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A Influência das Redes Sociais sobre a Consciência Ambiental e a Responsabilidade Social das Gerações

RESUMO

Com o advento da globalização e o acesso às informações, as redes sociais passaram a ser amplamente utilizadas pelas gerações. Contudo, a problemática ambiental vem provocando impactos em nível global, assim como encontram-se questões de vulnerabilidade social. Coerentemente, a consciência ambiental desperta novos hábitos de consumo, implementando nova postura socialmente responsável. Perante o exposto, este estudo tem como objetivo analisar a influência das redes sociais sobre a consciência ambiental e a responsabilidade social das gerações Baby Boomers, X e Y, nas regiões do Sul e Sudeste do Brasil. A metodologia utilizada tratou-se de uma pesquisa quantitativa e descritiva, por meio da Modelagem de Equações Estruturais. Os resultados destacam que os indivíduos que estão expostos às informações (vídeos, fotos, textos) de responsabilidade social e sustentabilidade ambiental são positivamente influenciados na formação da consciência social e ambiental. Entretanto, a geração Y apresentou as menores médias de respostas na busca de informações sobre as questões ambientais e sociais, o que é relevante para a sociedade, Instituições de Ensino, Órgãos Governamentais, bem com as empresas para fomentarem ações e informações sobre a responsabilidade socioambiental, no intuito de engajar a geração Y ao desenvolvimento sustentável.

Palavras-chave:
Redes Sociais; Consciência Ambiental; Responsabilidade Social; Gerações

ABSTRACT

With the advent of globalization and access to information, social networks came to be widely used by different generations. However, environmental issues have been causing global impacts, as well as issues of social vulnerability. Environmental awareness awakens new consumption habits, implementing a new socially responsible posture. This study aims to analyze the influence of social networks on environmental awareness and the social responsibility of Baby Boomers, Generations X, and Y, in the regions of South and Southeast Brazil. We use the methodology of quantitative and descriptive research, by means of the Structural Equation Modeling. The results highlight that individuals who are exposed to information (videos, photos, texts) related to social responsibility and environmental sustainability are positively influenced in the formation of social and environmental awareness. However, generation Y presented the lowest means of responses in the search for information on environmental and social issues. This is relevant to society, teaching institutions, government agencies, as well as companies, in order to promote actions and information on social and environmental responsibility, in order to engage Generation Y in sustainable development.

Keywords:
Social networks; Environmental awareness; Social responsibility; Generations

1. INTRODUÇÃO

Ocorre um crescente o interesse e importância da sustentabilidade ambiental nos mais diversos setores, principalmente sob a ótica dos benefícios significativos que as práticas sustentáveis oferecem à sociedade. A preocupação é especialmente devido à falta de consciência ambiental (Chugh, Wibowo, & Grandhi, 2016Chugh, R., Wibowo, S., & Grandhi, S.(2016). Environmentally sustainable Information and Communication Technology usage: awareness and practices of Indian Information and Communication Technology professionals. Journal of Cleaner Production, 131, 435-446.), visto que há necessidade gradativa de proteger os recursos naturais que são utilizadas para suprir as necessidades de indivíduos e setores produtivos (Moldan, Janouskova, & Hak, 2012Moldan, B., Janouskova, S., & Hak, T. (2012). How to understand and measure environmental sustainability: Indicators and targets. Ecological Indicators, 17, 4-13.).

Conforme Asadi et al. (2008Asadi, A., Akbari, M., Fami, H.S., Iravani, H., Rostami, F., & Sadati, A. (2008). Poverty alleviation and sustainable development: the role of social capital. Journal of Social Sciences, 4(3), 202-215.), as discussões acerca da sustentabilidade ambiental fazem-se necessárias, devido à utilização dos recursos naturais e sua distribuição nas atuais e futuras gerações, principalmente no que tange à capacidade de autossustento por essas gerações. Portanto, a preocupação com a sustentabilidade ambiental é crescente, contribuindo assim para a preservação ambiental e o desenvolvimento de um planeta sustentável (Ioppolo, Saija, & Salomone, 2013Ioppolo, G., Saija, G., & Salomone, R. (2013). From coastal management to environmental management: The sustainable eco-tourism program for the mid-western coast of Sardinia - Italy. Land Use Policy, 31, 460-471.; Severo & Guimarães, 2015Severo, E. A., & Guimarães, J. C. F. (2015). Corporate environmentalism: an empirical study in Brazil. International Journal of Business and Globalisation, 15(1), 81-95.).

Diante da perspectiva de sustentabilidade ambiental, é imprescindível que os indivíduos integrantes da sociedade possuam consciência ambiental da importância da preservação desses recursos, adotando práticas ambientais sustentáveis. Coerentemente, a consciência ambiental desperta novos hábitos de consumo, implementando nova postura socialmente responsável. Quanto mais conhecimento a respeito da sustentabilidade ambiental, maior será a atitude sustentável perante o meio ambiente (Heiskanen, Mont, & Power, 2014Heiskanen, E., Mont, O., & Power, K. (2014). A map is not a territory-making research more helpful for sustainable consumption policy. Journal of Consumer Policy, 37(1), 27-44.; Schroeder & Anantharaman, 2017Schroeder, P., & Anantharaman, M. (2017). “Lifestyle Leapfrogging” in Emerging Economies: Enabling Systemic Shifts to Sustainable Consumption. Journal of Consumer Policy, 40(1), 3-23.).

Contudo, integram a sociedade indivíduos de diferentes gerações, os quais relacionam-se em uma mesma época, contexto organizacional, educacional, social e econômico, ou seja, Gerações Baby Boomers, X e Y convivem diariamente. Consoante isso, essas gerações apresentam comportamentos e características diferenciadas (Akhras, 2015Akhras, C. (2015). Millennials: Entitled networking business leaders. International Journal of Computer Science and Business Informatics, 15(1), 1694-2108.; Severo, Guimarães, & Dorion, 2018Severo, E. A., Guimarães, J. C. F., & Dorion, E. C. H. (2018). Cleaner production, social responsibility and eco-innovation: generations’ perception for a sustainable future. Journal of Cleaner Production, 186, 91-103.). A geração Baby Boomers é vista como a mais conservadora e otimista, já a geração X busca a estabilidade profissional, enquanto a geração Y tem apreço por desafios e riscos, bem como é altamente criativa, inovadora e individualista (Strauss & Howe, 1991Strauss, W., & Howe, N. (1991). Generations. New York: William Morrow.; Maniero & Sulivan, 2006Maniero, L. A., & Sulivan, S. E. (2006). The opt-out revolt: why people are leaving companies to create kaleidoscope careers. Mountain View: Davies-Black Publishing. ; Zopiaris, Krambia-Kapardis & Varnavas, 2012Zopiaris, A. M., Krambia-Kapardis, M., & Varnavas, A. (2012). Y-ers, X-ers, and Boomers: Investigating the multigenerational [mis]perceptions in the hospitality workplace. Tourism and Hospitality Research, 12(2), 101-121; Zahari & Esa, 2016Zahari, A. R., & Esa, E. (2016). Motivation to adopt renewable energy among generation Y. Procedia Economics and Finance, 35, 444-453.; Lissitsa & Kol, 2016Lissitsa, S., & Kol, O. (2016). Generation X vs. generation Y-A decade of online shopping. Journal of Retailing and Consumer Services, 31, 304-312.).

Entretanto, Parry e Urwin (2011Parry, E., & Urwin, P. (2011). Generati onal differences in work values: a review of theory and evidence. International Journal of Mangement Reviews, 13, 79-96.) ressaltam que em uma mesma geração podem existir pessoas com as características comportamentais inerentes a outra geração; assim, além das características, também é necessário o ano de nascimento do indivíduo para classificar a sua geração. Nesse contexto, diversos autores utilizam a escala de anos para a classificação das gerações, e Strauss e Howe (1991Strauss, W., & Howe, N. (1991). Generations. New York: William Morrow.) trazem o ano de nascimento para a definição das gerações, sendo para Baby Boomers os nascidos antes de 1965, para geração X os nascidos entre os anos de 1965 a 1981, e para a geração Y os nascidos após 1981.

