INTRODUÇÃO
A partir dos 30 anos de idade o desempenho funcional dos indivíduos declina progressivamente, devido ao processo fisiológico do envelhecimento.1 Estudos mostram que a capacidade funcional torna-se um novo paradigma na saúde do idoso, e a autonomia é um dos principais fatores considerado em relação a políticas de saúde da pessoa idosa, ou seja, a capacidade de escolher seus próprios desígnios, como resultado entre sua saúde física, saúde mental, independência funcional, integração social, suporte familiar e independência financeira.2
A capacidade funcional ou limitação funcional pode ser definida como a capacidade do indivíduo de cuidar de si próprio e viver de forma independente, ou seja, manter suas capacidades físicas e mentais em suas atividades básicas e instrumentais.3 - 5 Para as atividades básicas, a capacidade funcional consiste na aptidão de uma pessoa cuidar de si, tais como: comer, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro, andar, passar da cama para a cadeira, mover-se da cama e controle de esfíncter.6 Já para as atividades instrumentais consiste na habilidade dos idosos administrarem o ambiente em que vivem como: preparar os alimentos, lavar as roupas, cuidar da casa, fazer compras, ir ao médico, e compromissos sociais e religiosos.6
As limitações funcionais, muitas vezes, apresentam maior repercussão na vida diária do que as doenças crônicas, desde que controladas.2 Desse modo, capacidade funcional e qualidade de vida são os novos paradigmas sociais quando se trata da saúde da população idosa, ou seja, é valorizar uma pessoa idosa de forma autônoma, mesmo sendo portador de uma ou mais doenças crônicas.
Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência da qualidade de vida e aspectos socioeconômicos na capacidade funcional em idosos moradores do município de Avaré, São Paulo.
MÉTODOS
Trata-se de estudo transversal desenvolvido na zona urbana do município de Avaré-SP. A população estudada foi formada por pessoas com 60 anos de idade ou mais. A coleta de dados foi realizada no perído de janeiro a agosto de 2011.
Para a obtenção da amostra foi formado um banco de dados com base nas informações das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégia da Saúde da Família (ESF) do município.
Para o cálculo do tamanho da amostra foi utilizada uma prevalência desconhecida de 50% para a qualidade de vida com um coeficiente de confiança de 95% e uma margem de erro de 5%, resultando num tamanho mínimo de 365 idosos, valendo-se de um fator de correção para população finita.
O sorteio dos idosos foi realizado por meio do programa SAS for Windows, versão 9.2, utilizando o procedimento Survey Selecte do método PPS (Probality Proportionalto Size) proporcional à idade. E quando o idoso sorteado não era encontrado ou então falecido, um novo indivíduo era sorteado para compor a amostra.
Após a obtenção da amostra, os idosos foram entrevistados em suas residências por profissionais treinados, aplicando-se os instrumentos: questionário sociodemográfico (idade, gênero, trabalho, renda, escolaridade, estado civil, aposentadoria), Escala de Qualidade de Vida de Flanagan (EQVF),7 traduzido e validado por Nassar & Gonçalves,8 escala de Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD)9 e a escala de Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD).10
Os dados foram analisados com o auxílio do programa SAS for Windows, versão 9.2. Inicialmente, foram calculadas frequências e porcentagens para as variáveis qualitativas referentes aos dados sociodemográficos, ABVDs, AIVDs e a EQVF, além das medidas descritivas para as variáveis quantitativas para a caracterização da amostra. A associação entre a capacidade funcional e a qualidade de vida foi feita por meio do teste Qui-quadrado.
Considerando as ABVDs e AIVDs como variável resposta binária (dependente/independente), foi ajustado um modelo de regressão logística levando em conta as características sociodemográficas e a qualidade de vida como variável resposta como complemento à análise bivariada. Em todos os testes foi considerado o nível de significância de 5% ou p-valor correspondente. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu (protocolo no255/2010). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
Foram entrevistados 365 idosos moradores do município de Avaré-SP, dos quais 241 (66,02%) eram mulheres e 124 (33,98%) homens. A maior frequência de idosos estava na faixa etária de 60 a 69 anos (41,91%) e a faixa etária com menor frequência foi acima de 80 anos (17,80%). Além disso, predominaram idosos aposentados, com baixo nível de escolaridade e renda (tabela 1).
