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Investimentos em Inovação e sua Influência na Receita Líquida de Vendas: Uma Análise com Base nos Dados do PINTEC

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo analisar a influência dos investimentos em inovação na receita líquida de vendas dos setores nacionais de grande porte a partir das informações disponibilizadas de forma livre pela Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC). Para analisá-las, utilizou-se os dados da PINTEC referentes aos anos de 2000, 2003, 2005, 2008 e 2011, consolidando-os de maneira específica. A análise foi desenvolvida a partir de regressões por dados em painel de efeitos fixos, conforme apontou o teste de Hausman, e a definição de setores de grande porte baseou-se na mediana da receita líquida de vendas. Os resultados encontrados sugeriram que, em média, para os setores de grande porte a aquisição de Máquinas&Equipamentos e os Projetos Industriais e Outras Preparações Técnicas são variáveis determinantes estatisticamente para o aumento das receitas.

Palavras-chave:
Investimento em inovação; Receita líquida de vendas; PINTEC; Setores grandes

ABSTRACT

The aim of this research is to analyze the influence of innovation investments on net sales from major national sectors. The data was collected from the free access to the Technological Innovation Research (PINTEC) database. To proceed the analysis, we collected the PINTEC data from the years 2000, 2003, 2005, 2008 and 2011, consolidating them in a specific way. The analysis were developed through regressions of panel data with fixed effects, according to Hausman test, and the definition of large scale sectors was based on the median of net sales. The results suggest that, on average, for the large scale sectors the acquisition of machinery & equipment and industrial projects & other technical improvements are statistically relevant variables to increase the net sales.

Keywords:
Innovation investment; Net sales; PINTEC; Large scale sectors

1. INTRODUÇÃO

No contexto contemporâneo, a inovação é propulsora do desenvolvimento, com diferentes alcances políticos, sociais e econômicos. A incorporação de novas tecnologias fomenta novos mercados e cadeias produtivas, seja para empresas, setores e/ou nações. O papel do governo, como motivador do processo de inovação, é fundamental nesse sentido, seja através do incentivo financeiro e/ou político.

Alinhado a isso, as grandes nações têm correspondido às recomendações do Manual de Oslo e investido em inovação. O Brasil, por exemplo, aderiu a um sistema de mensuração de desempenho de inovação ao implementar a Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) no final da década de 90, tendo publicado até então o PINTEC 2000PINTEC. Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica 2000. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202000.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
, 2003______. 2003. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202003.pdf> . Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
, 2005______. 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202005.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
, 2008______. 2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202008.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
e 2011______. 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/pintec2011%20publicacao%20completa.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
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Por também estar em consonância ao Manual de Oslo, a PINTEC permite a comparabilidade de resultados alcançados com outros países (KANNEBLEY, DE NEGRI, 2008KANNEBLEY JÚNIOR, S.; PORTO, G. S.; PAZELLO, E. T. Inovação na indústria brasileira: uma análise exploratória a partir da Pintec. Revista Brasileira de Inovação, v. 3, n. 1, p. 87-128, 2004.). Assim, também para esses autores, as pesquisas desenvolvidas pelo PINTEC são importantes, especialmente por explicitar as condições inovativas do Brasil, sendo possível identificar condições do processo produtivo, das estratégias das organizações e da destinação dos investimentos, fatores esses que pré-determinam o processo de inovação.

O acompanhamento desses fatores permite realizar análises do mercado de inovação no Brasil, além de avaliar as políticas nacionais e regionais de inovação. Dessa maneira, a PINTEC objetiva o desenvolvimento de indicadores setoriais, regionais e nacionais que fomentam a inovação tecnológica presente em indústrias nacionais. Assim, analisar a influência do investimento em inovação em contas de resultados, como a receita líquida de vendas de empresas e/ou setores, pode ser importante para avaliar as relações de causa e efeito entre os investimentos realizados em inovação e as receitas obtidas pelas indústrias nacionais.

Em especial para atividades inovativas, percebe-se que setores econômicos se desenvolvem de maneira heterogênea, e considerar tal condição permite uma melhor análise de dados e resultados. Sobre isso, Pavitt (1984)______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984. ressalta que a heterogeneidade impacta diretamente a atividade de inovação, assumindo, adicionalmente, que há uma relação entre o porte das empresas (ou dos setores) e a capacidade de inovação.

Diante o exposto, o objetivo dessa pesquisa é analisar a relação entre a receita líquida de venda e o investimento em inovação nos setores nacionais de grande porte, utilizando-se de uma consolidação específica da base de dados disponível gratuitamente pelo PINTEC referente aos anos de 2000, 2003, 2005, 2008 e 2011, sendo essa metodologia inovadora em relação aos estudos desenvolvidos anteriormente. Assim, considerou-se como investimentos em inovação os dispêndios direcionados a: compra de máquinas e equipamentos, P&D interna, desenvolvimento P&D externa, aquisição de software, aquisição de conhecimentos externos, treinamento, projetos industriais e inserção de inovações tecnológicas no mercado (VIEIRA, 2008VIEIRA, K. P. Financiamento e Apoio à Inovação no Brasil. 2008. 112f. Dissertação (Mestrado em Economia) - Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.)

