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Reinventar-se

Compreender todos os processos relativos ao envelhecimento humano não é uma tarefa fácil. No entanto, contribuir com os vários aspectos referentes a esses processos e a sua compreensão é possível, embora também não seja tão simples. Atravessamos, em nosso país, momentos difíceis. Difíceis não somente por questões políticas, mas, sobretudo, por questões éticas. Os seres humanos esqueceram ou se vendaram diante do objetivo maior da vida, o bem comum.

Como consequência do atual momento em que vivemos, optamos não pelo derrotismo ou acomodação, mas por nos reinventarmos. Ajustes foram realizados, inclusive a publicação apenas online dos números da Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Em meio ao alvoroço em que vivemos, às inquietudes e incertezas, passamos a defender ainda mais o conhecimento e informações qualificadas, não as opiniões expressas em estado líquido (ou gasoso), cuja veracidade não pode ser atestada. E seguindo esse fluxo, passamos a ter periodicidade bimensal, publicando textos qualificados sobre os diversos aspectos relativos à vida das pessoas idosas. E as nossas reinvenções continuam. A cada fascículo, um novo desafio.

O desafio da publicação bimensal requer um esforço sobre-humano para um veículo vinculado a uma universidade pública brasileira e que preza pela qualidade do que disponibiliza aos seus muitos leitores. Reduzir o tempo de publicação, incrementar cada vez mais o processo de qualidade em todo o processo editorial e internacionalizar-se são nossas reinvenções diárias, mantendo como objetivo precípuo o compromisso com a ciência e seus princípios basilares.

Nesse sentido, este novo número aborda questões mais subjetivas relativas ao envelhecer, trazendo os significados da velhice e bem-estar para idosos, assim como os significados de ser avô ou avó. Seguindo essa mesma temática, traz algo tão vivenciado pela população idosa - a solidão. Retomando o protagonismo do ser idoso, publicamos, mais uma vez, aspectos relativos à autoavaliação do estado de saúde, acreditando ser essa uma medida-reflexo de toda uma condição de saúde aferida por profissionais de saúde.

Condições objetivas também estão contempladas neste novo número, presentes na pauta atual da discussão relativa à pessoa idosa no país e no mundo. Dentre elas, destacamos alguns agravos à saúde e seus tratamentos. Em termos de agravos à saúde, sarcopenia, epilepsia e transição de fragilidade são alguns dos aspectos abordados. A relação entre massa e força muscular é algo indagado e discutido. Terapeuticamente, o uso de medicamentos e outras intervenções "medicalizadoras", o treinamento físico e os exercícios terapêuticos domiciliares na doença de Parkinson constituem o corolário deste número. Permeando tais intervenções, aborda-se, ainda, uma das estratégias terapêuticas mais discutidas na atualidade: o autocuidado.

Vencido esse desafio, já estamos pensando nos próximos e nas novas demandas (re)invencionistas, com o compromisso diário de sermos formadores de conhecimento e de informação qualificada, e não de opinião, respaldados por nossa história e por sermos um importante veículo de publicação na área da Geriatria e Gerontologia no nosso país e, cada vez mais, internacionalmente.

Kenio Costa Lima

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar-Apr 2016
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