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Caracterização da caprinocultura e ovinocultura no estado de São Paulo

On-farm characterization of goat and sheep breeding in São Paulo State, Brazil

RESUMO:

Os dados utilizados no trabalho foram levantados no período de 2009 a 2010, em propriedades com criações de caprinos e ovinos, no estado de Sáo Paulo. Os dados foram obtidos através de questionário sobre manejo zootécnico e sanitário e para o estudo foi selecionada uma amostra de unidades de produção agropecu ária e de animais, a fim de coletar amostras biológicas. Segundo os dados, a caprino e ovinocultura sáo atividades secundárias, de pequeno porte, geograficamente espalhadas. Os caprinos sáo cria dos para consumo próprio de carne e leite, enquanto que os ovi nos sáo criados comercialmente para produção de carne. Todavia, pode-se considerar que, tanto a caprino quanto a ovinocultura do estado se apresentam com baixo uso de tecnologia, empregando téc nicas simples de manejo, sem assistência zootécnica ou veterinária.

PALAVRAS-CHAVE:
caprinos; ovinos; levantamento amostral; manejo zootécnico; manejo sanitário

ABSTRACT:

This profile of goat and sheep farms in the state of Sao Paulo, Brazil, is based on data collected between 2009 and 2010. Data were collected by questionnaire of livestock health management. We selected a sample of agricultural production units and animals, in order to collect biological samples. According to the data, the goat and sheep production are secondary activities, geographically scattered and with small production. The goats are raised for producers' own consumption of meat and milk, while sheep are raised commercially for meat production. However, it can be considered that both the goat and the sheep industry in the state present low use of technology, employing simple management techniques and with no veterinary or animal scientist assistance.

KEYWORDS:
goat; sheep; sample survey; zoothecnic practices; sanitary handling practices

INTRODUÇÃO

Na região sudoeste, há alguns anos, o setor tem tentado se reestruturar e se consolidar como atividade economicamente rentável. Essa reestruturação teve início em consequência das expectativas promissoras de rentabilidade da cadeia de ovino- caprinocultura, que passou, assim, a ser considerada como mais uma opção de investimento por produtores rurais e investidores de modo geral. Tal reestruturação não se deu de maneira uni forme, no estado de São Paulo, em particular, verifica-se ainda a existência de múltiplas formas organizacionais na atividade cria- tória (refletidas no tipo de administração, tamanho da criação, tipos de manejo, etc.), o que atende a objetivos diversos, como o incentivo à agricultura familiar e ao desenvolvimento regional.

Analisando-se as criações mundiais no ano de 2010, a caprinocultura contava com 921.431.865 animais, dos quais, 9.312.780 no Brasil, enquanto que a ovinocultura contava com 1.078.948.201 animais, sendo 17.380.600 no Brasil (FAO, 2012FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. FAOSTAT Disponível em: <http://faostat.fao.org>. Acesso em: 08/05/ 2012.
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). Embora espalhadas por grande número de municí pios (em 603 de um total de 645 municípios) e de unidades produtoras (11.981), tanto a caprinocultura quanto a ovino- cultura não estão entre as principais atividades agropecuárias do estado de São Paulo, tendo menos de 60 mil cabeças de caprinos e pouco mais de 500 mil ovinos, conforme dados do censo agropecuário paulista LUPA (Torres et al., 2009TORRES, A. J.; PINO, F. A.; FRANCISCO, V. L. F S.; ÂNGELO, J. A.; MACIEL, E. L. F.; DRUGOWICH, M. I.; INTERLICHE, P. H.; PIEDADE, J. A.; SOUSA, A. C.; LORENA NETO, B.; CASER, D. V. (Org.) Projeto LUPA 2007/08: censo agropecuário do estado de São Paulo. São Paulo: IEA: CATI: SAA, 2009. 381p.). Logo, a ocorrência de doenças nesses animais merece estudo e controle, devido principalmente ao fato de serem atividades espalhadas geograficamente.

O objetivo do presente artigo é caracterizar o perfil dos produtores e dessas criações no estado de São Paulo.