A utilização da tecnologia de informação e comunicação, em específico as redes sociais, é amplamente apropriada por indivíduos das diferentes gerações Baby Boomers, X e Y. Diante disso, compreende-se que as Redes Sociais referem-se às conexões sociais e interconexões entre os usuários, com o potencial de atingir e engajar outros indivíduos, ou seja, são meios de comunicação que proporcionam as construções de relacionamentos, por meio de interfaces móveis e dispositivos de desktop que possuem funções recreativas, cujas operações são alimentadas por vários dados, sejam estes através de imagens, vídeos e textos a serem compartilhados ou desenvolvidos pelos próprios usuários (Kaplan & Haenlein, 2010Kaplan, A. M., & Haenlein, M. (2010). Users of the world, unite! The challenges and opportunities of Social Media. Business Horizons, 53(1), 59-68.; Kietzmann, Hermkens, McCarthy, & Silvestre, 2011Kietzmann, J. H., Hermkens, K., McCarthy, I. P., & Silvestre, B. S. (2011). Social media? Get serious! Understanding the functional building blocks of social media. Business Horizons, 54(3), 241-251.).

O aceso às redes sociais vêm aumentando exponencialmente nos últimos anos (Frazier, Culley, Hein, Williams, & Tavakoli, 2014Frazier, B., Culley, J. M., Hein, L. C., Williams, A., & Tavakoli, A. S. (2014). Social networking policies in nursing education. CIN: Computers, Informatics, Nursing, 32(3), 110-117.; Rauniar, Rawski, Yang, & Johnson, 2014Rauniar, R., Rawski, G., Yang, J. Y., & Johnson, B. (2014). Technology acceptance model (TAM) and social media usage: an empirical study on Facebook. Journal of Enterprise Information Management, 27(1), 6-30.) porque permite a interação, troca de informações, união de ideias em torno de valores e interesses compartilhados entre seus membros (Nohria & Eccles, 1992Nohria, N., & Eccles, R. G. (1992). Networks and organizations: structure, form, and action. Boston: Harvard Business School Press.; Evans, 2009Evans, M. (2009). Foreign language learning with digital technology. London: Continuum.; Chakraborty & Balakrishnan, 2017Chakraborty, T., & Balakrishnan, J. (2017). Exploratory tendencies in consumer behaviour in online buying across gen X, gen Y and baby boomers. International Journal of Value Chain Management, 8(2), 135-150.; Radzi, Harun, Ramayah, Kassim, & Lily, 2018Radzi, N. A. A., Harun, A., Ramayah, T., Kassim, A. W. M., & Lily, J. (2018). Benefits of Facebook fan/brand page marketing and its influence on relationship commitment among generation y: empirical evidence from Malaysia. Telematics and Informatics (In press). doi:10.1016/j.tele.2018.07.002
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). A utilização da internet, por meio do Whatsapp, Facebook, Instagram, Youtube e Twitter encontra-se no cotidiano das pessoas, bem como se trata de uma ferramenta para auxiliar o conhecimento de notícias, produtos e serviços. Conforme Negreiros (2015Negreiros, M. M. D. (2015). Uso corporativo de mídias sociais digitais para a gestão de pessoas e gestão de conhecimento em restaurantes na cidade do Natal/RN (Masters’ Thesis). Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar - UNP, Natal.), pode ocasionar uma relação direta e simultânea entre centenas ou milhares de pessoas sem que se perca a informalidade das interpelações, enquanto em contato direto se torna praticamente impossível a mesma ação.

Nesse cenário, as redes sociais vêm sendo âmbito de diversas pesquisas científicas, em virtude de seus recursos e abrangência (Ellison, 2007Ellison, N. B. (2007). Social network sites: Definition, history, and scholarship. Journal of Computer‐Mediated Communication, 13(1), 210-230.; Sun, Xu, Ma, & Sun, 2015Sun, J., Xu, W., Ma, J., & Sun, J. (2015). Leverage RAF to find domain experts on research social network services: A big data analytics methodology with MapReduce framework. International Journal of Production Economics, 165, 185-193.), ensino e aprendizagem (Hall, Delello, & McWhorter, 2017Hall, A. A., Delello, J. A., & McWhorter, R. R. (2017). Using Facebook to supplement instruction in online and hybrid courses. International Journal of Innovation and Learning, 22(1), 87-104.). Contudo, emerge uma lacuna de pesquisa no que tange às redes sociais e sua importância para as questões ambientais e sociais. Portanto, ao analisar as diferentes características comportamentais das gerações Baby Boomers, X e Y, a exposição diante de diversos estímulos nas redes sociais e na difusão de informações que podem influenciar na consciência ambiental e na responsabilidade social, a questão de pesquisa é traduzida por Qual a influência das Redes Sociais na Consciência Ambiental e Responsabilidade Social das Gerações Baby Boomers, X e Y?

Nesse contexto, este estudo tem como objetivo analisar a influência das Redes Sociais sobre a Consciência Ambiental e a Responsabilidade Social das Gerações Baby Boomers, X e Y, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Redes Sociais e Consciência Ambiental

A preocupação com as questões ambientais vem crescendo exponencialmente, principalmente em relação à consciência ambiental por parte dos consumidores (Roberts & Bacon, 1997Roberts, J., & Bacon, D. (1997). Exploring the subtle relationships between environmental concern and ecologically conscious consumer behavior. Journal of Business Research, 40, 79-89.; Heiskanen et al., 2014Heiskanen, E., Mont, O., & Power, K. (2014). A map is not a territory-making research more helpful for sustainable consumption policy. Journal of Consumer Policy, 37(1), 27-44.; Noppers, Keizer, Bolderdijk, & Steg, 2014Noppers, E. H., Keizer, K., Bolderdijk, J. W., & Steg, L. (2014). The adoption of sustainable innovations: driven by symbolic and environmental motives. Global Environmental Change, 25, 52-62.; Yang & Xiao, 2017Yang, D., & Xiao, T. (2017). Pricing and green level decisions of a green supply chain with governmental interventions under fuzzy uncertainties. Journal of Cleaner Production, 149, 1174-1187.). Ao depararem-se com as informações de que a proteção ambiental não é apenas de responsabilidade das empresas e/ou instituições, mas sim de seus próprios comportamentos, desperta-se a consciência de que as atitudes intrínsecas também influenciam no consumo e no desenvolvimento sustentável da sociedade (Hansen & Schrader, 1997Hansen, U., & Schrader, U. (1997). A modern model of consumption for a sustainable society. Journal of Consumer Policy, 20(2), 443-468.; Kotchen & Reiling, 2000Kotchen, M. J., & Reiling, S. D. (2000). Environmental attitudes, motivations, and contingent valuation of nonuse values: a case study involving endangered species. Ecological Economics, 32(1), 93-107.; Paavola, 2001Paavola, J. (2001). Towards Sustainable Consumption: Economics and ethical concerns for the environment in consumer choices. Review of Social Economy, 59(2), 227-248.; Fraj & Martinez, 2007Fraj, E., & Martinez, E. (2007). Ecological consumer behaviour: an empirical analysis. International Journal of Consumer Studies, 31(1), 26-33.).

