Acessibilidade / Reportar erro

Análise da entomofauna e flutuação associada a quatro culturas com potencial para produção de biodiesel

Analysis and floating entomofauna associated with four cultures with potential for biodiesel production

As culturas oleaginosas vêm ganhando destaque devido ao seu potencial para a produção de biodiesel, como uma alternativa ao diesel. Portanto, neste trabalho objetivou-se avaliar a entomofauna, por meio de análises faunísticas, associada às seguintes culturas: nabo forrageiro, niger, crambe e girassol, no município de Dourados, estado de Mato Grosso do Sul, tendo em vista que esses cultivares possuem potencial para a produção de biodiesel. Os insetos foram coletados com o método de pano de coleta. As avaliações ocorreram em área experimental agrícola (latitude de 22º 14'S, longitude de 54º 49'W). Foi observado um total de 7.406 espécimes nas quatro culturas, correspondendo a 3.569 espécimes no nabo forrageiro, o qual apresentou uma riqueza de insetos com 18 espécies; 2.275 espécimes no niger, com uma riqueza de 17 espécies; 908 espécimes no crambe com uma riqueza de 18 espécies; e 654 espécimes no girassol com uma riqueza de 18 espécies. Com relação ao estudo da diversidade de espécies medida nas quatro culturas analisadas, o índice de Shannon-Wiener (H') indicou baixa diversidade apenas na cultura do nabo forrageiro, uma vez que o maior valor ocorreu na cultura do girassol (22,935), seguida por crambe (17,487), niger (15,364) e nabo forrageiro (0,5716). A cultura que apresentou o maior índice de equitabilidade foi a do girassol (0,7935), seguida por crambe (0,6047), niger (0,5423) e nabo forrageiro (0,1978), indicando uma semelhança de composição faunística entre girassol, crambe e niger.

oleaginosas; diversidade; análise faunística


ABSTRACT

The oilseed crops are gaining prominence due to their potential for the production of biodiesel as an alternative to diesel. Therefore, this study aimed to evaluate the insect fauna through faunal analysis, associated with the following crops: turnip, niger, crambe and sunflower in Dourados, Mato Grosso do Sul State, considering that these cultivars have for the production potential of biodiesel. The insects were collected with sample cloth method. Assessments occurred at the experimental farm (latitude 22° 14'S, longitude 54° 49'W). It was observed a total of 7,406 specimens, representing 3,569 specimens in forage radish in which they are included, 18 species, 2,275 in niger with a wealth of 17 species, 908 in crambe with wealth of 18 species and 654 in sunflower with wealth 18 species. Regarding the study of species diversity measured in four crops analyzed, the Shannon-Wiener diversity indicated low only in the culture of radish, since the highest value occurred in sunflower cultivation (22,935), followed by crambe (17,487), niger (15,364) and turnip (0.5716). The culture that had the highest evenness index was the sunflower (0.7935), followed by crambe (0.6047), niger (0.5423) and turnip (0.1978), indicating a similarity of faunal composition between sunflower, crambe and niger.

oilseeds; diversity; faunal analysis

INTRODUÇÃO

Desde 2010, todo diesel comercializado no Brasil contém uma mistura de 5% de biodiesel, que é um combustível produzido a partir de plantas oleaginosas cultivadas no país, como soja, algodão, palma, mamona, girassol, canola, entre outras, bem como gordura animal e óleos residuais de fritura (Petrobras, 2012PETROBRAS. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/biocombustiveis/>. Acesso em: 09 dez. 2012.
http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e...
). Isso incentivou o cultivo de culturas com potencial para a produção do biodiesel.

A região centro-sul de Mato Grosso do Sul possui um ambiente favorável para a produção de oleaginosas, principalmente no período de outono/inverno, quando há áreas ociosas ou subaproveitadas (Pitol, 2007PITOL, C. Biodiesel: Culturas, Sistemas de Produção e Rotação de Culturas In: Tecnologia e Produção - Culturas: Safrinha de Inverno 2007. Disponível em: <http://www.fundacaoms.org.br/page.php?21>. Acesso em: 15 de out. 2012.
http://www.fundacaoms.org.br/page.php?21...
).

Geralmente, os danos que as pragas causam são de grande importância econômica, acarretando enormes prejuízos em todo o globo terrestre, não somente às plantas, mas também aos animais domésticos e ao próprio homem (Gallo et al., 2002GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.).

Muitos insetos encontrados em culturas com potencial para produção de biodiesel são similares aos encontrados em culturas tradicionais como soja, milho, algodão, entre outras. Todas as características comportamentais de um inseto são herdadas, mas não expressas de forma constante, mesmo em condições ambientais idênticas (Triplehorn; Johnson, 2011). Portanto, esses insetos podem se comportar diferentemente em novas culturas do que se comportariam em culturas já tradicionais, tornando-se mais ou menos danosos, em função das variações ambientais.