Após essa breve introdução, essa pesquisa foi dividida em: 2) referencial teórico e as evidências empíricas; 3) metodologia e descrição da base de dados; 4) resultados e discussões; e, por último, 5) considerações finais.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. INOVAÇÃO

A Nova Economia é uma das denominações aplicadas ao Século XXI devido à uma nova forma de criação de valor desenvolvida pelas empresas, setores econômicos e nações, a exemplo dos ativos intangíveis e, dentre eles, a inovação (LEV, 2001LEV, B. Intangibles: Management, Measurement and Reporting. Washington, DC: Brookings Institution Press, 2001.). Na literatura é possível encontrar diversas definições, porém, de modo geral, considera-se que a inovação é um sistema de conhecimento acumulado e dinâmico que conduz à transferência e difusão de ideias, conhecimentos, aprendizados e desenvolvimento econômico por meio da flexibilização dos processos produtivos de diversas áreas organizacionais (SCHUMPETER, 1934SCHUMPETER, J. The Theory of Economic Development. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1934.; LUNDVALL, 1992LUNDVALL, B. National Systems of Innovation: Towards a Theory of Innovation and Interactive Learning. London: Pinter Publishers, 1992.; LACERDA, 2001LACERDA, A. C. et al. Tecnologia: estratégia para a competitividade. São Paulo: Nobel, 2001.).

Em função da importância do movimento da inovação em escala mundial, foram desenvolvidas metodologias a serem adotadas pelos países de forma a consolidar as diretrizes para coleta e interpretação de dados a fim de compará-los. A possibilidade de desenvolver e coletar dados, mesmo complexos e diferenciados sobre inovação, foi apresentada no primeiro manual de Oslo de 1992 (OCDE, 2005OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica. 3.ed. Paris: OCDE, 2005. ).

A evolução desse conhecimento permitiu o desenvolvimento de indicadores de inovação comparáveis e relevantes, principalmente entre os países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e os demais países que adotam esses princípios, adquirindo grande utilidade para analistas e implementadores de ações políticas, apesar da limitação dos dados e dos modelos desenvolvidos (OCDE, 2005OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica. 3.ed. Paris: OCDE, 2005. ). Consequentemente, o Manual de Oslo desponta como a fonte de amplitude internacional sobre as atividades de inovação no setor produtivo.

Sobre essas atividades, existem algumas classificações e tipos de inovação que ocorrem nos diferentes ambientes organizacionais. Essas particularidades podem ser divididas em quatro tipos: (i) organizacional: novos métodos organizacionais de prática de negócios; (ii) de processos: método de produção ou de entrega novo ou significativamente melhorado, sendo incluídas alterações significativas em técnicas, equipamento, tecnologia e software; (iii) de produto: bem ou serviço novo ou significativamente melhorado mediante as características e usos sobre os quais se destinam; (iv) de marketing: método que implemente o posicionamento, promoção, preço e praça do produto (OCDE, 2005OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica. 3.ed. Paris: OCDE, 2005. ).

Além dessas, considera-se que há ainda inovações radicais, que consolidam profundas rupturas, e as inovações incrementais, que representam a continuidade do processo de mudança por apresentar melhorias ao já existe (REIS, 2004REIS, D. R. Gestão da inovação tecnológica. Barueri: Manole, 2004.; SCHUMPETER, 1934SCHUMPETER, J. The Theory of Economic Development. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1934.). A OCDE (2005)OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação Tecnológica. 3.ed. Paris: OCDE, 2005. revela ainda que, em termos de inovação, pode-se diferenciar a relevância das atividades de inovação entre empresas analisadas, consistindo ou em uma mudança significativa ou um conjunto de mudanças incrementais, podendo ser classificada em uma novidade para a empresa, para o mercado ou para o mundo.

Em função disso, as estruturas organizacionais, sendo elas grandes ou pequenas, simples ou complexas, são determinadas para adaptarem-se às mudanças de tecnologia e do meio ambiente (CASSIOLATO, LASTRES, 2000CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, M. H. M. Sistemas de inovação: políticas e perspectivas. In: Carlos Henrique Cardim (editor). Parcerias Estratégicas, 1ed, Brasília, Ministério da Ciência e Tecnologia- Centro de Estudos Estratégicos: 2000, p. 237-255.; LAM, 2005LAM, A. Organizational Innovation. Oxford: Oxford University Press, 2005.). Adicionalmente, March e Sutton (1997)MARCH, J. G.; SUTTON, R. I. Organizational performance as a dependent variable. Organization Science, v. 8, n. 6, p. 698-706, 1997. afirmam que o ato de inovar considera o conteúdo estratégico dos negócios cujo objetivo é entrar em novos mercados ou permitir reposicionamento produtivo e competitivo em sua cadeia de valor.