Nesse âmbito, diversos estudos vêm sendo realizados, e Roberts e Bacon (1997Roberts, J., & Bacon, D. (1997). Exploring the subtle relationships between environmental concern and ecologically conscious consumer behavior. Journal of Business Research, 40, 79-89.) criaram uma nova escala: i) Novo Paradigma Ambiental (NPA); e, ii) Comportamento do Consumidor Ecologicamente Consciente. Gadenne, Kennedy e Mckeiver (2009Gadenne, D. L., Kennedy, J., & Mckeiver, C. (2009). An empirical study of environmental awareness and practices in SMEs. Journal of Business Ethics, 84(1), 45-63.) destacam que a consciência ambiental é a compreensão e reconhecimento dos custos e benefícios associados às questões ambientais, na relação entre os seres humanos e o meio ambiente. Entretanto, algumas pesquisas enfatizam a relação da consciência ambiental dos gestores de empresas na implementação de uma gestão com desempenho ambientalmente correto (Sakr, Sherif, & El-Haggar, 2010Sakr, D. A., Sherif, A., & El-Haggar, S. M. (2010). Environmental management systems’ awareness: an investigation of top 50 contractors in Egypt. Journal of Cleaner Production, 18(3), 210-218. ; Qu, Liu, Nayak, & Li, 2015Qu, Y., Liu, Y., Nayak, R. R., & Li, M. (2015). Sustainable development of eco-industrial parks in China: effects of managers’ environmental awareness on the relationships between practice and performance. Journal of Cleaner Production, 87, 328-338.).

Sob a perspectiva da sociedade, Altin, Tecer, Tecer, Altin e Kahraman (2014Altin, A., Tecer, S., Tecer, L., Altin, S., & Kahraman, B. F. (2014). Environmental awareness level of secondary school students: A case study in Balıkesir (Türkiye). Procedia-Social and Behavioral Sciences, 141, 1208-1214.) e Mei, Wai e Ahamad (2016Mei, N. S., Wai, C. W., & Ahamad, R. (2016). Environmental awareness and behaviour index for Malaysia. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 222, 668-675.) destacam que a consciência ambiental está alinhada às convicções do indivíduo em relação às causas ambientais, seu posicionamento através de ações e atitudes e a forma com que demonstram esse comportamento em favor do meio ambiente, participando ativamente das questões ambientais (Vergragt, Dendler, Jong, & Matus, 2016Vergragt, P. J., Dendler, L., Jong, M., & Matus, K. (2016). Transitions to sustainable consumption and production in cities. Journal of Cleaner Production, 134, Part A, 1-12.).

Diante desse fator, é por meio das redes sociais, das comunidades interativas, que permitem aos indivíduos integrantes dessas plataformas digitais o acesso, compartilhamento, o fomento às discussões e a cocriação de diversos conteúdos gerados pelos próprios usuários (Kaplan & Haenlein, 2010Kaplan, A. M., & Haenlein, M. (2010). Users of the world, unite! The challenges and opportunities of Social Media. Business Horizons, 53(1), 59-68.; Kietzmann et al., 2011Kietzmann, J. H., Hermkens, K., McCarthy, I. P., & Silvestre, B. S. (2011). Social media? Get serious! Understanding the functional building blocks of social media. Business Horizons, 54(3), 241-251.; Ghali, Frayret, & Robert, 2016Ghali, M. R., Frayret, J. M., & Robert, J. M. (2016). Green social networking: concept and potential applications to initiate industrial synergies. Journal of Cleaner Production, 115, 23-35.), que as pessoas estão conscientes dos vários problemas ambientais, porém,o que faltaé o envolvimento (Kamaruddin, Ahmad, & Alwee, 2016Kamaruddin, S. M., Ahmad, P., & Alwee, N. (2016). Community Awareness on Environmental Management through Local Agenda 21 (LA21). Procedia-Social and Behavioral Sciences, 222, 729-737.). Envolvimento este que oportuniza o despertar da consciência ambiental dos consumidores, incentivando as empresas a produzirem mais produtos verdes e a adotarem políticas sustentáveis (Yang & Xiao, 2017Yang, D., & Xiao, T. (2017). Pricing and green level decisions of a green supply chain with governmental interventions under fuzzy uncertainties. Journal of Cleaner Production, 149, 1174-1187.).

Portanto, as redes sociais possuem um importante papel na formação da consciência ambiental, ante à exposição a diversos estímulos de mensagens ambientalmente sustentáveis, sendo uma ponte on-line e off-line de conexões entre os setores pessoais e empresariais (Ghali et al., 2016Ghali, M. R., Frayret, J. M., & Robert, J. M. (2016). Green social networking: concept and potential applications to initiate industrial synergies. Journal of Cleaner Production, 115, 23-35.). Nesse sentido, a tendência é de que os consumidores, gradativamente, aumentem a sua consciência ambiental, principalmente por integrarem as mais diversas comunidades de redes sociais e estarem conectados a conteúdos ambientalmente sustentáveis. Diante do exposto, elenca-se a primeira hipótese desse estudo:

H1: As Redes Sociais influenciam positivamente a Consciência Ambiental.

2.2 Redes Sociais e Responsabilidade Social

O engajamento em ações de responsabilidade social com os interesses em prol da sociedade é uma forma de galgar o incentivo da sociedade em realizar doações financeiras ou até mesmo doação de tempo para o envolvimento com ações sociais (Mattila & Hanks, 2012Mattila, A. S., & Hanks, L. (2012). Antecedents to participation in corporate social responsibility programs. Journal of Service Management, 23(5), 664-676.). Nesse sentido, as ações que geram a responsabilidade social estão positivamente relacionadas com a motivação e sentimento de empatia, e essas ações não se limitam apenas a ações tangíveis, mas também a ações intangíveis, gerando, assim, ações colaborativas na vida de todos os integrantes da sociedade (Skudiene & Auruskeviciene, 2012Skudiene, V., & Auruskeviciene, V. (2012). The contribution of corporate social responsibility to internal employee motivation. Baltic Journal of Management, 7(1), 49-67.).

Nesse cenário, o sujeito que se dispõe a realizar ações de responsabilidade social têm inúmeros motivos para realizar tal ação, não sendo necessariamente apenas por altruísmo ou de reconhecimento, mas sim uma combinação de inúmeros motivos que o levam a ser socialmente responsável (Garay & Fonte, 2012Garay, L., & Font, X. (2012). Doing good to do well? Corporate social responsibility reasons, practices and impacts in small and medium accommodation enterprises. International Journal of Hospitality Management, 31, 329-337.; Boulouta & Pitelis, 2014Boulouta, I., & Pitelis, C. N. (2014). Who Needs CSR? The Impact of Corporate Social Responsibility on National Competitiveness. Journal of Business Ethics, 119, 349-364. ).

Portanto, a responsabilidade social deve ser percebida como uma atitude ética, que parte de cada indivíduo, através das tarefas e dos grupos que desenvolvem as ações sociais. Sendo assim, as práticas de responsabilidade social modificam-se conforme as atividades cotidianas, pois a sociedade e as empresas estão em constante evolução (Carroll, 1999Carroll, A. B. (1999). Corporate Social Responsibility - Evolution of a definitional construct. Business and Society, 38(3), 268-295.; Global Reporting Initiative, 2015Global Reporting Initiative. (2015). G4 Sustainability reporting guidelines. Retrieved from https://www.globalreporting.org/standards/g4/Pages/default.aspx
https://www.globalreporting.org/standard...
; Instituto Ethos, 2015Instituto Ethos. (2015). Indicadores Ethos para negócios sustentáveis e responsáveis. Retrieved from http://www3.ethos.org.br/cedoc/indicadores-ethos-para-negocios-sustentaveis-e-responsaveis/#.V8n2ka08ZLi
http://www3.ethos.org.br/cedoc/indicador...
). No âmbito organizacional, os indicadores da Global Reporting Initiative (GRI, 2015Global Reporting Initiative. (2015). G4 Sustainability reporting guidelines. Retrieved from https://www.globalreporting.org/standards/g4/Pages/default.aspx
https://www.globalreporting.org/standard...
) e do Instituto Ethos (2015)Instituto Ethos. (2015). Indicadores Ethos para negócios sustentáveis e responsáveis. Retrieved from http://www3.ethos.org.br/cedoc/indicadores-ethos-para-negocios-sustentaveis-e-responsaveis/#.V8n2ka08ZLi
http://www3.ethos.org.br/cedoc/indicador...
levam as práticas de relatórios de sustentabilidade de empresas a um nível de qualidade equivalente ao dos relatórios financeiros, tornando públicos a visão, desafios e resultados econômicos, ambientais e sociais.

