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CARACTERIZAÇÃO E PERFIL DE SENSIBILIDADE DE STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLADOS DE AMOSTRAS DE CARNE CAPRINA COMERCIALIZADAS EM MERCADOS E SUPERMERCADOS EM RECIFE, PE

CARACTERIZATION AND SENSITIVITY PROFILE OF STAPHYLOCOCCUS SPP. ISOLATED FROM SAMPLES OF CAPRINE MEAT SOLD IN MARKETS AND SUPERMARKETS IN RECIFE, PERNAMBUCO, BRAZIL

RESUMO

Objetivou-se com este trabalho isolar, identificar, quantificar e avaliar o perfil de sensibilidade antimicrobiana in vitrode amostras de Staphylococcus spp. procedentes de 24 amostras de carne caprina in natura e resfriada, comercializadas em mercados públicos/privados e supermercados da Cidade do Recife. Foram utilizadas metodologias oficiais preconizadas pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Os resultados demonstraram que 11 (45,83%) amostras apresentaram contagens de estafilococos coagulase positiva (SCP) variando de 6,7 x 103 a 1,4 x 106 UFC/g correspondendo a 27 isolados de um total de 89, destes 19,10% foram classificadas como Staphylococcus aureus, 8,99% como Staphylococcus hyicus e 2,25 como Staphylococcus intermedius. Na avaliação do perfil de sensibilidade, os antibióticos mais eficazes foram norfloxacina e vancomicina (100%), tetraciclina e sulfa + trimetoprim (96,30%) e oxacilina (87,50%). Amoxicilina (59,26%), penicilina (70,37%) e novobiocina (55,55%) mostraram diferentes percentuais de resistência frente às amostras. Conclui-se que a carne caprina apresenta elevada carga microbiana, com relação a contagem de Staphylococcus spp., demonstrando a necessidade de rever a resolução que regulamenta os padrões micróbio lógicos para carnes de caprinos in natura e resfriadas.

PALAVRAS-CHAVE
Carne; caprino; Staphylococcus aureus ; antibióticos

ABSTRACT

The aim of this study was to isolate, identify, quantify and evaluate the in vitro antimicrobial sensitivity profile of samples of Staphylococcus spp. isolated from 24 samples of normal and refrigerated caprine meat sold in public/private markets and supermarkets in Recife, Brazil. The analysis was carried out using the official recommended methodology of the Brazilian Ministry of Agriculture and Food (MAPA). The results showed that 11 (45.83%) of the samples had counts of staphylococcus coagulase positive (SCP) varying from 6.7 x 103 to 2.01 x 106 UFC/g obtained from 27 isolates in a total of 89. From these 27 isolates, 19.10% were classified as Staphylococcus aureus, 8.99% as S. Hyicus and 2.25% as S. Intermedius. In the evaluation of the sensitivity profile the most efficient antibiotic was norfloxacin and vancomicin (100%), tetracycline and sulphur + trimetoprim (96.3%) and oxacilin (87.5%). Amoxicillin (59.26%), penicillin (70.37%), novobiocin (55.55%) show percentage differences in resistence against the samples. The conclusion was that caprine meat showed high microbial levels according to the Staphylococcus spp. counts and thus demonstrates the necessity to review the decision that regulates the microbiological standard for normal and refrigerated caprine meat.

KEY WORDS
Meat; caprine; Staphylococcus aureus ; antibiotics

INTRODUÇÃO

Segundo a Food and Agriculture Organization (FAO), um quinto da população mundial alimenta-se de carne. Por esta razão, atualmente, tem-se a preocupação de proporcionar às pessoas uma carne mais saudável, uma vez que este alimento se caracteriza pela natureza das proteínas que o compõe, não somente do ponto de vista quantitativo como qualitativo (OLIVEIRA et al., 2002OLIVEIRA, N.M.S.; NASCIMENTO, L.C.; FIORINI, J.E. Isolamento e identificação de bactérias facultativas mesofílicas em carnes frescas bovinas e suínas. Revista Higiene alimentar, v.16, n.94, p.68-74, 2002.; PIGATTO & BARROS, 2003PIGATTO, C.P. & BARROS, A.R. Qualidade da carne moída bovina resfriada, comercializada em açougues da região de Curitiba. Revista Higiene Alimentar, v.17, n.108, p.53-57, 2003.).