2.2. INOVAÇÃO EM EMPRESAS E SETORES DE DIFERENTES PORTES

Definir quem inova mais entre empresas e setores pequenos ou grandes é objeto de extensa pesquisa empírica. Para Arrow (1983)ARROW, K. J. Innovation in Large and Small Firms. In: RONEN, J. (ed.), Entrepreneurship, Lexington Books: Toronto, 1983. e Holmstrom (1989)HOLMSTROM B., Agency Costs and Innovation. Journal of Economic Behavior and Organization, v. 12, n. 3, p.305-327, 1989., polarizar estruturas de inovação de acordo com o tamanho da empresa pode criar estereótipos, atribuindo atividades que seriam adequadas para empresas pequenas ou grandes. Por outro lado, Pavitt (1984)______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984., Bell e Pavitt (1993)BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 1, p. 157-210, 1993. e Rizzoni (1994)RIZZONI, A. Technology and organisation in small firms: an interpretative framework. Revue D’Économie Industriell, n. 67, p. 135-155, 1994. apresentaram relevantes diferenças entre setores heterogêneos para a geração de inovação, sendo estabelecidos padrões peculiares.

Sobre isso, Acs e Audretsch (1990)ACS, Z.; AUDRETSCH, D. Innovation and small firms. Cambridge: MIT Press, 1990. ressaltam que tanto empresas grandes como pequenas se adaptam ao ambiente de atuação para impulsionar o processo de inovação. Esses autores revelaram ainda que há uma importante participação de empresas de pequeno e médio porte para o desenvolvimento de inovações. De acordo com Scherer (1980)SCHERER F. M. Industrial market structure and economic performance. Chicago: Rand McNally, 2.ed, 1980., existe uma busca equivocada acerca do tamanho ideal de uma empresa para o desenvolvimento da inovação.

Nesse sentido, considera-se que, independentemente do porte, empresas e setores econômicos buscam desenvolver e implementar inovações, porém a forma como elas as desenvolvem pode variar de acordo com o seu porte. Com base na discussão entre a heterogeneidade setorial e o desenvolvimento da inovação, foram desenvolvidas algumas taxonomias, conforme pode ser observado no Quadro 1.

Quadro 1
Abordagens para o desenvolvimento do processo de inovação para empresas e setores

Existem diferentes vantagens e desvantagens, que são variáveis imprescindíveis para o desenvolvimento do processo de inovação. De maneira geral, pequenas empresas possuem maior flexibilidade e adaptabilidade frente às dificuldades, consegue melhor integração organizacional e maior eficiência de comunicação, respondendo mais rapidamente às oportunidades de mercado (PAVITT, 1984______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984.). Já as grandes empresas, de acordo com Pavitt (1984)______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984., possuem diferenças quanto às fontes tecnológicas, oportunidades de mercado e apropriabilidade, conforme demonstrado no Quadro 2.

Quadro 2
Taxonomia de padrão de inovação das grandes firmas

Baseando-se no estudo de Pavitt (1984)______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984., Rizzoni (1994)RIZZONI, A. Technology and organisation in small firms: an interpretative framework. Revue D’Économie Industriell, n. 67, p. 135-155, 1994. desenvolveu uma análise de empresas de inovação de pequeno porte, separando-as em seis categorias, conforme demonstrado no Quadro 3.

Quadro 3
Padrão de inovação para empresas de pequeno porte

Os Quadros 2 e 3 indicaram a diversidade de padrões de inovação entre empresas grandes e pequenas (PAVITT, 1984______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984.; RIZZONI, 1994RIZZONI, A. Technology and organisation in small firms: an interpretative framework. Revue D’Économie Industriell, n. 67, p. 135-155, 1994.). Assim, como forma de identificar a diferença de resultados entre setores de diferentes portes, propõe-se na presente pesquisa a análise da ifluência dos investimento em inovação na receita líquida dos setores analisados pela PINTEC, contemplando a interpretação do modelo desenvolvido para as realidades diversas, isto é, para os dois tipos de portes analisados: grandes e pequenos. Acerca dessa questão, Sbraggia et al. (2002)SBRAGIA, R.; KRUGLIANSKAS, I.; ARANGO-ALZATE, T. Empresas inovadoras no Brasil: uma proposição de tipologia e características associadas. FEA/USP: Série Working Papers, n.1/3, 2002. apontaram que a característica nacional, com base em pesquisa realizada pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (ANPEI), divide-se em quatro categorias quanto à inovação de empresas brasileiras, são elas: (i) empresas capacitadas e inovadoras; (ii) capacitadas, porém pouco inovadoras; (iii) inovadoras, porém pouco capacitadas; (iv) pouco capacitadas e pouco inovadoras.