Tabela 1 Distribuição das características sociodemográficas dos idosos. Avaré-SP, 2011.
Características | n | % |
---|---|---|
Gênero | ||
Feminino | 241 | 66,93 |
Masculino | 124 | 33,97 |
Faixa etária | ||
60-69 | 153 | 41,91 |
70-79 | 145 | 39,72 |
Mais de 80 anos | 61 | 17,80 |
Estado civil | ||
Casado | 193 | 52,87 |
Não casado | 172 | 47,13 |
Trabalho | ||
Sim | 44 | 12,05 |
Não | 321 | 87,95 |
Aposentado | ||
Sim | 337 | 92,32 |
Não | 28 | 7,68 |
Escolaridade | ||
Até quatro anos de estudo | 281 | 76,98 |
Mais de quatro anos de estudo | 84 | 23,02 |
Renda | ||
Até dois salários mínimos | 230 | 63,71 |
Acima de dois salários mínimos | 131 | 36,29 |
A prevalência de dependência para as ABVDs foi de 8,49%. Avaliando cada item do instrumento, vestir-se sem ajuda foi a atividade que mais apresentou nível de dependência (3,01%), seguida de tomar banho sozinho (2,46%) e urinar e evacuar (2,20%).
Para as AIVDs foi encontrada uma prevalência de 10,96%. Avaliando cada item do instrumento, lavar e passar a própria roupa foram as atividades com maior dependência (10,95%), seguidas de trabalhos domésticos, como pequenos reparos (9,86%), e cuidar de suas finanças (6,02%).
Foram encontradas associações das ABVDs e AIVDs com referência à qualidade de vida (satisfeitos/não satisfeitos) (p=0,0002; p=0,0011, respectivamente) e estado civil (casado/não casado) apenas para as AIVDs (p=0,0164). As demais variáveis não apresentaram associação significativa com as ABVDs e AIVDs. As mulheres registraram mais dependência funcional (9,12%) para ABVD comparadas aos homens (10,78%). Já os homens, apresentaram mais dependência funcional nas AIVDs (11,29%; 10,78%, respectivamente) (tabela 2).
Tabela 2 Resultado da análise bivariada entre as atividades funcionais para ABVDs e AIVDs com qualidade de vida e variáveis socioeconômicas. Avaré-SP, 2011.
Atividades Básicas da Vida Diária (ABVDs) | Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) | ||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
DEP | IND | p-valor | DEP | IND | p-valor | ||||||||
n | % | n | % | n | % | n | % | ||||||
Qualidade de vida | |||||||||||||
Não satisfeitos | 24 | 77,42 | 191 | 42,81 | 0,0002 | 28 | 70,00 | 139 | 42,77 | 0,0011 | |||
Satisfeitos | 7 | 22,58 | 141 | 57,19 | 12 | 30,00 | 186 | 57,23 | |||||
Estado civil | |||||||||||||
Casado | 15 | 51,61 | 178 | 53,21 | 0,6006 | 14 | 35,00 | 179 | 55,08 | 0,0164 | |||
Não casado | 16 | 48,39 | 156 | 46,71 | 26 | 65,00 | 146 | 44,92 | |||||
Gênero | |||||||||||||
Feminino | 22 | 70,97 | 219 | 65,57 | 0,5438 | 26 | 65,00 | 215 | 66,15 | 0,8844 | |||
