam a redução do peso corporal13. É interessante, no entanto, apontar que houve redução dos índices de obesidade central da mesma forma que em outros estudos não supervisionados12, 21. Esta redução é de suma importância, uma vez que o acúmulo de gordura nesta região está diretamente associado à ocorrência de disfunções metabólicas13.

Analisando-se em conjunto todos os efeitos da intervenção proposta sobre os FRC é possível sugerir que a prescrição de caminhada quando realizada sem supervisão numa situação real de intervenção populacional e, portanto, sem controle de fatores intervenientes foi efetiva em reduzir o risco cardiovascular dos indivíduos que possuíam este risco aumentado, através da atuação na redução específica do fatores de risco presente.

Limitações

Na ciência, os conhecimentos precisam ser testados translacionalmente31. Assim, conhecimentos obtidos na pesquisa básica, precisam ser testados em pesquisas aplicadas e, posteriormente, precisam ser testados em situações reais de prática. Obviamente, em cada um destes níveis, as pesquisas apresentam graus de controle e limitações diferentes. O estudo exposto neste artigo refere-se ao terceiro tipo, ou seja, à testagem de um conhecimento, o efeito da caminhada sobre os FRC e aptidão física, numa situação real de prática em nível populacional. Este tipo de estudo apresenta diversas limitações metodológicas, impostas pela situação real, que impede o controle de variáveis intervenientes, mas, por outro lado, aumenta expressivamente a validade ecológica dos achados. Assim, os resultados precisam ser interpretados à luz deste tipo de estudo.

Neste sentido, no presente estudo, as coletas duraram vários anos, de modo que diferentes avaliadores participaram da coleta em momentos diferentes não sendo possível avaliar a reprodutibilidade de dados entre eles. No entanto, todos passaram por treinamento prévio seguido de avaliação de sua performance para garantir a padronização das medidas e reduzir a variação interobservador. Por se tratar de uma atuação real, não foi possível, por questões éticas, a realização de um grupo controle sem exercício tendo em vista os benefícios esperados desta prática. Da mesma forma, não foi possível controlar variáveis como dieta, medicamentos ou mesmo outras atividades que os sujeitos quisessem realizar. No entanto, estes aspectos caracterizam a validade ecológica do estudo, ou seja, a intervenção obteve seus efeitos mesmo sem controlar as variáveis intervenientes. Em relação aos aspectos metodológicos, por ser um estudo populacional feito num parque público, os testes foram escolhidos em função das condições do local e da população. Outros testes poderiam ter trazido informações adicionais ou mais precisas, mas não puderam ser realizados. Como era um projeto de participação voluntária, os participantes nem sempre cumpriam todas as etapas do projeto, o que resultou em grande diferença de número de sujeitos entre as avaliações e as reavaliações e no tempo entre a avaliação e a reavaliação. Por ser um trabalho não supervisionado, a prática da caminhada foi controlada pelos próprios voluntários, de modo que não se pode garantir se a prescrição foi realmente seguida (frequência, duração e intensidade), embora todos os voluntários relataram tê-la seguido, pelo menos parcialmente.

Com base nos resultados pode-se concluir que a prescrição de caminhada sem supervisão da prática, quando realizada numa situação real de intervenção populacional, foi efetiva em melhorar a aptidão física da amostra geral e em reduzir o risco cardiovascular específico de sujeitos com fatores de risco alterados. Estes resultados demonstram a eficácia deste tipo de atuação na melhora da aptidão física e redução do risco cardiovascular

Agradecimentos

Os autores agradecem todos os voluntários que participaram deste estudo, à Administração do Parque Fernando Costa, à Associação de Ambientalistas e Amigos do Parque da Água Branca (ASSAMAPAB), ao Fundo Social do Estado de São Paulo e ao apoio financeiro da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo (Fundo de Extensão, Bolsa Aprendendo com Cultura e Extensão).

Recebido para publicação: 02/05/2013

Aceito: 28/08/2013

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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      01 Out 2013
    • Data do Fascículo
      Set 2013

    Histórico

    • Recebido
      02 Maio 2013
    • Aceito
      28 Ago 2013
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