2.3. EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS

A busca pela relação entre inovação e desempenho é tema de diversos estudos empíricos. A complexidade da análise se deve à dificuldade de definição de métricas para de inovação e desempenho. Sobre isso, March e Sutton (1997)MARCH, J. G.; SUTTON, R. I. Organizational performance as a dependent variable. Organization Science, v. 8, n. 6, p. 698-706, 1997. destacam que a relevância do estudo encontra-se na capacidade de inovação para crescimento da lucratividade das empresas. Adicionalmente, Cho e Pucik (2005)CHO, H.J.; PUCIK, V. Relationship between innovativeness, quality, growth, profitability, and market value. Strategic Management Journal, v. 26, n. 6, p. 555-575, 2005. explicitaram que inovação e crescimento possuem relação direta, enquanto a lucratividade é indireta e definida em função da qualidade.

A inovação, além de promover a evolução tecnológica, fomenta também a produtividade. Assim, empresas com maior potencial de crescimento demonstram maior capacidade de inovação (MOTOHASHI, 1998MOTOHASHI, K. Innovation strategy and business performance of Japanese manufacturing firms. Economics of Innovation and New Technology, v. 7, n. 1, p. 27-52, 1998.; MANSFIELD, 1962MANSFIELD, E. Entry, Gibrat’s law, innovation, and the growth of firms. American Economic Review, v. 52, n. 5, p. 1023-1051, 1962.). No contexto brasileiro, Andreassi (1999)ANDREASSI, T. Estudo das relações entre indicadores de P&D e indicadores de resultado empresarial em empresas brasileiras. 1999. 213 f. Tese (Doutorado em Administração de Empresas). Universidade de São Paulo, São Paulo. 1999., ao analisar os setores nacionais, não identificou como significativa a relação entre investimento em P&D e lucratividade e entre patentes e lucratividade, tendo ambas análises feitas em períodos subsequentes, mas, quando a analisados em intervalos de dois anos, essas relações foram significativas e positivas.

O fomento às atividades de inovação repercute de maneira diversa entre empresas de diferentes portes. Além disso, destaca-se que a heterogeneidade setorial influencia no processo de tecnologia e inovação, tendo sido desenvolvido alguns estudos, conforme pode ser retomado pelos quadros 1, 2 e 3.

Sobre isso, Syrneonidis (1996)SYRNEONIDIS, G. Innovation, firm size and market structure: schumpeterlan hypotheses and some new themes. OECD Economic Studies, v. 2, n. 27, p. 35-70, 1996. realizou uma revisão teórica sobre a indústria econômica, analisando que as variáveis de inovação, tamanho de firma e mercado interferem no desempenho econômico e na estrutura de mercado. Já Vaona e Pianta (2008)VAONA, A.; PIANTA, M. Firm Size and Innovation in European Manufacturing. Small Business Economics, v. 30, n. 3, p.283-299, 2008., ao investigar sobre as diferenças entre pequenas, médias e grandes empresas, identificaram peculiaridades de desempenho para introdução e complementaridade de processos e produtos, assim como para estratégias aplicadas para motivar a inovação.

Enfatizam-se, portanto, os principais contrapontos do processo de inovação entre unidades de diferentes portes, consolidando algumas peculiaridades. A respeito da realidade nacional, existem trabalhos focados nas diversidades setoriais e repercussões em empresas de diferentes portes, mas ainda incipientes, especialmente em função da limitação de base de dados. Os estudos têm sido possibilitados pela base de dados estruturada pelo PINTEC para os anos 2000, 2003, 2005, 2008 e 2011, decorrendo os principais trabalhos empíricos nacionais quanto a temática, conforme apresenta o Quadro 4.

Quadro 4
Evidências empíricas de estudos nacionais

A partir do Quadro 4 visualiza-se a intensificação de análises empíricas sobre a evolução e composição da inovação no país. Nota-se um avanço desses trabalhos no sentido de analisar relações de inovação e produtividade e entre esforço inovativo e investimentos produtivos. Alves e Luporini (2007)ALVES, J.; LUPORINI, V. Determinantes do investimento privado no Brasil: uma análise de painel setorial. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 35, Anpec, Recife, 2007. Anais... Recife: ANPEC, 2007., por exemplo, focaram na análise de investimento frente ao contexto macroeconômico e as características setoriais.

2.4. PESQUISA DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA (PINTEC)

Para levantamento de dados sobre inovação no contexto brasileiro, foi consolidada a Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC), desenvolvida a partir dos conceitos e das metodologias descritas no Manual Oslo, elaborado pela OCDE, e seguindo o modelo proposto pela EUROSTAT - Oficina Estatística da Comunidade Europeia (IBGE, 2013IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.). Assim, assegura-se a qualidade das informações e a comparabilidade com resultados internacionais, além de possibilitar o entendimento do procedimento que gera, difunde e incorpora inovações tecnológicas mediante a capacidade produtiva (IBGE, 2013IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.).