MATERIAL E MÉTODOS

Inicialmente, uma amostra de unidades de produção agro pecuária (UPA)1 1 Uma unidade de produção agropecuária (UPA) é aqui definida como conjunto de propriedades contíguas do mesmo proprietário, dentro de um mesmo município. foi calculada e selecionada a partir dos produtores relacionados no censo agropecuário paulista (Torres et al., 2009TORRES, A. J.; PINO, F. A.; FRANCISCO, V. L. F S.; ÂNGELO, J. A.; MACIEL, E. L. F.; DRUGOWICH, M. I.; INTERLICHE, P. H.; PIEDADE, J. A.; SOUSA, A. C.; LORENA NETO, B.; CASER, D. V. (Org.) Projeto LUPA 2007/08: censo agropecuário do estado de São Paulo. São Paulo: IEA: CATI: SAA, 2009. 381p.). Trata-se de amostra probabilística, estratificada, em dois estágios: no primeiro selecionaram-se aleatoriamente UPAs, no segundo selecionaram-se aleatoria mente animais dentro das UPAs sorteadas, dos quais foram colhidas amostras de sangue, urina, fezes e leite para análise laboratorial (resultados sobre tais análises encontram-se em Lara et al., 2013LARA, M.C.C.S.H.; VILLALOBOS, E.M.C.; CUNHA, E.M.S.; CHIEBAO, D.; GABRIEL, F.H.; PAULIN, L.; CASTRO, V.; NASSAR, A.F.C.; PIATTI, R.; OKUDA, L.; ROMALDINI, A.H.C.N.; FEDERSONI, I.S.P.; LUCCHESE FILHO, A.; FELÍCIO, A.L.A.; PINO, F.A.; AZEVEDO, S.S.; CARDOSO, M.V. Inquérito sorológico de lentiviroses de pequenos ruminantes (Medi-Visna e artrite-encefalite caprina) no estado de São Paulo. Braz J Vet Res Anim Sci, v.50, n.1, p.18-25, 2013.). Com base nesse plano geral, procurou-se a colaboração de assistentes técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do estado de São Paulo para a coleta das amostras clínicas. Durante a fase de campo percebeu-se que o trabalho não seria factível em alguns lugares, o que resultou na eliminação de alguns municípios da amostragem inicial2 2 Por inexistência de colaboradores para o trabalho no campo ou por alterações cadastrais, como produtores que mudaram de atividade. . Dessa forma, o levantamento continuou com seu caráter aleatório, porém, teve de se restringir à região formada pelos municípios mais relevantes, onde foi possível colher as amostras; assim, os cálculos permitiram obter proporções e percentuais, mas não totalizações nem inferência sobre o estado como um todo.

A amostra final constou de 363 UPAs distribuídas em 225 municípios (Anexo). De acordo com dados do censo agropecuário paulista, para os caprinos esses municípios repre sentavam 54% dos animais e 54% das UPAs com animais, enquanto que para os ovinos eles representavam 39% dos animais e 52% das UPAs. Os cálculos das estimativas foram realizados segundo o procedimento SURVEYMEANS do Statistical Analysis Software (SAS(r) 9.2), utilizando as fórmu las usuais de amostragem (Kish, 1965KISH, L. Survey sampling New York: Wiley, 1965.).

Este trabalho foi realizado conforme os princípios éticos da experimentação animal estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório/Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (SBCAL/COBEA),conforme consta na declaração emitida em 26/08/2009.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de dados do censo agropecuário, sobre o qual se baseou a amostra, permite verificar que tanto a ovino quanto a caprinocultura paulistas podem ser consideradas pequenas criações com poucas exceções, pois 99% das unidades têm até cerca de 150 caprinos ou até 420 ovinos, com média de 20 e 51 animais, respectivamente (Tabelas 1 e 2). Os resultados a seguir provêm do levantamento amostral.

A ovinocultura ocorre em UPAs com média de 224 ha, enquanto que a caprinocultura tem média de 67 ha (Tabela 3). A área de pastagem destinada à criação de ovinos é maior do que para caprinos (média de 26 ha contra 8 ha). Isso prova velmente se deve a diversos fatores:

1. o número de animais é maior no caso de ovinos;

2. a criação de ovinos é comercial, enquanto que a de capri nos se destina mais ao consumo próprio, como será visto adiante;

3. a criação de ovinos é geralmente extensiva, enquanto que algumas criações de caprinos são semiextensivas, como também será visto adiante.

Tabela 1:
Número de unidades de produção agropecuária com caprinocultura, por faixa de número de cabeças, estado de São Paulo, 2007/2008.
Tabela 2:
Número de unidades de produção agropecuária com ovinocultura, por faixa de número de cabeças, estado de São Paulo, 2007/2008.
Tabela 3:
Caprinocultura e ovinocultura: variáveis quantitativas, estado de São Paulo, 2010/2011.

