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Tradução e adaptação para o português brasileiro da Escala de Classificação do Edema da Radioterapia Como citar este artigo: Queija DS, Arakawa-Sugueno L, Chamma BM, Kulcsar MA, Dedivitis RA. Translation and adaptation of the Radiotherapy Edema Rating Scale to Brazilian Portuguese. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:344-50.

Resumo

Introdução:

O linfedema interno é uma das sequelas do tratamento para o câncer de cabeça e pescoço, pode levar a alterações de grau variado na deglutição, voz e respiração. A Escala do Edema da Radioterapia (Radiotherapy Edema Rating Scale), elaborada por Patterson et al., é uma ferramenta de avaliação do edema de faringe e laringe.

Objetivo:

Traduzir, para o português brasileiro, adaptar culturalmente e testar essa escala em pacientes submetidos ao tratamento para o câncer de cabeça e pescoço.

Método:

O processo seguiu as diretrizes internacionais e as etapas de tradução por dois cirurgiões de cabeça e pescoço e a retrotradução de forma independente por dois nativos norte-americanos. O teste da versão final para avaliação foi realizado a partir da avaliação de 18 pacientes por dois médicos cirurgiões de cabeça e pescoço e duas fonoaudiólogas por meio da aplicação das escalas em português.

Resultados:

A tradução e a adaptação cultural foram executadas satisfatoriamente pelos membros do comitê responsável.

Conclusão:

A tradução e adaptação da Escala do Edema da Radioterapia para o português foi bem-sucedida e de fácil aplicação.

PALAVRAS-CHAVE
Edema; Neoplasias de cabeça e pescoço; Radioterapia; Faringe; Laringe

Abstract

Introduction:

Internal lymphedema is one of the sequelae of head and neck cancer treatment that can lead to varying degrees of swallowing, speech, and respiration alterations. The Radiotherapy Edema Rating Scale, developed by Patterson et al., is a tool used to evaluate pharyngeal and laryngeal edema.

Objective:

To translate into Brazilian Portuguese, to culturally adapt and test this scale in patients undergoing treatment for head and neck cancer.

Methods:

The process followed the international guidelines and translation steps by two head and neck surgeons and back-translation performed independently by two North-American natives. The final version of the test was evaluated based on the assessment of 18 patients by two head and neck surgeons and two speech therapists using the scales in Brazilian Portuguese.

Results:

The translation and cultural adaptation were satisfactorily performed by the members of the committee in charge.

Conclusion:

The translation and adaptation into Brazilian Portuguese of the Radiotherapy Edema Rating Scale was successfully performed and showed to be easy to apply.

KEYWORDS
Edema; Head and neck neoplasms; Radiotherapy; Pharynx; Larynx

Introdução

A cabeça e o pescoço contêm uma extensa rede linfática e mais de 300 linfonodos (um terço dos linfonodos do corpo).11 Deng J, Ridner SH, Aulino JM, Murphy BA. Assessment and measurement of head and neck lymphedema: state-of-the-science and future directions. Oral Oncol. 2015;51:431-7. O tratamento para o câncer de cabeça e pescoço envolve terapias multimodais que proporcionam aumento nas taxas de sobrevida, porém com riscos de complicações secundárias, como o linfedema secundário. O tumor, a cirurgia e a radioterapia podem romper as estruturas linfáticas e bloquear o fluxo da linfa e resultar em edema dos tecidos moles. A contração muscular e a compressão dos tecidos moles por meio do movimento facilitam o fluxo linfático. Entretanto, o dano causado pela cirurgia e a radioterapia modifica esse mecanismo, leva à redução do movimento e do fluxo da linfa.11 Deng J, Ridner SH, Aulino JM, Murphy BA. Assessment and measurement of head and neck lymphedema: state-of-the-science and future directions. Oral Oncol. 2015;51:431-7.

2 Murphy BA, Gilbert J. Dysphagia in head and neck cancer patients treated with radiation: assessment, sequelae, and rehabilitation. Semin Radiat Oncol. 2009;19:35-42.

