Acessibilidade / Reportar erro

Perfil de pacientes idosos e tempo de permanência em ambulatório geronto-geriátrico

Profile of aged outpatients and duration of stay at a gerontologic-geriatric clinic

Resumo

Objetivo:

Identificar o perfil de pacientes idosos em assistência ambulatorial no Núcleo de Atenção ao Idoso e as variáveis que interferem no tempo de permanência no serviço.

Métodos:

Realizou-se pesquisa quantitativa, descritiva, de corte transversal, baseada na análise de 1.194 prontuários médicos de pacientes atendidos no período de 2000 a 2004. As variáveis foram: dados sociodemográficos, registros da avaliação médica e tempo de permanência do idoso no ambulatório. Para análise da relação entre variáveis clínicas e tempo de permanência, utilizou-se o modelo de regressão logística.

Resultados:

Em todas as faixas etárias, as mulheres (76,5%) foram mais numerosas que os homens (23,5%). Quanto à escolaridade, 12,9% eram iletrados e a categoria mais prevalente tinha primeiro grau incompleto (37,1%). O número de idosas viúvas (38%) foi três vezes maior que o de viúvos (12%). A maioria dos idosos (94,4%) tinha companhia de moradia e 84,4% não tinham plano de saúde. A média do tempo de permanência do idoso no serviço foi 2 anos e 8 meses, com desvio padrão de 1,5 ano. As variáveis que mais influenciaram o tempo de permanência foram: idade, queixa de tontura, distúrbios refracionais, auditivos, urinários, catarata, fraturas ósseas e antecedentes cirúrgicos.

Conclusões:

Por regressão logística, identificou-se que antecedentes cirúrgicos, distúrbios auditivos, urinários e fraturas ósseas atuaram aumentando o tempo de permanência, mas queixa de tontura, distúrbios refracionais e catarata reduziram a permanência do idoso no serviço.

Palavras-chave:
Idoso; Perfil de Saúde; Assistência Ambulatorial; Assistência de Longa Duração; Epidemiologia Descritiva; Modelos Logísticos; Estudos Transversais; Serviço de Saúde; Morbidade; Tempo de Permanência.

Abstract

Objective:

To identify the profile of aged outpatients attended at the Núcleo de Atenção ao Idoso and the variables that interfere on duration of stay in the service.

Methods:

A quantitative, descriptive, cross-sectional research was carried through, based on the analysis of 1,194 medical reports of aged outpatients attended from 2000 up to 2004. The variables were: socio-demographic data, clinical registers in medical evaluation and duration of stay of the aged outpatients at the clinic. A logistic regression was performed to analyze the relation between clinical variables and time of stay.

Results:

Women (76.5%) were more numerous than men (23.5%), in all age intervals. According to scholarship, 12.9% were illiterate and the most prevalent category (37.1%) had incomplete first degree. The number of aged widower women (38%) was three times those of widower men (12%). The majority of aged (94.4%) had a company of housing and 84.4% did not have health plan. The mean duration of stay in the service was 2 years and 8 months, with standard deviation of 1.5 years. The variables with major influence on duration of stay were: age, dizziness complaints, refractive, hearing and urinary disturbances, cataract, and bone fractures.

Conclusions:

According to the logistic regression, surgical history, hearing and urinary disturbances, as well as bone fractures contributed to increase duration of stay, but dizziness complaints, refractive disturbances and cataract reduced the stay of the elderly in the service.

Key words:
Aged; Health Profile; Ambulatory Care; Long-Term Care; Epidemiology, Descriptive; Logistic Models; Cross-Sectional Studies; Service of Health; Morbidity; Duration of Stay

Texto completo disponível apenas em PDF. Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Brasil. Decreto Lei, nº 8842 de 04 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional de Saúde do Idoso e cria o Conselho Nacional do Idoso. Brasília, DF: Ministério da Justiça, Secretaria Especial de Direitos Humanos;1998.
  • 2
    Chaimowicz F. Os idosos brasileiros no século XXI: demografia, saúde e sociedade. Belo Horizonte: Postgraduate; 1998.
  • 3
    Camarano AA, Pasinoto MT. O envelhecimento populacional na agenda das políticas públicas. In: Camarano AA , organizador. Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de Janeiro: IPEA; 2004. p.253-92.
  • 4
    Camarano AA. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. Rio de Janeiro: IPEA; 2002.
  • 5
    Carmo EH, Barreto ML, Silva JB. Mudanças nos padrões de morbimortalidade da população brasileira: os desafios para um novo século. Epidemiologia e servic¸os de sau´de : revista do Sistema Unico de Sau´de do Brasil 2003; 12 (2): 63-75.
  • 6
    Carvalho JAM, Garcia RA. O envelhecimento da população brasileira: um enfoque demográfico. Cad Saude Publica 2003; 19(3): 725 -33.
  • 7
    Silvestre JA; Kalache A; Ramos LR; Veras RP. O envelhecimento populacional brasileiro e o setor de saúde. Arquivos de geriatria e gerontologia 1996; 1(1): 81-9.
  • 8
    Veras RP. País jovem com cabelos brancos - a saúde do idoso no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará; 1994.
  • 9
    Ramos LR. Determinant factors for healthy aging among senior citizens in large city: The Epidoso Project in São Paulo. Cad Saude Publica 2003; 19(3): 793 -8.
  • 10
    Soares JF; Colosimo EA. Métodos Quantitativos na pesquisa clínica. Ribeirão Preto: RBRAS; 1995.
  • 11
    Altman DG. Practical statistics for medical research. Londres: Chapman and Hall; 1991.
  • 12
    Kelsey JL, Thompson WD, Evans, AS, Whittemore AS. Methods in Observational Epidemiology. Oxford University Press; 1986. 366 p.
  • 13
    Araújo JC; Alves MIC. Perfil da população idosa no Brasil. Textos sobre Envelhecimento 2000;3 (3):7-19.
  • 14
    Beltrão KI, Camarano AA, Kanso, S. Dinâmica populacional brasileira na virada do século XX. Rio de Janeiro: IPEA; 2004.
  • 15
    Anderson MI. Saúde e condições de vida do idoso no Brasil. Textos sobre Envelhecimento 1998;1(1):7-22.
  • 16
    Telarolli Júnior R, et al. Perfil demográfico e condições sanitárias dos idosos em área urbana do Sudeste do Brasil. Rev Saúde Pública 1996; 30(5):485- 98.
  • 17
    Veras RP. A novidade da agenda social contemporânea: a inclusão do cidadão de mais idade. A Terceira Idade 2003; 14(28): 6-29.
  • 18
    Vieira S. Bioestatística: tópicos avançados, 2. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier Science; 2003.
  • 19
    Organização Mundial de Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde; 2005.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Apr 2009

Histórico

  • Recebido
    08 Set 2008
  • Aceito
    21 Nov 2008
Universidade do Estado do Rio Janeiro Rua São Francisco Xavier, 524 - Bloco F, 20559-900 Rio de Janeiro - RJ Brasil, Tel.: (55 21) 2334-0168 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revistabgg@gmail.com