Criador

Em ambas as atividades predominam pessoas físicas como proprietários da UPA (86% para caprinos, 88% para ovinos), o que é esperado para atividades de menor porte, já que as UPAs de propriedade de empresas e outras pessoas jurídicas costumam se dedicar a atividades de maior porte, tanto agrí colas quanto pecuárias (Tabela 4). Também predominam nessas atividades UPAs fora de projetos de assentamentos de reforma agrária (97% em ambas as criações).

Em 87% dos casos os produtos da caprinocultura se des tinam somente ao consumo próprio, ao contrário da ovino- cultura que, em 86% dos casos, constitui atividade econômica relevante dentro da UPA. Mesmo assim, em menos de 5% das UPAs a ovino e a caprinocultura constituem a principal fonte de renda do criador e sua família. Portanto, na maioria dos casos trata-se de atividades de pequeno porte, geralmente de cunho familiar.

Segundo Figueiredo (1990FIGUEIREDO, E.A.P. Perspectiva da produção de caprinos nas próximas décadas na América Latina: produção animal no século 21. Piracicaba: FEALQ, 1990. 170 p.), um dos entraves do desen volvimento da produção de caprinos é o nível de escolaridade dos produtores. No presente estudo, a idade do criador é em média de 55,3 anos para caprinocultura e de 57,4 para ovinocultura, variando de um mínimo de 19 a um máximo de 86 anos (Tabela 3). O tempo do criador na atividade também é semelhante, com médias entre 9 e 10 anos, mas variando de um mínimo de 1 ano a um máximo de 63 anos. O grau de instrução dos criadores é muito diferente nessas duas atividades, sendo que na criação de ovinos predomi nam criadores com nível superior (45%), enquanto que na de caprinos predominam criadores com nível fundamental (44%), sendo o percentual de analfabetos de 1,4% entre os criadores de caprinos e 0,6% entre os criadores de ovi nos (Tabela 4).

Tabela 4:
Caprinocultura e ovinocultura: características do criador e da unidade de produção agropecuária, estado de São Paulo, 2010/2011.

Finalidade e destino

A principal finalidade da ovinocultura no estado é a criação de animais de corte, para abate, o que ocorre em 47% das UPAs estudadas. No caso da caprinocultura, o abate de ani mais ocorre em 30% das UPAs estudadas, enquanto que a produção de leite ocorre em 17% (Tabela 5). A produção de animais vivos para recria tem importância secundária tanto para ovinos quanto para caprinos, mas, no caso desses últi mos, também ocorrem a produção de esterco e/ou urina, bem como de animais vivos para reprodução.

Em termos de percentual de UPAs com criação, o prin cipal destino da produção de caprinos é o consumo próprio, seguido de venda a outros criadores, enquanto que para ovi nos o principal destino da produção de caprinos também é o consumo próprio, seguido de venda para abatedouro/mata- douro/frigorífico e de venda a outros criadores (Tabela 6). O estado de São Paulo, em um prazo recente, vem conse guindo regulamentar uma pequena parte do abate realizado no setor de pequenos ruminantes, porém, grande parte do abate de animais realizado no estado ainda é clandestina. Esse fato poderia por si só justificar a quase total falta de definição de finalidade de criação de caprinos encontrada nas proprie dades através dos dados obtidos nos questionários.

Tabela 5
Caprinocultura e ovinocultura: finalidade da criação, estado de São Paulo, 2010/2011.
Tabela 6:
Caprinocultura e ovinocultura: destino da produção, estado de São Paulo, 2010/2011.

Administração da criação

O planejamento por calendário dessas atividades geralmente inexiste: apenas 12% no caso de ovinos e 4% no de caprinos possuem um calendário reprodutivo ou sanitário (Tabela 7). O responsável pela programação das atividades de criação de caprinos é o proprietário ou criador em 78% das UPAs; em 60% das UPAs o proprietário define as atividades para ovinos e em 37% das UPAs é um funcionário.

Por serem atividades de menor expressão, tecnologias e recursos de administração geralmente não são utilizados, sendo que 33% das UPAs recebem assistência técnica de médico veterinário ou zootecnista, o que pode aumentar a ocorrência de doenças.