3 Murphy BA, Gilbert J, Cmelak A, Ridner SH. Symptom control issues and supportive care of patients with head and neck cancers. Clin Adv Hematol Oncol. 2007;5:807-22.
-44 McGarvey AC, Osmotherly PG, Hoffman GR, Chiarelli PE. Lymphoedema following treatment for head and neck cancer: impact on patients, and beliefs of health professionals. Eur J Cancer Care (Engl). 2014;23:317-27.

A disfunção linfática ocorre quando qualquer estrutura linfática ou que cerca os tecidos moles é danificada pelo câncer e seu tratamento, limita a capacidade do sistema linfático de transportar o volume da linfa que é levado até os tecidos. O linfedema é um inchaço que se desenvolve em pelo menos três meses após o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, além do período em que ocorre o edema agudo.55 Bentzen SM, Dörr W, Anscher MS, Denham JW, Hauer-Jensen M, Marks LB, et al. Normal tissue effects: reporting and analysis. Semin Radiat Oncol. 2003;13:189-202.

6 Deng J, Ridner SH, Dietrich MS, Wells N, Wallston KA, Sinard RJ, et al. Prevalence of secondary lymphedema in patients with head and neck cancer. J Pain Symptom Manage. 2012;43:244-52.
-77 Avraham T, Zampell JC, Yan A, Elhadad S, Weitman ES, Rockson SG, et al. The differentiation is necessary for soft tissue fibrosis and lymphatic dysfunction resulting from lymphedema. FASEB J. 2013;27:1114-26.

Quando o linfedema desenvolve-se, o sistema linfático pode estar apto a reparar ou compensar o dano causado, resulta em redução visível do inchaço. Se o prejuízo for grave ou não houver intervenção, o fluido linfático rico em proteínas acumulado pode disparar uma resposta inflamatória crônica, resultar em um processo fibroesclerótico no qual podem se desenvolver tecidos gordurosos ou fibrosos.11 Deng J, Ridner SH, Aulino JM, Murphy BA. Assessment and measurement of head and neck lymphedema: state-of-the-science and future directions. Oral Oncol. 2015;51:431-7.,77 Avraham T, Zampell JC, Yan A, Elhadad S, Weitman ES, Rockson SG, et al. The differentiation is necessary for soft tissue fibrosis and lymphatic dysfunction resulting from lymphedema. FASEB J. 2013;27:1114-26.

O linfedema em câncer de cabeça e pescoço pode envolver estruturas externas (face, submentonianas e pescoço) e internas (trato aerodigestivo superior, língua, epiglote) ou ambos (composto). O linfedema interno pode comprometer a mastigação, a deglutição, a fala e a voz.88 Deng J, Murphy BA, Dietrich MS, Wells N, Wallston KA, Sinard RJ, et al. Impact of secondary lymphedema after head and neck cancer treatment on symptoms, functional status, and quality of life. Head Neck. 2013;35:1026-35. Ambos podem progredir com o decorrer do tempo e, quando identificados e tratados precocemente, podem resultar em regressão do inchaço e prevenção dos efeitos tardios, como a fibrose.99 Stout Gergich NL, Pfalzer LA, McGarvey C, Springer B, Gerber LH, Soballe P. Preoperative assessment enables the early diagnosis and successful treatment of lymphedema. Cancer. 2008;112:2809-19. Portanto, é importante verificar o linfedema como parte da rotina clínica de avaliação do paciente com câncer de cabeça e pescoço.11 Deng J, Ridner SH, Aulino JM, Murphy BA. Assessment and measurement of head and neck lymphedema: state-of-the-science and future directions. Oral Oncol. 2015;51:431-7.,33 Murphy BA, Gilbert J, Cmelak A, Ridner SH. Symptom control issues and supportive care of patients with head and neck cancers. Clin Adv Hematol Oncol. 2007;5:807-22.,66 Deng J, Ridner SH, Dietrich MS, Wells N, Wallston KA, Sinard RJ, et al. Prevalence of secondary lymphedema in patients with head and neck cancer. J Pain Symptom Manage. 2012;43:244-52.,88 Deng J, Murphy BA, Dietrich MS, Wells N, Wallston KA, Sinard RJ, et al. Impact of secondary lymphedema after head and neck cancer treatment on symptoms, functional status, and quality of life. Head Neck. 2013;35:1026-35.,1010 Deng J, Murphy BA, Dietrich MS, Sinard RJ, Mannion K, Ridner SH. Differences of symptoms in head and neck cancer patients with and without lymphedema. Support Care Cancer. 2016;24:1305-16.,1111 Smith BG, Hutcheson KA, Little LG, Skoracki RJ, Rosenthal DI, Lai SY, et al. Lymphedema outcomes in patients with head and neck cancer. Otolaryngol Head Neck Surg. 2015;152:284-91.

