Acessibilidade / Reportar erro

Análise da influência do exercício físico em idosos com relação a equilíbrio, marcha e atividade de vida diária

Analysis of the influence of physical exercise on balance, motion and activity of daily living in elderly people

Resumo

O objetivo foi comparar idosos praticantes e não praticantes de atividade física, em relação à probabilidade de quedas, desequilíbrio e dificuldades na realização das atividades de vida diária (AVD). Trata-se de um estudo transversal com a participação de 40 idosos, de ambos os gêneros. Os idosos foram divididos em dois grupos: grupo praticante de atividade física (GP) e não-praticante (GNP). Foram utilizadas a Escala de Avaliação de Equilíbrio e Marcha de Tinetti, Atividades Básicas de Vida Diária e a Avaliação Instrumental de Vida Diária (AIVD) de Lawton. Não houve diferença de idade entre GP (69,4 ± 7,5 anos) e GNP (71,9 ± 6,7 anos). Observamos que o GP e GNP apresentaram diferenças estatisticamente significantes nos escores dos domínios de equilíbrio e marcha, bem como no escore total (16 vs 14; 12 vs 11, 28 vs 24,5, respectivamente). Em relação à Avaliação das Atividades Básicas de Vida Diária, não houve diferença entre os grupos, pois todos os idosos apresentaram pontuação máxima, significando, assim, independência. Apesar de não haver diferença estatisticamente significante no escore de Avaliação Instrumental de Vida Diária (AIVD) entre o GP e GNP (27vs 27,5, respectivamente), observamos que 70% dos idosos do GP eram independentes nas atividades diárias e apenas 50% no GNP, o qual resultou em maior número de idosos necessitando de ajuda para realizar atividades. Concluímos que o GP apresentou melhor equilíbrio e marcha com maior proporção de idosos com independência nas AIVD e AVD, ou seja, menor probabilidade de queda em relação ao GNP.

Palavras-chave:
Idoso; Atividade Motora; Acidentes por Quedas; Atividades Cotidianas; Marcha; Análise Transversal; Estudo Comparativo; Queda; Equilíbrio; Atividade de Vida Diária

Abstract

The aim of this study was to compare elderly practitioners (GP) and non-practitioners (GNP) of physical activities in relation to probability of falls, imbalances and difficulties in performing activities of daily living. This is a cross-sectional study with 40 elderly of both genders. The participants were divided in two groups: the practitioners (PG, n = 20) and non-practitioners (NPG, n = 20) groups. The instruments for evaluation were: Tinetti Gate and Balance Assessment Scale (TGBA scale), Basic Activities of Daily Living Scale (BADL scale) and Lawton Instrumental Activities of Daily Living (LIADL). Age did not differ between PG and NPG (69.4 ± 7.5 yrsvs 71.9 ± 6.7 yrs, respectively). There was a significant difference between PG and NPG in the balance and gate scores, and total score as well (16 vs 14; 12 vs 11, 28vs 24.5, respectively). In relation to BADL scale, no difference was observed between groups because all samples, PG and NPG, presented maximal punctuation, which means independent performance of basic activities of daily living. Despite no significant difference in LIADL scores between PG and NPG (27 vs 27.5, respectively), we observed that 70% of elderly in the PG were independent to perform activities of daily living and only 50% in the NPG, which presented highest number of elderly needing help to perform activities. We concluded that PG showed better balance and gate as compared to NPG, with higher proportion of independent elderly performing instrumental and basic actiivites activities of daily living with less probability of falls.

Keywords:
Fall; Balance; Walking; Aged; Motor Activity; Accidental Falls; Activities of Daily Living; Gait; Period Analysis; Comparative Study