O tipo de carne consumida por determinada pessoa está geralmente associado com espécies de animais disponíveis para aquela população. No nordeste brasileiro, concentra-se o maior efetivo de caprinos do país (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2001INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIAE ESTATÍSTICA -IBGE. Pesquisa Pecuária Municipal - 2001 Disponível em: <http://www.bge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000>. Acesso em: 15 mar. 2005.
http://www.bge.gov.br/home/estatistica/p...
) e sua produção oferece uma maior contribuição não somente quantitativamente, mas no sentido social, por ser fonte primordial de proteína para esta população (SILVA SOBRINHO & GONZAGA NETO, 2002SILVA SOBRINHO, A.G. & GONZAGA NETO, S. Produção de carne caprina e cortes da carcaça. In: ENCONTRO DE CAPRINOCULTORES DO SUL DE MINAS E MÉDIA MOGIANA, 5., 2002, Espírito Santo do Pinhal. Anais. Espírito Santo do Pinhal, 2002. p.1-17.).

O requisito de segurança microbiológica para produção da carne caprina agregará valor ao produto tornando-se importante o conhecimento das possíveis contaminações microbianas, a veiculação de patógenos quando da sua ingestão e vida útil (prateleira).

Segundo ATANASSOVA et al. (2001)ATASSANOVA, V.; MEINDL, A.; RING, C. Prevalence of Staphylococcus aureus and staphylococcal enterotoxins in raw pork and uncooked smoked ham – a comparison of classical culturing detection and RFLP – PCR. International Journal of Food Microbiology, v.68, p.105-113, 2001., o Staphylococcus aureus em muitos países é considerado o segundo patógeno mais freqüente causador de intoxicação alimentar, produzindo compostos extracelulares como as enterotoxinas estafilocócicas. No Brasil, destacamse principalmente os estudos higiênico-sanitários, condição em que a bactéria serve como indicador de contaminação pós-processo ou das condições de sanificação das superfícies destinadas ao contato com os alimentos (HIROOKA et al., 1982HIROOKA, E.Y.; MÜLLER, E.E.; SANTO, A.E. Bacterimetria de Staphylococcus aureus em produtos cárneos comercializados em Londrina, Paraná. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.2, p.11-122, 1982.; SILVA et al., 1997SILVA, N.; JUNQUEIRA, V.C.A.; SILVEIRA, N.F.A., Contagem de Staphylococcus aureus, manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1997. Cap.6, p.51-58.). Portanto, testar os alimentos para S. aureus é considerada parte importante em um programa de controle de qualidade, haja vista, que o perfil microbiológico da carne caprina deve ser pesquisado, pois o abate desses animais deveria ocorrer em matadouros específicos para animais de pequeno porte. Porém, comumente ocorre em locais impróprios, acarretando a obtenção de carnes com padrões microbiológicos inadequados, fator que interfere na segurança alimentar dos consumidores desse tipo de carne (ARRUDA et al., 2004ARRUDA, S.G.B.; BISCONTINI, T.M.B.; STAMFORD, T.L.M, COSTA, R.G.C.; MEDEIROS, A.N.; MADRUGA, M.S. Características microbiológicas da carne de caprinos submetidos a diferentes formas de manejo. Revista Higiene Alimentar, v.18, n.120, p.58-62, 2004.).

Objetivou-se com este trabalho isolar, identificar, quantificar e estudar o perfil de sensibilidade antimicrobiana das amostras de Staphylococcus spp. presentes na carne caprina in natura e refrigerada comercializada em mercados públicos/privados e supermercados da Cidade do Recife, para fornecer subsídios para as autoridades da Vigilância Sanitária e Serviço de Inspeção Industrial, bem como, para os criadores e comerciantes de carne caprina para produzir e comercializar um alimento seguro para os consumidores.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em seis mercados públicos/ privados e nove supermercados da Cidade do Recife, selecionados seguindo a divisão administrativa da Secretaria de Saúde do Município em seis Distritos Sanitários. Foram analisadas 24 amostras de carne caprina, sendo 14 in natura procedentes de mercados públicos/ privados e 10 resfriadas de supermercados (Anexo 1).