Por serem essas atividades direcionadas para autocon sumo, não comerciais, a escrituração contábil é feita somente em 15 a 16% dos casos e a escrituração zootécnica em 9 a 10% das UPAs. Finalmente, certificação ou selo de qua lidade encontram-se em somente cerca de 1% das UPAs com ovinos.

Tabela 7:
Caprinocultura e ovinocultura: administração da criação, estado de São Paulo, 2010/2011.

Sistema de produção e manejo

Predomina o regime de criação extensivo para ovinos (76%), mas no caso de caprinos o regime de criação divide-se em semi-intensivo (51%) e extensivo (44%), com pouca expres são para o regime intensivo (Tabela 8).

Tabela 8:
Caprinocultura e ovinocultura: sistema de produção, estado de São Paulo, 2010/2011.

As instalações possuem baias coletivas (99% para ovinos, 88% para caprinos), porém, abrigadas do vento e da chuva (89% para ovinos, 75% para caprinos). Nas poucas criações confinadas, o piso do confinamento é simples, de chão batido (48% para caprinos, 58% para ovinos), restando 22 a 24% de concreto, bem como concreto mais cama para ovinos e ripado para caprinos. O acúmulo de animais por área, pisos de chão batido e utilização de cama são fatores que propiciam enfermidades, especialmente as infecciosas e parasitárias, que resultam em baixa produtividade.

A maioria dos criadores não desenvolve manejo repro dutivo, sanitário e zootécnico (91% para caprinos, 85% para ovinos), não separa os animais por faixa etária (82% para capri nos, 87% para ovinos), não identifica seus animais (80% em ambos os casos) e, quando o faz, usa brinco (12% em ambos os casos), e não faz registro genealógico do rebanho (94% para caprinos, 95% para ovinos) (Tabela 9). O criador produz seus próprios animais para recria, havendo compra significativa de animais para recria somente para caprinos. A castração de cabritos e/ou cordeiros geralmente não é feita (apenas 44% para caprinos e 31% para ovinos). As deficiências observadas nas práticas de manejo se refletem em baixa produção, pouco ou nenhum lucro e ausência de expansão na cadeia produtiva.

Tabela 9:
Caprinocultura e ovinocultura: manejo e procedimentos criatórios, estado de São Paulo, 2010/2011.

O manejo reprodutivo é feito com monta natural (98% no caso de caprinos e 92% no de ovinos). A duração média do intervalo entre partos é variável, mas em cerca de 75 a 80% dos casos oscila entre 6 e 12 meses. Esse intervalo é de 12 meses em 20% dos casos de caprinos e em 25% dos casos de ovinos (Tabela 7). O estado de São Paulo possui condições ambientais e climáticas que propiciam às fêmeas de caprinos e ovinos apresentarem estros o ano todo (poliéstricas contínuas), dessa forma, se tiverem um bom aproveitamento reprodutivo, têm potencial biológico para parirem a cada oito meses, apro ximadamente, resultando em três parições a cada dois anos, em média (Ferreira da Cruz; Ferraz, 2014FERREIRA DA CRUZ, J.; FERRAZ, R.C.N. Manejo reprodutivo de caprinos e ovinos Disponível em: <http://www.neppa.uneb.br/ textos/publicacoes/anais/manejo_reprodutivo_barreiras.pdf>. Acesso em: 21/11/ 2014.
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). Assim sendo, apesar do deficiente ou inexistente manejo reprodutivo, os índices reprodutivos observados nas propriedades estudadas estão dentro dos parâmetros preconizados.

Nos casos em que ocorre, a ordenha é manual, em 51% dos casos para caprinos e 16% para ovinos, resultado da baixa tecnificação, precária infraestrutura e baixa produtividade do setor. Do ponto de vista da qualidade do leite, não se observa diferença do leite ordenhado manualmente ou mecanicamente. O que pode existir é uma maior probabilidade de contami nação do leite e mesmo da glândula mamária do animal por patógenos, no caso de não ser observada uma higienização adequada da mão do ordenhador e/ou dos utensílios utiliza dos na ordenha.