Os estudos faunísticos no Brasil têm sido realizados para um melhor conhecimento sobre a entomofauna de um determinado ecossistema (Branco et al., 2011BRANCO, R.T.P.C.; PORTELA, G.L.F.; BARBOSA, O.A.A.; SILVA, P.R.R.; PÁDUA, L.E.M. Análise faunística de insetos associados à cultura da cana-de-açúcar, em área de transição floresta amazônica-cerrado (mata de cocal), no município de União-Piauí-Brasil. Semina: Ciências Agrárias , v.31, n.01, p.1113-1120, 2010.). É uma técnica utilizada há muitos anos para caracterizar e delimitar uma comunidade, medir o impacto ambiental em uma área, conhecer espécies predominantes e comparar áreas com base nas espécies de insetos (Frizzas et al., 2003FRIZZAS, M.R.; OMOTO, C.; SILVEIRA NETO, S.; MORAES, R.C.B. Avaliação da comunidade de insetos durante o ciclo da cultura do milho em diferentes agroecossistemas. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.02, n.02, p.9-24, 2003.). Também visa selecionar espécies predominantes, aquelas que se destacaram por obter os maiores índices faunísticos de abundância, frequência, constância e dominância (Silveira Neto et al., 1995SILVEIRA NETO, S.S.; MONTEIRO, R.C.; ZUCCHI, R.A.; MORAES, R.C.B. Uso da análise faunística de insetos na avaliação do impacto ambiental. Scientia Agrícola v.52, n. 01 p.09-15, 1995.).

Com o uso do óleo vegetal para produção de biodiesel, houve uma valorização das oleaginosas, tornando essas culturas mais atrativas para os produtores (por se adaptarem melhor à estrutura atual), possibilitando novas alternativas econômicas e produção do combustível utilizado nas lavouras (Yerranguntla et al., 2012YERRANGUNTLA, R.R.; ZUBAIDHA, P.K.; JAKKU, N.R.; KONDHARE, D.; DESHMUKH, S.; SAIPRAKASH, S.P. Production of Biodiesel from Guizotia abyssinica seed oil using crystalline Manganese carbon (MnCO3) a Green catalyst. Catalysis for Sustainable Energy , v.01, n.01, p. 22-27, 2012.; Colodetti et al., 2012COLODETTI, T.V.; MARTINS, L.D.; RODRIGUES, W.N.; BRINATE, S.V.B.; TOMAZ, M.A. Crambe: aspectos gerais da produção agrícola. Enciclopédia Biosfera Centro Científico Conhecer Goiânia, v.08, n.14, p. 258-269, 2012.; Ventura et al., 2010VENTURA, D.A.M.F.; ALVES, K.B.; SANTOS, M.K.V.A. Análise comparativa entre o biodiesel de girassol e o biodiesel de mamona. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA E I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE OLEAGINOSAS ENERGÉTICAS, 2010, João Pessoa. Resumo: 2010. p.7-12.). As informações sobre análises faunísticas com insetos que ocorrem em oleaginosas são escassas na literatura, pois tais plantações eram utilizadas apenas para rotação de culturas, adubação, alimentação animal, entre outras atividades (Pereira, 2012PEREIRA, P.P. Biodiesel e Agricultura Familiar: Estudo de Viabilidade de Uso do Nabo Forrageiro . 2012. 107f. Dissertação (Mestrado - Desenvolvimento Regional) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2012. Disponível em: <Disponível em: http://biblioteca.utfpr.edu.br/pergamum/biblioteca/index.php > Acesso em: 12 ago. 2013.
http://biblioteca.utfpr.edu.br/pergamum/...
; Lima et al., 2007LIMA, J.D.; ALDRIGHI, M.; SAKAI, R.K.; SOLIMAN, E.P.; MORAES, W.S. Comportamento do nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) e da nabiça (Raphanus raphanistrum L.) como adubo verde. Pesquisa Agropecuária Tropical , v.37, n.01, p.60-63, 2007.; Derpsc; Calegari, 1992DERPSC, R.; CALEGARI, A. (Eds.) Plantas para adubação verde de inverno . Londrina: Iapar, 1992. 80p.). Como o foco, até então, não era a produção, estudos sobre a entomofauna associada a essas culturas não se faziam necessários.

Nesse contexto, este trabalho objetivou conhecer a análise faunística e a flutuação populacional dos insetos em quatro culturas com potencial para produção de biodiesel (niger, nabo forrageiro, crambe e girassol) em Dourados, Mato Grosso do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS

Local do experimento

O trabalho foi realizado em área experimental agrícola (latitude 22º 14'S, longitude de 54º 49'W e altitude de 458 m). De acordo com o sistema de classificação de Köppen, o clima da região é do tipo Cfa (Clima Mesotérmico Úmido sem estiagem). A precipitação pluviométrica total anual da região é de 1.200 a 1.400 mm. O solo é do tipo Latossolo Vermelho Distroférrico, apresentando-se com textura argilosa e fertilidade natural variável, além de textura média e caráter álico, porém, é profundo, friável e com grande homogeneidade ao longo do perfil.

As oleaginosas foram semeadas no dia 10 de abril de 2011, utilizando-se uma semeadora equipada com 7 linhas, espaçadas entre si de 0,45 m, regulada para distribuir 250 kg ha-1 da fórmula 08-20-20 + 0,3% Zn + 0,3% B. A densidade de semeadura foi de 20 sementes por m linear para nabo forrageiro e crambe. Na fase inicial do estabelecimento das culturas foi necessário o controle de formigas, lagarta Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) e Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae).

Em relação à variedade das sementes: para o nabo forrageiro, foi utilizada a variedade IPR 116; para o crambe, foi utilizado o cultivar Brilhante FMS; para o girassol, foi utilizada a variedade V 2000; para o niger, foram utilizadas sementes cedidas por um produtor localizado no município de Primavera do Leste (MT).