Anexo 1

As amostras adquiridas (500 g) nos mercados e supermercados foram acondicionadas pelos próprios balconistas em embalagens plásticas e transportadas em caixas isotérmicas contendo gelo reciclável para o Setor de Microbiologia do Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (LANAGRO, PE), para o devido processamento. Os isolados obtidos no LANAGRO, PE, foram processados no Laboratório de Doenças Infecto-Contagiosas do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE, para identificação e avaliação do perfil de sensibilidade antimicrobiana.

As embalagens utilizadas no acondicionamento das amostras de carne caprina foram previamente desinfetadas com solução de álcool iodado a 5% para posterior abertura. Pesou-se uma alíquota de 25 ± 0,2 g de cada amostra que foi transferida para sacos plásticos de stomacher previamente identificados, para homogeneização com 225 mL de solução salina peptonada a 0,1% durante 60 segundos. Logo após, preparou-se 4 diluições decimais, sendo repicadas num volume de 0,1 mL em placas de ágar Baird-Parker enriquecido com emulsão de gema de ovo em solução salina 0,85% (1:1) e solução de telurito de potássio (1%). As placas foram incubadas em estufa bacteriológica a 37º C durante 48h para realização de contagem das colônias típicas e atípicas de acordo com a metodologia oficial estabelecida pela Coordenação de Laboratório Animal (CLA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento – MAPA (BRASIL, 2003BRASIL. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária. Métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para o controle de produtos de origem animal e água. Instrução Normativa 62, de 26 de agosto de 2003. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 18 de setembro 2003. Seção I, p.21-32; 40-43; 51-67.). Para a identificação dos isolados foram realizadas provas bioquímicas de catalase, ágar DNA se, ágar manitol, coagulase, fermentação do manitol e glicose em aerobiose e anaerobiose e produção de acetoína de acordo com CARTER (1988)CARTER, G.R. Enteobacteriaceae. In:.Fundamentos da bacteriologia e micologia veterinária. São Paulo: Livraria Roca, 1988. Cap.17, p.148-154.. O perfil de sensibilidade antimicrobiana foi realizado para os isolados de Staphylococcus coagulase positiva (SCP) através da técnica de difusão em disco preconizada por BAUER et al. (1966)BAUER, M.D.; KIRBY, W.M.M.; SHERRIS, J.C.; TURCK, M. Antibiotic susceptibility testing by a standardized single disk method. The American Journal of Clinical Pathology, v.45, n.4, p.493-496, 1966., utilizando os antibióticos oxacilina (1 mcg), vancomicina (30 mg), tetraciclina (30 mcg), penicilina (10 U.I.), novobiocina (5 mcg), sulfa+trimetoprim (25 mcg), norfloxacina (10 mcg) e amoxicilina (10mcg). Para maior confiabilidade dos testes realizados utilizou-se cepa padrão de S. aureus ATTC1 25923 e Staphylococcus epidermidis ATTC1 12228, cedidas pelo Setor de Microbiologia do Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco (LANAGRO, PE).

O cálculo para contagem das unidades formadoras de colônias (UFC/g) foi realizado em função do número de colônias típicas e atípicas contadas, diluição inoculada e percentual de colônias confirmadas (BRASIL, 2003BRASIL. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária. Métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para o controle de produtos de origem animal e água. Instrução Normativa 62, de 26 de agosto de 2003. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 18 de setembro 2003. Seção I, p.21-32; 40-43; 51-67.).

A Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, RDC N° 12, de 2 de janeiro de 2001, sobre os padrões microbiológicos para a contagem de estafilococos coagulase positiva em carne in natura, não estabelece critérios para serem consideradas adequadas ou inadequadas para o consumo humano, sendo assim, este estudo baseou-se nos padrões microbiológicos estabelecidos para carnes embaladas a vácuo, não maturadas, onde a tolerância para a amostra indicativa é de 3 x 103.

Os dados foram processados e analisados no programa Epi-Info, versão 6.04, sendo tabelas e gráficos editados nos programas Word e Excel. O teste estatístico utilizado para verificar a correlação entre as variáveis foi o χ2 (Qui-quadrado), com nível de significância de 0,05 e ainda técnicas de estatística descritiva através da obtenção da distribuição absoluta e relativa de acordo com SAMPAIO (1998)SAMPAIO, I.B.M. Estatística aplicada à experimentação animal. Belo Horizonte: Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária e Zootecnia, 1998. 221p..