A pesquisa é realizada com periodicidade trienal para atualização contínua das informações levantadas. Referenciado entre o período de 2009 a 2011, a Pintec 2011______. 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/pintec2011%20publicacao%20completa.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
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confere continuidade à série iniciada com a Pintec 2000, que levantou informações relativas ao triênio 1998-2000, seguida pela Pintec 2003 (triênio 2001-2003), pela Pintec 2005______. 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202005.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
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(triênio 2003-2005), pela Pintec 2008 (triênio 2006-2008).

Trata-se de um estudo em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que objetiva a construção de indicadores com base nos setores do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). É um estudo classificado e estratificado por setor, que permite também fazer uma análise comparativa e as mudanças intrínsecas aos mesmos com o passar do tempo (PINTEC, 2013______. 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/pintec2011%20publicacao%20completa.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
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). Por meio desses dados são disponibilizadas informações como gastos com atividades de inovação, fontes de financiamento, repercussão das inovações no desempenho das empresas, arranjos cooperativos e dificuldades para o fomento de inovação (PINTEC, 2002PINTEC. Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica 2000. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202000.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2005______. 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202005.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2006______. 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202005.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2010______. 2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202008.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2013______. 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/pintec2011%20publicacao%20completa.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
).

O conteúdo da pesquisa é focado em inovação de produtos e processos de forma a destacar informações pertinentes às empresas quanto atividades executadas, os impactos e fatores motivadores para inovação (PINTEC, 2002PINTEC. Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica 2000. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202000.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2005______. 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202005.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2006______. 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202005.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2010______. 2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202008.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
; PINTEC, 2013______. 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/pintec2011%20publicacao%20completa.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
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). A definição dos padrões nacionais de investimento em inovação é fundamental para que se compreenda o impacto deles para o desenvolvimento de práticas inovativas no setor industrial.

3. METODOLOGIA

A fonte da base de dados foram as informações de acesso livre de todas as edições da PINTEC referente aos anos de 2000, 2003, 2005, 2008 e 2011, contidas nas tabelas “Empresas, total e receita líquida de vendas, com indicação do valor dos dispêndios relacionados às atividades inovativas desenvolvidas, segundo atividades selecionadas da indústria e dos serviços - Brasil”, que estão disponíveis em seu sítio eletrônico. A consolidação dessa base foi realizada por meio de uma tabulação específica desenvolvida para a presente pesquisa.

Com base nas informações disponibilizadas pelo PINTEC, considerou-se como variável dependente o valor da receita líquida das vendas, ao passo que as variáveis independentes foram os investimentos em inovação, cujas definições estão apresentadas no quadro 5.

Quadro 5
Variáveis explicativas do modelo e suas definições segundo PINTEC

Ressalta-se que no PINTEC 2000PINTEC. Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica 2000. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202000.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
e 2003______. 2003. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202003.pdf> . Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
, investimento em “Aquisição de Software” constava incluso em “Aquisição de Outros Conhecimentos Externos”, passando a ser analisado de maneira singular a partir do PINTEC 2005______. 2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202005.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
, em função da evolução de softwares e hardwares no mercado e da importância de análise deste aspecto individualmente. Ao longo dos anos, os dados coletados pelas pesquisas sofreram modificações, seja pela inclusão de novas métricas ou pela adaptação de denominações.

Assim, foi necessário realizar uma adequação e homogeneização da base de dados para proceder com a análise. Identificou-se a evolução de 23 classificações para o setor de Indústria de Transformação no PINTEC 2000PINTEC. Pesquisa Industrial Inovação Tecnológica 2000. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/Publicacao%20PINTEC%202000.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
para 25 no PINTEC 2011______. 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/pintec2011%20publicacao%20completa.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2015.
http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/...
, também sendo considerados os setores de Eletricidade e Gás e Serviços. Para organizar as adequações na base de dados, apresentam-se no quadro 6 as mudanças implementadas (Apêndice 1 APÊNDICE 1 ).

Quadro 6
Homogeneização da base de dados referente ao Pintec 2000 até Pintec 2011

Finalmente, para consolidar toda a base de dados coletada, as linhas referentes às somatórias dos setores foram excluídas, perfazendo um total de 31 setores analisados durante cinco períodos: 2000, 2003, 2005, 2008 e 2011. Devido à descontinuidade de algumas informações, decorrentes dos critérios de consolidação específicos da base do PINTEC que foram adotadas nesta pesquisa, o painel de dados foi desbalanceado. Para homogeneizar essas informações, aplicou-se o logaritmo natural nas nove variáveis analisadas que, anteriormente, estavam coletadas em reais (mil).

Para proceder com a análise dos dados, foram estimadas regressões por dados em painel. A notação geral, sem testes e validações, está representada na equação 1.