Avaliação em campo

Para o levantamento da entomofauna, foi utilizado o método de pano de coleta, descrito por Shepard et al. (1974SHEPARD, M.; CARNER, J.R.; TURNIPSEED, S.G. A comparison of three sampling methods for arthropods in soybeans. Journal of Economic Entomology , v.3, n.02, p.227-232, 1974). As plantas foram sacudidas vigorosamente sobre o pano, de modo a coletar e registrar todos os insetos presentes. As amostragens foram realizadas no período de maio a setembro de 2011, totalizando onze datas.

Na área amostral, constituída de 525 m2 (15 m x 35 m), instalaram-se 5 blocos com 6 linhas de 35 m cada. Cada bloco foi dividido em 10 unidades amostrais, totalizando na cultura 50 unidades amostrais.

Análise de dados

Com base na análise faunística, as espécies foram classificadas de acordo com: abundância, frequência, constância e dominância.

Para a avaliação da comunidade de insetos, as culturas foram analisadas por meio do estudo da diversidade da entomofauna, pelo cálculo do índice de diversidade de Shannon-Wiener (H') e de equitabilidade.

O índice de diversidade de Shannon-Wiener (H') busca medir o grau de incerteza na edição correta da espécie a que pertence o próximo indivíduo coletado em uma amostragem sucessiva (Martins; Santos, 1999MARTINS, F.R.; SANTOS, F.M.A. Técnicas usuais de estimativa da biodiversidade. Holos , v.01, n.01, p.236-267, 1999.). A equitabilidade varia entre 0 e 1, atingindo o máximo quando todas as espécies estão representadas pelo mesmo número de exemplares.

A análise faunística foi efetuada utilizando-se o software ANAFAU . Empregando-se metodologia de Silveira Neto et al. (1995SILVEIRA NETO, S.S.; MONTEIRO, R.C.; ZUCCHI, R.A.; MORAES, R.C.B. Uso da análise faunística de insetos na avaliação do impacto ambiental. Scientia Agrícola v.52, n. 01 p.09-15, 1995.), consideraram-se predominantes as espécies que obtiveram os maiores índices faunísticos.

Quanto à dominância, as espécies são classificadas em: superdominante (SD) e dominante (D) - frequência maior que o limite da dominância; não dominante (ND) - frequência menor que o limite da dominância.

A abundância foi classificada nas seguintes classes: rara (r) - número de indivíduos menor que o limite inferior ao intervalo de confiança (ic) da média; dispersa (d) - número de indivíduos entre os limites inferior e superior do ic da média; comum (c) - número de indivíduos entre os limites inferior e superior do ic da média; abundante (a) - número de indivíduos entre os limites superiores do ic; superabundante (sa) e muito abundante (ma) - número de indivíduos maior que o limite superior do ic da média.

As classes de frequência foram: pouco frequente (PF) - frequência menor que o limite inferior do ic da média; frequente (F) - frequência entre os limites inferior e superior do ic da média e superfrequente (SF); muito frequente (MF) - frequência maior que o limite superior do ic da média.

Em relação à constância, as taxas foram classificadas em: constante (W) - maior que o limite do ic; acessório (Y) - número situado dentro do ic; acidentais (Z) - menor que o limite inferior de ic.

Verificou-se, ainda, a influência da temperatura, da umidade relativa do ar e da precipitação sobre a comunidade de insetos, utilizando-se o teste de correlação de Pearson. Para tanto, utilizou-se média diária entre avaliações para a temperatura e a umidade relativa, e para a precipitação pluviométrica considerou-se a soma, registrada no período de sete dias anteriores às datas de amostragem.

RESULTADOS

Nos 4 cultivares foi observado um total de 7.406 espécimes, correspondendo a cada cultura: 3.569 no nabo forrageiro, 2.275 no niger, 908 no crambe e 654 no girassol. As espécies que mais se destacaram em cada cultura foram: Microtheca ochroloma (Stal, 1860) (Coleoptera: Chrysomelidae), que correspondeu a 86,23% do total de indivíduos encontrados no nabo forrageiro; Astylus variegatus (Germar, 1824) (Coleoptera: Dasytidae), com 52,25% no niger; Lagria villosa (Fabricius, 1783) (Coleoptera: Tenebrionidae), com 35,78% no crambe; Edessa meditabunda (Fabricius, 1974) (Hemiptera: Pentatomidae), com 19,71% no girassol (Tabela 1).

Tabela 1:
Análise faunística para os insetos observados nas culturas com potencial para produção de biodiesel, município de Dourados (MS), 2012.

Ao se considerar a correlação entre os fatores meteorológicos e a flutuação populacional dos insetos em cada cultura, calcularam-se os valores da correlação de Pearson para a temperatura nas espécies mais abundantes em cada cultura: nabo forrageiro [M. ochroloma (-0,251), L. villosa (0,105), D. speciosa (-0,089)]; niger: [A. variegatus (-0,229), Lygaedae sp.1 (0,074), Dysdercus spp. (0,043)]; crambe: [L. villosa (-0,649), Dysdercus spp. (-0,444), M. ochroloma (-0,343)]; girassol: [E. meditabunda (0,590), D. speciosa (-0,198), C. lacinia saundersii (-0,076)]. Esses valores obtidos indicam que não houve influência sobre as populações estudadas em cada cultura.