Espécies diferentes (bovinos, seguidos de equídeos e, em menor escala, ovinos/caprinos, aves, suínos e caninos) são cria das na mesma área de pastejo de ovinos em 60% das UPAs; no caso de caprinos, em 41% das UPAs, indicando uma maior possibilidade de contaminação cruzada entre espécies, o que pode propiciar o aparecimento de enfermidades infeccio sas. O manejo de pastagem rotacionada é feito somente em uma a cada quatro UPAs criadoras de ovinos e apenas em uma a cada cinco com caprinos. Geralmente, mantêm-se árvores para sombreamento no pasto em ambas as criações (cerca de 90% das UPAs).

O acesso dos animais a áreas alagadas ocorre em 26% dos casos com caprinos e 34% com ovinos (Tabela 10). As principais fontes de água para os caprinos são as minas (25% das UPAs) e cacimbas (25%), seguidas de córrego, açude, lago, aguada, riacho e rio. As principais fontes de água para os ovinos são as minas (28%), os açudes (22%), os rios (14%) e cacimbas (13%), seguidas de córrego, aguada, lago, riacho e manancial. Utilizam-se bebedouros em 82% das UPAs com ovinos e em 73% naquelas com caprinos, sendo a maioria deles coletivos e posicionados ao nível da cabeça.

Tabela 10:
Caprinocultura e ovinocultura: acesso à água, estado de São Paulo, 2010/2011.

Vacinação e controle de vermínoses

Reprodutores e matrizes recebem vacinação em maior percentual de UPAs do que os animais de outras categorias (Tabela 11). As principais vacinas utilizadas são contra carbúnculo sinto mático (28%) e antirrábica (10%) na ovinocultura e contra carbúnculo sintomático (13%) e contra clostridioses (12%) na caprinocultura.

A maioria dos criadores diz utilizar medidas de controle de verminoses (82% para ovinos, 80% para caprinos), sendo a vermifugação, inclusive de animais recém-chegados à pro priedade, o procedimento mais empregado (Tabela 12). Para caprinos a vermifugação é feita mensalmente (26%), a cada 45 dias (15%) ou em outras periodicidades (59%), enquanto que para ovinos esses valores são de 15, 21 e 63%, respectiva mente. A alternância de vermífugo é feita na maioria dos casos (69% em ovinos, 57% em caprinos), mas o intervalo é muito variável, principalmente para ovinos: na caprinocultura, 40% das UPAs alternam o vermífugo entre 2 e 5 meses, com 25% abaixo de 2 meses e outros 25% a cada 6 meses; na ovinocultura, quase 40% alternam com intervalo até 5 meses (Fig. 1).

Tabela 11:
Caprinocultura e ovinocultura: utilização de vacinas, estado de São Paulo, 2010/2011.
Tabela 12:
Caprinocultura e ovinocultura: verminoses, estado de São Paulo, 2010/2011.

Figura 1:
Caprinocultura e ovinocultura: intervalo de alternância de vermífugo (%), estado de São Paulo, 2010/2011

Apesar dos produtores de ambas as espécies acusarem que utilizam medidas de controle para verminoses, a grande maio ria não tem por hábito realizar a separação de animais adultos de jovens, não possui esterqueira nas propriedades, não rea liza exames de ovos por grama de fezes (OPG) nem utilizam o método Famacha e não possuem balança nas propriedades, ou seja, o método de administração de vermífugos é empírico.

Os índices descritos, advindos dos limitados ou inexis tentes cuidados para controle de verminoses, resultam, entre outros, em baixo ganho de peso e baixa produtividade, além da perpetuação dessas enfermidades nos rebanhos.

Manejo e procedimentos sanitários

Como a maioria das criações não tem objetivos comerciais, a assis tência veterinária é precária, resultando em pouca ou nenhuma adoção de procedimentos sanitários básicos como, por exemplo, a baixa frequência de pedilúvios encontrados nas entradas das instalações (2% das UPAs para caprinos, 4% para ovinos) (Tabela 13). Entre criadores de caprinos é comum o empréstimo de ani mais (21%), mas eles não são colocados em quarentena na volta à propriedade de origem. São adquiridos animais de outras fazendas (42% para caprinos, 25% para ovinos), mas nem todos exigem documentos sanitários (guia de trânsito animal (GTA)/exames) na origem: menos de 30% para caprinos, menos de 20% para ovinos. Esses procedimentos de manejo, sem a utilização de medi das de controle, favorecem a disseminação de enfermidades infec ciosas, o que é desconhecido ou subestimado pelos proprietários e/ou administradores.