Masculino | 9 | 29,03 | 115 | 34,43 | 14 | 35,00 | 110 | 33,85 | |||||
Trabalha | |||||||||||||
Não | 30 | 96,77 | 291 | 87,13 | 0,1145 | 37 | 92,50 | 284 | 87,38 | 0,3485 | |||
Sim | 1 | 3,23 | 43 | 12,87 | 3 | 7,50 | 41 | 12,62 | |||||
Aposentado | |||||||||||||
Não | 1 | 3,23 | 27 | 8,08 | 0,3309 | 4 | 10,00 | 24 | 7,38 | 0,5575 | |||
Sim | 30 | 96,77 | 307 | 91,92 | 36 | 90,00 | 301 | 92,62 | |||||
Escolaridade | |||||||||||||
Abaixo de oito anos | 28 | 90,32 | 253 | 75,75 | 0,0625 | 35 | 87,50 | 246 | 75,69 | 0,9441 | |||
Acima de oito anos | 3 | 9,68 | 81 | 22,19 | 5 | 12,50 | 79 | 24,31 | |||||
Renda | |||||||||||||
Sem renda | 1 | 3,23 | 13 | 3,94 | 0,7951 | 1 | 2,56 | 13 | 4,04 | 0,5001 | |||
1 a 2 salários mínimos | 21 | 67,74 | 195 | 59,09 | 31 | 79,49 | 185 | 57,45 | |||||
2 a 5 salários mínimos | 8 | 25,81 | 102 | 30,91 | 7 | 17,95 | 103 | 31,99 | |||||
Acima de 5 salários mínimos | 1 | 3,23 | 20 | 6,06 | 0 | 0 | 21 | 6,52 | |||||
DEP = dependente; IND = independente
Para as ABVDs, a qualidade de vida foi um fator de risco para a dependência funcional [OR=4,995, IC95%=(2,024-12,329)] enquanto que a idade foi um fator protetor [OR=0,931, IC95%=(0,885-0,979)] (tabela 3).
Tabela 3 Resultado do ajuste do modelo de regressão logístico de variáveis associados ou não às Atividades Básicas da Vida Diária (ABVDs). Avaré-SP, 2011.
Variáveis | Referência | p | OR | IC |
---|---|---|---|---|
Idade 60-80 anos | Acima de 80 anos | 0,0055 | 0,931 | 0,885-0,979 |
Renda Até dois salários mínimos | Acima de dois salários mínimos | 0,5550 | 0,921 | 0,700-1,212 |
Sexo Feminino | Masculino | 0,7722 | 0,869 | 0,337-2,242 |
Estado civil Casado | Não casado | 0,5010 | 0,746 | 0,318-1,752 |
Escolaridade Até oito anos de estudo | Acima de oito anos | 0,2628 | 2,139 | 0,565-8,090 |
Qualidade de vida Não satisfeito | Satisfeito | 0,0005 | 4,995 | 2,024-12,329 |
Dos 15 itens que compõem a EQVF, quatro se associaram com as ABVDs: autoconhecimento (reconhecer suas potencialidades e limitações) (p=0,0093), saúde (p<0,0001), trabalho (p=0,0002) e lazer (p=0,0007).
Em relação às AIVDs, após o ajuste do modelo de regressão logística referenciar, não ter qualidade de vida e ser do sexo feminino foram fatores de risco para a dependência funcional, [OR=3,551, IC95%=(1,586-7,951)] e [OR=2,592, IC95%=(1,122-5,985)], respectivamente. A idade menor aparece como um fator protetor para a dependência funcional [OR=0,899, IC95%= (0,856-0,944)] (tabela 4).
Tabela 4 Resultado do ajuste do modelo de regressão logístico de variáveis associados ou não às Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs). Avaré-SP, 2011.