Fato semelhante ocorreu com relação à precipitação, que também não apresentou influência sobre os insetos-alvo considerados - nabo forrageiro:[M. ochroloma (-0,012), L. villosa (-0,128), D. speciosa (0,014)]; niger: [A. variegatus (0,335), Lygaedae sp.1 (-0,149), Dysdercus spp. (-0,124)]; crambe: [L. villosa (-0,053), Dysdercus spp. (0,450), M. ochroloma (0,083)]; girassol: [E. meditabunda (-0,123), D. speciosa (-0,048), C. lacinia saundersii (0,1189)].

Nabo forrageiro (Raphanus stivus L. var. Oleiferus Metzg.)

Das 18 espécies de insetos encontrados na cultura do nabo, ocorreu superdominância para 3: M. ochroloma , com3.078 indivíduos; L. villosa , com337 indivíduos; Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (Coleoptera: Chrysomelidae), com78 indivíduos. Essas espécies também foram classificadas como superabundantes, superfrequentes e constantes nessa cultura (Tabela 1).

Quatro espécies foram dominantes: Pseudoplusia includens (Walker, 1857) (Lepidoptera: Noctuidae), com15 espécimes; Helicoverpa zea (Boddie, 1850) (Lepidoptera: Noctuidae), com 18 espécimes; Ascia monuste orseis (Latreille, 1818) (Lepidoptera: Pieridae), com 17 espécimes; Cycloneda sanguinea (Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Coccinelidae), com 6 espécimes, mostrando-se muito abundantes e muito frequentes as três primeiras espécies citadas, sendo que a quarta espécie foi classificada como comum e frequente. Com relação à constância, essas quatro espécies foram acidentais nessa cultura.

Nessas espécies não ocorreram dominância: Plutella spp. com 5 espécies; Euschistus heros (Fabricius, 1794) (Hemiptera: Pentatomidae) com 4 espécies; Reduvidae sp.1 com 3 espécies; Cicadellidae sp.1 com 3 espécies. Foram comuns e frequentes; A. variegatus (2); Dysdercus spp. (2) e Acrididae sp.1 (2). Essas espécies foram classificadas como dispersas e pouco frequentes.

Ocorrendo apenas uma vez, sendo, portanto, consideradas espécies raras e, em relação à constância, acidentais, encontram-se as espécies: E. meditabunda , Chrysoperla externa (Hagen, 1861) (Neuroptera: Chrysopidae), Chlosyne lacinia saundersii (Doubleday; Hewitson, 1849) (Lepidoptera, Nymphalidae) e Lygaedae sp.2 (Tabela 1).

Em relação às espécies superabundantes de cada cultura, a flutuação populacional de M. ochroloma teve uma variação de 0 a 781 espécies, a de L. villosa , de 0 a 121 espécies, e a de D. speciosa ,de 0 a 22 espécies (Fig. 1A).

Figura 1:
Flutuação populacional de insetos e parâmetros climáticos; (A) nabo forrageiro; (B) niger; (C) crambe; (D) girassol. Dourados (MS), 2012.

Niger (Guizotia abyssinica Cass.)

Em relação à cultura do niger foram encontradas 17 espécies de insetos pragas e predadores, em que 3 espécies apresentaram superdominância: A. variegatus (1.189 indivíduos); Lygaedae sp.3 (515 indivíduos); Dysdercus spp. (236 indivíduos). Essas espécies foram também classificadas como superabundantes, sendo que as suas classes de frequências foram determinadas como superfrequentes. As taxas de constância foram definidas como constantes para A. variegatus e Lygaedae sp.3, diferindo para Dysdercus spp., que se apresentou como acessória.

Considerando a dominância dos indivíduos, 11 espécies foram classificadas como dominantes: E. meditabunda (57), C. sanguinea (56), A. monuste (41), Lygaedae sp.2 (35), D. speciosa (31), Plutella spp. (30), Lygaedae sp.1 (29), Cicadellidae sp.1 (13), E. heros (12), L villosa (11) e (11) H. zea. Três espécies apresentaram-se como não dominantes (M. ochroloma , P. includens e Acrididae sp.1) (Tabela 1).

As espécies classificadas como muito abundantes, muito frequentes e constantes foram: E. meditabunda , A. monuste e C. sanguinea. Já as espécies D. speciosa , Plutella spp. Lygaedae sp.1 foram classificadas como comuns e frequentes, sendo também observadas como constantes na cultura. Com relação a M. ochroloma , P. includens , L. villosa , H. zea e Acrididae sp.1, estas foram classificadas como raras e pouco frequentes e as taxas foram definidas como acidentais. As espécies encontradas como dispersas e pouco frequentes foram: E. heros e Cicadellidae sp.1, sendo constante apenas a primeira, e a segunda espécie foi classificada como acessória. A espécie Lygaedae sp.2 foi observada como abundante, muito frequente e constante.

Em relação às espécies superabundantes, a flutuação populacional da espécie de A. variegatus teve uma variação de 0 a 274, a de Lygaedae sp.3, de 0 a 24, e a de Dysdercus spp., de 0 a 233 (Fig. 1B).

Crambe (Crambe abyssinica Hoechst)

No crambe foram encontradas 18 espécies, dentre as quais 2, L. villosa e Dysdercus spp., foram classificadas como superdominantes e superabundantes, sendo, ainda, definidas como superfrequentes e constantes.