Cerca de 35% dos criadores de caprinos não fazem lim peza e desinfecção das instalações, ou o fazem em períodos superiores a um mês. Quando realizada, em 40% das UPAs com caprinos, a limpeza é semanal, enquanto que em 23% das UPAs com ovinos a limpeza é mensal.

Quanto à destinação das fezes, em 40% das criações de caprinos as fezes são mantidas em esterqueiras e fora do alcance direto dos animais, o mesmo ocorrendo em 32% das ovinoculturas. O controle de pragas e roedores é feito em 41% das UPAs (ovinos) e 38% (caprinos). Em mais da metade das UPAs os animais doentes são colocados em isolamento. Animais com mastite são tratados com anti bióticos (não especificados): 56% (ovinos) e 42% (capri nos). Animais que apresentam linfadenite caseosa reci- divante são descartados em 22% das UPAs (ovinos) ou em 12% (caprinos). Esses dados mostram que a grande maioria dos animais acometidos pela doença são manti dos nas propriedades, disseminando a doença, como tam bém podem estar sendo disseminadas outras doenças não pesquisadas no questionário. Finalmente, na maioria dos casos, os animais mortos são enterrados (94% para capri nos e 82% para ovinos).

Tabela 13:
Caprinocultura e ovinocultura: manejos e procedimentos sanitários, estado de São Paulo, 2010/2011.

Animais com problemas e coexistência com outras especies

Outro fator disseminador de várias enfermidades, o fornecimento de leite no balde para os filhotes foi observado em 23% das UPAs produtoras de caprinos e 15% nas produtoras de ovinos (Tabela 14).

Apesar do limitado manejo sanitário realizado nas pro priedades, como já citado anteriormente, em menos de 20% das UPAs detectaram-se cada um dos seguintes problemas: distúrbios reprodutivos, ceratoconjuntivite, abcessos cutâ neos, artrite e outros, o que pode ser atribuído à rusticidade e adaptação dos rebanhos.

Animais silvestres foram detectados em 73% das UPAs com caprinos e 70% nas com ovinos. Cães aparecem em quase todas as UPAs, gatos em 60% delas, bovinos em 84% (ovi nos) e 76% (caprinos). Moscas e mosquitos foram observa dos em 97% das UPAs com caprinos e 87% nas com ovinos, enquanto que morcegos vampiros aparecem em 26 e 18%, respectivamente.

Tabela 14:
Caprinocultura e ovinocultura: enfermidades e coexistência de animais na unidade de produção agropecuária, estado de São Paulo, 2010/2011.

Raça, categoria e faixa etária

A maioria dos animais é constituída por fêmeas adultas (matrizes), com 50% no caso de caprinos e 53% no de ovi nos (Tabela 15). Seguem-se as fêmeas jovens, fora da repro dução (27% dos animais caprinos e 22% dos ovinos), os machos jovens, fora da reprodução (16% em ambos os casos) e machos adultos em reprodução (7 e 9%, respectivamente). Note-se que a relação média de fêmeas por reprodutor (6 a 7) é muito baixa em ambas as criações, o que resulta do fato de praticamente todas as UPAs usarem monta natural (Tabela 9). Encontram-se recomendações na literatura: para ovinos e capri nos, de 30 fêmeas na monta natural e 50 a 60, por reprodu tor, na monta controlada (Eloy et al., 2007ELOY, A. M. X.; COSTA, A. L. da; CAVALCANTE, A. C. R.; SILVA, E. R. da; SOUSA, F. B. de; SILVA, F. L. R. da; ALVES, F. S. F.; VIEIRA, L. da S.; PINHEIRO, R. R. ABC da Agricultura familiar: criação de caprinos e ovinos. Brasília, EMBRAPA, 2007. <Disponível em: Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/533478/criacao-de-caprinos-e-ovinos > Acesso em 02/07/2015.
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); para caprinos, de 25 na monta a campo e de 35 (podendo chegar a 40 a 70) fêmeas por reprodutor na monta controlada (Ribeiro, 1997RIBEIRO, S.D.A. Caprinocultura: criação racional de caprinos. São Paulo: Nobel, 1997.).

Na caprinocultura, cerca de 30% dos animais são mes tiços, 29% da raça Saanen, 28% sem raça definida (SRD) e os demais são de outras raças (Anglo Nubiana, Boer, Alpina, Toggenburg, etc.) ou de raça não informada.