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Das amostras analisadas para contagem de SCP, 11 (45,83%) apresentaram resultados variando entre 6,7 x 103 e 2,03 x 106 UFC/g, e 13 (54,17%) entre < 1,0 x 102 UFC/g estimado (Tabela 1). Observou-se diferença estatisticamente significativa em relação a presença/ ausência de SCP e a procedência da carne (Tabela 2), comprovando-se que a carne caprina comercializada em mercados públicos/privados da cidade do Recife apresenta níveis maiores de contaminação por Staphylococcus coagulase positiva quando comparada a carne comercializada nos supermercados, e que as mesmas apresentam-se impróprias para o consumo humano, conforme a RDC N.12 (BRASIL, 2001BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico sobre os Padrões Microbiológicos para Alimentos.RDC No 12, de 2 de janeiro de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF.).

Tabela 1
Contagem de unidades formadoras de colônias em amostras de carne caprina comercializadas nos mercados públicos/privados e supermercados na Cidade do Recife, PE, 2005.
Tabela 2
Relação entre a origem da carne caprina comercializada na Cidade do Recife e a presença/ausência de Staphylococcus coagulase positiva.

Os resultados encontrados podem significar uma manipulação inadequada da carne durante toda a cadeia de processamento, que é iniciada no abate dos animais. Observou-se a presença de pêlos de animais e cabelos em todas as amostras dos mercados públicos/privados, além de um armazenamento em temperatura inadequada, que pode propiciar a multiplicação desses patógenos.

SOUZA (2000)SOUZA, C.L.; JOELLE, M.R.S.P.; SILVA, E.C.; OLIVEIRA, R.I.S.R. Avaliação da qualidade microbilogica e físico-química da carne bovina moída em açougues do Município de Macapá. Revista Higiene alimentar, v.11, n.72, p.61, 2000. considera que durante o abate dos animais, a carne pode ser contaminada por diversas espécies de bactérias quando em contato com pêlo, cascos, conteúdo do estômago e outras vísceras, equipamentos e utensílios utilizados no abate, mãos e vestuários do pessoal envolvido no processo, além da água utilizada para lavagem de carcaças, bem como a exposição dos produtos à temperatura ambiente (PARDI, 1993PARDI, M.C.; SANTOS, I.F.; SOUZA, E.R.; PARDI, H.S. Ciência, higiene e tecnologia da carne. Goiânia: EDUFF, 1993. v.1.).

Observou-se ainda, que em todos os mercados públicos/privados, a carne encontrava-se pendurada por ganchos sem refrigeração e expostas a agentes contaminantes como poeira, insetos, manipulação dos consumidores e feirantes e mesa de madeira para fazer os cortes necessários. Aliado a isso também detectouse um despreparo dos manipuladores para exercerem a referida atividade. Além do mais, ao se efetuar a compra, muitas vezes o próprio feirante que realizava o corte da carne, sempre com as mãos sem luvas, embalava e recebia o dinheiro do consumidor.