Dez espécies encontradas nesta cultura: D. speciosa , E. heros , Plutella spp., Acrididae sp.1, A. variegatus , Aphididae sp.1, H. zea , M. ochroloma , Cicadellidae sp.1 e C. externa apresentaram dominância, de acordo com o método de Laroca e Mielke, e foram classificadas, ainda, como muito abundantes. As espécies E. heros , Aphididae sp.1, M. ochroloma e Cicadellidae sp.1 foram classificadas como comuns. As espécies Acrididae sp.1, C. externa e Plutella spp, além de serem dominantes, também apresentaram superfrequência. Três espécies (D. speciosa , A. variegatus e H. zea ) foram classificadas como frequentes, e outras duas (Plutella spp. e C. externa ) foram observadas com pouca frequência. Das espécies dominantes, sete foram classificadas como constantes, e as demais como acessórias (Tabela 2).

Tabela 2:
Análise faunística para os insetos observados nas culturas com potencial para produção de biodiesel, município de Dourados (MS), 2012.

As espécies observadas como não dominantes foram: Lygaedae sp.2, C. sanguinea , E. meditabunda , Lygaedae sp.1, N. viridula e P. includens , sendo estas também classificadas como raras e apresentando pouca frequência. As três primeiras espécies citadas foram consideradas acessórias, e as três últimas como acidentais.

Em relação às espécies superabundantes, a flutuação populacional da espécie de L. villosa teve uma variação de 0 a 48 (Fig. 1C).

Girassol (Helianthus annuus L.)

Foram encontradas 18 espécies nesta cultura. Segundo o método de Laroca e Mielke, foram classificadas como dominantes as seguintes espécies: D. speciosa , L. villosa , E. heros , Plutella spp., Dysdercus spp., Lygaedae sp.2, Lygaedae sp.1, Acrididae sp.1, A. variegatus , Aphididae sp.1, H. zea , M. ochroloma , C. sanguinea , Cicadellidae sp.1, E. meditabunda , N. viridula , C. externa , P. includens , C. lacinia saundersii . Dentre estas, D. speciosa , L. villosa , E. meditabunda e C. lacinia saundersii foram classificadas como muito abundantes, e as espécies Dysdercus spp., Lygaedae sp.2, Acrididae sp.1, A. variegatus , Aphididae sp.1 e M. ochroloma , como comuns. H. zea e C. externa foram classificadas como raras, diferindo da espécie C. sanguínea , que foi classificada como acidental (Tabela 2). As demais espécies (E. heros , Lygaedae sp.1, Cicadellidae sp.1, P. includens e Leptoglossus spp.) foram observadas como não dominantes e raras.

As espécies classificadas como muito frequentes foram: D. speciosa , C. sanguinea , E. meditabunda , C. lacinia saundersii e L. villosa . As três primeiras (D. speciosa , C. sanguinea , E. meditabunda ) foram observadas como constantes, a quarta espécie (C. lacinia saundersii ) foi classificada como acidental, e a quinta espécie (L. villosa ), como acessória. As espécies frequentes foram: Acrididae sp.1, M. ochroloma , Dysdercus spp., A. variegatus , Aphididae sp.1, Lygaedae sp.2, sendo que as duas primeiras espécies (Acrididae sp.1, M. ochroloma ) foram classificadas como constantes; já a 3ª, 4ª e 5ª espécies (Dysdercus spp, A. variegatus , Aphididae sp.1) foram definidas como acessórias; a última espécie (Lygaedae sp.2) foi classificada como acidental. As espécies pouco frequentes na cultura do girassol foram: P. includens , Leptoglossus spp. C. externa , Cicadellidae sp.1, E. heros , Lygaedae sp.1 e H. zea ; a maioria dessas espécies foi classificada como acidental, uma vez que apenas a última espécie citada (H. zea ) foi observada como acessória.

A cultura que apresentou maior equitabilidade foi a do girassol (0,7935), seguida por crambe (0,6047), niger (0,5423) e, por último, nabo forrageiro (0,1978), em que os maiores indicam que ocorreu uma maior equitabilidade na cultura.

Em relação ao índice de Shannon-Wiener (H') (Tabela 3), o maior valor ocorreu na cultura do girassol (22,935), seguida por crambe (17,478), niger (15,364) e nabo forrageiro (0,5716).

Tabela 3:
Índices de diversidade de Shannon-Wiener e equitabilidade calculados para cada cultura em Dourados (MS), 2012.

Em relação às espécies muito abundantes, a flutuação populacional das espécies de E. meditabunda teve uma variação de 0 a 109, de D. speciosa ,de 0 a 60, e de C. lacinia saundersii ,de 0 a 81 (Fig. 1D).

DISCUSSÃO

A metodologia de batida de pano utilizada neste trabalho permite capturar os insetos que ficam na parte aérea da planta encontrados na parte apical da oleaginosa. Foram registrados nas áreas de culturas oleaginosas estudadas insetos herbívoros (7.263) e predadores (143). Durante as amostragens a temperatura variou entre 14,5 e 25,5oC e a precipitação foi quase nula.

Na cultura do nabo forrageiro as três espécies que mais se destacaram foram M. ochroloma , L. villosa e D. especiosa , e a espécie que apresentou maior número de indivíduos foi M. ochroloma , com 3.078, presentes em 9 das 11 amostragens realizadas. No Rio Grande do Sul, as larvas e os adultos desse inseto também são encontrados no nabo forrageiro, causando injúrias (Soares et al ., 2011).