(1) ln RecLiq i , t = β 0 + β 1 ln P & D int i , t + β 2 ln P & D ext i , t + β 3 ln AqExt i , t + β 4 ln AqSoft i , t + β 5 ln M & Q i , t + β 6 ln Trein i , t + β 7 ln Mercado i , t + β 8 ln Preptec i , t + ε it

Onde: RecLiq é a receita líquida de vendas; P&D_int são as atividades internas de pesquisa e desenvolvimento; P&D_ext é a aquisição externa de pesquisa e desenvolvimento; M&Q é a aquisição de máquinas e equipamentos; AqExt é aquisição de outros conhecimentos externos; Trein é Treinamento; Mercado refere-se à introdução das inovações tecnológicas no mercado; AqSoft à aquisição de software; Preptec são os projetos industriais e outras preparações técnicas; β são os estimadores de cada variáveis independente; ε é o termo de erro aleatório; ln refere-se aos logaritmo natural empregado nas variáveis; e, por fim, o subscrito i refere-se aos setores e o subscrito t aos cinco períodos analisados.

A definição de setores de grande porte baseou-se na mediana da receita de líquida de vendas. Ou seja, como a mediana divide a distribuição dos dados amostrais em sua metade, definiu-se que acima da mediana são os valores referentes à denominação de setores grandes, enquanto que abaixo da mediana considerou-se os setores de pequeno porte. Esse procedimento teve como objetivo capturar as heterogeneidades dos setores. Como consequência da limitação de observação para os setores de pequeno porte, optou-se por enfatizar as análises e discussões de resultados apenas nos setores de grande porte.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A estatística descritiva dos dados está reportada na Tabela 1. Tais informações estão apresentados em nível, isto é, em reais (mil), de forma a facilitar a interpretação dos mesmos.

Tabela 1
Estatística Descritiva

De acordo com a Tabela 1, percebe-se que os valores da média e do desvio-padrão das variáveis analisadas podem indicar heterogeneidade dos dados e, consequentemente, dos setores analisados. Além disso, é possível identificar que a quantidade de observações apresenta variações, demonstrando uma descontinuidade de algumas informações ao longo do período abrangido.

Identifica-se também que os gastos com atividades atreladas ao lançamento de produtos, representado pela variável mercado, apresenta maior valor médio em relação aos investimentos em inovação, enquanto que o menor valor médio foi atribuído aos gastos com implementação de inovações de produtos ou processos, representada pela variável Preptec. A Tabela 1 mostra ainda que o maior valor médio foi apresentado pelas receitas líquidas de vendas.

Após a investigação inicial da estatística descritiva da amostra coletada, três regressões foram estimadas, sendo as mesmas representadas nos painéis A, B e C da Tabela 2. No painel A, o teste de Chow rejeitou a hipótese nula para modelo pooled, enquanto que o teste de Hausman rejeitou a hipótese nula de efeitos aleatórios. Portanto, a regressão de dados em painel apresenta efeitos fixos. Por simplificação, adotou-se o modelo de efeitos fixos para os demais painéis. Ao final da Tabela 2, algumas notas sobre os testes de pressupostos para validação dos modelos foram especificadas.

Tabela 2
Resultados das estimações da pesquisa.

No painel A, percebe-se que todas as variáveis apresentaram coeficientes positivos, exceto a variável treinamento. Contudo, apenas cinco foram significativas estatisticamente: além da constante, tem-se os investimentos internos em P&D (lnP&D_int); aquisição de softwares (LnArSoft); aquisição de máquinas e equipamentos (LnM&Q) e; preparação técnica e projetos industriais (LnPrectec). Essas relações indicaram que, em média, um aumento de 1% da receita líquida de vendas implica em um aumento de cerca de 13%, 11%, 41% e 15% nessas variáveis, respectivamente. Tais resultados coadunam com os achados de Cho e Pucik (2005)CHO, H.J.; PUCIK, V. Relationship between innovativeness, quality, growth, profitability, and market value. Strategic Management Journal, v. 26, n. 6, p. 555-575, 2005. se considerar que a receita líquida de vendas poderia ser considerada como uma proxy para crescimento.

Tal análise, entretanto, refere-se aos setores analisados conjuntamente. Para Pavitt (1984)______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984., Bell e Pavitt (1993)BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 1, p. 157-210, 1993. e Rizzoni (1994)RIZZONI, A. Technology and organisation in small firms: an interpretative framework. Revue D’Économie Industriell, n. 67, p. 135-155, 1994., existem heterogeneidades setoriais que exigem análises específicas. Para isso, foram realizadas mais duas estimações, sendo o painel B apenas os resultados encontrados para setores considerados de grande porte, enquanto que o painel C apresenta uma dummy que assume o valor de 1 quando a receita líquida de vendas é igual ou superior à sua mediana, e apresenta o valor 0 caso contrário. Resumidamente, os procedimentos adotados para os painéis B e C têm como objetivo verificar isoladamente as relações encontradas apenas para setores de grande porte, reportados no Painel B, assim como as relações encontradas entre todos os setores, enfatizando os setores de grande porte, que estão reportados no Painel C.