A visão de responsabilidade social, conforme Nakayama e Teixeira (2012Nakayama, R. M., & Teixeira, R. M. (2012). Esquemas interpretativos de dirigentes e Fornecedores com relação a estratégias e ações de responsabilidade social: o caso da empresa O Boticário. Cadernos EBAPE.BR, 10(1), 82-107. ), é associada a valores como a conformidade às leis, normas, certificações e imagem do que a sociedade define como sujeito ideal. A percepção de Lomônaco et al. (2010Lomônaco, J. F. B., Cabral, C. P., Ulasowicz, C., Quinelato, P. T., Villagran, P. A. B., & Zampieri, T. C. R. C. (2010). Conceito de responsabilidade social de gestores e empregados. Psicologia Ciência e Profissão, 30(1), 200-211.) sobre a responsabilidade social é vista em três perspectivas: i) aborda a inclusão social implicando a igualdade de direitos e a diminuição das grandes diferenças socioeconômicas da sociedade; ii) refere-se à preocupação com o meio ambiente, remetendo ao fato de que as empresas industriais frequentemente têm sido acusadas de agredir a natureza, ocasionando sérios danos ambientais; e, iii) refere-se à solidariedade, associada ao conceito de responsabilidade social, à ideia de cooperação e de ajuda mútua entre as pessoas.

As ações de responsabilidade social geram engajamento em prol de uma ação social, onde as redes sociais, possuem um importante papel, ao proporcionarem o estabelecimento de laços entre usuários, que ao depararem-se com informações de conteúdos relacionados a responsabilidade social, possam despertar o interesse em atitudes e atividades de ações sociais, sendo os próprios usuários, também geradores de diversos conteúdos, assim como, tornando ao alcance do maior número de pessoas possíveis, por meio da interação nas diversas plataformas de redes sociais (Villasante & Márti, 2006Villasante, T. R., & Márti, J. (2006). Presentación del monográfico. Revista Hispana para El Analisis de Redes Sociales, 11(1), 65-72.; Wasserman & Faust, 2007Wasserman, S., & Faust, K. (2007). Social network analysis: methods and applications. Cambridge, Cambridge University Press.). Coerentemente, destaca-se a hipótese, desse estudo:

H2: As Redes Sociais influenciam positivamente a Responsabilidade Social.

2.3 Efeito Moderador das Gerações Baby Boomers, X e Y

Podem-se classificar gerações de acordo com suas características pessoais, bem como o ano de nascimento (Akhras, 2015Akhras, C. (2015). Millennials: Entitled networking business leaders. International Journal of Computer Science and Business Informatics, 15(1), 1694-2108.; Zahari & Esa, 2016Zahari, A. R., & Esa, E. (2016). Motivation to adopt renewable energy among generation Y. Procedia Economics and Finance, 35, 444-453.; Lissitsa & Kol, 2016Lissitsa, S., & Kol, O. (2016). Generation X vs. generation Y-A decade of online shopping. Journal of Retailing and Consumer Services, 31, 304-312.; Radzi et al., 2018Radzi, N. A. A., Harun, A., Ramayah, T., Kassim, A. W. M., & Lily, J. (2018). Benefits of Facebook fan/brand page marketing and its influence on relationship commitment among generation y: empirical evidence from Malaysia. Telematics and Informatics (In press). doi:10.1016/j.tele.2018.07.002
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). Em geral, os prazos nos anos de nascimento são usados ​​para classificar uma geração. De acordo com Strauss e Howe (1991Strauss, W., & Howe, N. (1991). Generations. New York: William Morrow.), gerações podem ser classificadas de acordo com o ano de nascimento, com Baby Boomers nascidos antes de 1965, geração X são aqueles nascidos entre os anos de 1965 e1981, e geração Y tendo nascido após 1981. De acordo com esta classificação de gerações, desenvolveram-se as hipóteses H3a e H3b.

Nesse contexto, segundo Kim et al. (2016Kim, S. H., Kim, M., Han, H. S., & Holland, S. (2016). The determinants of hospitality employees’ pro-environmental behaviors: The moderating role of generational differences. International Journal of Hospitality Management, 52, 56-67.), as gerações Y e X apresentam diferenças nos efeitos da motivação na preocupação ambiental, bem como no comportamento pró-ambiental. Zahari e Esa (2016Zahari, A. R., & Esa, E. (2016). Motivation to adopt renewable energy among generation Y. Procedia Economics and Finance, 35, 444-453.) destacam que precisamos identificar os fatores que moldam a geração Y para adotar ações ambientais. Conforme Kosterlitz e Lewis (2017Kosterlitz, M., & Lewis, J. (2017). From Baby Boomer to Millennial: Succession Planning for the Future. Nurse Leader, 15(6), 396-398.), até 2020, essa geração será responsável por quase 50% da força de trabalho global, e haverá muitas implicações associadas ao aumento dessa população. Coerentemente, Issa e Isaias (2016Issa, T., & Isaias, P. (2016). Internet factors influencing generations Y and Z in Australia and Portugal: a practical study. Information Processing & Management, 52(4), 592-617.) relataram que o uso da Internet pela geração Y causa fatores positivos, como coleta de informações e conscientização global e local, comunicando e colaborando com pares e familiares; como ocorre com fatores negativos, como evitamos contato físico e atividades físicas, capacidades como pensamento, concentração e memória são reduzidas, deprimidas e isoladas.

Dentro das diferentes gerações, Baby Boomers, X e Y, Severo et al. (2018Severo, E. A., Guimarães, J. C. F., & Dorion, E. C. H. (2018). Cleaner production, social responsibility and eco-innovation: generations’ perception for a sustainable future. Journal of Cleaner Production, 186, 91-103.) enfatizam que as diferentes gerações moderam as relações das ações ambientais e sociais na busca pela formação de um comportamento sustentável. Assim, desenvolvemos hipóteses H3a e H3b.

H3a: As gerações (Baby Boomers, X e Y) moderam as relações entre as Redes Sociais e a Consciência Ambiental.

H3b: As gerações (Baby Boomers, X e Y) moderam as relações entre as Redes Sociais e a Responsabilidade Social.

Nesse contexto, apresenta-se o Modelo Teórico que elenca as hipóteses de pesquisa (Fig. 1).

Figura 1
Modelo teórico.

3. MÉTODO

Em consonância com o objetivo da pesquisa, este estudo pode ser caracterizado como uma pesquisa quantitativa (survey) e descritiva, a qual foi analisada por meio da Modelagem de Equações Estruturais (MEE), seguindo os preceitos de Hair Jr., Black, Bardin e Anderson (2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.). Segundo Hair Jr., Gabriel e Patel (2014)Hair Jr., J. F.; Gabriel, M. L. D. S.; & Patel, V. K. (2014). AMOS covariance-based structural equation modeling (CB-SEM): guidelines on its application as a marketing research tool. Remark - Brazilian Journal of Marketing, 13(2)., os dois métodos analíticos baseados em SEM mais prevalentes são SEM baseado em covariância (CB-SEM) e SEM baseado em variância (PLS-SEM); no entanto, enfatizamos que o uso do MEBC-ME permite avaliar os efeitos da mediação, moderação, invariância / equivalência de construtos em vários grupos e modelagem de segunda ou terceira ordem dos construtos. Nesta pesquisa, usamos modelagem de primeira ordem, com análise de efeito moderador e análise multigrupo; portanto, o método CB-SEM é adequado para este estudo.