Na ovinocultura, cerca de 34% dos animais são da raça Santa Inês, 28% SRD, 15% mestiços, 7% da raça Suffolk, 2% da raça Texel e os demais são de outras raças (Dorper, Ile- de-France, Hampshire Down, White Dorper, Bergamacia, Morada Nova, Highlander, Poll Dorset, etc.) ou de raça não informada, caracterizando que o perfil da criação de ovinos, no que se refere à finalidade é, basicamente, a produção de carne, ou seja, é proporcional à exigência do mercado.

Segundo Boerchat (2002BOERCHAT, J.U.D. Epidemiologia de doenças infecciosas de caprinos segundo o perfil do produtor 2002. 76f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.), para que o controle sanitário e as medidas preventivas possam produzir resultados concre tos e eficazes, faz-se necessária a operacionalização eficiente de toda a estrutura do sistema de produção, em conformidade com as tecnologias disponibilizadas. Através desse estudo, foi possível observar que, apesar dos produtores paulistas terem acesso à informação técnica e tecnologias apropriadas para o setor de produção de pequenos ruminantes, ainda se faz necessário investimento governamental para que sejam ope- racionalizados de forma mais efetiva.

Almeida et al. (2010ALMEIDA, A.C.; TEIXEIRA, L.M.; DUARTE, E.R.; MORAIS, G.; MATA E SILVA, B.C.; GERASEEV, L.C. Perfil sanitário dos rebanhos caprinos e ovinos no Norte de Minas Gerais. Comun Sci v.1, n.2, p.161-166, 2010.) informaram que, em Minas Gerais, apesar do elevado potencial para produção, o setor ainda não apresenta índices satisfatórios em virtude do manejo inadequado, acarretando baixa eficiência dos seus sistemas. Dessa maneira, os criatórios têm evoluído em ritmo aquém da sua capacidade, sendo o manejo sanitário implicado como um dos fatores limitantes para o desenvolvimento desse tipo de exploração. Observando-se os dados alcançados neste estudo, conclui-se que o setor apre senta comportamento similar no estado de São Paulo.

Tabela 15
Caprinocultura e ovinocultura: raça, gênero e faixa etária da criação, estado de São Paulo, 2010/2011.

CONCLUSÕES

No estado de São Paulo, tanto a caprinocultura quanto a ovinocultura são atividades rurais de pequeno porte, se compa radas com outras regiões do país.

A caprinocultura é característica de UPAs pequenas, com proprietários de escolaridade fundamental ou média, cuja produ ção de carne ou leite visa majoritariamente o consumo próprio.

Constitui-se de criações semi-intensivas ou extensivas, de baixo nível tecnológico, utilizando técnicas de manejo criatório simples, a maioria sem uso de técnicas de manejo sanitário, exceto vermifugação. A maioria não recebe assistência técnica, nem utiliza técnicas de administração, como escrituração (contábil ou zoo técnica), registro genealógico ou selo de controle de qualidade.

A ovinocultura é característica de UPAs de tamanho médio, com proprietários de escolaridade média ou supe rior, cuja produção, principalmente de carne, resulta em ati vidade comercial relevante, ainda que não seja a principal fonte de renda, ou ainda para consumo próprio. De forma semelhante à caprinocultura, constitui-se de criações exten sivas ou semi-intensivas, de baixo nível tecnológico, utili zando técnicas de manejo criatório simples, a maioria sem uso de técnicas de manejo sanitário, exceto vermifugação. A maioria também não recebe assistência técnica, nem uti liza técnicas de administração, como escrituração (contá bil ou zootécnica), registro genealógico ou selo de controle de qualidade.

Levando-se em consideração o tripé de fatores que resultam em maior eficiência da produção, quais sejam: manejo sanitário, nutricional e reprodutivo, associado à uma carente tecnificação da cadeia produtiva, conclui-se que enquanto não houver interesse e, consequentemente, dedi cação das autoridades competentes para estimular melhorias das condições de criação de caprinos e ovinos no estado de São Paulo, o setor não evoluirá, o que sistematicamente dificultará sua participação ativa na economia do estado.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo suporte financeiro.

REFERÊNCIAS

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  • 1
    Uma unidade de produção agropecuária (UPA) é aqui definida como conjunto de propriedades contíguas do mesmo proprietário, dentro de um mesmo município.
  • 2
    Por inexistência de colaboradores para o trabalho no campo ou por alterações cadastrais, como produtores que mudaram de atividade.