Em relação à segunda espécie mais abundante, L. villosa , existem registros em cafeeiro, em que as larvas causam um anelamento nas mudas em estágio de três a quatro pares de folhas e os adultos alimentam-se de folhas, casca e polpa de frutos (Gallo et al., 2002GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.). L. villosa é um dos coleópteros encontrados na cultura da soja (Chiaradia et al., 2011CHIARADIA, L.A.; REBONATTO, A.; SMANIOTTO, M.A.; DAVILA, M.R.F.; NESI, C.N. Artropodofauna associada às lavouras de soja. Revista de Ciências Agroveterinárias , v.10, n.01, p.29-36, 2011.), porém, o fato dessa espécie não provocar danos nessa cultura (Gallo et al., 2002GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.), sua presença não deve ser ignorada, pois essa espécie pode usar a soja como refúgio e migrar para outras lavouras e causar danos.

A terceira espécie mais abundante, D. speciosa , pode ser citada como um inseto praga encontrado na cultura, tanto na fase larval quanto adulta, em cultivos de feijão, soja e milho (Marques et al., 1999MARQUES, G.B.C.; AVILA, C.J.; PARRA, J.R.P. Danos causados por larvas e adultos de Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae) em milho, Pesquisa Agropecuária Tropical v.34, n.11, p.1983-1986, 1999.), sendo citada como uma das principais pragas do girassol nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (Neri et al., 2010NERI, D.K.P.; MORAIS, D.D.; SENA JÚNIOR, H.S. Ocorrência de Diabrotica speciosa (Coleoptera:Chrysomelidae) na cultura do Girassol no Município de Ipanguaçu/RN. Holos , v.26, n.03, p.102-107, 2010.).

Em termos de flutuação populacional observam-se que os picos populacionais de M. ochroloma ocorreram aos 55 e 76 dias após a semeadura (DAS), com 781 e 756 indivíduos, respectivamente. Em relação a L. villosa ,sua população manteve-se baixa até 76 DAS das plantas, mas teve um aumento acentuado de indivíduos a partir dos 105 DAS com 76 espécimes, seguido de 108 aos 117 DAS e de 121 aos 124 DAS, não aparecendo mais a partir dos 131 DAS.

No niger as três espécies com maior ocorrência foram: A. variegatus ,seguida de Lygaedae sp.1 e Dysdercus spp.; a espécie com maior número de indivíduos foi A. variegatus , com 1.189 indivíduos. Os picos populacionais de A. variegatus foram observados aos 55 DAS, com 274, aos 62 DAS, com 266, aos 69 DAS, com 271, e aos 76 DAS, com 259 indivíduos. Já Dysdercus spp. teve um pico aos 69 DAS, com 233 indivíduos, não aparecendo mais em outras amostragens.

O A. variegatus foi encontrado em maior abundância na cultura do niger; já foi observado na fase adulta alimentando-se de panículas de sorgo, danificando os grãos, em cultivos de sorgo na região de Campinas (Rosseto; Rosseto, 1976ROSSETO, C.J.; ROSSETO, D. Astylus variegatus (Germar, 1824) (Coleoptera, Dasytidae) danificando sorgo. Bragantia , v.35, n.02, p.131-132, 1976.). As larvas desse inseto são consideradas pragas do milho, atacando as sementes antes e após a germinação, especialmente em anos secos, ocasionando falhas na cultura (Gallo et al., 2002GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.); o imaturo também ataca as sementes de girassol (Gazzola et al., 2012GAZZOLA, A.; FERREIRA JUNIOR, C.T.G.; CUNHA, D.A.; BORTOLINE, E.; PAIAO, G.D.; PRIMIANO, E.V.; PESTANA, J.; D'ANDRÉA, M.S.C.; OLIVEIRA, M.S. A cultura do girassol. Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" Departamento de Produção Vegetal,. 2012. 69p.).

Na cultura do crambe as espécies de maior ocorrência foram Dysdercus spp., L. villosa e M. ochroloma. A espécie que se destacou foi Dysdercus spp., com 331 indivíduos, com pico populacional observado aos 94 DAS, com 48 indivíduos. Em relação a M. ochroloma , o maior número de indivíduos ocorreu aos 17 DAS, com 29 indivíduos, decaindo nas amostragens seguintes.

Existem poucos registros de insetos pragas que atacam o crambe no Brasil, ocorrendo ataques isolados de lagarta rosca (Agrotis spp.e Spodoptera spp.) seccionando plântulas (Colodetti et al., 2012COLODETTI, T.V.; MARTINS, L.D.; RODRIGUES, W.N.; BRINATE, S.V.B.; TOMAZ, M.A. Crambe: aspectos gerais da produção agrícola. Enciclopédia Biosfera Centro Científico Conhecer Goiânia, v.08, n.14, p. 258-269, 2012.).