A pesquisa foi viabilizada por meio de um questionário aplicado por mediante um formulário on-line pelo formulário do Google Docs nas redes sociais dos pesquisadores, já que diferentes gerações utilizam as redes sociais para a comunicação e interação pessoal. A pesquisa utilizou o método Bola de Neve para a coleta de dados nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, que os pesquisadores enviaram para seus contatos, e estes, posteriormente, repassaram a pesquisa para outros indivíduos, no período de 20 de março a 30 de julho de 2017. Para tanto, a escolha dos respondentes se deu de forma não probabilística (Hair Jr. et al., 2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.), por conveniência.

Ressalta-se que para a composição dos quatro constructos e a elaboração do questionário (Tabela 1 e 2) as questões sobre Redes Sociais/Ambientais (RSA), Redes Sociais/Responsabilidade Social (RSS) foram elaboradas pelos pesquisadores. Já o constructo Conscientização Ambiental (CA) e Consciência de Responsabilidade Social (CRS) foi adaptado da pesquisa de Roberts e Bacon (1997Roberts, J., & Bacon, D. (1997). Exploring the subtle relationships between environmental concern and ecologically conscious consumer behavior. Journal of Business Research, 40, 79-89.), Vergragt et al. (2016Vergragt, P. J., Dendler, L., Jong, M., & Matus, K. (2016). Transitions to sustainable consumption and production in cities. Journal of Cleaner Production, 134, Part A, 1-12.) e Severo et al. (2018Severo, E. A., Guimarães, J. C. F., & Dorion, E. C. H. (2018). Cleaner production, social responsibility and eco-innovation: generations’ perception for a sustainable future. Journal of Cleaner Production, 186, 91-103.), assim como os indicadores Ethos e GRI (Instituto Ethos, 2015Instituto Ethos. (2015). Indicadores Ethos para negócios sustentáveis e responsáveis. Retrieved from http://www3.ethos.org.br/cedoc/indicadores-ethos-para-negocios-sustentaveis-e-responsaveis/#.V8n2ka08ZLi
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; GRI, 2015Global Reporting Initiative. (2015). G4 Sustainability reporting guidelines. Retrieved from https://www.globalreporting.org/standards/g4/Pages/default.aspx
https://www.globalreporting.org/standard...
).

Tabela 1
Sources and definitions of the questionnaire
Tabela 2
Variáveis latentes e observáveis - Rotação Varimax

Elaborou-se o questionário com afirmações (Tabela 2), em escala Likert de cinco pontos, que varia de discordo totalmente a concordo plenamente (1- discordo totalmente, 2- discordo parcialmente, 3- não concordo nem discordo, 4- concordo parcialmente e 5 - concordo totalmente). Nesse cenário, o questionário foi validado por 3 experts na área temática de estudos, sendo realizado um pré-teste com 23 respondentes para se verificar o entendimento das questões e o tempo de duração. Consequentemente, após a validação do pré-teste, os dados foram analisados por meio da MEE, a qual utiliza um conjunto de análises estatísticas (Hair Jr. et al., 2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.).

Para a depuração dos dados, buscou-se identificar outliers univariados e multivariados, análise de simetria de Pearson com valores próximos a Zero (Kline, 2005Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling (2nd ed.). New York: The Guilford Press.; Hair Jr. et al., 2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.), e a análise da Curtose, com valores inferiores a 5 (Mardia, 1971Mardia, K. V. (1971). The effect of nonnormality on some multivariate tests and robustness to nonnormality in the linear model. Biometrika, 58(1), 105-121.), bem como foram eliminados os formulários em que o respondente concentrou as respostas em uma única alternativa da escala de cinco pontos. Observa-se que o formulário eletrônico não permitia não respostas (missing). Inicialmente foram coletados 2776 questionários, dos quais eliminaram-se 84 formulários (outliers), o que resultou em 2692 casos válidos. Para a análise dos dados, utilizou-se o software SPSS® (Versão 21) para Windows® e o software AMOS® (Versão 21).

Após a depuração dos dados, avaliou-se a normalidade e consistência estatística (Tabela 2), por meio de: i) testes de esfericidade de Bartlett, com resultado significativo (p>0.001); ii) medida de adequação de Kaiser, Meyer e Olkin (KMO), que segundo Hair Jr. et al. (2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.) deve apresentar valores superiores a 0,5; iii) verificação da confiabilidade simples das variáveis observáveis, por meio do cálculo do Cronbach’s alpha, com valores superiores a 0.7 (Hair Jr. et al., 2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.); e, iv) Composite Reliability (CR), na qual se espera que o valor seja igual ou superior a 0,7 (Marôco, 2010Marôco, J. (2010). Análise de equações estruturais: fundamentos teóricos, softwares & aplicações. Lisboa: PSE.).

Nesse cenário, realizou-se a Análise Fatorial Exploratória (AFE) para a verificação da combinação das variáveis observáveis em fatores (Construtos), como fase antecessora da MEE. Os resultados da AFE, com a rotação Varimax, formou quatro fatores, com poder de explicação de 62,2% total de variância. As cargas fatoriais ficaram superiores a 0,5 (Hair Jr. et al., 2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.) e a Comunalidade apresentou variáveis inferiores a 0,5 (CA1=0,395; CA2=0,446; CA3=0,372), evidenciando uma baixa correlação entre as variáveis observáveis.

Realizou-se também o Average Variance Extracted (AVE) (Tabela 3), no intuito de avaliar a variância total de cada variável observável, por meio do cálculo recomendado por Fornell e Larcher (1981)Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Evaluating structural equations models with unobservable variables and measurement error. Journal of Marketing, 18(1), 39-50., o qual permite a análise da Convergent Validity (CV) e a Discriminant Validity (DV) (De Guimarães, Severo, Dorion, Coallier, & Olea, 2016De Guimarães, J. C. F., Severo, E. A., Dorion, E. C. H., Coallier, F., & Olea, P. M. (2016). The use of organizational resources for product innovation and organizational performance: a survey of the brazilian furniture industry. International Journal of Production Economics, 180, 135-147.). Os testes realizados neste estudo evidenciam que a avaliação da qualidade das respostas das escalas e construtos suportam o modelo de mensuração (Framework) e validação das escalas.

Tabela 3
Convergent validity e discriminant validity - Modelo integrado inicial

Nesse contexto, o modelo integrado foi avaliado por meio dos testes de hipóteses de Standardized Estimates (SE) e Unstandardized Estimates (UE), no intuito de mensurar as relações e correlações entre os construtos. Para avaliar a adequação do modelo de mensuração, o qual prediz a matriz de covariâncias ou de correlações, utilizaram-se as recomendações de Kline (2005Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling (2nd ed.). New York: The Guilford Press.) e Hair Jr. et al. (2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.), a partir dos índices de: i) valor do Chi-square dividido pelos Graus de Liberdade (igual ou menor a 5); ii) Comparative Fit Index (CFI) (=ou>0,9); iii) Normed Fit index (NFI) (=ou>0,9); iv) Goodness of Fit Index (GFI) (=ou>0,9); v) Adjusted Goodness of Fit Index (AGFI) (=ou>0,9); vi) Root Mean Squared Error of Approximation (RMSEA) (entre 0,05 e 0,08); e, vii) The root mean square residual (RMR) e o Expected Cross-Validation Index (ECVI), utilizados para comparar o modelo integrado inicial e o modelo integrado final (modelos rivais), em que se considera melhor o modelo que apresenta valores menores.