Segundo GOMES & FURLANETTO (1997)GOMES, M.F.F. & FURLANETTO, S.M. Grupos de bactérias isoladas a partir de amostra de fígado bovino. Revista de Microbiologia, v.18, n.4, p.335-343, 1997., a importância de patógenos como Staphylococcus spp. em alimentos crus está ligada ao seu poder enterotoxigênico com conseqüentes distúrbios gastrointestinais quando da ingestão de alimentos contaminados. Ressalta-se que o microrganismo é termolábil, podendo ser destruído após o processo normal de cocção. Contudo, a enterotoxina produzida previamente no alimento é termorresistente, podendo permanecer ativa por vários dias. De acordo com OLIVEIRA et al. (2002)OLIVEIRA, N.M.S.; NASCIMENTO, L.C.; FIORINI, J.E. Isolamento e identificação de bactérias facultativas mesofílicas em carnes frescas bovinas e suínas. Revista Higiene alimentar, v.16, n.94, p.68-74, 2002., amostras que apresentam até 105 UFC/g não causam problemas ao consumidor, entretanto MOSSEL & GARCIA (1975)MOSSEL, D.A.A. & GARCIA, M.B. Microbiologia de los Alimentos. Fundamentos ecológicos para garantizar y comprobar la inocuidad y la calidad de los alimentos.Zaragoza: Acribia, 1975. 375p. afirmaram que a produção mínima de enterotoxina estafilocócica em um alimento ocorre quando há condições favoráveis de temperatura e pH para a multiplicação dos estafilococos até contagens de 105 UFC/g de alimento. CARMO & BERGDOLL (1990)CARMO, L.S. & BERGDOLL, M.S. Staphylococcal food poisoning in Belo Horizonte (Brazil). Revista de Microbiologia, v.21, n.4, p.320-303, 1990. observaram alimentos com contagens variando entre 104 a 108 UFC/g, contaminados com enterotoxinas estafilocócicas. Já NERVINO et al. (1997)NERVINO, C.V.; KAMOGAE, M.; SANTOS, A.; GARCIA, C.E.R.; HIROKA, E. Y. Perfil atual da intoxicação estafilocócica no estado do Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA, 19., 1997, Rio de Janeiro.Anais. Rio de Janeiro, 1997. p.284. e NETO et al. (1999)NETO, A.C. Enterotoxigenicidade de Staphylococcus spp. isolados de alimentos.1999. 65p. Dissertação (Mestrado) Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1999. encontraram alimentos contaminados com enterotoxinas estafilocócicas em contagens variando de 103 a 104 UFC/g e 102 a 104 UFC/g, respectivamente. Segundo BERGDOLL (1990 b)BERGDOLL, M.S. Analytical methods forStaphylococcusaureus. International Journal of Food Microbiology, v.10, p.91-100, 1990b. e SENA (2000)SENA, M.J. Perfil epidemiológico, resistência a antibióticos e aos conservantes nisina e sistema lactoperoxidase de Staphylococcus sp. isolados de queijos coalho comercializados em Recife-PE. 2000. 75p. Tese (Doutorado) Escola Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000., as enterotoxinas são produzidas principalmente por S. aureus, porém outras espécies como S. intermedius e S. hyicus têm sido incriminadas como enterotoxigênicas. Apesar dessas espécies de estafilococos coagulase positiva serem as mais freqüentemente envolvidas em intoxicações alimentares, hoje se sabe que algumas espécies coagulase negativa também são produtoras de enterotoxinas (JAY, 1994JAY, J.M. Microbiología moderna de los alimentos. Zaragoza: Editorial Acibia, 1994. 804p.; SENA, 2000SENA, M.J. Perfil epidemiológico, resistência a antibióticos e aos conservantes nisina e sistema lactoperoxidase de Staphylococcus sp. isolados de queijos coalho comercializados em Recife-PE. 2000. 75p. Tese (Doutorado) Escola Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000.; CARMO et al., 2001CARMO, L.S.; DIAS, R.S.; SANTOS, D.A.; NASCIMENTO, K.F. Detecção e identificação de enterotoxinas estafilocócicas associadas a surtos de intoxicação alimentar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGI, 21., 2001. Iguaçu. Anais. Iguaçu, 2001. p.414.).

No que se refere à capacidade de produção de enterotoxinas pelos SCN e o envolvimento destas em surtos, foram relatados dois episódios de intoxicação alimentar no Japão e Estados Unidos que confirmaram sua participação. O primeiro envolvendo 40 estudantes, onde o agente foi isolado das fezes e em superfícies de pratos utilizados no lanche do hotel (OMORI, 1959OMORI, G. & KATO, Y. A staphylococcal food-poisoning caused by a coagulase negative strain. Journal Biken, v.2, p.92, 1959.). No segundo, 145 pessoas manifestaram a doença após terem consumido carne bovina e arroz, onde foi isolado S. epidermidis, produtor de enterotoxina estafilocócica do tipo “A” (SEA), na carne consumida e também em lesões secas de impetigo presentes nas mãos de um manipulador, caracterizando o primeiro registro de detecção de enterotoxina sintetizada a partir de espécie não produtora de coagulase (BRECKINRINDGE & BERGDOLL, 1971BRECKINRINDGE, J.C. & BERGDOLL, M.S. Outbreak of food-e gastroenteritis due to a coagulase-negative enterotoxin producing Staphylococcus. Medical Intelligence, v.284, n.10, p.541-543, 1971.).