Variáveis | Referência | p | OR | IC |
---|---|---|---|---|
Idade 60-80 anos | Acima de 80 anos | <0,0001 | 0,899 | 0,856-0,944 |
Renda Até dois salários mínimos | Acima de dois salários mínimos | 0,0909 | 1,471 | 0,940-2,302 |
Sexo Feminino | Masculino | 0,0257 | 2,592 | 1,122-5,985 |
Estado civil Casado | Não casado | 0,0597 | 2,187 | 0,970-4,933 |
Escolaridade Até oito anos de estudo | Acima de oito anos | 0,8012 | 0,867 | 0,286-2,631 |
Qualidade de vida Não satisfeito | Satisfeito | 0,0021 | 3,551 | 1,586-7,951 |
p= p value; OR= Odds Ratio; IC - Intervalo de confiança
Em sete dos 15 itens da EQVF foram encontradas associações com as AIVDs: saúde (p<0,0001); trabalho (p<0,0001); autoconhecimento (reconhecer suas potencialidades e limitações) (p<0,0001); reunir com os amigos (p=0,0028); socialização (fazer amigos) (p=0,0189); participação na comunidade (p=0,0009) e aprendizagem em cursos e palestras (p=0,0334).
DISCUSSÃO
Algumas limitações do presente estudo precisam ser consideradas. Apesar de ter sido calculado um tamanho amostral e feito um sorteio dos idosos segundo faixa etária, os dados obtidos nas UBSs e ESFs estavam desatualizados, isto é, muitos tinham falecido ou não foram encontrados. Isso fez com que vários idosos fossem substituídos e desse modo a amostra tornou-se de conveniência, introduzindo um viés seletivo, sendo pouco representativa da população.
Provavelmente, por esse viés de seleção, explica-se apresentar predomínio do sexo feminino em 66% da amostra. Entretanto, em outras pesquisas populacionais, o sexo feminino prevalece com maior número em relação à população.9 - 11 Além disso, de acordo com o último censo, entre os idosos as mulheres representavam 55% do total de idosos no país.12
No município de Avaré-SP houve predomínio de idosos com baixo nível de escolaridade (76,98% frequentaram a escola por menos de oito anos) e com nível de renda familiar abaixo de dois salários minímos (63,71%), fato esse que corrobora os resultados encontrados em pesquisas realizadas nas cidades de Goiânia-GO, Botucatu-SP e São Paulo-SP.11 , 13 - 15 Ademais, o baixo nível de escolaridade e renda são características dessa geração de idosos brasileiros, visto que 25% dessa população ainda são analfabetos e mais de 44 milhões de brasileiros sobrevivem com uma renda mensal de até um salário mínimo.13
De acordo com os resultados obtidos nessa amostra, 8,49% dos idosos eram dependentes funcionais para as ABVDs e 10,96% para as AIVDs, dados considerados baixos comparados a outros municípios brasileiros.15 - 17 Porém, o fato de existir vários instrumentos para avaliação da capacidade funcional e o ponto de corte não ser padronizado dificulta as comparações com outros estudos.
Estudo realizado na cidade de Pelotas-RS encontrou uma prevalência de incapacidade funcional de 28,3% para as ABVDs e 26,8% para as AIVDs.18 Outra pesquisa, de base populacional, realizada no municipio de Botucatu-SP assemelha-se aos resultados desse estudo, ou seja, 5,7% dos idosos apresentaram incapacidade funcional para ABVDs e 14,0% para AIVDs.19
Trabalho realizado com idosos moradores da zona rural do município de Uberaba-MG registrou percentual inferior para ABVDs em relação aos encontrados no presente estudo (0,2%); já para as AIVDs, os resultados foram próximos (13,1%).20 Nesse sentido, a diferença encontrada entre idosos moradores na zona rural e moradores da zona urbana pode sugerir que as atividades do campo podem ser fatores de proteção à incapacidade funcional.21
Idosos da região urbana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, apresentaram maior dependência funcional grave, ou seja, dependência em pelo menos sete atividades básicas e instrumentais, comparados aos idosos moradores da zona rural do município de Encruzilhada do Sul, RS.22
Com relação a cada ABVD, vestir-se (3,01%) e tomar banho (2,46%) tiveram maior prevalência de incapacidade. Para as AIVDs, lavar e passar a própria roupa (10,95%) e trabalhos domésticos, como pequenos reparos (9,86%), foram as atividades mais prejudicadas. Resultados iguais foram encontrados em outros estudos para ABVDs. Idosos de Uberaba-MG relataram mais incapacidade funcional para tomar banho (0,5%) e vestir-se (0,5%) para ABVDs; e nas AIVDs, usar o telefone (6,7%) e lavar e passar a própria roupa (6,1%) foram as atividades mais prejudicadas.20