Texto completo disponível apenas em PDF. Full text available only in PDF format.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Carvalho Filho ET, Papaleo Netto M, Garcia YM. Biologia e teorias do envelhecimento. In: Carvalho Filho ET, Papaleo Netto M. Geriatria fundamentos, clínica e terapêutica. São Paulo: Atheneu; 2000. p.3-18.
  • 2
    Romero CA, et al. Actividades preventivas en los ancianos. Gruppos de Expertos Dell Papps. Aten Primaria 2001 nov; 28(2).
  • 3
    Veras RP, Kalache A, Ramos LR. O envelhecimento da população mundial. Um desafio novo. Rev Saúde Pública 1987; 21: 200-10.
  • 4
    Coutinho ESF, Silva SD. Uso de medicamentos como fator de risco para fraturas grave decorrente de quedas em idoso. Cad Saúde Pública 2002 set/out; 18(5):1359-66.
  • 5
    Ruwer SL, Rossi AG, Simon LF. Equilíbrio no Idoso. Rev Bras Otorrinolaringol 2005; 71(3).
  • 6
    Santos MLC, Andrade MC. Incidência de quedas relacionada aos fatores de riscos em idosos institucionalizados. Revista bahiana de saúde pública 2005; 29(1): 57-68.
  • 7
    Carvalho A M, Coutinho ESF. Demência como fator de risco para fraturas graves em idosos. Rev Saúde Pública2002; 36(4).
  • 8
    Paixão Júnior CM, Heckmann M. Distúrbios da Postura, Marcha e quedas, In: Freitas EV, et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p 624-34.
  • 9
    Tinetti ME. Performance-oriented assessment of mobility problems in elderly patients. J Am Geriatri Soc 1986 Feb; 34(2): 119-26
  • 10
    Lawton MP, Brody EM. Assessment o folder people: self-maintaining and instrumental activies of daily living. Gerontologist. 9: 179-186.1969
  • 11
    Fabrício SCC, Rodrigues RAP, Costa Junior ML. Causas e conseqüências de quedas de idosos atendidos em hospital público. Rev Saúde Pública2004; 38(1): 93-9.
  • 12
    Maciel ACC, Guerra RO. Prevalência e fatores associados ao déficit de equilíbrio em idosos. Revista brasileira de ciência & movimento 2005; 13(1): 37-44.
  • 13
    Patta AE, Prentice SD, Gobbi LT. Visual Control of obstacle avoidance during locomotion: strategies in young children, young and older adults. In: Ferrandez A, Teasdale N. Changes in sensory motor behavior in aging. Amsterdam: Elsevier, 1996. p. 257-77.
  • 14
    Cozzani M, Mauerberg- Castro EM. Estratégias adaptativas durante o andar na presença de obstáculos em idosos: impacto da institucionalização e da condição física. Revista Paulista de Educação Física 2005 jan/mar; 19(1): 49-60.
  • 15
    Perracini MR, Ramos LR. Fatores associados a quedas em uma coorte de idosos residentes na comunidade. Rev Saúde Pública2002; 36(6): 709-16.
  • 16
    Podsiadlo D, Richardson S. The timed "Up & Go": a test of basic functional mobility for frail elderly person. J Am Geriatr Soc1991 fev; 39(2): 142.
  • 17
    Oliveira DLC, Goretti LC, Pereira LSM. O desempenho de idosos institucionalizados com alterações cognitivas em atividades de vida diária e mobilidade: estudo piloto. Rev Bras Fisioter 2006; 10(1): 91-6.
  • 18
    Ramos LR, Simões EJ, Albert MS. Dependence in activities of daily living and cognitive impaiment strongly predicted mortality in older urban residents in Brazil: a two-year follow-up. J Am Geriatr Soc2001; 49:1168-75.
  • 19
    Jacob Filho W. Atividade física e envelhecimento saudável. In: XI Congresso Ciência do Desporto e Educação Física dos países de língua portuguesa. Revista brasileira de educação física e esporte 2006 set; 20: 73-7.
  • 20
    Santarém JM. A importância da atividade física. Disponível em: URL: http://www.saudetotal.com/artigos/atividadefisica/idoso.asp.
    » http://www.saudetotal.com/artigos/atividadefisica/idoso.asp.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Aug 2009

Histórico

  • Recebido
    10 Mar 2008
  • Revisado
    02 Fev 2009
  • Aceito
    29 Maio 2009
Universidade do Estado do Rio Janeiro Rua São Francisco Xavier, 524 - Bloco F, 20559-900 Rio de Janeiro - RJ Brasil, Tel.: (55 21) 2334-0168 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: revistabgg@gmail.com