De acordo com BERGDOLL (1995)BERGDOLL, M.S. Importance of staphylococci that produce nanogram quantities of enterotoxin. Zentralblatt fur Bakteriologie, v.282, p.1-6, 1995., o fato de as espécies não produtoras de coagulase contaminarem e multiplicarem-se nos alimentos pode ser explicado pelo fato de tanto o homem como os animais serem portadores usuais destas estirpes.

Considerando-se a distribuição das amostras com relação à potência de suas contagens na base dez, observou-se que o percentual de amostras com potência de quatro a cinco foi mais elevado entre as amostras de mercados públicos/privado do que aquelas de supermercado (58,33% e 41,67%, respectivamente) (Tabela 3).

Tabela 3
Freqüências absoluta e relativa de Staphylococcus spp em amostras de carne caprina comercializadas nos mercados públicos/privados e supermercados na Cidade do Recife, PE, 2005.

Haja vista que 90% da carne caprina comercializada é clandestina, outro fator que deve ser considerado para este número elevado de microrganismos é que estes geralmente estão presentes no local de abate dos animais.O produto geralmente não tem fiscalização veterinária, não sendo possível assegurar as boas práticas durante seu processamento.

No presente estudo, além do S. aureus (19,10%) também foram identificadas as espécies Staphylococcus hyicus (8,99%), Staphylococcus intermedius, (2,25%) e o Micrococcus spp. (6,74%) (Fig. 1). Apesar do ágar Baird-Parker ser um meio de cultura seletivo para o S. aureus, verificou-se o crescimento de outros microrganismos.

Fig. 1
Freqüência dos microrganismos isolados de carne caprina comercializada em mercados públicos/privados e supermercados da Cidade do Recife, PE, 2005

FREITAS (2002)FREITAS, M.F.L. Identificação, contagem e sensibilidade antimicrobiana de amostras de Staphylococcus spp. isoladas de carcaças de frango in natura e resfriadas comercializadas na Cidade do Recife-Pernambuco. 2002. 58p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2002., avaliando carcaças de frangos in natura e resfriadas comercializadas na Cidade do Recife, PE, identificou S. aureus (65,5%) e Staphylococcus spp. (29,5%), Bacillus spp. (27,9%) e Streptococcus spp. (21,3%) e Corynebacterium spp. (13,2%).

Um levantamento realizado por GELLI et al. (1999)GELLI, D.S.; JACABI, M.; SAKUMA, H.; RAMALHO, A.M.; RISTORI, C.A. Surtos de enfermidades transmitidas por alimentos (EATs) investigados pelos laboratórios de Saúde Pública do Estado de São Paulo, no período de 1994-1998. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA, 20., 1999, Salvador. Anais. Salvador, 1999. p.126., sobre surtos de Enfermidades Transmitidas por Alimentos (ETAs) em São Paulo no período de 1994 a 1998, demonstrou que das amostras analisadas em 776 surtos, o agente causal identificado em 400 deles foi S. aureus (43,7%), demonstrando mais uma vez a importância deste agente para a saúde pública. Em 14 surtos de toxinfecção alimentar notificados em cidades mineiras, CARMO et al. (2001)CARMO, L.S.; DIAS, R.S.; SANTOS, D.A.; NASCIMENTO, K.F. Detecção e identificação de enterotoxinas estafilocócicas associadas a surtos de intoxicação alimentar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGI, 21., 2001. Iguaçu. Anais. Iguaçu, 2001. p.414. relataram como causas as enterotoxinas estafilocócicas, sendo os produtos cárneos, derivados do leite, massas, produtos de confeitaria e maionese, os alimentos mais envolvidos. Os padrões microbiológicos para alimentos atualmente em vigor no Brasil, adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)/Ministério da Saúde, que compõe a RDC n° 12 (BRASIL, 2001INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIAE ESTATÍSTICA -IBGE. Pesquisa Pecuária Municipal - 2001 Disponível em: <http://www.bge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000>. Acesso em: 15 mar. 2005.
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), não estabelece critérios microbiológicos para estafilococos coagulase positiva em carnes in natura de bovinos, suínos e outros mamíferos, dificultando uma avaliação de forma mais detalhada dos riscos para a saúde pública com o consumo destes alimentos.