Com relação à cultura do girassol, as espécies que mais se destacaram foram E. meditabunda, D. speciosa e C. lacinia saundersii . A espécie predominante foi E. meditabunda , com 129 indivíduos. Esse inseto é encontrado em culturas de alface (Krinski; Pelissari, 2012KRINSKI, D.; PELISSARI, T.D. Occurrence of the stinkbug Edessa meditabunda F. (Pentatomidae) in different cultivars of lettuce Lactuca sativa (Asteraceae). Bioscice Journal , v.28, n.04, p.654-659, 2012.) e pode ser considerado como uma praga secundária da cultura da soja (Fiorin et al., 2011FIORIN, R.A.; STÜRMER, G.R.; GUEDES, J.V.C.; da COSTA, I.F.D.; PERINI, C.R. Métodos de aplicação e inseticidas no controle de percevejos na cultura da soja. Semina: Ciências Agrárias v.32, n.01, p.139-146, 2011.). Em relação à segunda espécie mais predominante, D. speciosa , ataca as folhas do girassol, perfurando-as (Gazzola et al., 2012GAZZOLA, A.; FERREIRA JUNIOR, C.T.G.; CUNHA, D.A.; BORTOLINE, E.; PAIAO, G.D.; PRIMIANO, E.V.; PESTANA, J.; D'ANDRÉA, M.S.C.; OLIVEIRA, M.S. A cultura do girassol. Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" Departamento de Produção Vegetal,. 2012. 69p.).

Na literatura, vários insetos pragas são registrados causando danos ao girassol: D. speciosa , C. lacinia , N. viridula , P. guildinii , E. heros , Cyclocepha melanocephala , Atta spp., Agrostis ipsilon (Lira et al ., 2011). Já a espécie C. lacinia saundersii é uma das principais lagartas da cultura do girassol (Gazzola et al., 2012GAZZOLA, A.; FERREIRA JUNIOR, C.T.G.; CUNHA, D.A.; BORTOLINE, E.; PAIAO, G.D.; PRIMIANO, E.V.; PESTANA, J.; D'ANDRÉA, M.S.C.; OLIVEIRA, M.S. A cultura do girassol. Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" Departamento de Produção Vegetal,. 2012. 69p.; Boiça Junior; Vendramin, 1993BOIÇA JUNIOR, A.L.; VENDRAMIM, J.D. Infestação de girassol pela lagarta Chlosyne lacinia saundersii em duas épocas de cultivo.Scientia Agrícola v.50, n.02, p.244-253, 1993.), atacando principalmente as folhas, podendo causar desfolha total, reduzindo a produção da planta; essa lagarta tem como característica ser encontrada de forma agregada nas plantas (Gallo et al., 2002GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.).

Dentre as lagartas, é comum ocorrer na cultura do girassol Plusia nu Guenée, 1852, C. lacinia saundersii e Agrotis ipsilon (Hufnagel 1776) (Gallo et al., 2002GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.).

O pico populacional de E. meditabunda ocorreu aos 124 DAS, com 109 indivíduos; de D. speciosa , aos 105 DAS, com 60 indivíduos, e aos 117 DAS, com 40 indivíduos; e de C. lacinia saundersii , aos 105 DAS, com 81 indivíduos.

CONCLUSÕES

A entomofauna observada pela metodologia proposta é diversificada em todas as culturas com potencial para o biodiesel, sendo que as variáveis não causam influência nessa análise.

Considerando os insetos que foram capturados da parte aérea em quatro culturas oleaginosas, não há diferenças significativas em relação ao número de espécies (riqueza) encontrado em cada cultura.

A cultura que apresenta a maior diversidade é a do girassol, seguida por crambe, niger e nabo forrageiro.

Em relação aos insetos predadores que ocorrem nas culturas, três espécies (C. externa , C. sanguinea , Reduvidae sp.1) estão presentes também no nabo forrageiro e no niger; no crambe são duas espécies: C. externa , C. sanguinea ; e no niger há apenas uma espécie: C. sangiínea .

A temperatura e a precipitação são fatores que não influenciam a ocorrência de insetos encontrados nessas culturas.

AGRADECIMENTOS

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão de bolsa.

