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O que queremos ou nos importa saber?

No apagar das luzes de mais um ano do século XXI, o seu décimo quarto, aRevista Brasileira de Geriatria e Gerontologia abre novamente as cortinas do palco da produção científica na área de sua militância. E como tem sido nos tantos números anteriores, vislumbramos a qualidade, a não desigualdade regional e temática. Nesse sentido, trazemos à tona a necessidade de permitir e estimular o acesso e a visibilidade de produções as mais diversas, embasadas no rigor científico, com vistas à democratização do conhecimento. Oportunidade a quem produz e oportunidade a quem necessita. Saímos de mero veículo difusor de informações científicas aos pares, ganhamos as redes sociais e nos tornamos internacionais na acepção da palavra.

Pautados nessa lógica e na nossa inquietude e, parafraseando o compositor Gilberto Gil, nós nos indagamos o que queremos ou o que nos importa saber. Como ele, "queremos saber o que vão fazer com as novas invenções. Queremos notícia mais séria sobre a descoberta da antimatéria e suas implicações na emancipação do homem das grandes populações, homens pobres das cidades, das estepes e dos sertões. Queremos saber quando vamos ter raio laser mais barato. Queremos, de fato, um relato, retrato mais sério do mistério da luz, luz do disco voador, para a iluminação do homem, tão carente, sofredor, tão perdido na distância da morada do senhor. Queremos saber, queremos viver confiantes no futuro. Por isso se faz necessário prever qual o itinerário da ilusão, a ilusão do poder. Pois se foi permitido ao homem tantas coisas conhecer, é melhor que todos saibam o que pode acontecer. Queremos saber, todos queremos saber."

De fato, o que estamos produzindo acerca da emancipação das pessoas idosas, pobres, das cidades e das zonas rurais, áridas e/ou inacessíveis? Perguntamos-nos, quando teremos à grande população idosa desse país, processos e produtos mais baratos, frutos de todo o conjunto de investigações subsidiadas, a ponto de que todos aqueles que viveram uma vida de exclusão venham a ter acesso? Queremos ideias que iluminem os envelhecidos ou em processo de envelhecimento, que os libertem da carga de doenças, do preconceito, da discriminação e lhes deem oportunidade de viverem confiantes no futuro.

Queremos repensar o papel das profissões que prestam cuidado à população idosa. O que elas, concretamente, têm produzido não para fornecer anos a mais às vidas, mas para compreender as reais necessidades daqueles que tanto já viveram. Como contribuiremos para o bem-estar e a qualidade de vida nessa fase da vida? A Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia vai tentando cumprir o seu papel. Buscamos prever o itinerário da ilusão e pô-lo com os pés sólidos no chão. Já que nos foi permitido tanta coisa conhecer, precisamos saber o que fazer. Acreditamos estar no caminho. "Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar..."

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2015
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