Das 89 cepas selecionadas no ágar Baird-Parker, 27 (30,34%) foram identificadas como SCP, sendo 20 (74,07%) procedentes de colônias típicas e 7 (25,93%) atípicas. Vale ressaltar ainda que, 12 (60%) das 20 colônias típicas e cinco atípicas das sete (71,43%) também foram confirmadas bioquimicamente como sendo S. aureus (Fig. 2). Estes dados confirmam os resultados relatados por CAPITA et al. (2002)CAPITA, R.; CALLEJA, A.C.; FERNANDEZ, G.M.C.; MORENO, B. Characterization of Saphylococcus aureus isolated from poultry meat in Spain. Poultry Science, v.81, n.3, p.414-421, 2002., que alertaram para a existência de cepas de S. aureus lecitinase negativas estarem presentes em carnes. Por outro lado, os resultados obtidos neste estudo, contrariam a afirmação feita por BAIRD-PARKER (1962)BAIRD-PARKER, A.C. An improved diagnostic and selective médium for isolating coagulase positive Staphylococi. The Journal of Applied Bacteriology, v.25, n.1, p.12-19, 1962., que considera a presença de halo de lectinase no meio ser característico para S. aureus, e a não formação deste halo ser característico para SCN e Micrococcus. Portanto, recomenda-se para a análise de quantificação dos estafilococos da carne caprina, uma amostragem de colônias com ou sem halo de lectinase.

Fig. 2
Confirmação das colônias típicas e atípicas de Staphylococcus coagulase positiva isoladas do ágar Baird-Parker.

O resultado dos testes de sensibilidade antimicrobiana para as 27 cepas de SCP demonstrou que os antibióticos mais eficazes foram a norfloxacina e vancomicina (100%), tetraciclina e sulfa+trimetoprim (96,30%) e oxacilina (87,50%) (Fig. 3).

Fig. 3
Perfil da sensibilidade antimicrobiana de Stphylococcus coagulase positiva isolados na carne caprina comercializada em mercados públicos/privados e supermercados da Cidade do Recife, PE, 2005.

VANZO & AZEVEDO (2003)VANZO, S.P. & AZEVEDO, R.V.P. Detecção de S. aureus em manipuladores de alimentos – perfil de resistência a antibióticos e quimioterápicos. Revista Higiene alimentar, v.17, n.104-105, p.114-123, 2003. demonstraram que a maioria das amostras de S. aureus isoladas de manipuladores de alimentos foram resistentes aos β-lactâmicos, penicilina (76,1%) e amoxicilina (41,3%) e que 100% foram sensíveis à vancomicina e levofloxacina, corroborando com resultados obtidos neste estudo. DANTAS (2001)DANTAS, F.J. Isolamento de amostras deStaphylococcus aureus resistentes a oxacilina em queijos comercializados na Cidade de Aracaju-SE. In: COMBRAVET, 28., 2001, Salvador. Anais. Salvador, 2001. p.152. relatou que 17,64% das cepas de S. aureus isoladas em queijo coalho foram resistentes à oxacilina, afirmando a necessidade da implantação de medidas rigorosas no uso de antibióticos.

Um achado relevante neste estudo foi que 70,37% das amostras de S. aureus apresentaram-se multirresistentes. De acordo com ANDREOTTI (2003)ANDREOTTI, R. Uso de antimicrobianos e resistência em gado de corte. In: SIMPÓSIO DE RESISTÊNCIA BACTERIANA AOS ANTIMICROBIANOS, 2., 2003, Rio de Janeiro. Conferências. Rio de Janeiro, 2003. p.180., o uso indiscriminado de antibióticos possui um grande efeito colateral relacionado com o aparecimento e disseminação de resistência. Por ser um dos agentes mais freqüentemente isolados, o S. aureus tem sido objeto de numerosos estudos de resistência a antimicrobianos nos últimos 20 anos. Estudos realizados em diversos países mostraram que a resistência à penicilina está em torno de 60%. Na Alemanha, a resistência à tetraciclina, kanamicina, neomicina e sulfonamidas decresceu entre 1992 e 1997, sendo detectada em menos de 15% dos isolados em 1997. Observação semelhante quanto ao aumento de susceptibilidade foi feita para isolados da França, Bélgica e EUA. A avaliação da susceptibilidade de S. aureus de 11 países mostrou que a prevalência de amostras resistentes a diversos antibacterianos usados rotineiramente para tratamento da mastite, foi, em geral, baixa, independente do país de origem. No Brasil, a resistência à penicilina varia de 20 a 100%, mas a porcentagem de resistência aos outros antibióticos é mais baixa (BRITO, 2003BRITO, M. A. V. P. Uso de antimicrobianos na pecuária leiteira e risco de resistência para o homem. In: SIMPÓSIO DE RESISTÊNCIA BACTERIANA AOS ANTIMICROBIANOS, 2., 2003, Rio de Janeiro. Conferências. Rio de Janeiro, 2003. p.1-8.).