REFERÊNCIAS

  • BOIÇA JUNIOR, A.L.; VENDRAMIM, J.D. Infestação de girassol pela lagarta Chlosyne lacinia saundersii em duas épocas de cultivo.Scientia Agrícola v.50, n.02, p.244-253, 1993.
  • BRANCO, R.T.P.C.; PORTELA, G.L.F.; BARBOSA, O.A.A.; SILVA, P.R.R.; PÁDUA, L.E.M. Análise faunística de insetos associados à cultura da cana-de-açúcar, em área de transição floresta amazônica-cerrado (mata de cocal), no município de União-Piauí-Brasil. Semina: Ciências Agrárias , v.31, n.01, p.1113-1120, 2010.
  • CHIARADIA, L.A.; REBONATTO, A.; SMANIOTTO, M.A.; DAVILA, M.R.F.; NESI, C.N. Artropodofauna associada às lavouras de soja. Revista de Ciências Agroveterinárias , v.10, n.01, p.29-36, 2011.
  • COLODETTI, T.V.; MARTINS, L.D.; RODRIGUES, W.N.; BRINATE, S.V.B.; TOMAZ, M.A. Crambe: aspectos gerais da produção agrícola. Enciclopédia Biosfera Centro Científico Conhecer Goiânia, v.08, n.14, p. 258-269, 2012.
  • DERPSC, R.; CALEGARI, A. (Eds.) Plantas para adubação verde de inverno . Londrina: Iapar, 1992. 80p.
  • FIORIN, R.A.; STÜRMER, G.R.; GUEDES, J.V.C.; da COSTA, I.F.D.; PERINI, C.R. Métodos de aplicação e inseticidas no controle de percevejos na cultura da soja. Semina: Ciências Agrárias v.32, n.01, p.139-146, 2011.
  • FRIZZAS, M.R.; OMOTO, C.; SILVEIRA NETO, S.; MORAES, R.C.B. Avaliação da comunidade de insetos durante o ciclo da cultura do milho em diferentes agroecossistemas. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.02, n.02, p.9-24, 2003.
  • GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES, J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.
  • GAZZOLA, A.; FERREIRA JUNIOR, C.T.G.; CUNHA, D.A.; BORTOLINE, E.; PAIAO, G.D.; PRIMIANO, E.V.; PESTANA, J.; D'ANDRÉA, M.S.C.; OLIVEIRA, M.S. A cultura do girassol. Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" Departamento de Produção Vegetal,. 2012. 69p.
  • KRINSKI, D.; PELISSARI, T.D. Occurrence of the stinkbug Edessa meditabunda F. (Pentatomidae) in different cultivars of lettuce Lactuca sativa (Asteraceae). Bioscice Journal , v.28, n.04, p.654-659, 2012.
  • LIMA, J.D.; ALDRIGHI, M.; SAKAI, R.K.; SOLIMAN, E.P.; MORAES, W.S. Comportamento do nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) e da nabiça (Raphanus raphanistrum L.) como adubo verde. Pesquisa Agropecuária Tropical , v.37, n.01, p.60-63, 2007.
  • MARQUES, G.B.C.; AVILA, C.J.; PARRA, J.R.P. Danos causados por larvas e adultos de Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae) em milho, Pesquisa Agropecuária Tropical v.34, n.11, p.1983-1986, 1999.
  • MARTINS, F.R.; SANTOS, F.M.A. Técnicas usuais de estimativa da biodiversidade. Holos , v.01, n.01, p.236-267, 1999.
  • NERI, D.K.P.; MORAIS, D.D.; SENA JÚNIOR, H.S. Ocorrência de Diabrotica speciosa (Coleoptera:Chrysomelidae) na cultura do Girassol no Município de Ipanguaçu/RN. Holos , v.26, n.03, p.102-107, 2010.
  • PEREIRA, P.P. Biodiesel e Agricultura Familiar: Estudo de Viabilidade de Uso do Nabo Forrageiro . 2012. 107f. Dissertação (Mestrado - Desenvolvimento Regional) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, 2012. Disponível em: <Disponível em: http://biblioteca.utfpr.edu.br/pergamum/biblioteca/index.php > Acesso em: 12 ago. 2013.
    » http://biblioteca.utfpr.edu.br/pergamum/biblioteca/index.php
  • PETROBRAS. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/biocombustiveis/>. Acesso em: 09 dez. 2012.
    » http://www.petrobras.com.br/pt/energia-e-tecnologia/fontes-de-energia/biocombustiveis/
  • PITOL, C. Biodiesel: Culturas, Sistemas de Produção e Rotação de Culturas In: Tecnologia e Produção - Culturas: Safrinha de Inverno 2007. Disponível em: <http://www.fundacaoms.org.br/page.php?21>. Acesso em: 15 de out. 2012.
    » http://www.fundacaoms.org.br/page.php?21
  • ROSSETO, C.J.; ROSSETO, D. Astylus variegatus (Germar, 1824) (Coleoptera, Dasytidae) danificando sorgo. Bragantia , v.35, n.02, p.131-132, 1976.
  • SHEPARD, M.; CARNER, J.R.; TURNIPSEED, S.G. A comparison of three sampling methods for arthropods in soybeans. Journal of Economic Entomology , v.3, n.02, p.227-232, 1974
  • SILVEIRA NETO, S.; NAKANO, O.; NOVA, N.V.A. (Eds.). Manual de Ecologia dos Insetos Piracicaba: Ceres, 1976. 419p.
  • SILVEIRA NETO, S.S.; MONTEIRO, R.C.; ZUCCHI, R.A.; MORAES, R.C.B. Uso da análise faunística de insetos na avaliação do impacto ambiental. Scientia Agrícola v.52, n. 01 p.09-15, 1995.
  • UNGARO, M.R.G.; NETO, A.R. Considerações sobre pragas e doenças de pinhão - manso no Estado de São Paulo. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE PLANTAS OLEAGINOSAS, ÓLEOS, GORDURAS E BIODIESEL - "BIODIESEL: COMBUSTÍVEL ECOLÓGICO", 2007, Varginha. Resumo: 2007. p. 729-735.
  • VENTURA, D.A.M.F.; ALVES, K.B.; SANTOS, M.K.V.A. Análise comparativa entre o biodiesel de girassol e o biodiesel de mamona. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA E I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE OLEAGINOSAS ENERGÉTICAS, 2010, João Pessoa. Resumo: 2010. p.7-12.
  • YERRANGUNTLA, R.R.; ZUBAIDHA, P.K.; JAKKU, N.R.; KONDHARE, D.; DESHMUKH, S.; SAIPRAKASH, S.P. Production of Biodiesel from Guizotia abyssinica seed oil using crystalline Manganese carbon (MnCO3) a Green catalyst. Catalysis for Sustainable Energy , v.01, n.01, p. 22-27, 2012.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2015

Histórico

  • Recebido
    13 Ago 2013
  • Aceito
    03 Mar 2015
Instituto Biológico Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252 - Vila Mariana - São Paulo - SP, 04014-002 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: arquivos@biologico.sp.gov.br