Poucas medidas para avaliar o edema e o linfedema foram desenvolvidas ao longo dos últimos anos. A preocupação com esses aspectos tem crescido na última década no intuito de identificar e acompanhar a evolução da alteração e os resultados do tratamento ministrado.1111 Smith BG, Hutcheson KA, Little LG, Skoracki RJ, Rosenthal DI, Lai SY, et al. Lymphedema outcomes in patients with head and neck cancer. Otolaryngol Head Neck Surg. 2015;152:284-91.

12 Smith BG, Lewin JS. Lymphedema management in head and neck cancer. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2010;18:153-8.

13 Deng J, Ridner SH, Dietrich MS, Wells N, Murphy BA. Assessment of external lymphedema in patients with head and neck cancer: a comparison of four scales. Oncol Nurs Forum. 2013;40:501-6.
-1414 Deng J, Dietrich MS, Ridner SH, Fleischer AC, Wells N, Murphy BA. Preliminary evaluation of reliability and validity of head and neck external lymphedema and fibrosis assessment criteria. Eur J Oncol Nurs. 2016;22:63-70.

A Escala de Classificação do Edema da Radioterapia, desenvolvida por Patterson et al.,1515 Patterson JM, Hildreth A, Wilson JA. Measuring edema in irradiated head and neck cancer patients. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2007;116:559-64. é a ferramenta mais abrangente que avalia e gradua de forma simples e objetiva 11 estruturas e dois espaços da faringe e da laringe por meio de endoscopia. A escala teve boa confiabilidade intra-avaliadores (Kappa = 0,84) e moderada interavaliadores (Kappa = 0,54).

O objetivo deste estudo é fazer a tradução para o português brasileiro e a adaptação transcultural da Escala de Classificação do Edema da Radioterapia.

Método

Esta pesquisa representa a fase inicial do projeto de estudo clínico, aprovado pelo Comitê de Ética da instituição na qual foi feita, sob o número 528/14. Para desenvolver o trabalho com a escala, foi concedida a permissão da autora, que autorizou a tradução.

Por tratar-se de escala de avaliação de estruturas estritamente relacionados à anatomia, a tradução foi feita por dois cirurgiões de cabeça e pescoço com experiência em edema e linfedema de cabeça e pescoço e proficiência na língua inglesa, com base na Nomina Anatomica.1616 Sociedade Brasileira de Anatomia. Terminologia Anatômica. São Paulo: Manole; 2001. O processo teve como base as diretrizes internacionais.

Houve, então, um consenso entre os tradutores de uma versão para o português brasileiro e posterior retrotradução feita por dois nativos da língua inglesa, de forma independente. Depois disso, foi feita a comparação da retrotradução com o original, foram analisados aspectos relacionados à equivalência conceitual, semântica e de conteúdo e posterior elaboração de uma tradução pelo comitê formado pelos tradutores e retrotradutores.

Foram avaliados 18 pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico e/ou radioquimioterápico, por meio de exame de nasoendoscopia, e gravados em DVD, para posterior avaliação pelo comitê.

A versão final foi aplicada por quatro profissionais da saúde (dois cirurgiões de cabeça e pescoço e duas fonoaudiólogas com grande experiência em câncer de cabeça e pescoço e interpretação de imagens videoendoscópicas de faringe e laringe). Por se tratar de interpretações similares, os avaliadores entraram em consenso.

Resultados

A tradução da Escala do Edema da Radioterapia (tabela 1) foi feita de forma independente por dois cirurgiões de cabeça e pescoço com proficiência em língua inglesa.1515 Patterson JM, Hildreth A, Wilson JA. Measuring edema in irradiated head and neck cancer patients. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2007;116:559-64.