ANEXO

Número de unidades de produção agropecuária (UPAs) amostradas por município

8 UPAs: Araçatuba; 7 UPAs: Avaí; 6 UPAs: Botucatu, Urupês; 5 UPAs: Coronel Macedo, Ilha Solteira, Piedade, Pirajuí; 4 UPAs: Campinas, Guaraci, Itajobi, Piraju, Santa Cruz do Rio Pardo, Suzanápolis; 3 UPAs: Amparo, Avaré, Capão Bonito, Duartina, Macedonia, Martinópolis, Mira Estrela, Mococa. Monte Aprazível, Paraguaçu Paulista, Pereira Barreto, Presidente Bernardes, Quadra, Santa Maria da Serra, São Carlos, São José da Bela Vista, São Manuel, Tabapuã, Tejupá, Votuporanga; 2 UPAs: Águas de Santa Bárbara, Areias, Bariri, Bofete, Cabreúva, Campos Novos Paulista, Cardoso, Cunha, Descalvado, Echaporã, Euclides da Cunha Paulista, Guaimbê, Guararapes, Holambra, Iacri, Ibitinga, Itapetininga, Itatiba, Jaú, José Bonifácio, Lins, Magda, Mesópolis, Mirante do Paranapanema, Nova Granada, Pacaembu, Palmeira d'Oeste, Palmital, Paraibuna, Pedranópolis, Piracaia, Populina, Pratânia, Presidente Epitácio, Reginópolis, Rio das Pedras, Sales, Santa Isabel, São João da Boa Vista, São Luiz do Paraitinga, Tanabi, Terra Roxa, Urânia, Ribeirão dos índios: 1 UPA: Adolfo, Águas de Lindóia, Altinópolis, Andradina, Anhembi, Araçoiaba da Serra, Araras, Arealva, Areiópolis, Aspásia, Bálsamo, Barbosa, Barra do Turvo, Barretos, Bebedouro, Bilac, Biriguí, Boa Esperança do Sul, Bom Sucesso de Itararé, Borborema, Bragança Paulista, Buritama, Cachoeira Paulista, Caconde, Caiuá, Campina do Monte Alegre, Canitar, Capela do Alto, Catanduva, Cosmópolis, Cosmorama, Dourado, Emilianópolis, Estiva Gerbi, Fernandópolis, Fernão, Floreal, Flórida Paulista, Florínea, Garça, Gastão Vidigal, General Salgado, Guapiara, Guaraçaí, Guarantã, Guareí, Hortolândia, Iacanga, Ibirá, Ibiúna, Icém, Iepê, Ipeúna, Itaí, Itaju, Itapeva, Itapira, Itararé, Itariri, Itu, Jaborandi, Jacareí, Jaci, Jaguariúna, Jardinópolis, Jarinu, João Ramalho, Junqueirópolis, Juquiá, Lagoinha, Laranjal Paulista, Lupércio, Macatuba, Manduri, Marabá Paulista, Maracaí, Miracatu, Mogi Mirim, Mogi das Cruzes, Monte-Mor, Morro Agudo, Motuca, Murutinga do Sul, Nazaré Paulista, Nova Aliança, Novo Horizonte, Ourinhos, Ouroeste, Panorama, Paranapanema, Paranapuã, Patrocínio Paulista, Paulínia, Pederneiras, Pedregulho, Peruíbe, Pindamonhangaba, Pindorama, Piquete, Piraçununga, Pirapozinho, Piratininga, Planalto, Presidente Alves, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Rancharia, Registro, Ribeira, Ribeirão Bonito, Ribeirão do Sul, Riolândia, Sabino, Sales Oliveira, Salto de Pirapora, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Rosa de Viterbo, Santa Salete, Santana da Ponte Pensa, Santo Antônio de Posse, Santo Antônio do Aracanguá, Santo Expedito, São Francisco, São Miguel Arcanjo, São Pedro, São Sebastião da Grama, São Simão, Serra Negra, Sertãozinho, Socorro, Sud Mennucci, Taciba, Taguaí, Tambaú, Tapiraí, Tarabaí, Tarumã, Taubaté, Tietê, Timburi, Torrinha, Tremembé, Três Fronteiras, Tupã, Ubirajara, Valparaíso, Votorantim, Zacarias.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2015

Histórico

  • Recebido
    12 Jul 2013
  • Aceito
    24 Nov 2014
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