De acordo com os valores estimados para os painéis B e C, foram identificadas algumas particularidades para os setores de grande porte. O painel B apresentou resultados consistentes para o Painel A, exceto para aquisição de software, que não foi significativa estatisticamente. Ainda na Tabela 2 é possível observar que a quantidade de observações para setores de grande porte representa mais da metade das observações analisadas para todos os setores em conjunto. Isso pode sinalizar que, de acordo com a classificação adotada na presente pesquisa, os valores médios da estimação geral tendem a representar os setores de grande porte.

Também de forma similar, o Painel C apresenta resultados similares aos encontrados nos painéis A e B, exceto que a variável investimentos internos em P&D não foi significativa estatisticamente, ao passo que aquisição de sofwares foi. Adicionalmente, ratificando as análises específicas para o Painel B, identifica-se no Painel C que a dummy referente aos setores de grande porte foi significativa estatisticamente, indicando que analisar especificamente esse setor pode pontuar características particulares dos mesmos.

Nesse sentido, percebe-se que, para os painéis B e C, os setores de grande porte apresentam em comum como investimentos em inovações, que variam positivamente com a receita de vendas, as aquisições de máquinas e equipamentos e as preparações técnicas e desenvolvimento de projetos industriais. Esses resultados tendem a exibir que, para os setores de grande porte, investimentos em ativos fixos, a exemplo das máquinas e equipamentos, e o desenvolvimento de conhecimento de cunho técnico, a exemplo das preparações técnicas e desenvolvimento de projetos industriais, são os principais investimentos em inovação que contribuem para o aumento das receitas. Ao retomar as evidências empíricas reportadas no Quadro 4, percebe-se que os padrões de inovação podem variar de acordo com o porte e/ou tipo do setor industrial de atuação, a exemplo dos achados de De Negri, Esteves e Freitas (2007)DE NEGRI, L. A.; ESTEVES, L.; FREITAS, F. Knowledge production and firm growth in Brazil. WP, IPEA, 21p., 2007.. Sobre isso, Campos e Ruiz (2009)CAMPOS, B.; RUIZ, A. U. Padrões setoriais de inovação na indústria brasileira. Revista Brasileira de Inovação, v. 8, n. 1, p. 167-210, 2009. explicam que a forma pela qual a inovação se desenvolve é importante para compreensão da realidade e das características dos setores industriais brasileiros.

Dessa forma, em comparação aos resultados encontrados na presente pesquisa, respeitadas as limitações metodológicas, pode ser possível estabelecer que os dois principais determinantes da receita dos setores industriais de grande porte estão representados em gastos que necessitam de maiores dispêndios de investimentos de capital, a exemplo da aquisição de máquinas e equipamentos, bem como a criação de preparações técnicas e desenvolvimento de projetos industriais, que necessitam da contratação e, consequentemente, da remuneração de pessoal capacitado. Ao analisar especificamente os painéis A e B, outro investimento em inovação que requer maior volume financeiro de investimento são as atividades internas de pesquisa e desenvolvimento, ou seja, P&D interno. Consequentemente, tem-se que tais dispêndios exigem maior aporte financeiro da empresa, em que este, por sua vez, foi capturado na presente pesquisa por meio da mediana da receita líquida.

5. TESTE DE ROBUSTEZ

Para verificar a robustez dos resultados, apresentam-se duas tabelas: a Tabela 3 e Tabela 4 (em apêndice). Na Tabela 3 é mantida a forma funcional e o conjunto de variáveis explicativas do modelo principal (vide Tabela 2), sendo modificado apenas o tipo de modelo, em que estima-se: uma regressão pelo próprio modelo principal (coluna 1 - Painel A), por MQO (pooled, coluna 2 - Painel A.1), um painel com Efeito Aleatório (coluna 3 - Painel A.2). Na Tabela 4 é mantido o tipo de modelo estimado (modelo principal - painel por GLS com autocorrelação corrigida), e modifica-se tanto a forma funcional quanto o conjunto de variáveis explicativas.

Tabela 3
Testes de Robustez
Tabela 4
Testes de Robustez dos Resultados

Como forma de verificar a robustez dos resultados, a Tabela 3 exibe que as variáveis estatisticamente significativas no Painel A das Tabelas 2 e 3 se mantiveram estatisticamente significativas e com sinal positivo após a estimação das regressões em painel pelo modelo pooled e pelo modelo de efeitos aleatórios. Isso demonstra a robustez dos resultados. No Apêndice 2 APÊNDICE 2 Foi realizado 2 grupos de testes de robustez, em que no primeiro faz-se uma mudança na forma funcional da regressão, e no segundo grupo modifica-se o conjunto de variáveis explicativas. O resultado do primeiro grupo de teste de robustez é reportado pela coluna (1) da Tabela 4, enquanto o segundo grupo está representado pelas colunas de (2) a (7) da referida tabela. A diferença entre as colunas (2) a (7) são as variáveis omitidas no modelo: a coluna (2) omite todas as variáveis não significativas (P&D Externo a empresa - lnped_ext, aquisição de outros conhecimentos externos - lnarext, Treinamento - lntrein, e Mercado - lnmerc). Já as colunas de (3) a (4) omitem variáveis estatisticamente significativas ao modelo, tais como P&D interno a empresa - lnped_int (coluna 3), Aquisição de software - lnaqsoft (coluna 4), Aquisição de máquinas e equipamentos - lnmeq (coluna 5), Projetos industriais e outras preparações técnicas - lnpreptec (coluna 6) e, por fim, a constante do modelo (coluna 7). , a Tabela 4 apresenta outros procedimentos de robustez.