O efeito moderador das Gerações (Baby Boomers, X e Y), expresso nas hipóteses H3a e H3b, foi avaliado com base nas recomendações de Sharma, Durand e Gur-Arie (1981Sharma, S., Durand, R. M., & Gur-Arie, O. (1981). Identification and analysis of moderator variables. Journal of Marketing Research, 291-300.) e Baron e Kenny (1986Baron, R. M., & Kenny, D. A. (1986). The moderator-mediator variable distinction in social psychological research: Conceptual, strategic, and statistical considerations. Journal of personality and social psychology, 51(6), 1173.), os quais afirmam que o uso de análise multivariada de moderação pode ser aplicado, no intuito de identificar como o modelo estrutural é ajustado em diferentes grupos pré-estabelecidos, bem como as diferenças que podem ocorrer nos coeficientes de regressão, em função da alteração do valor do moderador. A mensuração da intensidade das relações entre os construtos foi viabilizada com o teste de hipóteses para multigrupos (Byrne, 2010Byrne, B. M. (2010). Structural equation modeling with AMOS: basic concepts, applications, and programming (2nd ed.). New York: Taylor & Francis Group.), para avaliar as relações entre os construtos, por meio da mensuração e comparação do Chi-square (X2) entre os grupos, que neste teste é considerado a premissa de que todos os caminhos são mantidos fixos, exceto o caminho que foi testado, o que permite avaliar se há diferença entre os valores de Standardized Estimate (SE) e verificar se as diferenças entre os X2 são estatisticamente significativas. Como acréscimo, realizou-se a comparação entre as médias dos construtos por meio da ANOVA.

4. RESULTADOS

A distribuição da população brasileira, segundo o IBGE (2010), é composta por 26,8% dos Baby Boomers, 22,2% da Geração X e 26,8% da Geração Y. No entanto, a amostra não é proporcional à população, já que a Bola de Neve e não métodos probabilísticos que usamos para coletar dados não fornecem a distribuição proporcional da amostra em relação à população.

A amostra final foi de 2692 casos válidos, composta por 5,5% da Geração Baby Boomers, 26,9% da Geração X e 67,6% da Geração Y; quanto ao gênero, destaca-se que 62,6% é feminino. No que tange ao trabalho, 66,9% dos respondentes trabalham, sendo: i) auxiliar 15,4%; ii) gestor 14,4%; iii) analista/técnico 14,1%; iv) professor 9,8%; e, em outras funções 46,4%. Quanto ao perfil econômico, os respondentes apresentam renda familiar de: i) 52,6% recebem até quatro salários mínimos mensais; e, ii) 40,5% recebem mensalmente entre 4 a 20 salários mínimos. Destaca-se que 80,7% dos respondentes são da Região Sul e 19,3% da Região Sudeste do Brasil. Com relação à escolaridade: i) 11,2% possuem ensino fundamental; ii) 49,5% estão cursando o ensino superior; iii) 18,7% possuem apenas ensino superior; iv) 14,7 estão cursando Pós-Graduação (Strito Sensu e Lato Sensu); v) 2,3% possuem mestrado; e, vi) 1,2%, doutorado.

A Fig. 2 apresenta a intensidade da utilização das redes sociais por aplicativos. Os resultados demonstram uma grande utilização (mais de 10 vezes por dia) do Whatsapp de 70%, Facebook de 46,6% e o Instagram 24,6%. Nota-se que uma fração significativa dos respondentes demonstram que nunca utilizam o Twitter (76,8%) e o Linkedin (68,8%). O uso do Youtube concentra-se em acessos de uma vez por dia (26,3%), bem como 25,3% afirmam acessar uma vez por semana.

Figura 2
Utilização das redes sociais.

Após aplicação da AFE, com a rotação Varimax, considerou-se adequado para a análise o uso da SEM. A estatística descritiva dos dados demonstrou uma média geral das variáveis observáveis de 3,214 e um desvio-padrão de 1,331, o que evidencia a concordância dos respondentes e baixa variabilidade, configurando que os respondentes identificaram a existência dos atributos questionados na pesquisa. Os cálculos de AVE (Tabela 3) para medir CV resultaram nos construtos Rede Social/Ambiental (RSA) (CV = 0,843) acima do recomendado (=ou>0,7), enquanto os constructos Redes Sociais/Responsabilidade Social (RSS) (CV=0,676), Consciência Ambiental (CA) (CV=0,458) e Consciência de Responsabilidade Social (CRS) (CV=0,507) apresentam CV próximo ou abaixo do recomendado, indicando que algumas variáveis observáveis deste estudo são pouco integradas com o construto, que pode ser evidenciado pela Comunalidade e Correlação de Pearson. Esta é uma medida importante; entretanto esses resultados não invalidam a escala de mensuração e, portanto, foram mantidas todas as variáveis observáveis para a análise do modelo integrado.

A avaliação da RC (Tabela 2) identificou que os valores estavam acima do nível recomendado (> 0,7) por Hair Jr. et al. (2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.) e Marôco (2010Marôco, J. (2010). Análise de equações estruturais: fundamentos teóricos, softwares & aplicações. Lisboa: PSE.) nos construtos e no conjunto de todas as variáveis observáveis (CR=0,975), o que indica a consistência e confiabilidade dos dados.

A análise da Correlação de Pearson identificou algumas correlações com valores acima de 0,7 entre as variáveis RSA1<-->RSA4 (0,717), RSA1<-->RSA6 (0,817), RSA3<-->RSA6 (0,799), RSA4<-->RSA5 (0,817), RSA4<-->RSA6 (0,866) e RSA5<-->RSA6 (0,838). Tais resultados podem indicar a multicolinearidade entre as variáveis, no entanto decidiu-se manter essas variáveis pela importância na formação do construto. Entretanto, essas correlações foram utilizadas como base da construção do modelo integrado final, pois são extremamente importantes para o entendimento da pesquisa.

Destaca-se que os testes de esfericidade de Bartlett, KMO, Cronbach’s alpha, CR, CV, DV, Correlação de Pearson e a AFE validam estatisticamente as escalas e os construtos, o que permite considerar o modelo consistente para aplicação da análise de MEE, e os testes de hipóteses para avaliar as relações do Modelo Integrado Inicial (Fig. 1).

Os resultados dos testes de hipóteses (H1e H2) (Tabela 4) do Modelo Integrado Inicial mostraram-se significativos (p<0,001), que foram mensuradas as relações por meio dos valores de Standardized Estimate (SE) e Unstandardized Estimate (UE), o que evidencia a influência positiva entre os construtos RSA-->CA (H1) e RSS-->CRS (H2). No Modelo Integrado Inicial, as relações de causalidade comprovam que RSA e RSS são antecedentes da consciência e comportamento socioambiental. O construto RSA influencia positivamente sobre CA em uma intensidade moderada (SE=0,393), e o RSS influencia positivamente CRS com uma alta intensidade (SE=0,523). Tais resultados da pesquisa são importantes para as Entidades Civis e Governamentais utilizarem mais os canais das redes sociais para influenciar os indivíduos, para uma postura socioambiental ativa diante da situação de escassez de recursos e desenvolvimento da sociedade.

Tabela 4
Teste de hipóteses (Covariância e Correlação) - Modelo integrado inicial e final

Nessa pesquisa utilizaram-se as medidas de ajuste absoluto (Tabela 5), no intuito de identificar o grau em que o modelo de mensuração prediz a matriz de covariâncias, com o uso do software AMOS, no qual se nota que índices CFI, NFI, GFI e AGFI, no Modelo Integrado Inicial, resultaram em valores inferiores ao recomendado de 0,9 (Kline, 2005Kline, R. B. (2005). Principles and practice of structural equation modeling (2nd ed.). New York: The Guilford Press.; Hair Jr. et al., 2010Hair Jr., J. F., Black, W. C., Bardin, B. J., & Anderson, R. E. (2010). Multivariate data analysis (7th ed.). New Jersey: Prentice Hall.), bem como o RMSEA também possui valor acima do recomendável (<ou=0,08). A partir desses resultados, buscou-se o aprimoramento do modelo de mensuração, considerando as correlações entre os construtos (RSA<-->RSS), e com base na correlação de Pearson foram incluídas no modelo as correlações entre as varáveis observáveis (RSA1<-->RSA4; RSA1<-->RSA6; RSA3<-->RSA6; RSA4<-->RSA5; RSA4<-->RSA6; RSA5<-->RSA6). Essas correlações formaram o Modelo Integrado Final (Figura 3), o que resultou em melhorias significativas nos índices de ajuste do modelo (CFI; NFI; GFI; AGFI; RMSEA), ficando estes mais próximos ao recomendado. Destaca-se que ocorreu melhora significativa nos índices comparativos (RMR; ECVI) entre os modelos Inicial e Final, conferindo aferição ao aprimoramento do Modelo Integrado Final.