No presente estudo, as mulheres apresentaram mais incapacidade funcional para as ABVDs comparadas aos homens (9,12% e 7,25%, respectivamente). Já os homens, maior dependência funcional nas AIVDs (11,29% e 10,78%, respectivamente). Alguns estudos mostram que as mulheres idosas têm mais dependência funcional, porém, outros discordam, são os homens que apresentam mais dependência funcional para as atividades instrumentais.18 , 23
Entre todas as variáveis sociodemográficas, apenas as variáveis sexo e idade associaram-se às AIVDs. Estudos encontrados na literatura mostram associação positiva com as variáveis sociodemográficas (raça, escolaridade e estado civil), tanto para as ABVDs como para as AIVDs.24 - 26
No presente estudo, as características sociodemográficas: mulheres, não casado, não trabalhar, aposentados e baixo nível de escolaridade apresentaram maior dependência funcional para as ABVDs. E com relação às AIVDs, essas características foram: homens, não casado, não trabalhar, aposentados e pouca escolaridade.
Os resultados deste estudo demonstraram que a qualidade de vida teve forte influência nas atividades funcionais. Os idosos que relataram ter pouca qualidade de vida têm 4,99 vezes mais chance de ter incapacidade funcional para as ABVDs e 3,55% para as AIVDs.
Dos 15 componentes da EQVF, apenas os aspectos como saúde, trabalho, autoconhecimento (reconhecer seus potencias e limitações) e reunir com os amigos associaram-se às ABVDs.
Quanto às AIVDs, foi encontrada associação positiva com relação aos aspectos: autoconhecimento (reconhecer suas potencialidades e limitações), saúde, trabalho, participação na comunidade, reunir com os amigos, socialização, fazer amigos e aprendizagem em cursos e palestras. Outros autores encontraram tais associações, mas com o uso de outros instrumentos, como o WHOQOL-Brief26 e o WHOQOL-Old.27 Não foram encontrados estudos utilizando a EQVF nesse contexto.
Mas o fato é que a manutenção da capacidade funcional tem implicações diretas na qualidade de vida, por estar relacionada com a capacidade de os idosos se entrosarem, trabalharem, realizarem atividades dentro e fora da casa, desfrutarem de lazer e de todos os aspectos que a vida oferece em todos os sentidos e faces.
Portanto, o envelhecimento bem-sucedido é resultado da interação de fatores relacionados à saúde física, mental, independência na vida diária, aspectos econômicos e psicossociais.
CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, observou-se que os idosos com boa qualidade de vida geral e com condição socioeconômica melhor apresentam menos dependência funcional. E aspectos especificos da qualidade de vida influenciam mais a capacidade funcional, tanto para ABVDs como para AIVDS. As ABVDs são influenciadas pelos aspectos: saúde, trabalho, lazer e autoconhecimento (reconhecer suas potencialidades e limitações). As AIVDs são influenciadas pelos aspectos: saúde, trabalho, reunir-se com os amigos, socialização (fazer amigos), participação na comunidade, aprendizagem em cursos e palestras e autoconhecimento (reconhecer suas potencialidades e limitações).
Nesse sentido, o trabalho traz informações relevantes para que planejamentos de políticas públicas de saúde para a pessoa idosa estejam na agenda de prioridades, focadas nos esforços em aperfeiçoar e ampliar a humanização do atendimento aos idosos, melhorando a qualidade de vida dessa população. E como a qualidade de vida tem forte influência na capacidade funcional, torna-se necessário investir em estratégias que visem não apenas tratar da doença, mas, também, da saúde e da qualidade de vida.
Nessa compreensão, uma equipe multiprofissional formada por médicos, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais deve desenvolver ações integradas aos idosos, principalmente na atenção básica.