Tabela 1
Radiotherapy Edema Rating Scale (instrumento original na língua inglesa)

As duas traduções (tabelas 2 e 3) foram analisadas em conjunto pelos dois tradutores, que chegaram a um consenso para a versão final no português brasileiro (tabela 4). Houve uma dúvida em relação ao termo cricopharyngeal prominence, que, no português, refere-se à barra cricofaríngea, alteração relacionada à anatomia de pacientes submetidos à laringectomia total. Para esclarecer essa dúvida, entramos em contato com a autora e perguntamos se o termo, na verdade corresponderia, à área retrocricóidea. A autora confirmou nossa hipótese.

Tabela 2
Escala do edema da radioterapia (Tradutor A)
Tabela 3
Escala do edema da radioterapia (Tradutor B)
Tabela 4
Versão final da escala do edema da radioterapia (consenso tradutor A e B)

Com base nessa última versão, foi então feita a retrotradução por dois tradutores bilíngues de forma independente. No caso do termo que causou dúvida pelos tradutores, foi compreendido na retrotradução como postcricoid area. Assim, as versões foram semelhantes entre si sem prejuízo à versão original. O comitê optou por manter a versão original com o termo cricopharyngeal prominence (tabela 5).

Tabela 5
Radiotherapy edema rating (Retrotradução independente)

Os autores optaram por traduzir a estrutura piriform sinus como seio piriforme, porque, embora o Nomina indique o termo "recesso piriforme", o nome seios piriformes é amplamente empregado.

Os exames foram então feitos por um médico cirurgião de cabeça e pescoço nos 18 pacientes recrutados para o estudo.

O instrumento foi aplicado pelo grupo formado por dois cirurgiões de cabeça e pescoço e duas fonoaudiólogas (com experiência em interpretação de exames de nasoendoscopia) em consenso, nos 18 pacientes da instituição em que foi feito o estudo (tabelas 6 e 7). Por se tratar de uma escala que avalia estruturas anatômicas, não observamos dificuldades na compreensão e na aplicação da ferramenta.

Tabela 6
Características demográficas, clínicas e do tratamento
Tabela 7
Distribuição da classificação do edema da radioterapia

Discussão

As técnicas de avaliação do edema e do linfedema por meio de imagens são ferramentas que oferecem uma opção mais acurada das estruturas envolvidas tanto pela doença como pelo tratamento. A avaliação do edema interno secundário ao tratamento para o câncer de cabeça e pescoço é um instrumento que pode contribuir não só para seu diagnóstico mas também para sua evolução.

Outras modalidades como a linfocintigrafia, a ressonância magnética, a tomografia computadorizada, a ultrassonografia e a imagem de fluorescência, pouco referida na literatura para a região da cabeça e do pescoço, também são usadas além da avaliação laringológica por meio da Escala de Classificação do Edema da Radioterapia. A Escala de Patterson pode ser aplicada com facilidade na prática clínica, uma vez que o exame laringológico faz parte da rotina de avaliação e acompanhamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço.11 Deng J, Ridner SH, Aulino JM, Murphy BA. Assessment and measurement of head and neck lymphedema: state-of-the-science and future directions. Oral Oncol. 2015;51:431-7.,1414 Deng J, Dietrich MS, Ridner SH, Fleischer AC, Wells N, Murphy BA. Preliminary evaluation of reliability and validity of head and neck external lymphedema and fibrosis assessment criteria. Eur J Oncol Nurs. 2016;22:63-70.,1717 Maus EA, Tan IC, Rasmussen JC, Marshall MV, Fife CE, Smith LA, et al. Near-infrared fluorescence imaging of lymphatics in head and neck lymphedema. Head Neck. 2012;34:448-53.

18. The diagnosis and treatment of peripheral lymphedema: 2013 Consensus document of the international society of lymphology. Lymphology. 2013;46:1-11.

19 Tassenoy A, De Mey J, De Ridder F, Van Schuerbeeck P, Vanderhasselt T, Lamote J, et al. Postmastectomy lymphoedema: different patterns of fluid distribution visualised by ultrasound imaging compared with magnetic resonance imaging. Physiotherapy. 2011;97:234-43.

20 Lee JH, Shin BW, Jeong HJ, Kim GC, Kim DK, Sim YJ. Ultrasonographic evaluation of therapeutic effects of complex decongestive therapy in breast cancer-related lymphedema. Ann Rehabil Med. 2013;37:683-9.