Nota-se que a relação direta entre RSS-->CRS é maior que RSA-->CA, portanto as pessoas são mais sensíveis às questões sociais, o que é evidenciado pelas médias das respostas em que RSA=2,9 e RSS=3,3. A sensibilidade das pessoas com as questões sociais e a correlação entre a busca sobre informações sociais e ambientais pode ser um importante meio de ampliar a consciência ambiental, ao trabalhar esses temas de forma integrada.

Tabela 5
Índices de ajuste do modelo

Figura 3
Modelo integrado final.

Para avaliar o efeito moderador das Gerações (Baby Boomers, X e Y) sobre as relações entre os construtos, que compõem as hipóteses H3a e H3b, realizou-se inicialmente o teste da ANOVA para comparar as médias das respostas entre os construtos, as quais identificaram diferenças estatisticamente significativas (p<0.001), corroborando a possibilidade da existência do efeito moderador. Os testes de hipóteses (Covariância e Correlação), por meio da análise de multigrupos, os quais avaliam as diferenças entre as relações, considerando o efeito de moderação, estão expressos na Tabela 6.

Tabela 6
Teste de hipóteses do efeito moderador - Gerações (Baby Boomers, X e Y)

Os resultados mostram que há diferenças entre os valores de SE entre as gerações, bem como ocorre uma diferença estatística significativa entre o Chi-square, o que suporta as hipóteses H3a e H3b. Destaca-se que na relação RSA-->CA as gerações Baby Boomers e Y buscam mais informações sobre questões ambientais, e consequentemente isso influencia mais na formação da consciência ambiental, enquanto para as questões sociais os Baby Boomers e X são mais sensíveis a essas situação, influenciando diretamente na consciência da responsabilidade social.

5. DISCUSSÕES

A análise dos dados da estatística descritiva e a AFE, com a rotação Varimax, apresentam resultados que corroboram as hipóteses da pesquisa e indicam achados que contribuem para os estudos acadêmicos. Entre os resultados, inicialmente se observa que a menor resposta média está no construto RSA (2,9), sugerindo que as pessoas pesquisadas ainda não buscam ativamente informações sobre sustentabilidade. Coerentemente, esses achados não atendem às suposições de Altin et al. (2014Altin, A., Tecer, S., Tecer, L., Altin, S., & Kahraman, B. F. (2014). Environmental awareness level of secondary school students: A case study in Balıkesir (Türkiye). Procedia-Social and Behavioral Sciences, 141, 1208-1214.) e Mei et al. (2016Mei, N. S., Wai, C. W., & Ahamad, R. (2016). Environmental awareness and behaviour index for Malaysia. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 222, 668-675.), que enfatizam que a conscientização ambiental está alinhada às ações e atitudes, destacando a participação ativa nas questões ambientais (Vergragt et al., 2016Vergragt, P. J., Dendler, L., Jong, M., & Matus, K. (2016). Transitions to sustainable consumption and production in cities. Journal of Cleaner Production, 134, Part A, 1-12.). No entanto, Chugh et al. (2016Chugh, R., Wibowo, S., & Grandhi, S.(2016). Environmentally sustainable Information and Communication Technology usage: awareness and practices of Indian Information and Communication Technology professionals. Journal of Cleaner Production, 131, 435-446.) mostram preocupação pela falta de consciência ambiental, pois é necessário evitar a degradação dos recursos naturais para a sustentabilidade das gerações futuras.

A análise do DV (Tabela 3), que mede a correlação entre os construtos, apresentou valores de DV maiores que CV na correlação CA<->RSA (CV = 0,548), sugerindo que a CA está amplamente correlacionada com as práticas de RSA, evidenciando que indivíduos com a consciência ambiental também é socialmente responsável, corroborando pesquisas de Schroeder e Anantharaman (2017Schroeder, P., & Anantharaman, M. (2017). “Lifestyle Leapfrogging” in Emerging Economies: Enabling Systemic Shifts to Sustainable Consumption. Journal of Consumer Policy, 40(1), 3-23.), pois quanto mais conhecimento sobre questões ambientais, maior a atitude sustentável. Garay e Fonte (2012Garay, L., & Font, X. (2012). Doing good to do well? Corporate social responsibility reasons, practices and impacts in small and medium accommodation enterprises. International Journal of Hospitality Management, 31, 329-337.) e Boulouta e Pitelis (2014Boulouta, I., & Pitelis, C. N. (2014). Who Needs CSR? The Impact of Corporate Social Responsibility on National Competitiveness. Journal of Business Ethics, 119, 349-364. ) enfatizam que a responsabilidade social não é necessariamente apenas para o altruísmo, mas sim uma combinação de inúmeras razões, com o surgimento de premissas ambientais (Schroeder & Anantharaman, 2017Schroeder, P., & Anantharaman, M. (2017). “Lifestyle Leapfrogging” in Emerging Economies: Enabling Systemic Shifts to Sustainable Consumption. Journal of Consumer Policy, 40(1), 3-23.).

Os testes de hipóteses confirmam que os indivíduos expostos às informações (vídeos, fotos, textos) de responsabilidade social e sustentabilidade ambiental são positivamente influenciados na formação da consciência social e, respectivamente, da consciência ambiental, o que confirma as hipóteses H1 e H2.

Ressaltamos que o teste de hipóteses do Modelo Final Integrado (Tabela 4) apoia a hipótese de pesquisa H1 e H2, somando-se à pesquisa que existe uma alta correlação entre RSA<->RSS (SE=0,639; UE=0,798). A intensa correlação entre RSA e RSS indica a existência de uma forte tendência de indivíduos que buscam informações sobre Responsabilidade Social também buscarem informações sobre Sustentabilidade Ambiental. Esses achados mostram que as redes sociais permitem a interação entre seus membros, a troca de informações, bem como a união de ideias em torno de valores e interesses compartilhados (Nohria & Eccles, 1992Nohria, N., & Eccles, R. G. (1992). Networks and organizations: structure, form, and action. Boston: Harvard Business School Press.; Evans, 2009Evans, M. (2009). Foreign language learning with digital technology. London: Continuum.; Rauniar et al., 2014Rauniar, R., Rawski, G., Yang, J. Y., & Johnson, B. (2014). Technology acceptance model (TAM) and social media usage: an empirical study on Facebook. Journal of Enterprise Information Management, 27(1), 6-30.). Esse achado de pesquisa corrobora as premissas de Kamaruddin et al. (2016Kamaruddin, S. M., Ahmad, P., & Alwee, N. (2016). Community Awareness on Environmental Management through Local Agenda 21 (LA21). Procedia-Social and Behavioral Sciences, 222, 729-737.) e Ghali et al. (2016Ghali, M. R., Frayret, J. M., & Robert, J. M. (2016). Green social networking: concept and potential applications to initiate industrial synergies. Journal of Cleaner Production, 115, 23-35.), pois as redes sociais podem promover informações para a conscientização de diversos problemas ambientais, bem como para questões sociais (Wasserman & Faust, 2007Wasserman, S., & Faust, K. (2007). Social network analysis: methods and applications. Cambridge, Cambridge University Press.).