A resistência à penicilina também foi observada por ADESIYUN & KWAGA (1984)ADESIYUN, A.A. & KWAGA, J.K.P. Antibiogramis of Staphylococcus aureus isolates from same ready-to-eat products. Journal of Food Protection, v.47, n.11, p.865-867, 1984., SENA (2000)SENA, M.J. Perfil epidemiológico, resistência a antibióticos e aos conservantes nisina e sistema lactoperoxidase de Staphylococcus sp. isolados de queijos coalho comercializados em Recife-PE. 2000. 75p. Tese (Doutorado) Escola Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000. e FREITAS (2002)FREITAS, M.F.L. Identificação, contagem e sensibilidade antimicrobiana de amostras de Staphylococcus spp. isoladas de carcaças de frango in natura e resfriadas comercializadas na Cidade do Recife-Pernambuco. 2002. 58p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2002. que trabalharam com estafilococos de diferentes alimentos. TAVARES (2000)TAVARES, W. Bactérias gram-positivas problemas: resistência do estafilococo, do enterecoco e do pneumococo aos antimicrobianos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.33, n.3, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbnt/v33n3/2477.pdf>. Acesso em: 9 set. 2005.
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afirma que a não eficácia da amoxicilina para S. aureus isolados de carcaças de frango in natura, assim como à penicilina é esperada, pois a amoxicilina pertence ao mesmo grupo de antibióticos b-lactâmicos e geralmente os estafilococos mostram elevada resistência (70%).

A resistência a antibióticos é um importante problema de saúde pública na Europa e em todo o mundo. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) constituiu, em janeiro de 2000, um grupo de trabalho destinado especificamente para analisar a questão do desenvolvimento de resistência bacteriana e propor princípios e diretrizes para subsidiar a elaboração de um programa de ação para o governo nesta área.

A necessidade de monitoramento e vigilância do uso de antimicrobianos na produção animal abre desafios e oportunidades para todos os países, em especial para aqueles ditos em desenvolvimento. Estes se relacionam à implementação de mecanismos que permitam a coleta de informações e o estabelecimento de legislações relativas ao uso de antimicrobianos nos sistemas de produção. Deve-se continuar e ampliar o atual sistema de monitoramento, prevenção e controle do desenvolvimento de resistência bacteriana em alimentos de origem animal, assim como assegurar que o uso de antimicrobianos em medicina veterinária seja feito de forma correta e segura. Estes fatos requerem um esforço contínuo, discernimento e colaboração entre vários profissionais dos setores públicos e privados, envolvendo a população como um todo e, de maneira muito especial, os profissionais da área de saúde, os pecuaristas e lideranças do Governo.

CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos neste estudo, conclui-se que a carne caprina comercializada nos mercados públicos/privados da Cidade do Recife apresenta elevada contagem de S. aureus não sendo indicada para consumo humano sem os devidos cuidados de cocção. Demonstra, ainda, a necessidade de se rever a resolução que regulamenta os padrões microbiológicos para a carne caprina, assim como dos procedimentos utilizados no processamento deste tipo de carne em toda a cadeia produtiva até sua comercialização.

AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pelo auxílio financeiro. Às Dras. Diana Sione Barbosa Pinheiro e Dalila Angélica Moliterno Duarte, LANAGRO, PE, pela gentileza em colaborar para a realização deste trabalho. Ao Prof. Dr. Rinaldo Aparecido Mota pela orientação.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jan 2022
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2006

Histórico

  • Recebido
    19 Dez 2005
  • Aceito
    03 Fev 2006
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