21 Suehiro K, Morikage N, Murakami M, Yamashita O, Samura M, Hamano K. Significance of ultrasound examination of skin and subcutaneous tissue in secondary lower extremity lymphedema. Ann Vasc Dis. 2013;6:180-8.
-2222 Jackson LK, Ridner SH, Deng J, Bartow C, Mannion K, Niermann K, et al. Internal lymphedema correlates with subjective and objective measures of dysphagia in head and neck cancer patients. Palliat Med. 2016;19:949-56.

Outra possibilidade é a verificação entre a relação entre as alterações de deglutição e voz com a presença do edema de faringe e laringe que podem ser mais bem quantificadas com a Escala do Edema da Radioterapia. A relação entre o edema interno e as alterações de deglutição e respiração e seu impacto na qualidade de vida com essa escala identificou forte correlação entre a severidade do edema, principalmente em região de pregas ariepiglóticas, pregas faringoepiglóticas, epiglote, aritenoides e seios piriformes com os sintomas de deglutição, principalmente da consistência sólida. Quando comparados com pacientes sem edema interno, o impacto na função e na qualidade de vida foi mais evidente.1010 Deng J, Murphy BA, Dietrich MS, Sinard RJ, Mannion K, Ridner SH. Differences of symptoms in head and neck cancer patients with and without lymphedema. Support Care Cancer. 2016;24:1305-16.,2222 Jackson LK, Ridner SH, Deng J, Bartow C, Mannion K, Niermann K, et al. Internal lymphedema correlates with subjective and objective measures of dysphagia in head and neck cancer patients. Palliat Med. 2016;19:949-56.

O prejuízo aos tecidos linfáticos pode levar ao linfedema e a fibrose e manifestar-se como efeitos precoces ou tardios ao tratamento do câncer de cabeça e pescoço. O linfedema e a fibrose não são processos estáticos. O linfedema está associado com a inflamação em curso e resulta em uma fibrose progressiva e deposição de tecido adiposo. Com o desenvolvimento de tecido fibrogorduroso, o tratamento de drenagem linfática manual e a terapia compressiva pode ser menos efetivo. Portanto, a avaliação dos efeitos do tratamento pode facilitar uma abordagem mais precoce na tentativa de evitar ou minimizar essas alterações.2323 Ridner SH, Dietrich MS, Niermann K, Cmelak A, Mannion K, Murphy B. A prospective study of the lymphedema and fibrosis continuum in patients with head and neck cancer. Lymphat Res Biol. 2016;14:198-205.

A Escala de Classificação do Edema da Radioterapia é indicada por vários autores como instrumento válido para a caracterização do edema após o tratamento do câncer de cabeça e pescoço.11 Deng J, Ridner SH, Aulino JM, Murphy BA. Assessment and measurement of head and neck lymphedema: state-of-the-science and future directions. Oral Oncol. 2015;51:431-7.,22 Murphy BA, Gilbert J. Dysphagia in head and neck cancer patients treated with radiation: assessment, sequelae, and rehabilitation. Semin Radiat Oncol. 2009;19:35-42.,1212 Smith BG, Lewin JS. Lymphedema management in head and neck cancer. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2010;18:153-8.,1818. The diagnosis and treatment of peripheral lymphedema: 2013 Consensus document of the international society of lymphology. Lymphology. 2013;46:1-11.,2222 Jackson LK, Ridner SH, Deng J, Bartow C, Mannion K, Niermann K, et al. Internal lymphedema correlates with subjective and objective measures of dysphagia in head and neck cancer patients. Palliat Med. 2016;19:949-56.

Conclusões

A tradução da Escala do Edema da Radioterapia para o português foi compatível com a original. A ferramenta é acessível e de fácil interpretação para profissionais da saúde com experiência na avaliação e tratamento do câncer de cabeça e pescoço.

  • A revisão por pares é da responsabilidade da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.
  • Como citar este artigo: Queija DS, Arakawa-Sugueno L, Chamma BM, Kulcsar MA, Dedivitis RA. Translation and adaptation of the Radiotherapy Edema Rating Scale to Brazilian Portuguese. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:344-50.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Jun 2018

Histórico

  • Recebido
    5 Jan 2017
  • Aceito
    28 Mar 2017
  • Publicado
    09 Maio 2017
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
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