Os resultados dos testes de hipóteses H3a e H3b mostram uma diferença estatística entre as gerações, em relação à exposição de informações ambientais e sociais na relação de influência na consciência ambiental e social. Ressaltamos que não identificamos predomínio; no entanto, é preocupante que a geração Y tenha apresentado as menores médias de respostas (RSA = 2,85; RSS = 3,26), na busca de informações sobre questões ambientais (RSA) e sociais (RSS), relevantes para a sociedade, e, para Maniero e Sulivan (2006Maniero, L. A., & Sulivan, S. E. (2006). The opt-out revolt: why people are leaving companies to create kaleidoscope careers. Mountain View: Davies-Black Publishing. ) e Zopiaris, Krambia-Kapardis & Varnavas (2012Zopiaris, A. M., Krambia-Kapardis, M., & Varnavas, A. (2012). Y-ers, X-ers, and Boomers: Investigating the multigenerational [mis]perceptions in the hospitality workplace. Tourism and Hospitality Research, 12(2), 101-121), essa geração busca desafios e riscos; no entanto, é altamente criativo e inovador.

Nesse contexto, os achados da pesquisa não são intencionais em relação à geração Y, uma vez que essa geração é inovadora e altamente conectada às redes sociais; todavia apresenta comportamento diferente de outras gerações (Akhras, 2015Akhras, C. (2015). Millennials: Entitled networking business leaders. International Journal of Computer Science and Business Informatics, 15(1), 1694-2108.; Chakraborty & Balakrishnan, 2017Chakraborty, T., & Balakrishnan, J. (2017). Exploratory tendencies in consumer behaviour in online buying across gen X, gen Y and baby boomers. International Journal of Value Chain Management, 8(2), 135-150.). Nesse cenário, há muitas implicações associadas à geração Y, visto que é a geração do milênio que cresceu na era eletrônica, ambiente online com máxima sofisticação nas redes sociais (Lissitsa & Kol, 2016Lissitsa, S., & Kol, O. (2016). Generation X vs. generation Y-A decade of online shopping. Journal of Retailing and Consumer Services, 31, 304-312.; Radzi et al., 2018Radzi, N. A. A., Harun, A., Ramayah, T., Kassim, A. W. M., & Lily, J. (2018). Benefits of Facebook fan/brand page marketing and its influence on relationship commitment among generation y: empirical evidence from Malaysia. Telematics and Informatics (In press). doi:10.1016/j.tele.2018.07.002
https://doi.org/10.1016/j.tele.2018.07.0...
). Esse grupo de indivíduos geralmente se adapta facilmente a mudanças, aprendendo novos sistemas operacionais e realizando trabalhos baseados em computador com mais competência e velocidade do que Gerações X e Baby Boomers (Kosterlitz & Lewis, 2017Kosterlitz, M., & Lewis, J. (2017). From Baby Boomer to Millennial: Succession Planning for the Future. Nurse Leader, 15(6), 396-398.).

Estar confortável com as mídias sociais significa que a geração Y é experiente em autopromoção e alimenta conexões através da mídia online; no entanto, os resultados da pesquisa enfatizam que essa geração tem menos motivação em atitudes para melhorar o ambiente e a sociedade. O que está de acordo com a pesquisa de Severo et al. (2018Severo, E. A., Guimarães, J. C. F., & Dorion, E. C. H. (2018). Cleaner production, social responsibility and eco-innovation: generations’ perception for a sustainable future. Journal of Cleaner Production, 186, 91-103.), em que a geração Y também apresenta uma menor consciência ambiental e social sobre a formação de comportamentos sustentáveis. Como no estudo de Zahari e Esa (2016Zahari, A. R., & Esa, E. (2016). Motivation to adopt renewable energy among generation Y. Procedia Economics and Finance, 35, 444-453.), o qual destaca que o conhecimento do consumidor sobre a geração Y é insignificante com a adoção de energias renováveis.

Dentre as limitações deste estudo, podemos destacar que a escala é composta por um questionário de autorresposta para coletar dados de variáveis ​​simultaneamente, o que permite a ocorrência da Common Method Variance (CMV) (Podsakoff, Mackenzie, Lee, & Podsakoff, 2003Podsakoff, P. M., Mackenzie, S. B., Lee, J., & Podsakoff, N. P. (2003). Common method biases in behavioral research: a critical review of the literature and recommended Remedies. Journal of Applied Psychology, 88(5), 879-903.; Chang, Van Witteloostuijn, & Eden, 2010Chang, S., Van Witteloostuijn, A., & Eden, L. (2010). From the editors: common method variance in international business research. Journal of International Business Studies, 41(2), 178-184.). Além disso, o risco de formação de viés de resposta, devido ao efeito de generalização falha (Halo), que é emitido de uma única pessoa, e pode ter a influência do desejo social, que pode aumentar ou reduzir as relações entre os construtos (Bagozzi & Yi, 1991Bagozzi, R. P.; Yi, Y. (1991). Multitrait-multimethod matrices in consumer research. Journal of Consumer Research, 17(4), 426-439.; Podsakoff et al., 2003Podsakoff, P. M., Mackenzie, S. B., Lee, J., & Podsakoff, N. P. (2003). Common method biases in behavioral research: a critical review of the literature and recommended Remedies. Journal of Applied Psychology, 88(5), 879-903.). Outra limitação da pesquisa é em relação ao Snowball (Bola de Neve) e aos métodos não probabilísticos que usamos para coletar dados, e isso contribuiu para restringir a amplitude e a distribuição proporcional da amostra.

6. CONCLUSÃO

Esta pesquisa contribui para a discussão sobre a formação da consciência social e ambiental, ao propor um Framework (Fig. 1) para a análise das relações entre os construtos, e para a validação estatística da escala de Redes Sociais/Ambientais (RSA), Redes Sociais/Responsabilidade Social (RSS), Conscientização Ambiental (CA) e Conscientização em Responsabilidade Social (CRS).

Um achado importante da pesquisa refere-se ao resultado de que a Geração Y busca menos informações sobre ações ambientais e sociais, o que é evidenciado pelas menores médias nos construtos RSA e RSS. Portanto, esses resultados mostram a necessidade de agentes governamentais e instituições de ensino estimularem a Geração Y a aumentar o interesse pelas questões socioambientais.

A principal contribuição da pesquisa surge com a identificação de uma forte correlação entre os construtos RSA e RSS. Isso indica que os indivíduos expostos a informações ambientais estão relacionados a pessoas que também acessam informações sobre questões sociais. Esse achado da pesquisa sugere que há maior possibilidade de sucesso na formação da consciência, tanto social quanto ambiental, se as pessoas tiverem informações integradas sobre essas questões. Com esses resultados, podemos afirmar que a responsabilidade social e ambiental, de forma inseparável, tem maior influência na formação da consciência, o que se espera que resulte em comportamento ambiental e socialmente responsável.

De acordo com isso, esse alerta pode ser considerado como um estímulo às Instituições de Ensino, Agências Civis e Governamentais, bem como às empresas, onde os jovens transitam e trabalham, para realizar ações de promoção de informações sobre responsabilidade social e ambiental, a fim de engajar a geração Y para o desenvolvimento sustentável.

Com base nos resultados deste estudo, sugerimos novas questões de pesquisa para futuras investigações científicas: Como os fatores regionais podem interferir nas relações entre os construtos? Quais são as principais ações que as Organizações Civis e Governamentais utilizam para disseminar informações sobre responsabilidade social e ambiental? Em que medida a intensidade da consciência social e ambiental é convertida em comportamentos efetivos? As proposições dessas questões de pesquisa podem contribuir para a compreensão dinâmica entre os constructos pesquisados e o desenvolvimento sustentável da sociedade, considerando a influência dos diferentes agentes sobre o ser biopsicossocial.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Out 2019
  • Data do Fascículo
    Sep-Oct 2019

Histórico

  • Recebido
    13 Maio 2018
  • Revisado
    14 Ago 2018
  • Aceito
    19 Nov 2018
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