Percebe-se, de acordo com a Tabela 4, fortes indícios de que os resultados discutidos neste artigo são sólidos e consistentes. Isso porque, independente da forma funcional utilizada e das variáveis omitidas no modelo, as variáveis lnped_int, lnaqsoft, lnmeq e lnpreptec são quase sempre estatisticamente significativas. Destaca-se, ainda, a importância da variável relacionada aos projetos industriais e outras preparações técnicas (lnpreptec) e a aquisição de máquinas e equipamentos (lnmeq), uma vez que foi estatisticamente significativa a 1% em todas as regressões estimadas, ratificando as interpretações obtidas pelos painéis B e C da Tabela 2.

Assim, os resultados apresentados pelas Tabelas 3 e 4 indicam que os resultados pouco se alteram, mesmo modificando o tipo de modelo utilizado, forma funcional e conjunto de variáveis explicativas. Em linhas gerais, percebe-se forte evidências de resultados robustos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo dessa pesquisa foi analisar a influência dos investimentos em inovação na receita líquida de vendas dos setores nacionais de pequeno e grande porte a partir das informações disponibilizadas de forma livre pela PINTEC referentes aos anos de 2000, 2003, 2005, 2008 e 2011. A consolidação dos dados decorreu de maneira específica e o método utilizado para analisá-los foi dados em painel com efeitos fixos por meio do estimador de GLS, conforme apontou o teste de Hausman e a violação do pressuposto de ausência de autocorrelação nos resíduos. A definição de setores de grande e pequeno porte baseou-se na mediana da receita líquida de vendas.

A motivação em trabalhar com setores nacionais de pequeno e grande porte partiu da revisão de literatura. Para Pavitt (1984)______., K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, p. 343-373, 1984., Bell e Pavitt (1993)BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 1, p. 157-210, 1993. e Rizzoni (1994)RIZZONI, A. Technology and organisation in small firms: an interpretative framework. Revue D’Économie Industriell, n. 67, p. 135-155, 1994., setores econômicos apresentam diferenças significativas, demonstrando que os mesmos são heterogêneos no que tange ao desenvolvimento de inovação e seu impacto no resultado corporativo e econômico.

Nesse sentido, os resultados encontrados nessa pesquisa sugeriram que os setores de grande porte apresentam particularidades. Em geral, tem-se que os investimentos em inovação que influenciam positivamente a receita líquida de vendas desses setores foram as aquisições de máquinas e equipamentos, assim como as preparações técnicas e desenvolvimento de projetos industriais. Desse modo, tais características demonstram que os setores de grande porte tendem a investir em ativos tangíveis, a exemplo de máquinas e equipamentos, e também apresentam investimento com a criação de preparações técnicas e com o desenvolvimento de projetos industriais. Essas duas características apresentam em comum a necessidade de maior aporte financeiro para investimento.

As principais limitações dessa pesquisa referem-se à disponibilidade de dados, que restringiram a análise, assim como a forma como foi procedida a sua consolidação e a definição de setores grande porte. Para pesquisas futuras, sugere-se ampliação da base de dados e novas metodologias de análise.

APÊNDICE 1

APÊNDICE 2

Foi realizado 2 grupos de testes de robustez, em que no primeiro faz-se uma mudança na forma funcional da regressão, e no segundo grupo modifica-se o conjunto de variáveis explicativas. O resultado do primeiro grupo de teste de robustez é reportado pela coluna (1) da Tabela 4, enquanto o segundo grupo está representado pelas colunas de (2) a (7) da referida tabela. A diferença entre as colunas (2) a (7) são as variáveis omitidas no modelo: a coluna (2) omite todas as variáveis não significativas (P&D Externo a empresa - lnped_ext, aquisição de outros conhecimentos externos - lnarext, Treinamento - lntrein, e Mercado - lnmerc). Já as colunas de (3) a (4) omitem variáveis estatisticamente significativas ao modelo, tais como P&D interno a empresa - lnped_int (coluna 3), Aquisição de software - lnaqsoft (coluna 4), Aquisição de máquinas e equipamentos - lnmeq (coluna 5), Projetos industriais e outras preparações técnicas - lnpreptec (coluna 6) e, por fim, a constante do modelo (coluna 7).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2018

Histórico

  • Recebido
    31 Dez 2015
  • Aceito
    18 Maio 2016
  • Aceito
    23 Jun 2016
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